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Jovens de hoje não escrevem pior, garante o linguista Steven Pinker
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Steven Arthur Pinker é um psicólogo, linguista e neurocientista canadense da Universidade de Harvard (Foto: Rebecca Goldstein/Divulgação)
Raul Juste Lores, na Folha de S.Paulo
A internet não piora a maneira como escrevemos, nem os jovens de hoje têm menor domínio de redação que seus antepassados.
No best-seller “The Sense of Style” (o senso de estilo), o psicólogo, linguista e neurocientista Steven Pinker, 60, critica o conservadorismo dos manuais de redação, ataca regrinhas-clichê do escrever bem e defende uma escrita mais “clara, concisa, precisa, com tom e cadência”.
Professor de Harvard que combina prestígio acadêmico com linguagem cristalina e nada empolada, Pinker diz que escreveu seu manual não por saudosismo dos bons tempos, mas porque “estilo ainda importa”.
“Pode acontecer uma morte na estrada por um sinal mal escrito ou termos um coração partido por uma frase mal colocada naquela mensagem bem-intencionada”, diz à Folha.
“Governos e grandes empresas descobriram que pequenas melhorias na clareza podem evitar vastas quantidades de erros, frustrações e desperdícios, e muitos países têm feito da clareza a lei suprema.”
Ele diz que um dos maiores problemas em qualquer texto hoje é a “maldição do conhecimento” –quando o autor sabe demais e não tem ideia de que nem todo mundo sabe o mesmo que ele.
“Muitos profissionais buscam a cura para o seu academiquês, burocratês, corporatês, legalês, medicalês ou oficialês”, brinca. Vários dos conselhos do livro tentam exterminar o palavreado pomposo.
Para ele, o antídoto é supor que os leitores “sejam tão inteligentes quanto você, mas que por acaso não saibam alguma coisa que você sabe”.
“Conheço vários acadêmicos que não têm nada a esconder nem necessidade de impressionar. Eles fazem trabalhos revolucionários em assuntos importantes, raciocinam bem sobre ideias claras e são honestos, gente com os pés no chão, com quem você gostaria de tomar uma cerveja”, justifica. “Ainda assim, a escrita deles é horrenda.”
O livro esbanja bons e maus exemplos, de textos acadêmicos a romances clássicos, de quadrinhos à cultura pop, para defender a concisão e a elegância.
ESCREVER MAIS
Pinker explica que a vontade de escrever seu próprio manual (ele é um consumidor assumido de manuais) também tem relação com o presente, no qual todo mundo é escritor de vez em quando.
“Pesquisas têm demonstrado que os universitários de hoje estão escrevendo bastante mais que seus congêneres de gerações passadas, e que eles não cometem mais erros por página escrita”, diz.
“Não estamos escrevendo pior que antigamente. As pessoas confundem seu envelhecimento com o declínio do mundo ao seu redor. É a chamada ilusão dos bons velhos tempos”, explica.
“Coloquei no livro vários textos de 1889, 1833, 1785 em que os autores se queixavam da “juventude de hoje” que não sabia escrever. Nas tábuas de argila da Suméria antiga já havia reclamações de que os jovens estavam destruindo o idioma”, ri.
Apesar de a obra ter capítulos inteiros sobre a gramática do inglês, onde Pinker defende neologismos e expressões antes condenadas por linguistas, o autor diz que muitas de suas ideias de redação são universais.
“Mesmo em uma cultura que valorize mais a forma indireta e a polidez que nos EUA, como parece ser no português, uma descrição clara, concreta e vívida será mais eficiente que uma vaga, abstrata, oca e turva. É uma discussão relevante em português ou em inglês”, diz.
“Usamos a forma indireta, eufemismos e insinuações quando discutimos temas sensíveis, como sexo, mas muita má escrita, especialmente de acadêmicos, advogados e burocratas, vêm de inaptidão mais que de polidez.”
Quem só lê best seller não pode ser bom escritor, diz Hatoum a estudantes
0Artur Rodrigues, na Folha de S.Paulo
“Ninguém pode se tornar um escritor sem duas coisas: sem experiência de vida e de leitura. Quem lê só best seller e ‘Cinquenta Tons de Cinza’ não pode ser bom escritor”.
A lição é do escritor Milton Hatoum a uma plateia de estudantes municipais em um centro cultural na Vila Nova Cachoeirinha (zona norte de SP), nesta quinta (16).
No evento do Circuito São Paulo de Cultura, promovido pela prefeitura, o escritor encampou a difícil tarefa de tentar fazer adolescentes entenderem a importância da paciência na arte e na vida.
“O escritor espera o tempo passar para escrever sobre o passado. O romance é a arte da paciência. Você não pode escrever um romance em poucas semanas, poucos meses”, disse ele, que reescreveu seu romance mais conhecido, “Dois Irmãos”, 16 vezes.
Prosador tardio, lembrou ter publicado primeiro romance aos 36 anos, após tentativas de ser poeta (“É muito difícil escrever poesia) e arquiteto (“Fiz poucos projetos, todos desastrados”).
Hatoum contou também a experiência como aluno de outra escola pública, melhor e que reunia todas as classes sociais. “Esse projeto foi interrompido na época da ditadura”, diz.
Em bate-papo informal, respondeu perguntas sobre bullying, vaidade, inspiração e aposentadoria. “Não sei até quando vou ter fôlego para escrever. Estou escrevendo um romance (em dois volumes) há cinco anos”, disse. “Talvez depois desses dois eu não escreva mais nada.”
Na abertura, o prefeito Fernando Haddad (PT) aconselhou os jovens a lembrarem da conversa no futuro, quando tiverem contato com a obra do autor. Foi embora logo em seguida, deixando na plateia alguns secretários municipais, como o ex-senador Eduardo Suplicy (Direitos Humanos) e Nabil Bonduki (Cultura).
Autor de best-seller “O Milionário Mora ao Lado” morre em acidente de carro nos EUA
0Thomas J. Stanley utilizou suas pesquisas para desmascarar a percepção de que a maioria dos milionários é gastadora de dinheiro
, noATLANTA (Reuters) – O escritor Thomas J. Stanley, autor do best-seller “O Milionário Mora ao Lado – Os Surpreendentes Segredos dos Ricaços Americanos”, morreu em um acidente de carro perto de casa nos arredores de Atlanta, nos Estados Unidos, informou a polícia nesta segunda-feira. Ele tinha 71 anos.
Stanley, cuja série de livros sobre milionários ajudou a definir uma geração de pessoas ricas nos Estados Unidos, morreu no sábado à tarde quando um carro bateu em seu veículo perto da casa dele em Marietta, no Estado da Georgia, cerca de 30 quilômetros ao norte de Atlanta, disse a sargento Dana Pierce.
Professor aposentado de marketing na Universidade Georgia State, Stanley utilizou suas pesquisas para desmascarar a percepção de que a maioria dos milionários é gastadora de dinheiro.
Seu livro de 1996 “O Milionário Mora ao Lado”, escrito em parceria com William D. Danko, descreve os milionários como pessoas econômicas e ainda é um livro recomendado como um bom aconselhador financeiro.
50 mil exemplares de ‘Diário de Um Banana’ são roubados
0Centro de distribuição da editora foi invadido e ladrões levaram apenas os títulos da série best-seller de Jeff Kinney
Maria Fernanda Rodrigues, no Estadão
A editora V&R foi vítima de um crime raro: roubo de livros. Na madrugada de segunda-feira, ladrões levaram nada menos do que 50 mil exemplares da série infantojuvenil Diário de Um Banana de seu centro de distribuição, em Carapicuíba. Nenhum outro título foi roubado. “Foi um furto qualificado. Estamos falando de um best-seller, livros que estão bem expostos em livrarias de todo o País”, comentou Sevani Matos, diretora da V&R. A polícia investiga o caso.
Os livros de Jeff Kinney, que têm como protagonista o Greg, um garoto tímido, comum – um anti-herói que se tornou herói de muitos meninos -, e já foram adaptados para o cinema, estão entre os mais vendidos do mundo. Só no Brasil, já foram comercializados, segundo a editora, 5,1 milhões de exemplares – um feito e tanto. Aqui, foram publicados oito volumes em capa dura, além de caixas para colecionadores e outros títulos que são desdobramentos da história – como o Diário de Um Banana Faça Você Mesmo e o livro do filme. Internacionalmente, o número de vendas chega a 75 milhões de cópias. Os ladrões levaram apenas os títulos principais – um pouco de cada.
A diretora não tem muita esperança de reaver o material, a não ser que alguém faça uma denúncia anônima. “Livros não são como televisão, que têm número de série e de lote, por isso vai ser difícil encontrar. Imagino que eles serão comercializados a preço de nada, sem nota fiscal porque se existe o ladrão é porque existe o receptor”, disse.
O operação da editora neste fim de ano, no entanto, não será prejudicada, garante Sevani Matos. Há mais volumes em estoque e reimpressões são constantes. E os fãs de Greg podem esperar para abril o lançamento do 9.º volume da coleção.