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Flip 2016 anuncia Karl Ove Knausgård e Irvine Welsh na programação
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Publicado na Veja
A organização da 14ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) anunciou nesta terça-feira a presença do norueguês Karl Ove Knausgård e do escocês Irvine Welsh na programação da edição de 2016 do evento, que acontece entre 29 de junho e 3 de julho. Reforço bem-vindo em uma line-up até então apoiada na presença da vencedora do Nobel Svetlana Aleksiévitch.
Com os dois escritores, a Flip divulga sua programação completa, que vai girar em torno da poeta Ana Cristina Cesar, homenageada do ano. A venda dos ingressos, no valor de 50 reais, começa no dia 3 de junho pelo site da Tickets for Fun e em pontos de venda.
Welsh ficou conhecido pelo best-seller Trainspotting, inspiração do filme Trainspotting – Sem Limites (1996), dirigido por Danny Boyle. A trama permeia o submundo de drogas em Edimburgo. Já Knausgård é aclamado como um dos principais nomes da literatura atual, autor da robusta série de livros autobiográficos Minha Luta, completa em seis volumes — três publicados no Brasil.
No total, serão 22 mesas literárias e 39 autores. O show de abertura foi substituído por um sarau e a exibição do filme Manter a Linha da Cordilheira sem o Desmaio da Planície, de Walter Carvalho, sobre o poeta Armando Freitas Filho.
Confira abaixo a programação completa:
Quarta-Feira, 29 de junho
19h – Sessão de abertura, com Armando Freitas Filho e Walter Carvalho
19h45 – Filme Manter a Linha da Cordilheira sem o Desmaio da Planície
21h45 – Sarau
Quinta-Feira, 30 de junho
10h – Mesa 1 – A teus pés (Annita Costa Malufe, Laura Liuzzi e Marília Garcia)
12h – Mesa 2 – Cidades refletidas (Francesco Careri e Lúcia Leitão)
15h – Mesa 3 – Os olhos da rua (Caco Barcellos e Misha Glenny)
17h15 – Mesa 4 – Histórias naturais (Álvaro Enrigue e Marcílio França Castro)
19h30 – Mesa 5 – Matéria cinzenta (Henry Marsh e Suzana Herculano-Houzel)
21h30 – Mesa 6 – Na pior em Nova York e Edimburgo (Bill Clegg e Irvine Welsh)
Sexta-feira, 1 de julho
10h – Mesa 7 – Breviário do Brasil (Benjamin Moser e Kenneth Maxwell)
12h – Mesa 8 – A história da minha morte (J.P. Cuenca e Valeria Luiselli)
15h – Mesa 9 – O show do eu (Christian Dunker e Paula Sibilia)
17h15 – Mesa 10 – Encontro com Karl Ove Knausgård
19h30 – Mesa 11 – Mesa a confirmar
21h30 – Mesa 12 – Sexografias (Gabriela Wiener e Juliana Frank)
Sábado, 2 de julho
10h – Mesa 13 – Encontro com Leonardo Froés
12h – Mesa 14 – De Clarice a Ana C (Benjamin Moser e Heloisa Buarque de Hollanda)
15h – Mesa 15 – Encontro da arte com a ciência (Arthur Japin e Guto Lacaz)
17h15 – Mesa 16 – Encontro com Svetlana Aleksiévitch
19h30 – Mesa 17 – O falcão e a fênix (Helen Macdonald e Maria Esther Maciel)
21h30 – Mesa 18 – O palco é a página (Kate Tempest e Ramon Nunes Mello)
Domingo, 3 de julho
10h – Mesa 19 – Síria mon amour (Abud Said e Patrícia Campos Mello)
12h – Mesa 20 – Mixórdia de temáticas (Ricardo Araújo Pereira e Tati Bernardi)
14h – Mesa 21 – Sessão de encerramento: Luvas de pelica (Sérgio Alcides e Vilma Arêas)
16h – Mesa 22 – Livro de cabeceira
Como um robô está tentando prever qual livro é um potencial best-seller
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Empresa pretende explorar melhor obras que podem fazer sucesso e intermediar contato com editoras
André Cabette Fabio, no Nexo
O clássico literário “O Senhor das Moscas”, de William Golding, foi rejeitado 20 vezes antes de ser publicado. “Carrie a Estranha”, de Stephen King, 30 vezes. “E o Vento Levou”, 38 vezes. Marcel Proust teve que pagar ele mesmo com os custos de publicação de “Em Busca do Tempo Perdido”. E editores disseram a J. K. Rowling, autora da série “Harry Potter”, que não abandonasse seu emprego para seguir carreira na literatura quando ela apresentou “Harry Potter e A Pedra Filosofal”. Ela diz que guarda até hoje em seu sótão as cartas que rejeitavam o livro.
Histórias de livros rejeitados inicialmente que depois vieram a fazer muito sucesso são comuns. E é provável que muitos potenciais “best sellers” ainda estejam em alguma gaveta (ou publicada discretamente em algum site obscuro da internet). Diante desse cenário, uma startup fundada em 2012 em Berlim, a Inkitt, tenta lidar com a questão usando um robô que detecta o potencial de venda de um livro.
O algoritmo de inteligência analisa como o público responde a obras literárias em desenvolvimento publicadas na rede. A expectativa é que esse sistema seja capaz de captar o que agrada ao público e encontrar livros com alto potencial de sucesso.
Como a empresa analisa o potencial de um livro
1 -Publicação
O autor escreve uma obra e a publica no site da startup, onde pode ser lido por uma comunidade de cerca de 500 mil pessoas.
2 -Algoritmo
Conforme leitores têm acesso ao trabalho, o algoritmo de inteligência artificial analisa como essas leituras são feitas. A empresa não revela exatamente como seu algoritmo funciona (se leva em conta o tempo gasto na obra ou as vezes em que um leitor abandona ou retoma a leitura, por exemplo). Mas afirma que a inteligência artificial desenvolvida é capaz de identificar quais livros têm potencial de sucesso.
3 -Negociação com editoras
Quando esse potencial é detectado, a companhia oferece a obra a grandes editoras e negocia os termos de licenciamento.
4 -Publicação de versão digital
Se não há interesse por parte de uma editora, a própria empresa publica uma versão digital (o livro, dessa forma, é lançado em plataformas de venda, extrapolando o ambiente do site da startup). Se o número de cópias vendidas não chegar a mil em um período de 12 meses, os direitos sobre o trabalho voltam para o autor.
5 -Segunda negociação
Se o livro vender bem, a empresa volta a tentar negociar com as grandes editoras, agora com mais argumentos a favor de uma publicação.
Onde a empresa quer se encaixar no mercado de livros?#
Com seu método, a companhia quer se tornar uma intermediária entre autores e editoras tradicionais para chegar ao grande público. E capitalizar com um fenômeno que já existe: o nascimento de obras de sucesso em fóruns e plataformas de publicação on-line.
Segundo o site Author Earnings, que analisa dados da empresa de venda de livros Amazon, obras publicadas pelos próprios autores ou por pequenas editoras independentes – com frequência de propriedade dos próprios autores – somam 39% dos e-books vendidos ali.
Publicado em 2011, o bestseller “Cinquenta Tons de Cinza”, da inglesa E. L. James foi gestado na internet e vendeu mais de 125 milhões de cópias pelo mundo. Inicialmente, a obra foi lançada na plataforma fanfiction.net. A escritora viu o potencial do livro com base na reação dos leitores, que também usou para adaptar a obra antes de levá-la a editoras.
Da mesma forma que E. L. James se precisou do retorno dos primeiros leitores da obra no fanfiction.net, o algoritmo da Inkitt seria incapaz de fazer qualquer seleção eficiente se não tivesse como fonte de dados o trabalho de sua comunidade.
Primeira parceria com grande editora sai em 2017#
O método está trazendo à tona uma primeira obra: “Bright Star”, da escritora Erin Swan, que chegou até a plataforma através do concurso “Joias Escondidas” (“Hidden Gems”).
O livro é uma ficção para adultos que inaugura uma série contando a história de Paerolia, uma terra onde “conflito e guerra trouxeram amplas cisões”. Um líder rebelde, chamado Kael, ajuda a escrava Andra a “descobrir a força que sempre esteve com ela” para lutar e recuperar um dragão. Os direitos sobre o trabalho foram vendidos para a editora Tor Books, que deve lançá-lo em 2017. Para Ali Albazaz, criador da startup, isso é um sinal de que seu algoritmo e seu modelo de negócios estão indo pelo caminho certo:
“Esse acordo é um claro sinal à indústria editorial de que a análise de dados é o caminho para o futuro. Estamos na dianteira do movimento que usa dados para edição, e esse acordo mostra que nosso modelo de negócios funciona.”
Com 60 estandes e livros a partir de R$ 5, Flipoços atrai visitantes em MG
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Livreiros apostam em diversidade e preços mais em conta para clientes.
Escritores independentes aproveitam o espaço para conquistar o público.
Publicado no G1
Com 60 expositores, a 11ª edição do Festival Literário de Poços de Caldas (MG), o Flipoços, oferece opções de leitura para todos os tipos de público. Desde os locais temáticos, com livros sobre educação, negritude e culinária, a estandes com livros infantis, livros feitos de pano e feltro e livros em promoção, que custam a partir de R$ 5.
O livreiro Marcos Ferreira da Silva participa do evento há 7 anos. Ele é de Divinópolis (MG) e roda o Brasil em festivais literários e diz ter um carinho especial por Poços de Caldas. “Essa feira aqui é muito boa. Viemos, neste ano, com um diferencial. Trouxemos um diferencial, que são livros mais procurados, mas também alguns raros”, disse.
Para quem é fã de leitura, como o estudante João Gabriel Marçal Dias, de 21 anos, os livros mais em conta são um prato cheio. “Eu sou apaixonado por literatura, de todos os tipos, então, já guardo um dinheiro para comprar bastante coisa no Flipoços e ler durante o ano”, comentou, enquanto comprava cinco exemplares de romances variados.
Há também, além de livros, cabines fotográficas sobre literatura, estandes voltados a livros de mágica, a revistas, venda de roupas e produtos poéticos em diferentes suportes, venda de doces regionais, de mel, além das palestras e atividades que ocorrem diária e simultaneamente. E ainda o espaço Flipocinhos, com atividades diárias para o público infantil.
Autores independentes
Os autores independentes, que também participam do evento, ficam felizes com a movimentação. Neste ano, são esperadas 60 mil pessoas. Para a pedagoga e poeta Marília Rossi, que lança o livreto “Partida”, tem sido uma boa oportunidade. Com uma mala e a pergunta: ’o que te cabe?’, ela disponibiliza post-its para que os passantes possam escrever o que carregam em suas malas pessoais, seja de viagem ou de vida.
“Eu estou no estande de escritores independentes. Resolvi fazer uma intervenção com o público e tem dado certo. No domingo (1º), vendi todos exemplares que eu tinha comigo e tive que mandar fazer mais”, destacou.
O escritor Márcio Dias também está no evento. Para ele, esta é a oportunidade de divulgar o trabalho. “Aqui a gente faz contato, conversa com os visitantes, mostra o trabalho que ele ainda não teve acesso e assim acaba fazendo vendas”, contou.
E estas falas vão ao encontro do que pensa o presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Luís Antônio Torelli, que esteve presente pelo segundo ano no Flipoços. “Eu sou suspeito para falar, mas eu penso que o Flipoços tem os mesmos objetivos que nós, na Câmara, que é fomentar a criação de novos leitores e o evento cumpre esse papel muito bem, ao conseguir colocar o livro como muito acessível ao leitor”, disse.