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Advogado espalha faixas com dicas de gramática pelas ruas de Maringá
1Lutero de Paiva diz querer extinguir os ‘vícios de linguagem’ na cidade.
Dicas são exibidas em semáforos, pontos turísticos e em canteiros de obra.

Palavras usadas de forma errada constantemente são corrigidas nas faixas espalhas pela cidade (Foto: Sinal do Saber/Divulgação)
Erick Gimenes, no G1
O advogado Lutero de Paiva Pereira decidiu espalhar faixas com dicas de gramática pelas ruas de Maringá, no norte do Paraná, para combater os “vícios de linguagem” praticados comumente pela população, segundo ele. A ideia, batizada como “Sinal do Saber”, começou nos sinaleiros, em julho de 2013, e agora já chegou a parques e pontos turísticos do município.
Os banners são amarelos, chamativos. Enquanto os motoristas paravam no sinaleiro, o recado era dado: “Não existe a palavra “menas”, somente menos”; “O plural é troféus e não “troféis”; “Não é “perca” de tempo, mas perda de tempo.”
“A palavra tem o poder de construir e destruir. Quando as pessoas percebem que elas podem ser usadas corretamente, elas se apaixonam, se sentem bem. Existe prazer em aprender. Queria colocar nossa língua mais perto das pessoas. E estou conseguindo”, comemora.
Com o sucesso do projeto, o advogado resolveu pedir apoio a alguns amigos para expandir a iniciativa. Vários deles compraram a ideia e financiaram mais faixas, que logo foram fixadas em pontos conhecidos de Maringá, como o Parque do Ingá.
O “Sinal do Saber” alcançou, também, os canteiros de obra. Pereira levou a ideia para um amigo, dono de uma construtora. Os dois decidiram sanar as dúvidas de mestres de obras, pedreiros e engenheiros com faixas parecidas com as que eram mostradas nos sinaleiros.
Em meio a lajotas e sacas de cimento, o advogado pendurou placas que ensinam a pronúncia correta de palavras que cotidianamente estão na boca de quem trabalha nas construções: “betoneira” em vez de “bitoneira”, “mulher” em vez de “muié”, “vassoura” em vez de “bassoura”, por exemplo.“Fiquei surpreso com a repercussão nos canteiros de obra. É incrível ver a alegria daqueles homens, que tiveram poucas oportunidades na vida, ao aprender uma palavra corretamente. Eles repassam o conhecimentos para os filhos, para os netos. É muito satisfatório”, confessa.
Atualmente, são 18 faixas espalhadas por Maringá. A ideia, segundo Pereira, é criar ainda mais banners na cidade. “Estou negociando com shoppings e outras mídias para expandirmos a ideia. Agora, quero trabalhar com etimologia [o significado das palavras] e com informações gerais sobre o mundo, geografia, história”, anuncia o advogado. “Maringá é linda. Precisa ser tão bonita culturalmente, também. É o que estou tentando fazer”, afirma.
Vicíos de linguagem podem ser importantes, diz professora
A coordenadora do curso de Letras do Centro Universitário de Maringá (Unicesumar), Fabiane Carniel, afirma que as faixas são formas interessantes de discutir a língua portuguesa. No entanto, ela garante os vícios de linguagem cumprem função importante quando vistos pela linguística, a ciência que analisa a língua em seu uso no dia a dia.
“Os vícios não são erros, são inaquações, como dizemos no curso de Letras. Embora não estejam de acordo com as regras normativas, esse tipo de equívoco serve para aperfeiçoar a comunicação falada. Logo, tem sua importância. Não podemos desprezá-los. Temos que refletir, sim, e mostrar os dois lados da moeda, criando opções para que o locutor use da forma que ele entender ser mais adequada”, explica a professora.
A coordenadora lembra, porém, que existem situações que os vícios de linguagem não são admitidos. “A importância de se saber bem a gramática normativa é que existem situações em que ela é necessária. Nas universidades, por exemplo, não dá para usar a linguagem informal em trabalhos acadêmicos. É preciso que as pessoas dominem as regras, desde a escola”, sugere.
Fabiane conta que observou uma das faixas em um parque de Maringá e presenciou uma situação inusitada. “A faixa me chamou a atenção, até porque sou da área. Envolvia a palavra cadarço. Lembro que havia uma pichação muito curiosa. Escreveram: ‘Você sabi o que é linguística? (sic)’, com a letra “i”. Olha que curioso. A pessoa sabe o que é a linguística e qual é a importância dela, mas tropeça em um erro de gramática”.
dica do Chicco Sal
7 dicas rápidas para se tornar um escritor melhor
1Se você quer se tornar um escritor de qualidade, melhor investir nas suas estratégias antes de imaginar a história perfeita. Confira 7 dicas rápidas que vão ajudá-lo nesse processo
Publicado no Universia Brasil

Crédito: Shutterstock.com
Quando a sua intenção é enfatizar ideias, use frases curtas. Já se a sua intenção é definir ou ilustrar ideias, frases mais longas podem ajudar. Mescle os dois formatos
Ser um escritor de qualidade depende mais das práticas que você emprega do que da história que você tem em mente. É claro que uma boa prática combinada a uma boa ideia vai gerar o texto perfeito, por isso, é essencial que você esteja confiante nas duas áreas. Se você confia na história que está produzindo, invista em estratégias de qualidade para ser um escritor melhor. Veja:
1. Comece com a ideia principal
Como regra geral, afirme a ideia principal de um parágrafo logo em sua primeira frase. Não espere que seus leitores se sintam incentivados a ir além para descobrir do que se trata aquele texto.
2. Varie o comprimento das sentenças
Quando a sua intenção é enfatizar ideias, use frases curtas. Já se a sua intenção é definir ou ilustrar ideias, frases mais longas podem ajudar. Mescle os dois formatos.
3. Inclua palavras-chave no início ou fim da frase
Não deixe que as palavras-chave se percam no meio de uma frase longa demais. Para enfatizá-las, uma boa ideia é posicioná-las no início ou fim da frase.
4. Varie tipos de frases e estruturas
Para que seu texto seja mais articulado, varie os tipos de frases utilizadas, incluindo questões pontuais e comandos. Da mesma maneira, procure variar as estruturas das frases, misturando frases complexas, sujeitos simples e compostos.
5. Use verbos ativos
Evite abusar da voz passiva ou as formas variadas do verbo ser. Ao invés disso procure incluir vermos dinâmicos e na voz ativa.
6. Use pronomes e verbos específicos
Para transmitir sua mensagem de maneira clara e manter a atenção de seus leitores, procure utilizar palavras concretas e específicas, que dão uma ideia geral daquilo que você está tentando dizer. Evite ser vago.
7. Leia em voz alta
Quando for revisar o seu texto, leia-o em voz alta. Isso vai fazer com que você encontre problemas de entonação, ênfase, escolha de palavras e sintaxe.
Fonte: Universia Brasil
Prefeituras desperdiçam 40% dos recursos de educação, diz estudo
0Recursos destinados por prefeituras ao ensino fundamental também são desperdiçados com corrupção

Camila Farias do Monte, de 23 anos, é professora exemplar em Sobral, Ceará, cidade apontada como modelo na eficiência de gastos em Educação Jarbas Oliveira / 22-06-2012 / Agência O GLOBO
Demetrio Weber em O Globo
Título original: Estudo de analistas do Tesouro diz que ineficiência compromete 40% das verbas para o ensino
BRASÍLIA – Um estudo elaborado por analistas de finanças e controle da Secretaria do Tesouro Nacional, vinculada ao Ministério da Fazenda, estima que pelo menos 40% dos recursos gastos pelas prefeituras brasileiras no ensino fundamental são desperdiçados, seja por corrupção ou ineficiência da máquina pública.
Publicado na página do Tesouro na internet, com a ressalva de que expressa a opinião dos autores e não necessariamente a do órgão, o texto diz que os recursos disponíveis são mais do que suficientes para o cumprimento das metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Logo, o problema dos municípios seria a má gestão e não a falta de dinheiro.
De acordo com o levantamento, 4,9 mil municípios destinaram R$ 54 bilhões por ano ao ensino fundamental, no período de 2007 a 2009, sendo que R$ 21,9 bilhões teriam sido desperdiçados, na estimativa mais modesta.
A conclusão atiça o debate sobre a necessidade de mais investimentos no ensino. O Senado está para votar projeto de lei do novo Plano Nacional de Educação (PNE) que propõe aumentar o gasto público com ensino para 10% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país, num ano), ao longo dos próximos dez anos. Em 2011, o gasto estava em 5,3% do PIB. A briga em torno do aumento do percentual trava o projeto, que chegou à Câmara dos Deputados em dezembro de 2010.
As 4,9 mil prefeituras analisadas no estudo correspondem a 88% do total de cidades no país. De um lado, o estudo olhou o Ideb municipal, indicador do Ministério da Educação que sintetiza o nível de aprendizagem e aprovação dos estudantes brasileiros. De outro, verificou o tamanho do gasto de cada prefeitura com o ensino fundamental.
Ao comparar as duas colunas, os autores identificaram cidades que conseguem fazer mais com menos, isto é, onde Ideb atinge níveis proporcionalmente altos em relação ao montante investido.
Esses municípios serviram de referência para os demais. Assim, prefeituras que gastaram proporcionalmente mais para cada ponto do Ideb receberam o carimbo de ineficientes. E a parcela de gasto a mais de cada prefeitura, na comparação com os municípios mais eficientes, foi classificada como desperdício de dinheiro.
Valendo-se de fórmulas econométricas, os autores concluíram que pelo menos 40,1% dos recursos foram desperdiçados, percentual que pode chegar a 47,3%, conforme a metodologia.
Para compensar diferenças socioeconômicas entre os municípios, uma outra variável foi levada em conta: a escolaridade das mães de estudantes. A premissa é de que cidades onde as mães têm menor escolaridade precisam de maiores investimentos. E vice-versa.
Naercio Menezes Filho, economista especializado em Educação e professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), afirma que mais dinheiro para a Educação não significa necessariamente melhoria da qualidade do ensino. Ele elogiou a rede pública de Sobral, no Ceará, que conseguiu avançar no Ideb com um ligeiro acréscimo de recursos:
— A gestão é tão importante quanto o volume de recursos — disse Naercio.
Sobral é uma cidade cujo modelo educacional inspira programas do MEC, como o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa.
O Texto para Discussão número 15, de 2013, é assinado pelos analistas Janete Duarte, Sérgio Ricardo de Brito Gadelha, Plínio Portela de Oliveira e Luis Felipe Vital Nunes Pereira, além da professora da Universidade de São Paulo (USP) Fabiana Rocha, que prestou consultoria ao Tesouro.
“Os resultados indicam que o desperdício de recursos é expressivo para qualquer agrupamento de municípios definido pelo tamanho da população”, escreveram eles. “O gasto efetivamente realizado é muito maior do que o gasto mínimo necessário para atingir as metas. Mesmo quando são feitas simulações a partir do estabelecimento de metas mais duras, fica claro que a restrição não é a escassez de recursos.”
Tesouro critica o estudo
Procurado anteontem pelo GLOBO, o Tesouro informou, inicialmente, que não se pronunciaria sobre o estudo, já que o texto expressa a opinião dos autores e não necessariamente a do órgão, como consta na própria publicação. De acordo com o Tesouro, os autores também não se manifestariam, porque tudo o que teriam a dizer já estava publicado.
Ontem, porém, o Tesouro mudou de ideia e se posicionou sobre o tema, criticando o estudo: “(…) A STN discorda dos resultados obtidos que apontam excesso de recursos. A política do governo federal, em parceria com estados e municípios, e focada na ampliação e na melhoria da qualidade do ensino básico do país, leva em consideração um complexo sistema de variáveis que o estudo apresentado não considera. Qualquer simplificação sobre a qualidade do gasto nessa área pode levar a conclusões equivocadas e não amparadas pelos resultados aferidos pelo Ministério da Educação”, diz o Tesouro por e-mail.
A STN informou também que uma portaria do governo que regulamenta a série de Textos para Discussão proíbe os autores de falarem diretamente à imprensa, sem a intermediação da assessoria do Ministério da Fazenda.