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Escola nos EUA entrega diploma do ensino médio a ex-aluna de 99 anos
1Mulher largou os estudos no último ano em 1932 para cuidar da avó.
‘Me sinto mais inteligente agora’, disse a homenageada.

Audrey Crabtree sorri ao receber um broche da escola na cerimônia de sua ‘formatura’ (Foto: Waterloo Courier, Tiffany Rushing/AP)
Publicado por G1
Uma mulher de 99 anos do estado de Iowa, nos Estados Unidos, ganhou nesta terça-feira (24) um diploma honorário de conclusão do ensino médio depois de ter abandonado a escola há mais de 80 anos. Audrey Crabtree, da cidade de Cedar Falls, foi homenageada pela Waterloo East High School, escola que deixou em 1932 às vésperas de terminar o último ano.
“Me sinto muito mais inteligente agora”, brincou a senhora. Ela abandonou os estudos aos 18 anos depois que sofreu um acidente quando nadava, o que a deixou fora da escola por algumas semanas. Em seguida, teve de cuidar da avó que estava muito doente e não voltou mais a estudar. “Eu tinha que ter voltado para terminar meus créditos no ano seguinte”, explicou.
Audrey se casou duas vezes, montou uma empresa de flores, teve dois filhos, cinco netos e quatro bisnetos. Apesar de tudo o que Audrey construiu, a família dela percebeu que a senhora tinha uma insatisfação por não ter terminado a escola.
“Ela sempre dizia que a única coisa que lhe faltava na vida era que ela nunca tinha conseguido seu diploma”, disse Shelley Hoffman, neta de Audrey.
Os parentes entraram em contato com a escola que em uma reunião do comitê de educação entregou o diploma para Audrey. Ela recebeu uma cópia do seu último boletim e recordações de seu tempo na escola, incluindo uma jaqueta e broches. Ela também recebeu mais de 100 cartas de congratulações escritas pelos atuais alunos do ensino médio.
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Prostituta se forma em Letras e reclama de salário de professor
1Aluna da UFSCar, Gabriela Natália da Silva diz que é garota de programa por prazer e nunca precisou vender o corpo para pagar os estudos
Enquanto ela cobra R$ 250 a hora, um professor da rede estadual de ensino em início de carreira tira, em média, R$ 15 por hora
Leonardo Vieira, em O Globo

A garota de programa Gabriela Natália da Silva, de 21 anos, formou-se em Letras na UFSCar, mas prefere dar aulas apenas como hobby Divulgação
RIO – Na turma de recém-graduados em Letras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), uma das formadas prefere não dar aulas por enquanto, e exerce outra profissão que já é citada inclusive na relação de carreiras do Ministério do Trabalho: garota de programa.
Gabriela Natália da Silva, de 21 anos, formou-se em Português-Espanhol em abril deste ano, mas nunca deixou de trabalhar fazendo programas em São Carlos, interior de São Paulo. Mais conhecida como Lola Benvenutti, nome inspirado no livro “Lolita” do russo Vladimir Nabokov, a profissional do sexo gosta de se diferenciar de outras colegas de profissão que vendem o corpo por dinheiro. Lola afirma com veemência que nunca precisou se prostituir para pagar as contas da faculdade.
— Fiz universidade federal, e meus pais me deram uma boa condição para estudar. Então o que eu faço como garota de programa é por puro prazer. E ninguém tem nada com isso — diz Lola.
No último ano da graduação, Lola começou a escrever um blog, onde fala sobre sexo, levanta bandeiras a favor da regulamentação da prostituição no Brasil e conta experiências com clientes. Tudo no anonimato, e sem cunho pornográfico. Segundo ela, o tema ainda vai lhe render uma pós-graduação na área.
— Vou me inscrever no mestrado de Estudos Culturais na USP e pretendo analisar o mundo da prostituição e do fetiche. Já tenho até orientador — garante a garota de programa, que chegou a ter bolsa de iniciação científica em moda.
Mesmo acostumada a dar aulas de Português e Redação para jovens e adultos, Lola reclama dos baixos salários de professor no país. Enquanto um professor da rede estadual de ensino do Rio, recém-formado em Letras, ganha em média R$ 15 a hora/aula, Lola cobra R$ 250 por hora de programa. E são no mínimo cinco por dia, segundo ela.
Ou seja, para ganhar o mesmo que Lola ganha em um programa, um professor da rede estadual de ensino do Rio precisa dar, no mínimo, 16 aulas. Não é à toa que Lola considera a prática docente, por enquanto, apenas como um hobby.
— No futuro eu até quero dar mais aulas sim. Mas com o salário que o professor ganha no Brasil, eu não conseguiria sobreviver. Professor é um herói — afirma Lola.
A garota de programa garante que nunca escondeu sua real profissão e não sofreu retaliações no meio acadêmico, mas “os olhares desconfiados de alguns colegas são inevitáveis”. Perguntada se algum aluno ou professor já se tornou cliente por um dia, ela primeiro ri da situação, e depois confessa:
— Já sim, é engraçado até. Mas a relação continua sendo estritamente profissional.
Para gostar de ler
2Felipe Basso no Baguete
A bibliotecária exigiu silêncio quando adentrei o local. Eu já tinha estado na biblioteca outras vezes, mas essa era a primeira para ler. Havia não mais do que cinco ou seis pessoas, e cada uma ocupava uma das grandes mesas, cada uma com capacidade para até oito pessoas, tranquilamente. Meus passos no chão de madeira velha faziam barulho, um barulho natural para aquele chão de madeira velha, mas para a bibliotecária era um som alto demais que poderia atrapalhar aquelas cinco ou seis pessoas. Ela pediu que me sentasse e dissesse o livro que procurava. Não sabia a resposta, não sabia que deveria conhecer o nome do livro. Como não sabia, disse não sei.
O desconhecimento pareceu causar espanto naquela senhora, que me devolveu a resposta com uma nova pergunta.
– Mas o professor não disse qual era o livro?
Não, nenhum professor tinha dito nada, até porque a ideia de conhecer a biblioteca tinha partido livremente de mim, uma vez que a roda gigante e as demais brincadeiras no pátio da escola, embora altamente atraentes, não estavam conseguindo segurar minha atenção naquele dia.
– Não. Eu só queria ler um livro. Qualquer um.
Dessa vez, mais do que espantada, a bibliotecária expressou em sua fisionomia um ar intrigado, como se ela esperasse por aquilo há muito tempo, mas não mais nutrisse esperanças de que aquilo um dia viesse realmente a acontecer.
– Quer dizer que você veio de livre espontânea vontade à biblioteca para ler?
– Sim. Isso mesmo.
– Espere um momento.
Aguardei como me fora pedido, enquanto a bibliotecária percorria os olhos em uma das estantes. Nem dois minutos se passaram e ela voltou com um livro.
– Toma, comece por esse aqui.
A capa trazia quatro nomes. Cecília Meireles, Henriqueta Lisboa, Fernando Sabino e Vinicius de Moraes e em cima estava escrito Para gostar de ler – Volume 6 – Poesias.
Depois de ler os nomes, não comecei a ler o livro, mas sim passei a observar os outros. Eles eram leitores como eu queria ser? Será que para se ser um leitor, seria necessário ficar aquele tempo todo em silêncio, sem poder falar? Porque então não criar diversos espaços, uns para ficar em silêncio lendo e outros nos quais os leitores pudessem dividir o que liam, contar as histórias aprendidas nos livros? Não sei por quanto tempo fiquei absorto nesses pensamentos, mas com certeza não foi pouco, pois fui interrompido pela bibliotecária.
– Eu sabia que você não tinha vindo aqui pra ler. Porque não vai pro pátio ao invés de interromper os que estão realmente interessados nos livros?
Era preciso muito mais do que livros para gostar de ler, foi o que pensei enquanto saía da biblioteca.
* Texto livremente inspirado no artigo de Armindo Trevisan – O Rio Grande exige uma nova biblioteca