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10 características que todo pensador deve ter
0Quer pensar de maneira crítica? Veja algumas dicas de como fazê-lo
Publicado no Universia Brasil

Fonte: Shutterstock
Abandonar as ideias dos livros didáticos para criar suas próprias não é uma tarefa simples
Aprender não é coisa fácil, não há dúvida quanto a isso. Contudo, refletir a respeito dos conceitos estudados pode ser um desafio ainda maior, afinal abandonar as ideias dos livros didáticos, por exemplo, para criar suas próprias não é uma tarefa simples. Se você tem interesse em desenvolver um pensamento crítico, veja abaixo algumas características que os pensadores têm e tente aplicá-las a sua rotina de estudos.
1 – Persistência é essencial
Os pensadores não desistem quando encontram dificuldade lendo um texto complexo ou se deparando com uma opinião divergente da sua. Na verdade, eles tendem a encará-los com entusiasmo, lendo-os por mero prazer. Além disso, os pensadores também escutam pacientemente as ideias dos outros para que assim, unindo suas leituras e experiências, possa articular seus argumentos autonomamente.
2 – Reflexões na ponta do lápis
Geralmente, a partir das várias ideias que têm, os pensadores escrevem textos. Não para postar nas redes sociais e mostrar o quão cult eles são, mas sim para se organizar e, consequentemente, raciocinar melhor diante de tantas nuances.
3 – Vive para aprender
Os pensadores são curiosos por natureza: perguntam incessantemente para saciar suas dúvidas. E não se desesperam quando não obtêm respostas, porque sabem que as perguntas valem mais que as respostas.
4 – É possível aprender a partir de tudo
Como bons curiosos, eles sabem que tudo tem uma história e, portanto, qualquer coisa é motivo para iniciar novos estudos. E eles podem ser bastante criativos fazendo isso, afinal eles criam seus próprios métodos de aprendizado.
5 – Opinião e fato não são equivalentes
Os pensadores têm plena consciência de que suas opiniões não são fatos, muito menos inquestionáveis. Isso porque eles articulam suas próprias ideias, ou seja, sabem que aquilo se aplica aos seus valores e experiências, mas podem não ter a mesma recepção com outras pessoas.
6 – Tudo se conecta, nada está isolado
Pensar implica em brincar com as ideias e os pensadores fazem isso por livre e espontânea vontade: vinculam conceitos aparentemente desconexos a todo instante tanto para analisar uma situação quanto apenas para fazer piada. Entretanto, independentemente de suas razões, ele faz isso refletindo tanto no fato por si só como sobre quais são as raízes dele.
7 – Não julgar é um de seus preceitos
O pensador valoriza demais as análises para julgar as pessoas por suas opiniões, porque ele sabe que para tê-las você teve que primeiro refletir para depois tirar conclusões, afinal ele mesmo passa por esse processo.
8 – Pode compartilhar sim
Por mais que eles não busquem aprovação de suas ideias, os pensadores as compartilham com o objetivo de socializá-las e, assim, criar um debate, afinal reconhecem que só dessa maneira podem continuar aprendendo.
9 – Sempre há uma novidade
Por mais cotidiana que seja a situação, eles a enxergam como nova, porque têm o hábito de encontrar padrões em tudo e ver as muitas facetas de um mesmo fato. Portanto, tudo é encarado como novidade.
10 – Complexidade e simplicidade
Eles sabem que o mundo pode ser visto tanto como complexo como simples, isto é, eles têm a habilidade de pensar de maneira simples um aspecto complexo da realidade e vice-versa.
Albert Camus, um pensador para o século XXI
0O tempo jogou a favor do filósofo. Seu centenário ocorre numa era em que a violência e o totalitarismo são intoleráveis – e suas ideias libertárias são atuais como nunca
Fernando Luis Schüler na revista Época
Albert Camus chamou o século XX de “o século dos rancores”. Nascido em novembro de 1913, viveu uma vida relativamente curta e intensa. Morreu em 1960, três anos depois de receber o Prêmio Nobel de Literatura. Já se vão 100 anos de seu nascimento, mas é difícil não pensar em Camus como um intelectual do nosso tempo. Defini-lo é perigoso. A melancolia, a estética noir dos cafés de Saint-German-des-Prés andam lado a lado com a imagem do homem viril, amante da dança, do sol, da Espanha e de algumas das mulheres mais encantadoras de seu tempo, como Maria Casares e Catherine Sellers.
Camus viveu o lado obscuro do século XX. Século da “peste”, do medo, da submissão do homem ao absurdo da ideologia. A grande guerra, a ocupação da França, o engajamento na resistência, a guerra de independência na Argélia, sua terra natal e de formação. Após o fim da guerra, foi um dos poucos intelectuais franceses a tomar plena consciência – e a tratar disso com coragem – do horror soviético, dos campos de concentração, do absurdo totalitário. Acossado pela intelligentsia ligada, ou simpática, ao sovietismo, condenou igualmente os ataques nucleares dos Estados Unidos ao Japão; a prerrogativa dos vetos, no Conselho de Segurança da ONU; o absurdo da Guerra Fria, cuja lógica sempre se recusou a adotar. Fez da oposição ao franquismo quase sua obsessão pessoal.
O desassossego que sempre acompanhou Camus não se restringia ao contexto histórico em que viveu. Seu tema é existencial. A solidão. Sua própria. “Se eles não querem que eu lute”, escreveu, em 1939, logo depois de ser impedido de servir na guerra, em função da tuberculose crônica, “é porque meu destino é sempre ser deixado de lado.” O desconforto, a inadequação. Camus declarou certa vez que passara a vida com uma estranha sensação de que era culpado de alguma coisa. A desconfiança crônica com a qualidade de sua literatura. O casamento desapaixonado com Francine. O fastio com a vida intelectual parisiense. A sedução da fuga para as “cidades sem passado”. E o tédio das conferências. Uma delas, em Porto Alegre, numa noite fria, agosto de 1949, durante uma turnê pelo Cone Sul. Recebido com uma fala curta e elogiosa de Erico Verissimo, anotou em seu diário: “Essas ilhotas de civilização são frequentemente horrendas”.

Camus alcançou celebridade quando lançou, em maio e outubro de 1942, O estrangeiro e O mito de Sísifo. Com Calígula, sua primeira grande incursão pela dramaturgia, as três obras de juventude compõem sua “trilogia do absurdo”. O estrangeiro é seu livro mais lido, traduzido e, para muitos, sua obra-prima. Ele conta a história de Mersault, espécie de anti-herói moderno, homem comum, destituído de abstração e expectativas. Mersault comete um crime banal e é, de certo modo, condenado por sua indiferença. À espera da guilhotina, resigna-se. “Se me obrigassem a viver dentro de um tronco seco, sem outra ocupação além de olhar a flor do céu acima da minha cabeça”, pensa, “eu teria me habituado aos poucos.” Camus o definiu como o “homem que se recusa a se autojustificar”. Perto de sua execução, rejeita, com uma quase violência, o consolo de um padre. Ele poderia ter recebido a bênção, não faria muita diferença. Tampouco seu pequeno gesto de revolta faz muita diferença. Ele guarda, porém, um elemento de dignidade pessoal. Mersault agarra o que lhe resta, a pequena verdade de sua vida sem transcendência. Por essa verdade, vale viver seus últimos dias. Observar uma vez mais a luz da lua e encontrar algum descanso. Um descanso mediterrânico, de alguém em paz com seu destino, que dispensa a filosofia. Que descobre, como uma revelação, e toma para si, como fato da vida, a “suave indiferença do mundo”.
Filósofo em formação, na casa dos 20 anos, ainda em Argel, Camus se propôs a enfrentar um antigo tema da filosofia: o sentido da vida humana. Possivelmente, o mais complicado de todos, dado a soluções precárias. Seu argumento: a condição humana é dada pelo “absurdo”. O absurdo é nossa exigência de clareza diante de um mundo opaco. O confronto desesperado “entre a interrogação humana e o silêncio do mundo”. Camus recorreu à história de Sísifo, que lhe parecia o perfeito herói absurdo. Sísifo tenta escapar de seu destino, enganar os deuses. Seu castigo será empurrar infinitamente a pedra de mármore, montanha acima, até vê-la cair, e recomeçar tudo de novo. Camus encontra aí uma metáfora da condição humana. Podemos imaginar Sísifo feliz quando sabe que aquele é seu destino. Podemos vê-lo em desespero, quando imagina que seu destino poderia ser outro. Cada um de nós é Sísifo. Cada um carrega sua própria pedra. Sísifo nos lembra que somos iguais, que fazemos todos a mesma pergunta e ouvimos todos nenhuma resposta. Há, porém, alguma margem de manobra. É possível jogar, é possível agir com “vivacidade”. Camus enumera modelos de “jogo”: o amante, o comediante, o aventureiro. Haveria outros. O “moralista”, quem sabe, personagem que Camus sempre rejeitou. Para si, escolheu o “criador”, o artista, para ele a síntese de todos os homens absurdos e, dentre eles, o mais feliz. Cada qual fará suas escolhas. A pedra nos lembra simplesmente que tudo é precário, que há limites. Mas, de alguma maneira, nos tranquiliza. “Assim como, em certos dias, a descida é feita na dor”, escreve, “também pode ser feita na alegria” e a “própria luta para chegar ao cume pode encher o coração de um homem.”
Um segundo grande tema de Camus diz respeito à política. Sua posição: a consciência do absurdo não nos deve levar à indiferença moral. O desafio é fundamentar uma ética universalista, pautada pela justiça, pela recusa da violência, num mundo dessacralizado, carente de uma ordem última de valores – seja ela dada por Deus, seja por algum movimento próprio da história. Esse tema aparece em Calígula, quando o Imperador sugere que Cherea, seu executor, creia em “alguma ideia superior”. Cherea rejeita a sugestão, mas afirma crer que “algumas ações contêm mais beleza do que outras”. Calígula responde, dizendo acreditar que “todas elas são equivalentes”.
Sua visão política se revelou com toda a clareza em O homem revoltado, publicado em outubro de 1951. Camus o considerou seu livro mais importante. À publicação do livro, seguiram-se o conhecido debate e a ruptura com Sartre. O debate dividiu uma geração inteira e, de certo modo, prossegue. De um lado, a ética universalista de Camus, seu imperativo de “não violência”, o cansaço da ideologia. De outro lado, o realismo político de Sartre, que à época se alinhava aos comunistas, no ambiente intoxicado da Guerra Fria.
Vargas Llosa bem definiu o argumento de Camus, em O homem revoltado. Disse que, para ele, “toda tragédia da política começou no dia em que se decidiu que era lícito matar um homem em nome de uma ideia”. O tema surge na cena em que Yanek, o poeta terrorista, personagem central da peça teatral Os justos, se recusa a explodir a carruagem do Grão-Duque, quando percebe que teria de explodir junto duas crianças, que o acompanhavam. A hesitação de Yanek faz dele, naquele instante, um “homem revoltado”. Camus sabia que erguia uma perspectiva ética em bases frágeis: num mundo caótico, que mal haveria de explodir uma criança? Ética é construída no deserto. Talvez um pacifismo ingênuo, que ele chamava de ética da “solidariedade humana que nasce nas prisões”, do exercício da empatia, como um longo aprendizado. Nesse aprendizado, o “homem revoltado” é o pedagogo. Aquele que anda na frente. Por vezes, é Dom Quixote. Ele tateia nessa escuridão infernal, a ausência de valores últimos. O tempo, porém, parece lhe pertencer.
Em maio de 1952, Francis Jeanson, jovem colaborador de Sartre, publicou, na revista Les Temps Modernes, um artigo acusando Camus de professar uma “moralidade cruz vermelha”. Um humanismo subjetivista e vago, que desconsidera o papel da história e da economia nas revoluções. Na polêmica que se seguiu, Sartre evitou o debate no terreno filosófico. Lançou mão do argumento ad hominem: “E se seu livro fosse feito de conhecimentos colhidos às pressas, de segunda mão?”. Numa sugestiva hierarquização de valores, disse considerar os campos de concentração soviéticos tão inadmissíveis quanto “o uso que a imprensa chamada burguesa faz deles”. Camus recusou o clichê: “Não se decide sobre a verdade de um pensamento conforme seja ele de esquerda ou de direita”.


No ambiente politicamente carregado dos anos 1950, é possível dizer que Sartre se saiu vencedor. Camus se viu, em boa medida, isolado. Em setembro de 1951, escreveu a Francine: “Estou pagando caro por este livro infeliz. Hoje tenho dúvidas sobre ele, e sobre mim mesmo”. A história diria o contrário. Sartre manteve-se fiel ao sovietismo. Só veio a revisar sua posição, ainda que parcialmente, quando os tanques soviéticos invadiram a Hungria, em 1956.
Num sentido amplo, Camus tornou-se, nos anos do pós-guerra, um liberal. No final de O homem revoltado, observa que “a política e a sociedade têm apenas o encargo de ordenar os negócios de todos, para que cada um tenha o tempo e a liberdade dessa busca comum”. Observa como o capitalismo soube, pela via do reformismo social, melhorar as condições de trabalho, percebe o crescimento constante das classes médias e a desconcentração do capital – no mercado de capitais e nos pequenos negócios. Estávamos em 1950. Ele manifestava suas simpatias pelo modelo escandinavo, mas não ia além disso. Sua teoria social não é sistemática. Seu argumento é estético. Numa sociedade perfeita, escreve, “as crianças continuarão a morrer, sempre injustamente”. Não há antídoto para o drama mais fundamental, o desejo humano pela clareza num mundo opaco. Mas não há dúvidas de que o espírito da revolta, cujo vértice é a dignidade humana, nos permite melhorar o mundo.
Quino e Mafalda: Criador e Criatura
0Maria Clara Lucchetti Bingemer, no Adital
Joaquin Salvador Lavado Tejón nasceu em Guaymallén, na Província de Mendoza, Argentina, em 17 de julho de 1932. Está fazendo, portanto, 80 anos este que é mais conhecido como Quino. Pensador, historiador gráfico e cartunista genial, Quino é o criador da imortal menina Mafalda, que pensa e questiona todo mundo à sua volta, desde os pais até os amiguinhos da escola e da rua, sem excluir outros adultos menos íntimos.
Mafalda, a imortal criaturinha de Quino foi publicada pela primeira vez como história em quadrinhos no periódico Leoplán, nos anos 1960, e depois passou a ser publicada regularmente no semanário Front Page, cujo editor era amigo de Quino. Posteriormente, foi publicado no jornal O Mundo. Logo após, Mafalda ganhou mundo. A reviravolta cultural que marcou o ano de 1968 sem dúvida contribuiu para isso.
Livros com as tirinhas de Quino foram publicadas na Espanha, Itália e Portugal, embora vigiadas de perto pela censura, que se empenhava em rotulá-las como próprias apenas para adultos. Até que, em 1973, o mundo leva um susto quando Quino anuncia que decidira terminar com Mafalda. Considerava que suas ideias já se esgotavam, que não produzia nada novo. Mudou-se para Milão e continuou fazendo cartuns de humor da melhor qualidade.
Mafalda marcou as gerações daqueles anos e até hoje continua fazendo sucesso entre as novas gerações. Por quê? Qual seu segredo? Talvez o fato de ser uma menina de seu tempo e ao mesmo tempo ter um perfil de abertura universal que lhe dá amplidão de raio de influência. Mafalda é uma menina de seis anos de idade que odeia sopa, dizendo representar para a infância o mesmo que o comunismo para a democracia. Adora os Beatles e o desenho do Pica-Pau. Comporta-se como uma típica menina de sua idade, mas ao mesmo tempo tem uma visão aguda e crítica da vida.
O que mais impressiona e fascina em Mafalda é seu espírito crítico, que vive questionando o mundo à sua volta e principalmente o contexto da década de 1960 na qual vive. Aos pais, faz perguntas que os deixam acordados à noite, dando voltas ao cérebro para tentar responder à questionadora filha. Porém, não encontramos em Mafalda certa perversidade e desejo de fazer os outros chorar, presente lamentavelmente em muitas crianças.
Mafalda é crítica e questionadora, mas cheia de compaixão e ternura pelos outros e pelo mundo onde vive, que considera extremamente doente. Por isso põe esparadrapos para curar as feridas do globo terrestre onde estuda geografia em casa. Antes de tomar medidas curativas para a doença do planeta, Mafalda se preocupa com ele. Dialoga muito com o rádio que veicula notícias as mais preocupantes: guerras, conflitos de todos os tipos, desgraças etc. E responde às notícias que ouve. Por exemplo, ao ouvir que o Papa fez um chamado para a paz, pergunta ao rádio: “E deu ocupado como sempre, não é?”.
Uma das críticas pioneiras de Mafalda, que certamente influenciou a sociedade argentina de seu tempo, além da de outros países, é sua visão do papel da mulher na sociedade, que não poupa sequer sua mãe, Raquel, mostrada pela tirinha como uma típica dona de casa, sem haver completado os estudos e que entra em constantes conflitos com a filha, sobretudo ao preparar sopa para ela. Outro objeto da crítica de Mafalda é sua amiga Susanita, uma menina fútil. Seu único objetivo na vida é encontrar um marido rico e de boa aparência e ter uma quantidade de filhos acima da média. É uma grande fofoqueira e egoísta, e sempre encontra um jeito de falar sobre o vizinho do irmão da cunhada de alguém. Mafalda muitas vezes discute com ela e perde a paciência com a amiguinha que apresenta horizontes tão curtos.
Por outro lado, relaciona-se muito bem com o sonhador menino Felipe, que odeia a escola, mas frequentemente tem dramas de consciência a partir de seu sentido congênito de responsabilidade, que o instiga sem cessar. O resto do grupo de amigos é composto pelo capitalista Manolito, obcecado com os negócios do armazém do pai e com dinheiro, péssimo estudante, representante egrégio do capitalismo que adora quando a inflação assola seu país, já que assim lhe parece estar lucrando mais. Tem também Miguelito, amigo de Mafalda, um pouco mais jovem do que os outros. Filho único, com uma personalidade igualmente única, Miguelito é dono de um enorme coração. Tem dificuldade de compreender o que pensa sua inteligente amiga, sempre entendendo seus conselhos de maneira literal. Além disso, é um personagem egocêntrico, que parece achar que o mundo gira à sua volta. Em casa, Mafalda tem como companheiro o irmãozinho Guille, que começa a despertar para o mundo, e a tartaruguinha Burocracia, lenta como costumam ser esses animais e que faz jus ao nome.
Nesta celebração de seus 80 anos, cabe agradecer de coração o traço e sobretudo a imaginação e sensibilidade de Quino, que nos deu uma personagem tão encantadora e consciente, que nos faz rir, certamente, mas sobretudo pensar. Tomara que Mafalda continue sendo uma influencia para crianças e jovens, é o que desejamos de coração.