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Universitários fazem exposição de livros gigantes em Vitória
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Alunos recriaram clássicos da literatura infantil, como a ‘Bela e a Fera’.
Exemplares atingem 1,60m de altura e têm 1,15m de largura.
Tatiana Moura, no G1
Alunos do curso de pedagogia de uma faculdade particular de Vitória realizam, nesta sexta-feira (6), uma exposição de livros clássicos da literatura infantil, entre eles ‘A Bela e a Fera’ e ‘Rapunzel’. O curioso da história é que os exemplares atingem 1,60m de altura e têm 1,15m de largura.
A atividade é parte da disciplina Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização, e integra o projeto de exposição e contação de histórias idealizado e coordenado pela professora Lilian Menenguci.
Ao todo, a exposição vai contar com dez livros, que foram confeccionados ao longo de três meses. Foram usadas as mais variadas técnicas e materiais, entre eles PVC, cartão paraná, adesivação e relevo.
As turmas foram divididas em grupos e cada uma escolheu uma obra da literatura infantil. A estudante do 3° período Adriana Duarte da Silva, de 31 anos, reproduziu o clássico ‘O Patinho Feio’, junto às amigas Adriana Alves, Alice Ellen Rozário, Andréa Santana, Juliene Patrocínio.
“Foi uma missão quase impossível, porque ninguém imaginava um livro desse tamanho. Quebramos a cabeça e, no final, nos fascinamos com o resultado”, contou Adriana.
Ela afirma que um dos principais aprendizados que teve durante a realização do trabalho foi a capacidade de trabalhar em grupo. “E respeitar as opiniões diferentes das minhas, cada uma tinha um ponto de vista e, às vezes, era difícil entrarmos em consenso”, lembrou.
A aluna do 2º período Janisse Siman afirma que recebeu a missão de construir o livro gigante como um desafio. “Especialmente pela aprendizagem que ele significará no exercício de nossa futura profissão. É uma atividade que está nos dando a oportunidade de enriquecer nossos conhecimentos e, além disso, encher de magia o espaço educacional”, falou.
Leitura
Lilian acredita que a exposição incentiva não só a leitura, como a escrita. “Inclusive no próprio processo de formação dos alunos, porque daqui a pouco eles serão professores também, e a leitura e a escrita são os instrumentos de trabalho do professor”, destacou.
Os alunos do CMEI Jacyntha Ferreira Simões, em Goiabeiras, serão os convidados da exposição.
Na faculdade a mostra só permanece nesta sexta, mas ela vai ter continuidade na programação da 3ª Feira Literária Capixaba, de 12 a 15 de maio, com entrada franca.
“Brasil nunca aplicou Paulo Freire”, diz pesquisador
0Camilla Costa, em UOL
“Chega de doutrinação marxista. Basta de Paulo Freire”. A frase, que aparecia em uma faixa durante a manifestação contra o governo Dilma Rousseff em Brasília, em março de 2015, causou polêmica nas redes sociais e provocou até uma resposta da ONU, defendendo o educador brasileiro famoso mundialmente pela teoria da pedagogia crítica.
Aprovada na UFPE pelo Sisu, travesti recebe trote da mãe e posta manifesto no Facebook
0Maria Clara Araújo é a primeira pessoa da família a entrar na universidade e vai cursar Pedagogia
Publicado em O Globo
RIO – “Hoje tive minha sobrancelha raspada por minha mãe, emocionada por ter sido a primeira pessoa de minha família a ser aprovada na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O que pra ela é uma realização pessoal de mãe que, diga-se de passagem, sempre me incentivou a estudar, para mim, uma travesti negra, é uma conquista com imenso valor simbólico.” Com estas palavras, a estudante Maria Clara Araújo, de 18 anos, inicia um manifesto que já teve mais de 7 mil compartilhamentos no Facebook. O texto foi a maneira escolhida por ela para comemorar sua aprovação no curso de Pedagogia pelo Sisu.
Ao longo do depoimento, acompanhado por uma imagem que mostra o trote aplicado pela mãe, Maria relembra toda a sua trajetória até chegar ao banco de uma universidade.
“Desde muito cedo, o âmbito educacional deixou o mais explicito possível suas dificuldades em compreender as particularidades de minha vida: aos 6 anos, desejando ser a Power Range Rosa , aos 13 usando lenços na cabeça, aos 18 implorando pelo meu nome social e, logo, o reconhecimento de minha identidade de gênero. Nenhuma foi atendida”, escreve.
A luta pelo reconhecimento dos seus direitos, como ela bem sabe, está longe de terminar. Uma das questões que tem pela frente, por exemplo, é garantir que será tratada pelo nome social na universidade. “Se ontem a professora tirou a boneca de minha mão, hoje o Reitor diz não ter demanda para meu nome social.”
Em entrevista por telefone, Maria contou que fez o manifesto ao observar que era a primeira travesti a passar na UPPE. Justamente por isso, queria fomentar o debate sobra a falta deste público no ambiente educacional.
– Estou muito feliz com minha aprovação e, por ser a primeira, quero levar essa reflexão às pessoas. Por que sou a primeira? Por que tantas outras não têm a mesma oportunidade que eu? – questiona a jovem, que tem se aproximado cada vez mais com a militância.
Em seu relato no Facebook, ela também faz questão de lembrar as violências que sofreu em função da sua identidade sexual durante toda a sua rotina escolar e as consequências dessa realidade sobre a vida das pessoas:
“Não era só comigo, mas fui a única que aguentei. Vi, de pouco em pouco, outras possíveis travestis e transexuais desaparecendo daquele ambiente, porque ele nunca simbolizou um espaço de acolhimento, educação e aprendizagem. Mas sim de opressão, dor e rejeição.”
Ao finalizar o texto, ela comenta que a própria escolha do curso parte da vontade de mudar essa realidade:
“Optei por Pedagogia com a esperança de poder ser um diferencial. De finalmente pautar a busca por uma educação que nos liberta e não mais nos acorrente”, afirma. “A escolha é apenas uma: lutar ou lutar. E eu, Maria Clara Araújo, escolhi ser um símbolo de força.”
Pedagogia, Educação e Superação pela esperança.
0Publicado em Exame.com
O Maestro João Carlos Martins, considerado um dos maiores intérpretes de Bach do século XX, quando ficou impossibilitado de continuar tocando, domou o cansaço espiritual e tornou-se, aos 63 anos de idade, maestro. A esperança do vir a ser mantém pessoas vivas e incansáveis na luta. No vídeo abaixo o próprio maestro João Carlos fala a meu respeito, como um exemplo de superação pela esperança: https://www.youtube.com/watch?v=U-tXh4LdXzE.
No entanto, por que a maioria das situações demandantes de superação não são facilmente superadas, e se ainda podemos agregar a importância vital do sentido, de uma nova razão pela qual viver, após um trauma ou situação grave vivenciada? Por que então não aprendemos mais naturalmente esse segredo revelado tão sem segredos, e aberto ao mundo, para todo e qualquer habitante?
Paulo Freire (2011) explica em Pedagogia da Esperança, um reencontro com a Pedagogia do Oprimido, o grande drama das maiorias que não acreditam na possibilidade de um “inédito viável”: o medo do oprimido, como indivíduo ou como classe, o inibe de lutar. Vale lembrar um aspecto dos mais marcantes e significativos de Freire em sua Pedagogia do Oprimido: o inédito viável.
Pouco comentado, e arrisco dizer pouco estudado, essa categoria encerra nela toda uma crença de sonho possível e na utopia que virá, desde que os que fazem a sua história assim queiram. Para o educador, as mulheres e os homens como corpos conscientes sabem bem ou mal de seus condicionamentos e de sua liberdade. Assim, encontram em suas vidas pessoal e social, obstáculos, barreiras que precisam ser vencidas. A essas barreiras ele chama de “situações limite”.
Os homens e mulheres têm várias atitudes diante dessas “situações limite”; ou as percebem como um obstáculo que não podem transpor, ou como algo que não querem transpor ou ainda como algo que sabem que existe e que precisa ser rompido e então se empenham na sua superação. Nesse caso, a “situação limite” foi percebida criticamente e por isso aqueles e aquelas que a entenderam querem agir, desafiados que estão e se sentem a resolver da melhor maneira possível, num clima de esperança e de confiança, esses problemas da sociedade em que vivem.
As ações necessárias para romper as “situações-limite” Freire as chama de “atos-limite”. Esses se dirigem, então, à superação e à negação do dado, da aceitação dócil e passiva do que está aí, implicando dessa forma uma postura decidida frente ao mundo. As “situações limite” implicam, pois, a existência daqueles e daquelas a quem direta ou indiretamente servem, os dominantes; e daqueles e daquelas a quem se “negam” e se “freiam” as coisas, os oprimidos.
Os primeiros veem os temas-problemas encobertos pelas situações limite, daí os considerar como determinantes históricos e que nada há a fazer, só se adaptar a elas. Os segundos, quando percebem claramente que os temas desafiadores da sociedade não estão encobertos pelas “situações-limite”, se sentem mobilizados a agir e a descobrirem o “inédito viável”. Foi assim comigo e com o maestro João Carlos Martins, nós superamos situações limites em nossas vidas e nos tornamos “dominantes”.