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Ele passou em 11 vestibulares de medicina, mas avisa: ‘objetivo está longe’
1Publicado em UOL Educação
‘Meu objetivo não é passar no vestibular. Isso é vazio. O meu objetivo é ser médico’, diz Vitor Classmann
Nessa época do ano, quem circula por qualquer cidade do Rio Grande do Sul observa, nas sacadas dos apartamentos ou nas janelas das casas, faixas felicitando os estudantes que acabaram de ser aprovados no vestibular.
Vitor Classmann, de 18 anos, que mora na pequena São Martinho, interior do Estado, ganhou também sua faixa de “parabéns, bixo”.
O rapaz foi aprovado em 11 vestibulares de medicina, desde julho do ano passado. Só nesse verão, ele foi aprovado em três universidades federais: UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre), UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e UFPR (Universidade Federal do Paraná).
Claro que Classmann está feliz e, de certo modo, orgulhoso. Mas, no fundo, o jovem não se entusiasma com tanta comemoração.
Para ele, seu objetivo mesmo ainda está distante. Ele não sonha em ser estudante de medicina, mas sim, médico.
“Passei por um obstáculo, claro. Mas, agora, tenho um processo para trilhar. É o início de uma nova fase”, afirmou, sem nenhuma arrogância.
O jovem acabou de fazer sua matrícula na UFCSPA, onde foi selecionado por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada) com a nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A escolha foi um tanto óbvia: ele quer fazer uma universidade pública e ficar o mais perto possível de sua família e de seus amigos.
“A UFCSPA é uma das melhores do Brasil. Sempre foi uma universidade que eu vislumbrei muito. Ela é referência em oncologia, cirurgia geral e psiquiatria, que são áreas que me atraem. A infraestrutura é impecável”, explicou.
Rotina de estudos
A vida em Porto Alegre não o assusta tanto. O estudante passou 2015 na cidade, fazendo cursinho no Método Medicina. Sua rotina era intensa. Vitor assistia às aulas de manhã e de tarde. Por vezes, ficava algumas horas a mais no cursinho tirando dúvidas. Durante a noite, estudava mais um pouco. Mas não muito, diz o rapaz.
“Quando eu chegava em casa, tomava banho, comia e descansava. Depois, se eu estava empolgado, me sentindo bem, estudava 4, 5 horas. Quando não me sentia bem, estudava uma hora. Fui muito me conhecendo e a partir daí fui estudando”, contou.
“Eu prezava muito pelo meu bem estar. Acho que o ano de vestibular não está deslocado da sua vida. Você não pode se transformar em um robozinho, decorando fórmulas. Em 2015, não deixei de sair ou conversar com meus amigos”, completou.
Nas horas de muita ansiedade, o jovem tentava desviar um pouco a atenção. Um dos alvos foi a sobrinha recém-nascida, por quem Classmann é apaixonado.
“Era só eu ficar nervoso que começava a pensar na Letícia, minha sobrinha. Ela mora com a minha irmã em Ijuí, no interior do Estado. Ela nem sabe, mas era minha válvula de escape em pensamento”, contou.
Formação
Até 2015, Classmann nunca havia morado longe de São Martinho. Até a quinta série (hoje sexto ano), o jovem estudou em uma escola pública da cidade. A mesma em que a mãe se aposentou como professora de geografia.
Depois, se mudou para um colégio particular na cidade de Três de Maio, onde era bolsista. Levava uma hora para ir e outra para voltar de ônibus. No fim do 3º ano chegou a passar no vestibular de medicina em uma universidade particular, mas, por não ter condições de pagar a mensalidade, achou melhor fazer um ano de cursinho em Porto Alegre.
Foi a primeira experiência fora de casa de Classmann que foi morar em uma pensão, parceira do cursinho, com outros seis colegas. A viagem da capital à São Martinho leva seis horas. Por isso, o jovem voltou para casa apenas quatro vezes durante o ano. A saudade acabou sendo amenizada com a internet.
Agora, em 2016, para o curso de medicina, o estudante vai ter de morar em outro lugar da cidade. Ele está ansioso em relação à nova moradia e, principalmente, à vida na universidade.
“Na verdade, não tenho muita noção de como vai ser. Quero começar logo e saber como vai ser essa nova etapa”, disse.
Concurso Cultural Literário (20)
32Como alguém que é homossexual pode expressar sua fé cristã publicamente?
Seria esse um direito negado a quem não é heterossexual?
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Advogado espalha faixas com dicas de gramática pelas ruas de Maringá
1Lutero de Paiva diz querer extinguir os ‘vícios de linguagem’ na cidade.
Dicas são exibidas em semáforos, pontos turísticos e em canteiros de obra.

Palavras usadas de forma errada constantemente são corrigidas nas faixas espalhas pela cidade (Foto: Sinal do Saber/Divulgação)
Erick Gimenes, no G1
O advogado Lutero de Paiva Pereira decidiu espalhar faixas com dicas de gramática pelas ruas de Maringá, no norte do Paraná, para combater os “vícios de linguagem” praticados comumente pela população, segundo ele. A ideia, batizada como “Sinal do Saber”, começou nos sinaleiros, em julho de 2013, e agora já chegou a parques e pontos turísticos do município.
Os banners são amarelos, chamativos. Enquanto os motoristas paravam no sinaleiro, o recado era dado: “Não existe a palavra “menas”, somente menos”; “O plural é troféus e não “troféis”; “Não é “perca” de tempo, mas perda de tempo.”
“A palavra tem o poder de construir e destruir. Quando as pessoas percebem que elas podem ser usadas corretamente, elas se apaixonam, se sentem bem. Existe prazer em aprender. Queria colocar nossa língua mais perto das pessoas. E estou conseguindo”, comemora.
Com o sucesso do projeto, o advogado resolveu pedir apoio a alguns amigos para expandir a iniciativa. Vários deles compraram a ideia e financiaram mais faixas, que logo foram fixadas em pontos conhecidos de Maringá, como o Parque do Ingá.
O “Sinal do Saber” alcançou, também, os canteiros de obra. Pereira levou a ideia para um amigo, dono de uma construtora. Os dois decidiram sanar as dúvidas de mestres de obras, pedreiros e engenheiros com faixas parecidas com as que eram mostradas nos sinaleiros.
Em meio a lajotas e sacas de cimento, o advogado pendurou placas que ensinam a pronúncia correta de palavras que cotidianamente estão na boca de quem trabalha nas construções: “betoneira” em vez de “bitoneira”, “mulher” em vez de “muié”, “vassoura” em vez de “bassoura”, por exemplo.“Fiquei surpreso com a repercussão nos canteiros de obra. É incrível ver a alegria daqueles homens, que tiveram poucas oportunidades na vida, ao aprender uma palavra corretamente. Eles repassam o conhecimentos para os filhos, para os netos. É muito satisfatório”, confessa.
Atualmente, são 18 faixas espalhadas por Maringá. A ideia, segundo Pereira, é criar ainda mais banners na cidade. “Estou negociando com shoppings e outras mídias para expandirmos a ideia. Agora, quero trabalhar com etimologia [o significado das palavras] e com informações gerais sobre o mundo, geografia, história”, anuncia o advogado. “Maringá é linda. Precisa ser tão bonita culturalmente, também. É o que estou tentando fazer”, afirma.
Vicíos de linguagem podem ser importantes, diz professora
A coordenadora do curso de Letras do Centro Universitário de Maringá (Unicesumar), Fabiane Carniel, afirma que as faixas são formas interessantes de discutir a língua portuguesa. No entanto, ela garante os vícios de linguagem cumprem função importante quando vistos pela linguística, a ciência que analisa a língua em seu uso no dia a dia.
“Os vícios não são erros, são inaquações, como dizemos no curso de Letras. Embora não estejam de acordo com as regras normativas, esse tipo de equívoco serve para aperfeiçoar a comunicação falada. Logo, tem sua importância. Não podemos desprezá-los. Temos que refletir, sim, e mostrar os dois lados da moeda, criando opções para que o locutor use da forma que ele entender ser mais adequada”, explica a professora.
A coordenadora lembra, porém, que existem situações que os vícios de linguagem não são admitidos. “A importância de se saber bem a gramática normativa é que existem situações em que ela é necessária. Nas universidades, por exemplo, não dá para usar a linguagem informal em trabalhos acadêmicos. É preciso que as pessoas dominem as regras, desde a escola”, sugere.
Fabiane conta que observou uma das faixas em um parque de Maringá e presenciou uma situação inusitada. “A faixa me chamou a atenção, até porque sou da área. Envolvia a palavra cadarço. Lembro que havia uma pichação muito curiosa. Escreveram: ‘Você sabi o que é linguística? (sic)’, com a letra “i”. Olha que curioso. A pessoa sabe o que é a linguística e qual é a importância dela, mas tropeça em um erro de gramática”.
dica do Chicco Sal