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Projeto leva escritores para conhecerem instituições e ações sociais
0O resultado é um programa web que une literatura e solidariedade
Arisson Tavares, no Escritor Solidário
Existe alguma ligação entre as palavras “literatura” e “solidariedade”? Para o escritor Arisson Tavares e Giliard Cruz, a resposta é sim. Juntos, eles estruturaram o programa Escritor Solidário, que estreou no início de fevereiro na internet. Diferente dos tradicionais formatos de entrevista voltados para a literatura, o projeto traz uma proposta nada convencional, já começando pelo cenário. Ao invés de estúdios ou belas paisagens, os bate papos acontecem dentro de uma instituição sem fins lucrativos. “A cada mês, levamos um escritor para conhecer uma ONG. A proposta não é levar autores para simplesmente divulgarem suas obras. Queremos levantar um debate sobre a conexão entre literatura e solidariedade”, explica Arisson, que apresenta o programa.
A inspiração surgiu durante a vida acadêmica do escritor, que tem dois livros de crônicas publicados. O trabalho como jornalista na Abrace, instituição que oferece assistência a crianças e adolescentes com câncer, também incentivou Arisson a consolidar a ideia. “Na faculdade, conheci o trabalho do jornalista Marcelo Canellas e sempre quis fazer algo do gênero. A sensibilidade das matérias dele são inspiradoras e despertam em quem assiste uma reflexão. Quando produzo algo, penso: será que é isso que eu quero que meus filhos e netos vejam? Precisamos deixar o nosso legado, seja qual for a profissão escolhida. No meu caso, sou escritor e jornalista. Nada melhor do que unir estes dois universos”, conta ele.
No primeiro episódio, o escritor Alex Almeida visita o Lar de São José, que tem como objetivo principal atender crianças e adolescentes sob medida protetiva. Além do programa, publicado no Youtube, o autor convidado disponibilizou um texto inédito sobre a participação no projeto. “A escolha desta instituição não foi por acaso. O meu livro, ‘Depois das Cinzas’, é um romance ambientado durante o período da Ditadura Militar contando a trajetória de Davi, um rapaz órfão que ingressou no mundo adulto tentando fugir de um sistema opressor e buscando pessoas com as quais ele pudesse criar referências sadias”, destaca.
Após participar do projeto, Alex não teve dúvidas: existe uma ligação entre literatura e solidariedade. “Sair daquele ambiente sabendo que as letras que transformei em palavras, em frases, parágrafos, capítulos… em um livro, traziam um pouco daqueles que ali estavam. Fez do meu personagem mais humano a meus olhos”, conclui o escritor.
Confira o vídeo:
Prêmio Oceanos aceitará livros em português de qualquer país
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Eduardo Saron, Ana Sousa Dias, Manuel da Costa Pinto e Selma Caetano durante coletiva de imprensa para anúncio das mudanças no Oceanos – Alessandro Giannini
Inscrições para concurso literário começa nesta sexta-feira
Alessandro Giannini, em O Globo
SÃO PAULO — O Itaú Cultural anunciou na manhã desta quinta-feira a internacionalização do Oceanos — Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa. A partir deste ano, serão aceitos livros publicados em quaisquer países, contanto que escritos em língua portuguesa. Até o ano passado, eram aceitos apenas títulos de autores brasileiros e portugueses publicados no Brasil. As inscrições começam nesta sexta-feira e podem ser feitas por meio do site do instituto (www.itaucultural.org.br).
— Chegamos ao momento que eu tanto acalentava há muito tempo. Estamos eliminando três palavras do regulamento: “publicados no Brasil”. A partir deste ano, qualquer livro em língua portuguesa publicado em qualquer lugar do mundo no ano anterior ao prêmio poderá concorrer. Ficou muito mais fácil — disse Selma Caetano, durante coletiva de imprensa para anúncio das mudanças no Oceanos.
Como parte da ampliação do concurso literário, o Itaú Cultural apresentou também a crítica literária portuguesa Ana Sousa Dias, que passa a integrar o corpo de curadores com os brasileiros Selma Caetano, que coordena o grupo, e Manuel da Costa Pinto. A ideia, segundo o triunvirato de curadores, é possibilitar que obras brasileiras, portuguesas e africanas sejam representadas de forma mais ampla e concorram em igualdade de condições.
— Creio que as pessoas vao se surpreender com a quantidade e a qualidade dos livros portugueses que surgirão. Vai ficar mais complicado, mas vai ficar mais completo. Com a vantagem de termos esse mapeamento da cena literária em língua portuguesa — disse Ana Sousa Dias.
Ainda segundo os participantes da coletiva, livros editados em Brasil e Portugal que sejam inscritos pelas duas editoras serão considerados. Mas, segundo os curadores, para avaliação será considerada a primeira edição. No caso das edições simultâneas, o autor terá a prerrogativa de escolher qual será avaliada.
O processo de avaliação, em si, permanece inalterado, assim como o valor total dos prêmios em dinheiro (R$ 230 mil) e a distribuição entre os quatro vencedores (R$ 100 mil para o primeiro lugar, R$ 60 mil para o segundo, R$ 40 mil para o terceiro e R$ 30 mil para o quarto).
Os inscritos passam por três peneiras, sendo que todos os livros serão lidos. Na primeira etapa, os curadores indicam um júri de avaliação formado por 40 especialistas que, entre julho e setembro, leem todos as obras e indicam por meio de votação os 50 melhores. Na segunda, entre setembro e novembro, um júri intermediário, formado por seis integrantes eleitos pelo corpo de jurados da fase anterior, avalia os semifinalistas e elege os dez melhores entre eles. Na última etapa, os mesmos seis jurados escolhem os quatro vencedores.
O prêmio tem um custo total de cerca de R$ 1,4 milhão, dos quais R$ 800 mil são incentivados por Lei Rouanet e R$ 600 mil de modo direto pela instituição. Os valores incluem a premiação de R$ 230 mil.
Em dez edições, o Oceanos premiou cinco autores não-brasileiros. No ano passado, foram recebidas 740 inscrições, entre as quais estavam 14 livros de autores portugueses, dois de angolanos e um de um autor moçambicano. Os quatro vencedores foram, pela ordem do primeiro ao quarto: “Galveias”, do português José Luís Peixoto; “A resistência”, de Julián Fuks; “O livro das semelhanças”, da poeta mineira Ana Martins Marques, e o livro de contos “Maracanazo e outras histórias”, do jornalista carioca Arthur Dapieve.
Recentemente, Selma e Costa Pinto passaram 20 dias em Portugal conversando com editores locais sobre a premiação e foram recebidos pelo ministro português da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes. Com isso, a expectativa é de que o aumento no número de inscritos seja da ordem de 50%.
– Nessas conversas, os editores portugueses estimaram entre 200 e 300 inscrições de livros lusos a mais – disse Selma Caetano.
Costa Pinto acrescentou que a produção de poesia portuguesa também pode ganhar destaque.
– Portugal é o país da poesia. E há uma produção muito grande, inclusive de pequenas editoras – disse o crítico literário e curador do prêmio.
Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, disse que para este ano não haverá ampliação do prêmio em dinheiro, mas nãos descartou a possibilidade para o próximo ano.
– Estamos estudando isso para a edição de 2018 – disse ele.
No Recife, aplicativo registra literatura e poesia que estão espalhadas pela cidade
0Publicado no Portal Aprendiz
Transitar pelas ruas e avenidas para ir de um lugar ao outro faz parte da rotina de qualquer pessoa que vive em uma grande cidade. Na maioria das vezes, é algo que fazemos quase no modo automático, sem nos darmos conta que por trás de cada rua, de cada praça e de canto da cidade, há uma história.
Recife, capital de Pernambuco, é um desses lugares, repleto de construções históricas e locais que foram homenageados por grandes poetas e escritores.
“Gosto muito de literatura, sobretudo a pernambucana. Um dia, conversando com uma amiga, eu percebi que vários poetas e escritores faziam referência a alguma rua da cidade. Então, pensei que seria muito interessante se as pessoas pudessem conhecer as ruas de Recife por meio de um viés literário’’, conta o diretor de cinema Eric Laurence, idealizador do projeto.
Foi a partir dessa conversa com a escritora Luzilá Gonçalves que Eric teve a ideia de criar o aplicativo Ruas Literárias do Recife, lançado em setembro de 2016.
Por meio de um serviço de geolocalização, o app mostra no mapa os pontos da cidade que foram citados em alguma obra literária. Ao passar pelo pin, o usuário tem acesso ao trecho da obra e informações sobre o autor, que podem ser salvas como favoritas ou compartilhadas nas redes sociais. É possível também encontrar os poemas buscando por nomes de ruas da cidade e escritores. E o app ainda traz um quiz sobre as obras.
O projeto foi viabilizado por meio de um edital do Funcultura (Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura da Secretaria do Estado) e demorou dois anos para ser concretizado.
Eric conta que o processo que levou mais tempo para ser realizado e exigiu muito cuidado foi a parte de pesquisa. A etapa durou cerca de nove meses e contou com o apoio da amiga Luzilá Gonçalves. “Era importante que a gente mostrasse a literatura de vários ângulos, desde autores mais tradicionais, a poetas marginais e contemporâneos, imprimindo diversos olhares sobre a cidade.”
Como explica o cineasta, a proposta do aplicativo vai além de permitir aos cidadãos conhecerem e valorizarem o patrimônio histórico da cidade onde vivem. “A partir do momento em que você passa a enxergar as ruas por um olhar poético, você estabelece um laço afetivo com a cidade e cria uma nova relação com o espaço urbano, gerando uma sensação maior de pertencimento”.
Hotéis pelo mundo onde se pode dormir com os livros
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Conheça os 7 hotéis onde se pode dormir rodeado de livros.
Publicado no Volta ao Mundo
Há hotéis que têm o ginásio ou a piscina abertos durante a noite. Mas para quem gosta de ler antes de dormir, nada como ficar num hotel repleto de livros e com bibliotecas que nunca fecham portas.
O The New York Times fez uma seleção. Nós fizemos crescer a lista: há hotéis que têm salas de leitura ou livrarias com milhares de exemplares à disposição, e que funcionam 24 horas por dia. Outros não têm telefone, wi-fi ou televisão nos quartos. Há ainda os inspirados em escritores de renome. Conheça os hotéis nas imagens abaixo:

1. Library Hotel, Nova Iorque
O Library Hotel tem uma sala de leitura (library room) com seis mil livros que nunca fecha portas.

2. Heathman Hotel, Portland
O Heathman Hotel, em Portland, tem uma livraria aberta 24 horas por dia, 365 dias por ano, e possui uma coleção de 2700 livros autografados por alguns dos mais importantes nomes da literatura contemporânea.

3. Sylvia Beach Hotel, Newport
O Sylvia Beach Hotel, debruçado sobre o mar, em Newport, é o típico paraíso para escritores. Não há telefone, wi-fi ou televisão e os quartos são inspirados em autores como Agatha Christie, Mark Twain, William Shakespeare ou Jules Verne.

4. B2 Boutique Hotel & Spa, Zurique
Nem todos os hotéis literários ficam nos Estados Unidos, naturalmente. O B2 Boutique Hotel & Spa, em Zurique, tem uma wine library, onde os hóspedes podem beber um copo de vinho e escolher entre os seus 33 mil livros.

5. Eurostars Book Hotel, Munique
No Eurostars Book Hotel, em Munique, cada andar é dedicado a um gênero literário.

6. Taj Falaknuma Palace, Hyderabad
O Taj Falaknuma Palace, um palácio indiano do século XIX, tem uma livraria com mais de cinco mil livros e manuscritos raros.

7. Gladstone’s Library, País de Gales
Talvez o mais impressionante o Gladstone’s Library, no País de Gales. Tem nada mais nada menos do que 250 mil livros à disposição, e uma biblioteca com quartos. Confortáveis, garantem os responsáveis.