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Jovem cria programa para quem quer largar a faculdade
2Felipe Maia, na Folha de S.Paulo
O norte-americano Dale Stephens, 21, largou o colégio aos 12 anos por não querer “perder tempo com coisas monótonas”. Estudou em casa e em grupos de alunos, fez estágios, conseguiu entrar na faculdade e largou o curso após menos de um semestre.
Stephens é frequentemente convidado pela mídia americana, incluindo o jornal “New York Times” e a rede de TV CNN, para falar sobre por que a universidade é uma “perda de tempo”.
E fatura com isso: o jovem participou da primeira turma da Thiel Fellowship, uma bolsa de US$ 100 mil (R$ 226 mil) concedida por Peter Thiel, o fundador do PayPal que se tornou um megainvestidor.
O benefício é concedido a jovens que não desejam estudar na universidade e, em lugar disso, desenvolver seus sonhos empresariais.
Agora, Stephens montou um negócio em torno da sua falta de experiência acadêmica e quer estimular outros jovens a fazer o mesmo.
A organização que ele criou, a UnCollege lançou um programa que cobra US$ 13 mil (R$ 30 mil) de jovens interessados em largar a faculdade por um ano e “aprender a aprender por si mesmo”.
As atividades incluem aulas em San Francisco (EUA) sobre temas como comunicação avançada, negociação e autoavaliação. Thiel deve ser um dos professores.
“São coisas que você deveria aprender na escola, mas ninguém se interessa por ensinar”, disse o jovem à Folha.
Ele esteve no Brasil na semana passada para dar palestras na escola de negócios Perestroika.
O programa da UnCollege também inclui uma viagem a um local para o qual o participante nunca tenha ido, estágios em empresas e a confecção de um projeto.
Stephens diz que a organização recebeu cerca de 200 inscrições para o curso -grande parte dos interessados está terminando o ensino médio e quer adiar a entrada na faculdade.
Ele reconhece que pode ser difícil investir em um sistema de educação criado por alguém tão jovem e sem experiência.
“Eu concordo que pode não ser a coisa mais racional do mundo, mas eu não estou dizendo que vou ensinar algo que está no sistema [na educação formal], mas algo que está fora”, diz.
O americano diz que a ideia não é ter lucro com o programa, mas, sim, “criar um negócio sustentável”.
Sobre ter largado os estudos, o jovem reconhece ser “bem preguiçoso”. “Não quero fazer coisas nas quais não vejo sentido.”
‘No Jardim das Feras’ reconstitui o ambiente da ascensão nazista
0Publicado por Folha de S.Paulo
“No Jardim das Feras”, de Erik Larson, narra a crescente tensão em Berlim durante a ascensão nazista. No início, William E. Dodd, que assume a embaixada dos Estados Unidos na Alemanha, e sua família se deslumbram com o país. Aos poucos, passam a testemunhar a crescente perseguição aos judeus e a implantação de leis cada vez mais opressoras.
O livro passou mais de um ano na lista dos best-sellers do jornal “New York Times”. Erik Larson também é autor de “O Demônio na Cidade Branca” e “Fulminado por um Raio”.
Abaixo, leia um trecho do exemplar.
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Das Vorspiel
Era uma vez, na alvorada de uma época muito sombria, dois americanos, pai e filha, que de repente se viram transportados de sua confortável casa em Chicago para o coração da Berlim de Hitler. Ali permaneceram por quatro anos e meio, mas é o primeiro deles que serve de assunto para a história contada a seguir, pois a data coincide com a ascensão de Hitler de chanceler a tirano absoluto, quando tudo era precário e instável, e nada era certo. Aquele primeiro ano foi uma espécie de prólogo, no qual foram apresentados todos os temas da grande epopeia de guerra e assassinatos que estava por vir.
Sempre tive curiosidade de saber o que sentiria um estrangeiro que testemunhasse em primeira mão a formação das trevas do domínio de Hitler. Que aspecto tinha a cidade, o que se ouvia, via e cheirava, e como diplomatas e outros visitantes interpretavam os eventos à sua volta? A visão que se tem hoje é a de que, durante aquele período delicado, o curso da história poderia ter sido facilmente alterado. Por que, então, ninguém o fez? Por que se levou tanto tempo para reconhecer o perigo real representado por Hitler e seu regime?
Como a maioria das pessoas, formei minha ideia inicial daqueles tempos a partir de livros e fotografias que me davam a impressão de que o mundo de então não tinha cor, apenas variações de preto e cinza. Meus dois protagonistas, entretanto, depararam com a realidade em carne e osso, ao mesmo tempo que viviam a rotina das obrigações da vida diária. Todas as manhãs, caminhavam por uma cidade repleta de imensas bandeiras em vermelho, branco e preto; sentavam-se em cafés ao ar livre também frequentados por esguios integrantes das SS em seus uniformes pretos e, de vez em quando, vislumbravam o próprio Hitler, um homem pequeno num grande Mercedes conversível. Mas também passavam todos os dias por casas cujas sacadas exibiam exuberantes gerânios vermelhos; faziam compras nas vastas lojas de departamento da cidade; ofereciam chá aos amigos e respiravam com volúpia as fragrâncias de primavera do Tiergarten, o principal parque de Berlim. Conheceram socialmente Goebbels e Göring, com quem jantavam, dançavam e gracejavam – até que, ao fim do primeiro ano, ocorreu um evento que se mostraria altamente significativo, por revelar o verdadeiro caráter de Hitler e por lançar a pedra fundamental da década seguinte. Para o pai e para a filha, aquilo mudou tudo.
Esta é uma obra de não ficção. Como é de hábito, tudo o que estiver entreaspas provém de carta, diário, texto biográfico ou outro documento histórico. Nestas páginas, não fiz o menor esforço para escrever outra grandiosa história daquela época. Meu objetivo era mais intimista: revelar aquele mundo do passado por meio das experiências e percepções de meus dois personagens principais, pai e filha, que, ao chegarem a Berlim, embarcaram numa viagem de descoberta, de transformação e, finalmente, do mais profundo desgosto.
Não há heróis aqui, pelo menos daquela variedade que figura em A Lista de Schindler, mas há lampejos de heroísmo e pessoas que se comportam com inesperada elegância. Há sempre nuances, embora por vezes tenham natureza perturbadora. Este é o problema da não ficção. É preciso deixar de lado aquilo que todos nós – agora – sabemos ser verdade e tentar seguir meus dois inocentes pelo mundo tal qual o conheceram.
Eram pessoas complicadas, movimentando-se numa época complicada, antes que os monstros revelassem sua verdadeira natureza.
Erik Larson
Seattle
Michael Jackson morreu virgem, diz nova biografia do cantor
0Publicado no UOL
Michael Jackson morreu virgem, segundo uma nova biografia do cantor escrita pelo ex-editor da “Rolling Stone” Randall Sullivan. De acordo com o jornal “New York Times”, no livro “Intocável: A Estranha Vida e a Trágica Morte de Michael Jackson”, o escritor relata que o artista nunca teve relações sexuais.
“Ele morreu como um virgem de 50 anos e nunca teve relação sexual com qualquer homem, mulher ou criança, o que o colocou num estado de solidão que era uma grande parte do que o fez tão único como artista e tão infeliz como ser humano”, escreveu Sullivan ao comentar as acusações de pedofilia que pairam sobre Jackson.
O escritor ainda comentou a respeito da turnê “This Is It’, que estava sendo elaborada pelo cantor pouco antes de sua morte, em 2009. Segundo fontes envolvidas na produção, os shows iriam ajudá-lo a se estabilizar financeiramente. E para Kenny Ortega, diretor do espetáculo, com a turnê Jackson poderia recuperar “sua dignidade como artista”.