Não contem com o fim do livro
Publicado originalmente Jornal da Manhã
Ouso denominar este artigo com o título de uma obra do grande Umberto Eco, “Não contem com o fim do livro”, pois esse é o meu pensamento: o livro não vai acabar. Inicialmente, é preciso lembrar que as informações foram transmitidas através dos séculos, de homem para homem, principalmente pela forma escrita: na pedra, no papiro e depois no papel.
O homem, na sua inquietude e na sua ânsia por novas descobertas, evoluiu com as suas criações ao longo do tempo. Hoje não se usa mais escrever na pedra e no papiro. E até o papel parece que está sendo deixado de lado, graças aos novos dispositivos eletrônicos. As novidades, principalmente tecnológicas, que aparecem a todo instante, chegaram a todos os setores, inclusive a literatura.
Acredito que a evolução para a escrita eletrônica será benéfica e facilitará o acesso às informações, vindo a somar com a escrita em papel tradicional. Porém, ela nunca acabará, pois no papel a informação é materializada e documentada. A sua procedência pode ser reconhecida como verdadeira sem a necessidade de ser técnico ou perito em informática.
Sabemos que a leitura sistemática e habitual ainda não é muito comum na maioria dos povos, principalmente o brasileiro. Sendo assim, tudo o que for feito para o seu conhecimento deve ser incentivado e conduzido para o acesso de todos. Sendo assim, que venham os tablets e todos os meios eletrônicos de informações. Que venham os livros eletrônicos.
Mas, felizmente, afirmo que nada substituirá o livro. Para uma leitura profunda, não há melhor descoberta do que a tinha preta em um papel branco. Nada substituirá o livro porque que existe uma relação de amor entre o homem e o livro. Quem gosta de ler tem um afeto físico pelo livro. Quem gosta de ler adora a sensação de tocar o livro e de virar as suas páginas, ávido pelo que está por vir.
Talvez o homem, um dia, consiga chegar a um livro eletrônico perfeito. Mas, enquanto esse dia não chega, nós continuaremos a ler e a nos instruirmos em nossos livros materializados em folhas de papel ainda por muito tempo…
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Achei demais esse artigo, pois eu sou um grande apaixonado por livros e essa questão da tecnologia e a modernização da leitura me assusta. Imagine só se um dia não podermos mais carregar o conhecimento com as nossas próprias mãos e poder folheá-lo e coisa assim!