Estudante cria ‘sebo solidário’ para vender livros e arrecadar dinheiro para cursar faculdade no interior de SP

Juliana de Albuquerque Marçal, moradora de Itapetininga (SP), vende livros a baixo custo pela internet para incentivar a leitura.
Nicole Annunciato, no G1
Com a paixão pela leitura e o sonho de cursar medicina veterinária, uma adolescente de Itapetininga (SP) criou um “sebo solidário”. Ela recebe doações de livros, os vende pela internet e o dinheiro arrecadado é destinado ao “porquinho” da faculdade.
Em entrevista ao G1, Juliana de Albuquerque Marçal, conta que começou a juntar dinheiro com a venda de roupas e jogos que não usava. Quando as peças acabaram, ela teve a ideia de vender os livros que tinha em casa pela internet.
“Eram dez livros e acabei vendendo todos em um dia. No mesmo dia consegui doações e quando o sebo completou uma semana, terminei com mais de 100 títulos. Hoje estou com quase 400.”
A estudante vende de 20 a 30 livros por mês e eles custam entre R$ 0,50 e R$ 15 para que todos tenham a oportunidade de ler.
“A ideia do sebo é também promover a leitura a baixo custo para aqueles que não têm condições de comprar livros novos. Os livros que não saem eu faço doação para pessoas que tem algum projeto. Nenhum livro é dispersado”, afirma.

A família de Juliana também a apoia com o projeto: a mãe dela vende roupas para pets feitas com crochê, o pai dela a ajuda com as entregas dos livros e a irmã os cataloga. “A família toda me apoia e me dá muito amor.”
Interesse pela leitura
Juliana pegou gosto pelos livros quando leu a saga de Harry Potter. “Eu tenho síndrome do pânico e nunca tive paciência para pegar um livro e ler. Pode parecer exagero, mas quando li os primeiros livros da saga, minha vida mudou.”
A estudante passou a frequentar a biblioteca semanalmente e em meio às páginas, encontrou livros que foram os alicerces para que ela tivesse a iniciativa de juntar dinheiro para realizar o sonho de estudar medicina veterinária.
“Um dos livros que vi dizia que quem luta pela lenda pessoal, o universo conspira para que ela se realize. O outro afirmada que nunca devemos dizer que não temos dinheiro para comprar algo porque nosso cérebro vai trabalhar para que acreditemos nisso. A partir daí, me dei uma chance”, diz.
Além de batalhar pelo objetivo, Juliana afirma que os livros a ajudaram a vencer as crises de pânico.
“As pessoas me abraçam quando eu entrego um livro. Elas sorriem e dizem que acreditam em mim. Isso me ajudou. Os livros me transformaram.”
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