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Sérgio Rodrigues e Antonio Prata são finalistas do Prêmio Portugal Telecom
0Publicado na Folha de S.Paulo
O Prêmio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa divulgou nesta quinta (25) seus 12 finalistas.
O Portugal Telecom possui três categorias (romance, poesia, contou ou crônica), cada uma com quatro indicações.
O escritor português nascido em Angola Gonçalo M. Tavares, Sérgio Rodrigues e o colunista da Folha Antonio Prata são alguns dos finalistas.
Cinco dos indicados ao Portugal Telecom (Rodrigues, Prata, Verônica Stigger, Zuca Sardan e Everardo Norões) também concorrem ao Jabuti, tradicional prêmio literário também divulgado nesta semana.
O júri que elegeu as obras foi formado pelos quatro atuais curadores —Selma Caetano (curadora-coordenadora), Cintia Moscovitch (curadora de contos/crônicas), Lourival Holanda (curador de romance) e Sérgio Medeiros (curador de poesia)— e pelos seis jurados, democraticamente eleitos pelo corpo inicial de jurados —João Cezar de Castro Rocha, José Castello, Leyla Perrone-Moisés, Luiz Costa Lima, Manuel da Costa Pinto e Regina Zilberman.
O vencedor de cada categoria irá receber R$ 50 mil. Um dos três ganhará também o Grande Prêmio Portugal Telecom, que oferece mais R$ 50 mil.
O resultado final será divulgado entre o final de novembro e começo de dezembro.
Confira a lista completa de finalistas.
ROMANCE
“A cidade, o Inquisidor e os Ordinários” (Companhia das Letras), de Carlos de Brito e Mello
“Matteo Perdeu o Emprego” (Foz), de Gonçalo M. Tavares
“O Drible” (Companhia das Letras), de Sérgio Rodrigues
“Opsanie Swiata” (Cosac Naify), de Verônica Stigger
POESIA
“Brasa Enganosa” (Patuá), de Guilherme Gontijo Flores
“Observação de Verão Seguido de Fogo” (Móbile Editorial), de Gastão Cruz
“Ximerix” (Cosac Naify), de Zuca Sardan
“Vozes” (Iluminuras), de Ana Luísa Amaral
CONTOU OU CRÔNICA
“Asa de Sereia” (Arquipélago Editorial), de Luís Henrique Pellanda
“Entre Moscas” (Confraria do Verbo), de Everardo Norões
“Nu, de Botas” (Companhia das Letras) de Antonio Prata
“Viva o México” (Tinta da China), de Alexandra Lucas Coelho
Câmara Brasileira do Livro anuncia finalistas do 56º prêmio Jabuti
0A entrega do prêmio será 18 de novembro, em São Paulo
Publicado no Correio da Bahia
Dedicado a reconhecer as principais etapas de produção de um livro e os mais diversos gêneros, a Câmara Brasileira do Livro anunciou, ontem, os 10 finalistas de suas 27 categorias da 56ª edição do prêmio Jabuti. Na lista, Laurentino Gomes, que ganhou livro reportagem e livro do ano pelos dois primeiros volumes de sua trilogia histórica – 1808 e 1822 – concorre agora com 1889.
O jornalista e biógrafo Lira Neto, terceiro lugar no ano passado, disputa com Getúlio – Do Governo Provisório à Ditadura do Estado Novo (1930- 1945). Entre os finalistas da categoria conto e crônica está Milton Hatoum e seu Um Solitário à Espreita. Ele concorre com Rubem Fonseca (Amálgama), Luiz Vilela (Você Verá), Antonio Prata (Nu, de Botas), João Vereza (Noveletas), Everardo Norões (Entre Moscas), Cristovão Tezza (Um Operário em Férias), Ettore Bottini (Uns Contos), Jádson Barros Neves (Consternação) e Moema Franca (Bem Aqui).
Entre os romancistas estão Bernardo Carvalho, Michel Laub, Veronica Stigger, Marcos Peres, Flávio Cafiero, Sergio Rodrigues, Marcelino Freire, Fernanda Torres, Luis S. Krausz e Laura Erber. Adelia Prado, com Miserere, lidera a lista de poesia. Pedro Veludo, com Da Guerra dos Mares e das Areias: Fábula Sobre as Marés, a de infantil. O resultado sai em 16 de outubro. A entrega do prêmio será 18 de novembro, em São Paulo.
A Flip chega à adolescência
0Começa nesta quarta mais uma Festa Literária de Paraty, a mais famosa do gênero no Brasil, que completa 12 anos abrindo espaço ao pensamento indígena e à América Latina
Camila Moraes e Marina Rossi, no El País
Quando dizem que a maturidade chega com o tempo, não é à toa, e essa máxima vale tanto para as pessoas como para as celebrações culturais. A Festa Literária de Paraty (Flip), que depois de 12 anos de existência é o evento literário brasileiro de maior visibilidade dentro e fora do país, é prova disso. Depois de pouco mais de uma década de prós e alguns contras, essa festa dos livros que acontece entre os dias 30 de julho e 2 de agosto em uma charmosa cidade do litoral do Rio de Janeiro, prova que ganhou personalidade, dando atenção a dois temas de total vigência no cenário de hoje: o pensamento indígena no Brasil e os laços entre brasileiros e seus vizinhos latino-americanos.
Esse passo seguro parece estar atrelado a um jovem curador, que no entanto nega o esforço de imprimir uma marca pessoal à programação do evento. “A meu ver, isso seria um engano, porque a Flip tem uma tradição. Tentei observar grandes momentos que a festa já teve, não para reproduzi-los, mas para recriá-los com novos convidados e conteúdos”, explica o jornalista e editor Paulo Werneck, de 36 anos. Sob seu comando, a Flip continua apostando em nomes célebres da literatura nacional e também da internacional – sempre dentro do formato que a consagrou, o de mesas de leituras e conversas entre escritores cujas trajetórias literárias encontram pontos em comum. Mas – ainda bem – resolveu olhar um pouco mais para os lados.
Em termos gerais, Werneck chegou trazendo da sua experiência em jornalismo a qualidade de destacar temas quentes e estabelecer diálogos. Junto à homenagem ao escritor, ilustrador, humorista e dramaturgo brasileiro Millôr Fernandes, reconhecido por seu estilo irreverente e satírico, o grupo de autores brasileiros se destaca por respirar ares jovens e, com diferentes matizes, fazer críticas ao poder, como comprovam as obras de escritores como Marcelo Rubens Paiva (Feliz ano velho; Não es tu, Brasil) Fernanda Torres (Fim), Antonio Prata (Meio intelectual, meio de esquerda; Nu, de botas) e Eliane Brum (A vida que ninguém vê; Uma duas).
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Mas as mudanças mais chamativas são outras. Primeiro, o “núcleo amazônico” que aparece pela primeira vez, composto pelo líder indígena yanomami David Kopenawa, pela fotógrafa Claudia Andujar e pelos antropólogos Beto Ricardo e Eduardo Viveiros de Castro. Todos intelectuais ligados a causas indígenas frequentemente ignoradas no país. Depois, a presença notável de quatro autores da América Latina hispânica, que nunca foi muito bem representada na programação. São eles o chileno Jorge Edwards, o mexicano Juan Villoro, a argentina Graciela Mochkofsky e o peruano Daniel Alarcón, ícones de quatro gerações e estilos literários bem diferentes. “A literatura latino-americana em espanhol vive um boom que, sendo editor, posso notar depois de acompanhar essa evolução no meu trabalho. No Brasil, apesar da proximidade, não estamos a par disso. É tarefa da Flip ajudar a transpassar esse tipo de barreiras culturais”, esclarece o curador.
Aproximar o Brasil do resto do mundo, de certa maneira, é algo que a Flip faz desde seus primeiros passos. A ala internacional é sempre representativa e costuma atrair grande parte do público que lota Paraty ao longo dos cinco dias de evento. Alguns nomes célebres da vez são o editor estadunidense Glenn Greenwald, que publicou no The Guardian uma série de reportagens feitas a partir dos documentos revelados por Edward Snowden; o escritor Vladímir Sorókin, o primeiro russo a participar de uma Flip, tido como o principal representante literário da resistência Governo Putin; e a escritora britânica Jhumpa Lahiri, filha de indianos e ganhadora de um prêmio Pulitzer que aborda temas como nacionalismo e imigração. Outros hits que merecem ser citados são os norte-americanos Andrew Solomon e Michael Pollan e o suíço Joël Dicker.
Mas nem tudo são flores. Uma das críticas que ainda se faz ao evento é a presença minguada de escritoras. Dos 47 convidados, apenas sete são mulheres – 15% do total. É uma parcela bem inferior à dos homens, como se observa no meio editorial como um todo, e que merece ser revista ao longo de toda cadeia. Werneck concorda: “É uma questão a se batalhar. Essa marca acompanha o próprio mercado, em que há mais homens lançando livros. Mas sem dúvida pode e deve ser melhorada”. Aí está mais uma missão plausível para uma festa de gente grande.
Dias de Millôr
Um dos mais importantes jornalistas, dramaturgos, escritores e cartunistas brasileiros, Milton Viola Fernandes é o homenageado da FLIP deste ano.
Nascido no Rio de Janeiro em 1923, Millôr, como era conhecido, teve a irreverência e inteligência como suas maiores marcas e passou pelos maiores veículos de imprensa brasileiros, incluindo os que surgiram durante a ditadura militar e hoje estão extintos, como O Cruzeiro, O Pasquim e Pif Paf.
Ao longo dos mais de 70 anos de carreira, o jornalista ganhou fama por suas colunas de humor, cheias de sátiras e ironias. Publicou mais de 20 livros, escreveu diversas peças de teatro, espetáculos musicais e centenas de crônicas. Millôr definitivo – A Bíblia do Caos é uma de suas obras mais conhecidas, com 5.142 frases do autor, que morreu em 2012, aos 88 anos, depois de sofrer um acidente vascular cerebral.
Durante a FLIP, serão publicadas cinco edições de um jornal batizado de Daily Millor, com intervenções feitas por convidados do evento, como Antonio Prata, Chico Caruso, Luis Fernando Veríssimo e Ivan Fernandes, filho de Millôr.