Posts tagged Carlos Eduardo
Menino de 7 anos lê 88 livros em 2016: ‘a gente conhece um novo mundo’
0
Cadu é acostumado a ler desde os quatro anos de idade (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Morador de Palmas, Carlos Eduardo lê desde os quatro anos.
Ele também já escreveu quatro obras, que ainda não foram publicadas.
Publicado no G1
Um menino de 7 anos, morador de Palmas, conseguiu ler 88 livros só este ano. Carlos Eduardo, o Cadu, como gosta de ser chamado, lê desde os quatro anos. O amor pelos livros nasceu dentro de casa, já que a mãe Dark Luzia dos Santos também é apaixonada pela leitura. (Veja o vídeo)
“A gente pode rir de novas piadas, tem novas aventuras. A gente conhece um novo mundo na leitura”, diz o menino.
No decorrer do ano, a mãe anotou todas as obras lidas pelo filho. Ao final, ela se impressionou com a quantidade.

Carlos Eduardo leu 88 livros só este ano
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
“O objetivo não era contabilizar os livros, não tínhamos esse interesse. A escola cobrava uma ficha literária, que eu fui preenchendo. Quando eu me assustei já tinham seis fichas preenchidas. Eu fui contar aí fui entender que ele tinha lido esse tanto de livro”, relatou Dark.
De tanto se dedicar, Cadu decidiu que era hora de colocar as próprias ideias no papel. Ele já escreveu quatro livros. Por enquanto, é só um esboço. “Minha mãe teve a ideia de eu escrever livros. Eu me inspirei e gostei da ideia”.
Apesar de as histórias do filho ainda não terem sido publicadas, a mãe comemora o avanço. “Muito orgulhosa porque quando eu tinha o dobro da idade dele, eu fiz um livro de poesia. Eu tinha o sonho de escrever e acabei não desenvolvendo isso. Vendo o Carlos Eduardo, para mim é como se eu estivesse me realizando”.
Longe de chegar à faculdade, Cadu já sabe o que quer para o futuro. “[Quero ser] doutor e pastor. Doutor em tirar nenem da barriga. Escritor eu já sou”, conclui sorrindo.
Grupo Abril compra distribuidora de livros digitais Xeriph
0Na transação, foi incluída a livraria digital Gato Sabido, pioneira no país na venda de e-books
Maurício Meireles, em O Globo
RIO — A Abril Mídia, empresa do Grupo Abril, acaba de fechar a compra da distribuidora de livros digitais Xeriph, depois de terminar auditoria nas contas da empresa. Na transação, foi incluída a livraria digital Gato Sabido, pioneira no país na venda de e-books. O anúncio será feito às 18h na comunicação interna do grupo.
A aquisição faz parte da estratégia da Abril de ampliar sua participação no mercado de conteúdo digital não só para tablets, mas também smartphones e computadores pessoais. O primeiro passo dessa estratégia foi o lançamento do Iba, livraria digital do grupo lançada em março de 2012. Após um ano de operação, a livraria da Abril já tem mais de 400 mil usuários e mais de 5 milhões de downloads de publicações. No seu catálogo de livros e revistas, há 16 mil títulos.
— A Xeriph praticamente inaugurou o mercado de livros digitais no Brasil e tem um papel muito importante de levar a produção nacional para um grande número de livrarias virtuais, desde redes regionais até grupos estrangeiros. Seu pioneirismo e seu compromisso em levar informação e cultura para um público cada vez maior revela uma perfeita identidade com a Abril — diz Manoel Lemos, diretor geral digital da Abril Mídia.
Carlos Eduardo Ernanny, fundador da Xeriph, continuará à frente da empresa, sediada no Rio de Janeiro.
— Com o apoio financeiro e estratégico da Abril, poderemos aprimorar o serviço prestado aos nossos clientes e parceiros. E acelerar ainda mais o desenvolvimento de novos projetos com bibliotecas, operadoras de telefonia e instituições de ensino. Quem ganha é o mercado como um todo — afirma Ernanny.
A Xeriph foi fundada em 2010 e, hoje, tem em sua carteira de clientes 240 editoras nacionais.
Em Belo Horizonte, ex-faxineira vira “celebridade” por falar quatro línguas
0Carlos Eduardo Cherem, no UOL
Não restou outra alternativa nesta sexta-feira (17) à administração do Mercado Central de Belo Horizonte: arrumar um uniforme novo para as imagens e organizar as entrevistas da ex-faxineira Maria da Conceição da Silva, após a súbita fama da pernambucana, quando os colegas descobriram que ela fala inglês, holandês, italiano e espanhol, além de “arranhar” alemão, árabe e hebraico, e contaram para a diretoria do mercado.
Com isso, em pouco mais de 15 minutos de conversa, com o superintendente do mercado Luiz Carlos Braga, informado no início de maio, que, além de poliglota, a faxineira tem formação superior em contabilidade, Maria da Conceição foi promovida a atendente turística do Mercado Central. Seu salário passou de R$ 674 (salário mínimo) para R$ 1.100, com a promoção.
“Estamos organizando. É para ficar mais ajeitado”, afirma o superintendente, que pede que os jornalistas formem uma fila para falar com a empregada do mercado.
Maria da Conceição atendeu a reportagem do UOL, entre os desfiles que fez nos corredores do mercado para as imagens e as entrevistas individuais que concedeu aos repórteres. A agora atendente turística disse que há exageros na repercussão do caso e que não se sente celebridade.
“Senhor, estão exagerando. Eu só falo quatro línguas. O alemão, árabe e hebraico, eu só arranho o alemão, árabe e hebraico. Não tem nada disso não”, diz Maria da Conceição.
“O hebraico estava aprendendo com um amigo marroquino. Eu só arranho, não falo”.
O mundo sem fronteiras

Ex-faxineira do Mercado Central Maria da Conceição da Silva fala inglês, holandês, italiano e espanhol, além de “arranhar” alemão, árabe e hebraico (foto: Carlos Eduardo Cherem/UOL)
“Sou filha de pais separados. Meus irmãos mais velhos foram criados pela minha avó materna. Um outro foi criado por parentes. Minha mãe me doou ainda bebê. Mas arrependeu-se e me buscou mais tarde.
Aos 11 anos, Maria da Conceição trabalhava como recepcionista e, a mãe, como doméstica. “Estudava em colégio de freiras. No escritório, fazia serviços gerais e datilografia”. Mudou-se com a mãe para Fortaleza e lá fez o ensino fundamental num colégio militar.
Após o período na capital cearense, transferiu-se novamente com a mãe para Elesbão Veloso (PI), onde morou na casa de uma irmã. De lá, foi para Teresina e concluiu o ensino médio no Colégio Salesiano. Mudou-se com a mãe para Campina Grande (PB), onde trabalhou em diversas profissões.
“Comecei no levantamento de estoque em uma loja de autopeças, depois fui para o balcão. Aprendi muito. Fiz serviços hidráulicos e de servente de pedreiro também. Fui doméstica e até em oficina mecânica trabalhei”. Nessa cidade paraibana, em 1991, a mãe morreu.
Em 2005, Maria da Conceição trabalhava numa oficina de informática quando conheceu um alemão, um espanhol e uma holandesa. Eles faziam intercâmbio no país e foram embora. Mas a amizade foi mantida por meio de contatos pela internet. “Numa dessas conversas, entrou uma mineira, dez anos mais nova, que se tornou minha companheira. Sou homossexual”.
As duas foram convidadas pela amiga holandesa para se mudarem para lá. Toparam e, em Amsterdam, fizeram faxina e reforma de residências para sobreviver. Foi aí, que Maria da Conceição começou a aprender, “com uma certa facilidade”, as línguas que hoje domina.
Voltou o ano passado, após ter conhecido boa parte da Europa, e veio morar com uma irmã em Belo Horizonte e, óbvio, teve de procurar emprego.
Acabou arrumando o de faxineira do mercado e, agora, a promoção, quando foram descobertas suas qualificações.
15 minutos de fama
Dá um sorriso largo e avisa à reportagem, quando se prepara para atender outro jornalista, já impaciente na fila: “Eu sei disso tudo. São os 15 minutos de fama…”
“Você acha que eu sou boba? Isso tudo passa rápido”. Entretanto, não esconde uma leve expectativa com a súbita fama: “Emprego? É. Isso pode ser que melhore um pouco”, afirma Maria da Conceição, antes de partir para outra entrevista.
Em Belo Horizonte, desde setembro do ano passado, procurou trabalhar em escritórios mas não conseguiu. “As pessoas criavam dificuldades: veio da Europa? O que fazia lá? Já passou dos 40? Tem curso superior, precisamos de pessoas com formação até o ensino médio”, diz.
“Fiquei sabendo que havia vaga na faxina do mercado e fui ao escritório. Mas não apresentei currículo e omiti a formação superior e o fato de falar outras línguas”, afirma.
Ela afirma teve dificuldades para arrumar emprego em Belo Horizonte, mesmo com a boa formação educacional. Por isso, foi para a faxina do mercado e, agora, o atendimento aos turistas.
Em MG, preso é transferido para cursar educação física em federal
0A cada 12 horas de estudo, a pena é reduzida em um dia
Carlos Eduardo Cherem, no UOL
Bruno de Oliveira Reis, 32, espera “com ansiedade” sua transferência de Muriaé (316 Km de Belo Horizonte) para Visçosa (226 Km da capital mineira). Presidiário, Bruno vai de uma penitenciária para a outra para começar a graduação de educação física na UFV (Universidade Federal de Viçosa). Suas aulas começam dia 13 de maio.
Para frequentar as aulas, Bruno vai ter escolta policial já que está preso em regime fechado. Sua pena é de nove anos e oito meses de prisão, por receptação e furto qualificado. Com a graduação, ele terá a chance de reduzir sua tempo na prisão – a cada 12 horas de estudo, a pena é reduzida em um dia.
“Sempre tive o incentivo dos meus pais, que são professores de ensino superior”, conta o calouro da UFV. “Tive o apoio da família, independente do meu erro. Meus pais ficaram muito felizes com a minha conquista.”
Há 54 presidiários fazendo curso superior no Estado de Minas.
Estudava quatro horas por dia
“Durante três meses, entre setembro e dezembro do ano passado, estudei cerca de quatro horas por dia. Fiquei oito anos afastado dos estudos e tive a oportunidade de voltar a estudar”, conta.
Sobre a relação com os novos colegas de faculdade, Reis acredita que não terá dificuldades em manter uma boa convivência.
“Não acredito que o preconceito vá me atrapalhar, caso exista algum. Vou me empenhar bastante para aproveitar o máximo esta oportunidade. Fiquei realizado e certo do meu potencial. A tendência agora é progredir. Dar aula de educação física e trabalhar numa faculdade. Futuramente, quem sabe, posso até montar uma academia”.
Quando foi preso, em setembro de 2012, Reis não tinha terminado o ensino médio. Longe dos livros e cadernos por oito anos, prestou o Enem Prisional, junto com 3.141 presos de 95 penitenciárias de Minas Gerais. Teve média de 666,40.
Na unidade em que ele cumpre pena, outros 32 presos fizeram tentaram vagas pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada).
Movimento do bem
Cerca de 30% dos 20 mil presos de Minas Gerais, com condenação definitiva, estudam. Espalhados por 71 escolas de alfabetização, do fundamental e do ensino médio, esses seis mil detentos frequentam cursos com carga horária e conteúdo das disciplinas idênticos aos mantidos na rede de escolas estaduais.
“O preso precisa sair melhor do que entrou. É essa a meta, que inclui estudo e trabalho”, afirma diz o superintendente de Atendimento ao Preso da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais, Helil Bruzadelli.
Atualmente, 400 empresas estão dentro dos presídios mineiros ou contratam detentos para serviços externos. Para cada três dias de oito horas de trabalho, os presos têm um dia de redução nas penas. Com registro na Carteira de Trabalho, recebem por mês três quartos de salário mínimo. Cerca de 300 detentos trabalharam durante dois anos nas obras de reforma do Mineirão para a Copa do Mundo 2014, reinaugurado no início de 2013. Segundo Bruzadelli, com isso, conseguiram em média a diminuição de 240 dias nas penas que têm de cumprir. “É um movimento do bem. Trabalhamos a cidadania”