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Estudantes aprendem melhor com professores bonitos
0Assistir à aula de um professor atraente não faz bem só para os olhos – também leva os alunos a tirarem notas mais altas nas provas.
Ana Carolina Leonardi, na Superinteressante
Um bom professor precisa fazer malabarismo para conseguir manter a atenção e a motivação dos alunos, explicar o conteúdo de um jeito acessível e ainda garantir que a sala está absorvendo tudo. Mas, segundo um novo estudo, um rostinho bonito pode ajudar.
Pesquisadores da Universidade de Nevada gravaram a mesma aula de física sendo dada por um homem e por uma mulher. Cada áudio era associado a duas fotos: uma mostrava uma pessoas muito bonita e outra pouco atraente.
Os participantes da pesquisa escutavam uma versão do áudio enquanto, na sua frente, ficava o perfil do “professor” que estaria dando a aula, incluindo a fotografia. Depois, eles completavam um teste de múltipla escolha sobre a palestra e avaliavam a didática do professor.
Os alunos que acreditavam que a aula estava sendo dada por uma pessoa bonita acertaram uma quantidade maior de questões que os estudantes de professores “feios”. Além disso, também tiveram mais facilidade de prestar atenção e mais motivação para entender o tópico da palestra.
Estudos anteriores já mostraram que temos a tendência de olhar por mais tempo para quem é bonito – até para conseguirmos lembrar melhor daquele rostinho depois. Assim, é possível que, enquanto nosso cérebro armazena a beleza de alguém, acaba também guardando o conteúdo que ela está ensinando.
O que os cientistas não sabem ainda é se um professor mais bonito aumenta a eficiência do ensino ou se um palestrante pouco atraente é que piora o aprendizado, porque no estudo falta o meio termo, o professor que tem uma beleza “mediana”.
No entanto, o que os pesquisadores têm quase certeza é que o resultado não tem a ver com atração sexual. Seria fácil pensar que um aluno se esforçaria mais para agradar um professor bonito na expectativa (não necessariamente realista) de conquistá-lo. Mas os cientistas filtraram os resultados por gênero e orientação sexual e, mesmo assim, os professores mais atraentes conseguiram resultados melhores dos estudantes. Daí a conclusão de que a beleza não tem só impacto sexual, mas cognitivo também.
O estudo também encontrou evidência do já conhecido “efeito halo”: quando uma pessoa tem uma característica positiva muito pronunciada (no caso, a beleza), acaba “contaminando” positivamente a forma como os outros enxergam sua inteligência, sua personalidade e sua competência.
Nem por isso os professores menos atraentes precisam desanimar. De acordo com outras pesquisas, dá para compensar o “prejuízo” com senso de humor e empatia com os estudantes.
Como eu busco conhecimento?
0Como você faz para se atualizar profissionalmente? Esta reflexão não tem o intuito de refletirmos sobre quais meios estamos buscando novos conhecimentos.
Marcelo Castilho, no Administradores
Como você faz para se atualizar profissionalmente? É por meio da educação formal ou por meio de cursos livres? Quantos livros e artigos você lê por ano? Quantas palestras você assistiu até hoje?
Segundo a 4ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Ibope, a pesquisa nos mostra que o brasileiro lê, em média, 2,54 livros, e que o país tem cerca de 104,7 milhões de leitores, o que representa 56% da população. Isso demonstra que temos muitas pessoas excluídas da leitura e que também lêem muito pouco, ou seja, estão excluídas do conhecimento.
Esta reflexão não tem o intuito de discutir os motivos do baixo acesso à leitura, mas sim de refletirmos sobre quais meios estamos buscando novos conhecimentos, seja para a nossa vida pessoal, seja para a nossa vida profissional.
Nós podemos buscar conhecimento de várias maneiras. Uma delas é por meio de um curso técnico, graduação, pós-graduação, cursos livres de curta duração, entre outros. Fora dos ensinos tradicionais, podemos utilizar o YouTube, por exemplo, onde tem muitas pessoas dispostas a ensinar algo. Podemos encontrar treinamentos sobre programação de computadores, gestão, concurso público, idiomas, etc. Podemos acessar o Coursera, por exemplo, que é um site onde podemos assistir aulas de universidades nacionais e internacionais de alta credibilidade, e que de outra forma talvez não teríamos acesso. Outra maneira de obtermos mais conhecimento é por meio de palestras, sejam elas presenciais, sejam elas à distância. Há uma infinidade de palestras disponíveis no universo online, por exemplo, no YouTube ou no site da Endeavor. Outra forma de aprendermos é por meio de livros. Podemos adquirí-los de forma física em livrarias tradicionais, mas também podemos adquirí-los em livrarias que vendem livros usados, as chamadas “sebos” ou ainda adquirí-los em formato digital, os famosos e-books. E ainda uma outra forma bastante interessante é se propor a ensinar outras pessoas. Isso pode nos motivar a aprofundarmos ainda mais no tema proposto e estaremos ajudando outras pessoas a crescerem.
Enfim, não importa o meio pelo qual iremos aprender novas coisas, mas saber qual o meio se encaixa mais com o nosso perfil facilitará no processo de aprendizagem. O que importa é que tenhamos a iniciativa de buscar sempre novos conhecimentos. Consequentemente, manteremos nossa motivação sempre elevada, seremos pessoas mais inteligentes, seremos mais competitivos profissionalmente e estaremos cada vez melhores para prestarmos serviços de maior qualidade, ou seja, estaremos servindo melhor às pessoas.
O que a boa leitura faz com o seu cérebro?
0O cérebro é flexível e por isso é capaz de adquirir mais conhecimentos à medida que a pessoa arrisca a ler textos mais complexos. Por outro lado, ele também se acomoda à mediocridade
Denise Drechsel, na Gazeta do Povo
Comparar o ato de ler com uma espécie de “exercício físico” para o cérebro, como ocorre na musculação sobre a massa corporal, está longe de ser adequado – e com as últimas descobertas da neurociência, essa analogia serve apenas para dar uma ideia distante do seu efeito real. O percorrer os olhos sobre palavras ordenadas com um sentido faz muito mais: ajuda o cérebro a absorver conceitos da realidade e a dominá-la. Quanto maior o vocabulário, a fluência na leitura e a sua complexidade, maior a capacidade de compreender a si mesmo, interagir socialmente e ser bem-sucedido no mercado de trabalho. Se uma pessoa não sabe ‘nominar’ algo, em geral, não a assimila com clareza.
O processo de entender o mundo começa na infância. A rede neural tem sua idade de ouro nos primeiros anos, quando é maior a neuroplasticidade (a capacidade de reter conhecimentos). Quando uma criança começa a ler, entre 5 e 8 anos, o cérebro fica mais eficiente e, para eliminar sobras e aumentar a sua agilidade, ocorre a chamada poda neuronal, a perda de bilhões de neurônios até os 10 anos, algo natural para o organismo. Esse recuo é tão grande que até a espessura do córtex cerebral diminui.
O maior efeito disso incide sobre o aprendizado, principalmente em relação à linguagem escrita. Se a rede neural não é estimulada, falta essa poda ‘qualificada’ e a criança sofre os efeitos do desuso – e aqui a comparação do organismo com músculos atrofiados e excesso de massa gorda pode ajudar. “Se não ocorre essa simplificação neuronal nessa fase crítica, você não é capaz de desenvolver uma linguagem mais complexa quando adulto”, explica o neurocientista Renato Sabbatista, pós-doutor pelo Instituto Max Planck. “Pouco dessa situação pode ser sanada nos anos seguintes, mas é preciso um esforço maior, mais ou menos como quando um idoso aprende a dirigir, demora mais”.
Da infância à vida adulta, para que esse processo não regrida, é necessário colocar o cérebro em contato com conteúdos cada vez mais complexos. Se a pessoa se contenta com linguagem simples – frases curtas da televisão e das redes sociais, vocabulário pobre e sintaxe pouco elaborada –, o desenvolvimento cerebral se estabiliza e a pessoa se torna incapaz de compreender ideias com consequências significativas para si mesmo e para a sociedade. As pesquisadoras Yellolees Douglas e Samantha Miller perceberam, por exemplo, que estudantes que liam diariamente o “Huffington Post” tiveram a menor pontuação em seus escritos do que os que liam, ainda que com menos frequência, o “The New York Times”.
O esforço para ler e entender textos mais complexos, por outro lado, aumenta a qualidade da chamada ‘fala silenciosa’, o discurso interior feito por quem é capaz de escrever frases coerentes. Ao mesmo tempo, exercita a memória, necessária para falar, escrever e entender. “O contrário se pode perceber em uma pessoa que vai morar em outro país, que começa a utilizar um português mais simples porque vai esquecendo as palavras”, exemplifica Sabbatini.
Comer canela pode transformar você em bom aluno
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Segundo os pesquisadores, esse pode ser o método mais simples que existe para melhorar a capacidade de aprendizagem.
Publicado na Superinteressante
Uma equipe de cientistas liderada pelo médico Kalipada Pahan, da Universidade Rush, em Chicago, submeteu ratinhos a testes de memória e aprendizagem em labirintos. Dessa maneira, os pesquisadores descobriram quais camundongos eram bons alunos e quais eram ruins. Em seguida, eles acrescentaram canela à dieta de alguns dos ratos maus alunos – os outros seguiram com sua dieta normal, como controle. Aí os cientistas repetiram os testes cognitivos. Resultado: ratinhos maus alunos, quando comem canela, passam a ter um desempenho quase tão bom quanto os ratinhos bons alunos.
“Esse pode ser um dos métodos mais seguros e simples de transformar maus alunos em bons alunos”, disse Pahan, que nasceu na Índia, terra de muita canela na comida. O pesquisador já havia participado de uma pesquisa anterior que havia revelado efeitos benéficos da canela no tratamento de mal de Parkinson em camundongos.
O bom resultado provavelmente se deve ao efeito da canela no hipocampo, área do cérebro fundamental para a formação de novas memórias e para a aprendizagem. Ratos metabolizam a canela e produzem benzoato de sódio, uma substância química que age no hipocampo e que é usada na medicina no tratamento de danos cerebrais.
O próximo passo é verificar se os mesmos efeitos benéficos se repetem em humanos. Enquanto isso não acontece, não custa nada comer um pãozinho de canela antes da aula.
4 passos para aprender tudo que você quiser, segundo um Nobel da Física
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Publicado na BBC Brasil
Na escola, na faculdade e até mesmo no dia a dia, é comum nos depararmos com assuntos que não conseguimos compreender.
Mas Richard Feynman (1918-1988), ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1965, garantia que existe uma tática simples que ajuda a entender qualquer tema.
O próprio Feynman sempre foi reconhecido por essa característica entre os colegas: ele tinha muito talento para transformar explicações de coisas muito complexas em algo simples e fácil de entender.
E seu entusiasmo para explicar os conceitos mais difíceis costumava contagiar quem estava por perto.
O que Feynman defende em sua técnica é que existem dois tipos de sabedoria: a que é focada em saber apenas o nome de algo e a que é focada em de fato saber algo.
A receita para a real aprendizagem, segundo ele, é a última – e pode ser aplicada observando os quatro passos a seguir:
1) Escolha um conceito
Qualquer um que preferir. Pode ser um de macroeconomia, economia doméstica ou qualquer coisa que vier a cabeça.
Seja química ou culinária, ou primeiro uma e depois a outra. E anote o conceito – o mais importante aí é desenvolver o raciocínio.
2) Escreva-o como se estivesse ensinando uma criança
Redija, então, tudo o sabe sobre esse conceito.
Mas atenção: você precisa fazer isso da maneira mais simples possível. Escreva como se estivesse explicando para uma criança – ainda que isso pareça absurdo e desnecessário, é um passo muito importante.
Assegure-se de que, do início ao fim, você esteja usando uma linguagem bem simples. Além disso, evite jargões e expressões prontas que partam do pressuposto de que você já sabe o conceito delas.
Explique cada detalhe de tudo e não caia na tentação de omitir algo que, na sua visão, está subentendido.
3) Volte no tema e pesquise sobre ele
No passo anterior, provavelmente você encontrou lacunas no seu conhecimento. Coisas que você esqueceu e que não conseguiu explicar.
E esse é o momento em que você começa realmente a aprender. Volte à fonte de informações sobre esse tema e pesquise o que ainda falta entender.
E, quando você achar que cada subtema está claro, tente escrever no papel a explicação para ele de uma maneira que até uma criança entenderia.
Quando você se sentir satisfeito e estiver compreendendo tudo o que antes estava confuso, volte à redação original e continue escrevendo as explicações nela.
4) Revise e simplifique ainda mais
Depois de passar por todas essas etapas, revise o que escreveu e simplifique. Certifique-se novamente de que não usou nenhum jargão associado com o tema que está te intrigando.
Leia tudo em voz alta. Preste atenção para perceber se está tudo exposto da maneira mais clara possível.
Se a explicação não for simples ou se soar confusa, interprete isso como um sinal de que você não está entendendo algo.
Crie analogias para explicar o conceito, porque isso ajuda a esclarecer tudo na sua cabeça e é a prova de que você está realmente dominando aquele tema.