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Estudante de 11 anos é admitido em universidade do Texas
0Publicado no UOL

Com apenas 11 anos, Carson Huey-You está no primeiro semestre da Texas Christian University
Com apenas 11 anos, Carson Huey-You é o aluno mais novo a ser admitido na história da Texas Christian University. Carson, que quer ser físico quântico, tem aulas de cálculo, física, história e religião no primeiro semestre da universidade.
O garoto tinha apenas 10 anos quando se candidatou para a graduação — ele fez 1.770 pontos de 2.400 possíveis no SAT (espécie de Enem americano) e fala mandarim. A mãe dele afirma que o menino já lia livros com dois anos e fazia contas de multiplicação e divisão aos tr~es anos.
Tendo em vista o ritmo de estudos de Carson, a estimativa é que ele pode se tornar PhD com menos de 20 anos.
O estudante prodígio disse à CBS 11 News que a universidade é divertida pois parece com a escola, só que em um campus maior e com mais gente. A mãe de Carson acompanha o garoto nas aulas.
O pai de Carson disse que não pressionou o filho para entrar na universidade e que, inclusive, tentou “segurar” o garoto.
*Com informações do Huffington Post e do New York Daily News
Na Coreia do Sul, professor de inglês ganha R$ 9 milhões por ano
0Publicado por UOL

Com aulas à venda na internet, professor Kim Ki-Honn ganha mais de R$ 9 milhões por ano (SeongJoon Cho/The Wall Street Journal)
O professor Kim Ki-Hoon ganha mais de R$ 9 milhões (US$ 4 milhões) por ano na Coreia do Sul. Conhecido como ‘rock-star’, ele trabalha há mais de 20 anos com aulas particulares de reforço. As informações são do “Wall Street Journal”.
Ki-Hoon trabalha cerca de 60 horas por semana ensinando, mas apenas três dessas horas passa dando aulas. Suas aulas são gravadas em vídeo e tornaram-se commodities na internet, onde estão disponíveis para compra por R$ 9,10 (US$ 4) a hora.
A maior parte de seu tempo, Ki-Hoon gasta respondendo a mensagens de estudantes que precisam de ajuda em deveres de casa.
“Quanto mais trabalho, mais eu ganho”, disse o professor ao “Wall Street Journal”, “Gosto disso”.
Anualmente, cerca de 150 mil alunos assistem a suas aulas, é isso o que explica o volume de seus ganhos. A maioria é composta por estudantes do ensino médio que querem melhorar seu desempenho na prova nacional, uma espécie de Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Rock-star
Seu nome virou uma marca na Coreia do Sul, sua empresa tem 30 funcionários. O professor Ki-Honn tem cerca de 120 estudantes presenciais em cada uma de suas aulas, mais do que a maior parte dos professores de cursinhos. No país, os alunos escolhem os professores pela sua qualidade e fama.
Para ter bons professores, os cursinhos buscam profissionais na internet e estão sempre ligados a avaliação de pais sobre a qualidade de seus docentes. Os pais, no entanto, sentem-se pressionados a gastar grandes montantes de dinheiro para pagar aulas extras para seus filhos.
O rock-star Ki-Hoon disse ao “Wall Street Journal” acreditar que a forma de melhorar a qualidade da escola pública é aumentar significantemente o pagamento dos professores conforme seu desempenho. Assim a profissão atrairia os melhores alunos e os pais saberiam que os melhores professores estão na escola e não dentro de uma sala de aula privada como se fosse em um shopping.
Dica do Marcos Florentino
Alunos da UFRRJ denunciam no Facebook crimes no campus
0Criada em maio, página ‘Abusos cotidianos – UFRRJ’ já reúne 22 relatos, como uma tentativa de estupro sofrida por uma estudante
Diretor de vigilância diz que precisa de um efetivo três vezes maior para dar conta de toda a área da Rural
Eduardo Vanini, em O Globo
RIO – Agressões, tentativa de estupro e assédio são alguns dos problemas que compõem uma extensa lista de reclamações feita por alunos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) que começa a se formar na internet. Diante do quadro de insegurança instaurado no interior do campus, em Seropédica, eles criaram a página “Abusos cotidianos – UFRRJ” no Facebook. Lá as vítimas podem fazer denúncias sem que sejam identificadas. A maior parte dos casos é de assédio a alunas.
Aberta em maio deste ano, a comunidade já reúne 22 relatos (veja alguns trechos abaixo) e mais de 1.200 “curtidas”. Um dos casos mais graves é de uma tentativa de estupro que teria ocorrido em 19 de maio. Na ocasião, uma estudante teria sido atacada por um homem desconhecido que teria agredido e rasgado a roupa da vítima. Mas, ao notar que uma viatura de segurança do campus se aproximava do local, ele acabou fugindo.
A aluna do 2º período de psicologia Ellen Mariane, de 20 anos, é uma das criadoras da página. Ela conta que a combinação de um campus que se estende por mais de três mil hectares e um efetivo de apenas 62 guardas torna a universidade um ambiente propício a essas práticas. Além disso, segundo ela, há a falta de cuidados e de manutenção das instalações que se repetem ao longo de anos.
– Havíamos chegado a um ponto em que não conseguíamos enxergar o chão, devido à falta de iluminação – diz.
Sobre a quantidade de assédios, ela conta que boa parte vem dos próprios profissionais que atuam no campus.
– Por conta do Reuni (Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), há muitas obras aqui. É comum os homens que trabalham nessas construções mexerem com as garotas. Por isso, já criamos até um abaixo-assinado para que as empresas responsáveis pelos trabalhos capacitem seus funcionários.
Todo esse quadro acabou forçando os alunos a mudarem seus hábitos. Ellen conta que há casos de pessoas que pensam em trancar a faculdade por medo da falta de segurança e outros que deixaram de assistir aulas à noite.
Segundo a estudante, a página já garantiu alguns resultados positivos, como a restauração da iluminação do campus. Além disso, a visibilidade aos fatos também transformou a postura dos próprios alunos.
– Resolvemos dar mais visibilidade aos fatos justamente para forçar a direção tomar providências. Agora, isso está começando a acontecer. Também percebemos que os próprios alunos estão mais conscientes e participam com mais afinco das mobilizações e dos atos – nota.
Para o diretor da Divisão de Guarda e Vigilância (DGV) da UFRRJ, Renan Canuto, o efetivo reduzido e a grande extensão do campus de Seropédica prejudicam os trabalhos de segurança no local. Sem dar números concretos, Canuto afirmou que o ideal seria um contingente três vezes maior do que o atual.
Segundo ele, a universidade já abriu licitação para instalar um sistema de câmeras de vigilância e adquirir mais duas pickups, além de fazer o restabelecimento da iluminação da área. Canuco argumentou ainda que algumas denúncias dos estudantes seriam “infundadas, e aproveitou para pedir que casos de crimes também sejam comunicados a delegacias, e não somente no Facebook:
– Eles denunciam no Facebook, mas (os casos) têm que estar na delegacia, né? Cada um põe o que quer na rede. Para mim, algumas denúncias são infundadas. Se fossem verdadeiras, a delegacia de Seropédica estaria lotada de registros de ocorrência, o que não é verdade.
Veja alguns relatos que estão na página, reproduzidos da mesma maneira que foram escritos:
“Era noite já e não tinha nenhuma iluminação (um problema que temos enfrentado aqui no campus), quando de repente me deparei com um indivíduo na minha frente. Ele me mandou parar, obedecer tudo que ele falasse ou eu sofreria as conseqüências. Eu não tinha reação. Eu não conseguia me mover. Diante disso ele irritado me deu um tapa no rosto, mandou eu tirar a blusa. Diante da minha negativa ele tentou puxar minha calça causando um rasgo nela. (…) Da onde estávamos dava pra ver a guarda universitária do campus, foi quando percebi um carro da guarda saindo e subindo a rua, olhei assustada pro carro e ao perceber a movimentação o indivíduo se assustou, me largou e disse pra eu ir andando disfarçadamente pra onde eu estava indo, sem falar com ninguém, sem pedir ajuda, ou ele iria atrás de mim, porque sabia meu nome e onde eu morava. (…) Diante disso, hoje, eu me encontro em total pavor.”
“Me sinto abusada,invadida por não poder caminhar com segurança dentro da universidade…Assim como eu,já vi várias meninas sendo abordadas por esses caras que trabalham nas obras da Rural. O problema é essa cultura de achar que ”ah,foi só uma cantada mais grosseira,é normal!’”
“(…) Já fui assediada por professores desta universidade, com propostas indecentes, desde aqueles que foram diretos e chamaram para um jantarzinho mais intimo aos indiretos que chamam para uma cervejinha fora da rural (…) te prometem vantagens (…) e quando vc se recusa e rejeita a proposta é perseguida, ja tive muita vontade de abandonar meu curso por causa dessas coisas (…)”
“Numa tarde, a caminho do bandex, passei por um grupo de aproximadamente 10 funcionários e ouvi insultos de todos, um deles ainda ousou aproximar o rosto do meu ouvido para sussurrar asneiras; ao me manifestar, me afastando e rebatendo o que ouvia, tentando me manter firme, eles começaram a me ofender e hostilizar mais ainda, só que dessa vez num tom ameaçador, me deixando extremamente assustada e indignada.”
Convidado da Flip, escritor transforma Axl Rose e Michael Jackson em literatura
0Isabelle Moreira Lima, na Folha de S.Paulo
Prazos, para escritores, são sempre tensos: o editor quer menos tempo, o autor quer mais. Nos agradecimentos do livro de ensaios “Pulphead – O Outro Lado da América” (Cia. das Letras), o escritor John Jeremiah Sullivan menciona “aqueles que demonstraram gentileza e compromisso com o prazo”.
John leva entre seis e nove meses para produzir um ensaio. E, eventualmente, atrasa. A justificativa? Pesquisa extensiva e extremo apuro formal.
Em seu último livro, com trabalhos escritos entre 1997 e 2011, sobre assuntos como um festival de rock cristão, a aura do neoconservadorismo americano e a genialidade esquecida de Michael Jackson, o ensaísta teve de revisitar e aprofundar textos há tempos publicados e abandonados. “Odeio o meu trabalho de uma semana atrás, nem tenho cópias dos meus livros em casa. Foi terrível.”
John Jeremiah Sullivan

O escritor americano John Jeremiah Sullivan, que vem para a FLIP, mistura estilos diferentes para escrever sobre temas não menos distintos: do fim do Guns NRoses até suas relações familiares (Sebastian Lucrecio)

Há 15 anos, ele trabalha na pesquisa para um livro, a ser publicado em 2014. É a história de um advogado alemão que foi ao sul dos EUA, em 1730, e tentou fundar uma república iluminista utópica entre índios (Sebastian Lucrecio)

John escreveu ficção e poesia antes de chegar ao ensaio, aos 20 anos, quando disse ter ouvido sua própria voz (Sebastian Lucrecio)
O fruto dessa “terrível” experiência, sucesso de público e crítica, será assunto na próxima Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), entre os dias 3 e 7 de julho, em que ele participa de uma mesa sobre “a arte do ensaio”.
Nos EUA, “Pulphead” foi considerado um dos cem livros notáveis do ano pelo “New York Times”. Para a “Time”, ficou entre as dez melhores obras de não ficção, sob a justificativa de que, “com David Foster Wallace e Hunter S. Thompson mortos e Tom Wolfe praticamente aposentado, não restam muitos escritores com coragem e cérebro para confrontar nossa cultura e não se deixar contaminar pelos seus absurdos”.
A primeira ideia era que eu o acompanhasse na festa trimestral da revista “Paris Review”, em que trabalha como editor, em Nova York. Seria interessante -eu repetiria seus próprios passos, quando acompanhou Miz, subcelebridade conhecida pelo reality show “The Real World”, da MTV, em uma balada.
A segunda opção seria uma viagem à Carolina do Norte, para conhecer a casa onde vive com a família. Fiquei espantada com sua generosidade: ele me disse que eu poderia dormir lá.
Acabamos em um banco de praça, em Nova York. Era uma tarde de sábado. Ali, John falaria, entre tragadas de um cigarro que ele mesmo enrolou, sobre sua vida de escritor, o livro que lança no Brasil, seu próximo trabalho e a entrevista em si. “O meu trabalho é fazer exatamente o que você está fazendo.”
VELHO NOVO ENSAIO
John discorda dos críticos que o consideram expoente de um estilo batizado como “o novo ensaio”. “Se você lê bastante, vai ver que esse jeito de escrever sempre existiu. O que acontece é que, de vez em quando, as pessoas voltam a ficar interessadas no assunto e colocam a palavra ‘novo’ na frente.”
Como ele mesmo define, o formato ensaio, em sua versão “século 21”, dá conta de uma escrita em primeira pessoa, caracterizado pela análise e argumentação em torno de um tema. E faz uso de estratégias literárias, como o cuidado com a forma e a tensão narrativa, “como se fazia no século 18”.
Geralmente, há dois caminhos para quem passa meses trabalhando em um texto assim, que requer extremo aprofundamento do tema: a repulsa ou a obsessão. John costuma ser vítima do segundo.
Há 15 anos, ele trabalha na pesquisa para um livro, a ser publicado em 2014. É a história de um advogado alemão que foi ao sul dos EUA, em 1730, e tentou fundar uma república iluminista utópica entre índios. Foi perseguido pelos ingleses e morreu na prisão, em 1743. Para o trabalho, aprendeu a ler em alemão.
“Você está perto de terminar?”, pergunto. “A resposta depende do quão deprimido estou. Algumas vezes, diria que tenho 60%. Em outras, tenho 4%.”
Na segunda locação da entrevista, um café ao lado do hotel em que estava hospedado com a mulher e as duas filhas, de dois e sete anos, ele fala devagar, com longas pausas entre as ideias. Com o olhar distante, dá a impressão de ter deficit de atenção. Mas o raciocínio seguinte à pausa é tão articulado que logo a hipótese é descartada.
John acredita ter se tornado escritor na infância. Nascido em Louisville, Kentucky, no sul dos Estados Unidos, em 1974, filho de um jornalista esportivo e de uma professora de inglês, ele conta que nunca teve muita esperança de “escapar do carma de escritor”.
Escreveu ficção e poesia antes de chegar ao ensaio, aos 20 anos, quando disse ter ouvido sua própria voz. Para James Wood, crítico de literatura da revista “New Yorker”, sua principal característica é a qualidade de camaleão, de adaptar a voz narrativa ao assunto que está sendo abordado.

Convidado da Flip(Festa Literária de Paraty) escritor transforma Axl Rose e Michael Jackson em literatura (Paulo Whitaker/Reuters/Michael A. Mariant/Associated Press)
ESQUISITOS E PROBLEMÁTICOS
Mas talvez o traço mais marcante do autor seja a capacidade de retratar personagens esquisitos, problemáticos ou fracassados com doses iguais de humor e generosidade. “Eu parto do pressuposto de que todos nós somos prejudicados pela vida. Tento ver o personagem não com empatia, mas a partir de uma postura de igualdade.”
Após a terceira e última mimosa (espumante com suco de laranja), diz que quer saber mais sobre o Brasil. Quase foi ao país para acompanhar a ação da polícia no Complexo do Alemão, em 2010. Agora, espera conhecer outras cidades além de Paraty, Rio e São Paulo. “Você me recomenda alguma outra região?”
Por ele ter nascido no sul dos EUA, digo que o Nordeste poderia apresentar paralelos interessantes. Falo sobre a colonização, sobre Salvador, sobre a influência africana na cultura da região. Apaixonado por música (toca vários instrumentos e escreve seguidamente sobre o assunto), ele pergunta sobre os artistas locais. E a conversa termina com um interrogatório sobre Caetano Veloso.
Não duvidaria se dali nascesse uma nova obsessão.
VEJA TRECHO DE “O ÚLTIMO RETORNO DE AXL ROSE”, DE “PULPHEAD”
Será que a banda não deveria voltar? Será que não percebem o impacto gigantesco que isso causaria? Dana Gregory me contou que Slash e Izzy nunca mais vão tocar numa banca com Axl. “Conhecem ele bem demais.”
Eu não conheço nem um pouco do Axl. Se o pessoal dele tivesse deixado a gente conversar, talvez ele tivesse me mordido, me batido e me mandado manter meus pirralhos de merda dentro de casa, e eu seria capaz de transcender esses sentimentos.
Mas, nas circunstâncias atuais, tudo que posso fazer é ouvir “Patience” mais uma vez. Não sei como são as coisas aí onde você mora, mas aqui no Sul dos Estados Unidos, onde estou, essa música ainda toca o tempo todo.
E eu assobio junto e espero por aquela voz, perto do fim, quando ele canta “Ooooooo, I need you. OOOOOO, I need you”. E naquele primeiro Ooooooo ele alcança uma nota capaz de esgarçar tecidos. Ela conjura a imagem de alguém arrancando o próprio escalpo como se fosse uma casca de uva.
Preciso tomar cuidado para não tentar cantar junto nessa parte, porque isso pode fazer você meio que se engasgar e quase vomitar um pouquinho. E no segundo OOOOOO você enxerga apenas um crânio desnudo, verde e brilhante pairando ali, vibrando de boca escancarada numa cela de prisão.
Ou sei lá eu o que você enxerga.