Novo presidente da Biblioteca Nacional pretende estimular a produção de obras mais baratas e sonha com livrarias populares
Fazer do livro um artigo acessível a todos é a grande meta do jornalista e escritor Galeno Amorim. Confirmado na última sexta-feira como novo presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Amorim vai administrar a distribuição de obras para seis mil unidades públicas gerenciadas por prefeituras, além de traçar os rumos da oitava maior biblioteca do mundo em acervo. Ex-secretário de Cultura de Ribeirão Preto e com passagens pelo governo Lula, inclusive na FBN, ele foi incumbido pela ministra Ana de Hollanda de preparar o terreno para a criação do Instituto Nacional de Livro e Leitura. Para isso, num primeiro momento ele vai acumular a gestão dos acervos das bibliotecas com as elaborações de políticas públicas para o setor. Entre suas metas, Amorim pretende criar um mecanismo de incentivo para que as editoras apostem em livros populares, mais baratos, a fim de alcançar os consumidores das classes C, D e E. Em entrevista ao GLOBO, ele expôs sua visão sobre direito autoral e acesso à leitura, e disse imaginar uma livraria popular nos moldes das farmácias populares.
Quais serão as prioridades de sua gestão à frente da Biblioteca Nacional?
GALENO AMORIM: Eu gostaria de acelerar o processo de inserção da Biblioteca Nacional no cenário brasileiro e também no cenário internacional. E, em outra ponta, gostaria de fortalecer o Plano Nacional do Livro e Leitura, de forma a ampliar o acesso ao livro e aumentar o índice de leitura no Brasil, que hoje é de 4,7 obras lidas por habitante por ano.
Como ampliar esse acesso?
É possível buscar com o setor privado a criação de um livro popular. Seria um livro mais barato, sobretudo para esse novo leitor que vem das classes C, D e E. A principal forma de acesso ao livro é via biblioteca pública. Mas, ao mesmo tempo, é preciso criar condições para as pessoas poderem comprar um livro mais barato. Isso é importante para o leitor, que aumenta suas possibilidades; para as editoras, que recuperam produtos fora de catálogo e podem criar subprodutos; para o autor, que pode ampliar a quantidade de exemplares; e também para as livrarias, que podem oferecer um produto diferenciado. Pode, por exemplo, haver uma livraria popular, como são as farmácias populares.
Mas isso seria feito através de subsídios do governo?
Não necessariamente. Eu fiz uma consulta informal a entidades do livro. A ideia é desenvolver uma ação para que os editores percebam que existe a perspectiva de venda. Algumas empresas que atuam em outro segmento, como a Avon no caso da venda de porta em porta, conseguem fazer com que um livro que sairia por R$ 40 na livraria chegue ao consumidor por um preço três ou quatro vezes menor, justamente porque a editora tem a certeza de que o livro será escoado. Além disso, o governo pode muito bem dar uma garantia de que vai adquirir uma parte dos livros para ser distribuída a bibliotecas públicas.
Num primeiro momento, haverá alguma mudança no gerenciamento da Biblioteca Nacional?
A Biblioteca Nacional terá toda a responsabilidade pela política pública do livro e da leitura no Brasil. Hoje, existe uma Diretoria de Livro, Leitura e Literatura e também existe o Plano Nacional de Livro e Leitura. Ambos devem vir para a Biblioteca Nacional, e eu terei a responsabilidade de preparar a criação do Instituto Brasileiro de Livro e Leitura. Esse instituto será o responsável pela gestão das políticas públicas da área, e, quando isso acontecer, a Biblioteca Nacional vai se dedicar exclusivamente para a Biblioteca Nacional.
Esse instituto terá o mesmo conceito do Instituto Brasileiro de Museus, o Ibram?
Exatamente, será o Ibram do livro e da leitura. Ainda não consigo estabelecer um prazo, mas é a grande demanda do povo do livro.
O senhor chegou a trabalhar na Biblioteca Nacional no governo Lula. Quais foram os principais avanços na época?
Eu fui coordenador geral de livro e leitura da Biblioteca Nacional. Fui para lá em 2004, para formular um programa em que todos os municípios brasileiros tivessem sua biblioteca. Na época, o orçamento para a área era em torno de R$ 6 milhões. No ano seguinte, eu articulei com o senador Tião Viana, e ele apresentou uma emenda que aumentou os recursos para R$ 26 milhões, que nos ajudaram a criar as condições para zerar o número de cidades no Brasil sem bibliotecas.
Quanto falta para se alcançar essa meta?
Falta pouco. No último levantamento, faltavam poucas dezenas, e apenas em municípios para os quais o MinC oferecia o kit com o acervo básico e o computador, mas as prefeituras ainda não tinham feito a instalação. Isso acabou motivando que o ministério suspendesse, em dezembro, o repasse de recursos para prefeituras que não instalaram suas bibliotecas.
É claro que é importante que se tenha bibliotecas em cada município, mas isso não garante a leitura. Como fazer com que a sociedade e a biblioteca se encontrem?
O Plano Nacional do Livro e Leitura foi criado em 2006 como resposta para esse questionamento. São quatro eixos: a democratização ao acesso; a formação de mediadores de leitura como bibliotecários e professores; a valorização da leitura no imaginário coletivo, através de campanhas ou inserção de situações de leitura em programas de TV; e a economia do livro, com programas que incentivem pequenas editoras e pequenas livrarias, entre outros fatores. Quando você põe os quatro eixos em funcionamento, você estimula as pessoas a lerem.
Discute-se muito a possibilidade de uma nova Lei do Direito Autoral. O tema mobilizou o último governo, mas a ministra disse que vai reavaliar o projeto. Como o senhor enxerga a questão?
Uma coisa é consenso: é importante que as legislações sejam sempre atualizadas à luz dos novos tempos. A ministra tem se posicionado de forma prudente, mostrando-se aberta a ouvir as várias partes envolvidas. E de uma forma muito serena, ela já sinalizou que vai apreciar essas várias argumentações. E eu me alinho completamente com essa visão. Todos nós temos conhecimento da necessidade de se promover avanços. O material que os criadores produzem tem o valor de seu esforço e dedicação, e isso precisa ser respeitado, e por outro lado os leitores precisam ter algum direito de ter acesso a essa produção acumulada pela sociedade.
Fonte: O Globo
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Olá Presidente Sr. Galeno Amorim,
deixo este meu poema para reflexão.
EU E A BIBLIOTECA
Autora: Maria Laudecy Ferreira de Carvalho –
Coleção Aprender Fazer Fazendo
Eita, que paixão danada
quando a gente quer bem
pois de manhã cedo quer
conviver e se dá bem,
olhar, pegar, sentir, usar
e até se lambuzar
nas coisas que ela tem.
Ela tem perfume de bugarí
tem gosto de querer mais
tem olhos fechados até você abrir
Seu coração pulsa feliz
se as páginas você sentir.
Por isso de manhã bem cedo
cheguei a lhe perguntar:
amiga biblioteca porque que às 7:00 h
aberta você não está?
Passei a noite sonhando
em cedo te encontrar.
E suas mãos apertar
e um abraço poder te dar.
– Ela me respondeu tristonha:
_ É . . . pois é, essa gente não sabe me valorizar
Se fosse por mim meu amor,
Com tantos corações aqui dentro
cedo distribuía o amor.
Agora que me abriram
vem pra cá, me abre logo danado
Isso sim é ser leitor.
Esse casamento da certo
Aqui e aonde for.
Leitor é ser Biblioteca
e biblioteca é ser leitor.
E assim foram,
são e serão felizes para sempre.
Autora: Maria Laudecy Ferreira de Carvalho –
Coleção Aprender Fazer Fazendo
Maria Laudécy Ferreira de Carvalho,
a poetisa da “ÁGUA -com- LEITE”
e do “Aprender Fazer Fazendo”
e-mail:[email protected]
Prezado Sr. Galeno Amorim, deixo este meu poema para refletir:
PAIXÃO PELA BIBLIOTECA
Autora: Maria Laudecy Ferreira de Carvalho –
Coleção Aprender Fazer Fazendo
Chegando para morar
Numa nova capital
Do seu nordeste querido
Sentiu tamanha tristeza
Pois veja que macaquice
Fizeram com a Clarice:
Aquela que é fiel
De ler um dois, três livros por dia
Sem se incomodar com ninguém.
Ao chegar à biblioteca
Da Universidade Federal Brasileira,
Em pleno ano 2009,
O livro não poder emprestar
Para casa ela levar
E na leitura se aprofundar.
Pois é, foram logo dizendo pra ela
Só leva o livro pra casa
Quem for aluno(a) da Universidade
Ou funcionário também.
Dali ela saiu
A lágrima o povo viu
No rosto logo rolar .
E se questionou baixinho:
__Menino, isso é o destino
De num país desse morar.
Tratava de uma biblioteca
Da rede pública federal
Que nada tem de especial.
Isso daí dá muita revolta
Do meu amor me separarem.
Amo, amo, os livros sim senhor
E seja como for
Vou lutar por esse amor.
No dia seguinte bem cedo
Já estava naquele lugar
Na Biblioteca Pública Federal .
Tratou logo de conversar
Com o chefe daquele setor
Mas veja só meu senhor
Aquilo é um trator
Difícil da gente propor
Uma mudança de valor.
Pois ele foi logo dizendo
Esse sistema é assim
E não pergunte mais nada a mim
Pois eu não sou o gestor.
Amigo eu lhe confesso,
Pois veja só que regresso
Existe na educação pública brasileira.
Quero agora lhe dar a mão
E aos outros poder contar
Que lutemos com todo fervor
Pro sistema poder mudar,
Pois não há quem agüente
Ficar muito tempo distante do seu amor
O livro esse sim é companheiro,
Amigo cravado no peito
De alguém que decide ser leitor.
Deixe, me deixe perto
Do meu grande amor ,
Foi papai e mamãe que me criou assim
Disse que o saber é sem fim.
Não tire isso de mim
Vale a pena ser leitor(a).!!!
Autora: Maria Laudecy Ferreira de Carvalho – Coleção Aprender Fazer Fazendo
Maria Laudécy Ferreira de Carvalho,
a poetisa da “ ÁGUA -com- LEITE ” e do
“Aprender Fazer Fazendo”(88)9931-7373
E-mail:[email protected]
“O Mestre pode ensinar as mais excelentes técnicas de estudar para o aluno, mas ele só aprende a estudar ESTUDANDO,
só aprende a nadar NADANDO,
SÓ APRENDE A AMAR AMANDO”.
Autora: Maria Laudecy Ferreira de Carvalho –
Coleção Aprender Fazer Fazendo
“ C O R D E L é LITERATURA ETERNIZADA DO REAL OLHAR DA COMUNIDADE”
Maria Laudécy Ferreira de CARVALHO
Olá Sr. galeno Amorim, deixo este meu poema para refletir:
TUDO ACONTECEU NA BIBLIOTECA
Autora: Maria Laudecy Ferreira de Carvalho –
Coleção Aprender Fazer Fazendo
Era meu primeiro dia
Na biblioteca daquela cidade.
Uma linda biblioteca,
Cheia de muitos livros novos e usados,
Cadeiras confortáveis também,
Mesas redondas bem bonitas,
Ali combinava bem.
Computadores e um povo que atende bem,
Pois o bibliotecário
Foi logo me dizendo:
No que posso lhe servir?
Eu olhei de um jeito esperto
Lhe falo pra ser sincero
Quero ler o livro O poeta do povo
Vida e Obra de Patativa do Assaré
Do autor Assis Ângelo.
Ele logo me atendeu
E agora aqui estou eu
Lendo com satisfação
O poeta do Sertão Nordestino
Que merece desde cedinho
Tornar disciplina na Grade Curricular
Nas escolas do Ceará .
No dia seguinte bem cedo
Em mais uma pesquisa a realizar
Procurei o mesmo cidadão
Pro livro me emprestar
Mas para minha tristeza
O livro ali na estante não está ,
Ele foi logo me dizendo
Isso é o povo que esconde
Pra ninguém poder pegar
De repente lhe respondi:
__Que isso é covardia
Com o pesquisador também.
Fui pra casa matutando:
Um dia sem leitura
É um atraso para danar.
Mas ao chegar no dia seguinte
O livro pude encontrar,
Passei o dia inteirinho ,
Mas não pude concluir a pesquisa espetacular
Pois a biblioteca tinha que fechar.
Daí imaginei , isso é de danar.
Tenho que da covardia usar,
Colocar o livro em outra estante,
Pra ninguém encontrar.
E no dia seguinte bem cedo,
A pesquisa completar.
Pois é, meu amigo, meu irmão
O que não se faz por paixão
Nesse Ceará, nesse chão,
De Eva e de Adão ?
Maria Laudécy Ferreira de Carvalho,
a poetisa da “ ÁGUA -com- LEITE ” e do
“Aprender Fazer Fazendo”(88)9931-7373
E-mail:[email protected]