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30 links que socorrem o cidadão
0Roberta Fraga, no Livros e Afins
Sou de uma época analógica. Estudei Direito e com a internet ainda muito rudimentar (o que dava o que falar era apenas o bate-papo) não havia o acesso e velocidade que se têm hoje sobre temas jurídicos, controvérsias, jurisprudências.
Na minha época, repositório era biblioteca, novidade eram as inúmeras revistas dos tribunais, network era participar de seminários, palestras e júris e rede social era o bom e velho bate-papo pessoal também conhecido como “pedir audiência”.
Enfim, outros tempos, outros recursos: “time is money”. Verdade inegável, doa a quem doer. Em nome destes novos tempos, vou deixar aqui uma lista que pode socorrer estudantes e profissionais do Direito. Por outro lado, dada a agitação do momento, esta lista de sugestões acaba sendo também uma lista que você cidadão pode e deve acessar. Conhecer os seus direitos e como funcionam as suas casas legislativas e judiciais (em quaisquer esferas de governo – federal, estadual, municipal, ou distrital) acaba sendo a sua maior arma de controle do andamento dos processos legislativos e dos gastos com recursos públicos.
Em tempos de engajamento e um profundo despertar da juventude, tenha ela 68 ou 18 anos de idade, vale a pena se voltar para livros, textos relacionados com o seu país, para além de gritar palavras de ordem, você também conhecer a mecânica das coisas e saber pontos fracos e fortes do jogo político, enquanto teoria e legislação.
Sempre, em quaisquer circunstâncias, “a resposta está nos livros” e isso não digo eu, diz o personagem do desenho que a minha filha de 5 anos está ali assistindo. Está mais na hora de assimilarmos!
Lá vai.
30 links que podem ajudar nas pesquisas jurídicas
- Presidência da República – texto da Constituição Federal;
- Senado Federal – Constituição Federal-busca por emendas, datas e diversos outros filtros;
- Legislação – códigos;
- Rede de informação legislativa e jurídica;
- Direitonet – é um portal jurídico para advogados, estudantes de Direito, profissionais da área jurídica e todos os interessados em Direito com uma lista de 840 termos jurídicos;
- Portal da justiça federal;
- Instituto Brasileiro de Direto Constitucional;
- Universo jurídico – disponibiliza informações dos tribunais e textos jurídicos;
- Jus Navigandi – sítio com doutrinas, peças, artigos;
- Dicionário Jurídico Virtual – dicionário jurídico de expressões latinas, acessível no Portal Direito Virtual destinado a profissionais da área jurídica, estudantes de direito e funcionários do poder público;
- Glossário Jurídico – sítio do Supremo Tribunal Federal – verbetes da área jurídica seguidos de sua definição, inclusive alguns verbetes apresentam exemplos de utilização;
- Glossário Jurídico – Portal Internacional – STF – Glossário jurídico em três idiomas. Elaborado em português, inglês e espanhol, o glossário busca apresentar à comunidade internacional, de maneira sistematizada e simplificada, institutos jurídicos brasileiros, com destaque para o vocabulário mais utilizado nas notícias sobre a atuação do STF;
- Mundo dos filósofos – dicionário de expressões jurídicas latinas;
- A & C : Revista de Direito Administrativo & Constitucional;
- Revista de Direito Constitucional e Internacional;
- Revista da Academia Brasileira de Direito Constitucional;
- Revista Jurídica Consulex;
- Revista CEJ;
- Revista Diálogo Jurídico;
- Revista Âmbito Jurídico;
- Revista do IAB – Instituto dos Advogados Brasileiros;
- Revista da Seção Judiciária do Distrito Federal;
- Cadernos de Direito Constitucional e Ciência Política;
- Artigos jurídicos – Superior Tribunal de Justiça;
- Cortes Constitucionais internacionais– lista por países;
- Universidade Federal de Santa Catarina – Relação de normas brasileiras de documentação;
- Sítio da ABNT – para você redigir seus trabalhos, artigos e pesquisas em formato padrão;
- Lista de discussão em Direito Constitucional;
- BuscaLegis – Universidade Federal de Santa Catarina -Centro de Ciências Jurídicas – Laboratório de Informática Jurídica;
- Sítio para auxiliar com referências bibliográficas;
Instituições importantes
- Sítio do Transparência Brasil;
- Ministério Público da União;
- Palácio do Planalto;
- Câmara dos Deputados Federal;
- Senado Federal;
- Supremo Tribunal Federal;
- Superior Tribunal de Justiça;
- Tribunal Superior do Trabalho;
- Tribunal Superior Eleitoral;
- Superior Tribunal Militar.
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Curiosidades do Jornal de Letras, 1949-1951
0Roberta Fraga, no Livros e Afins
O Jornal de Letras foi uma publicação que teve edições de 1949 a 1993, sob e edição de José Condé e seus irmãos João Condé e Elysio Condé. Era um panomara da arte no cenário do Rio de Janeiro e também nacional. Lá, caso algum de vocês tenham o privilégio de ver algum dia in loco um exemplar do periódico, poderão ver o cotidiano da vida artística de grandes vultos das artes e da literatura. Era também um pouco de revista de fofoca dos artistas, mostrando cenas do dia-a-dia da cidade, rotina de lanches na Academia Brasileira de Letras, opiniões, picuinhas artísticas, publicidade relacionada. Aliás, a publicidade é uma diversão à parte.
Como eu tive o privilégio de trabalhar pesquisando uma encadernação das edições do ano de 1949 a 1951, vou mostrar umas degustações interessantes. São fotos feitas com celular e sem iluminação adequada, portanto, contentem-se e não chiliquem muito pela qualidade das imagens.
Lendo o conteúdo delas, vocês terão uma boa ideia de quão divertidas são as matérias, se bem que, algumas com altíssimo conteúdo político e ativista, naturalmente para uma publicação desse tipo.
Vejamos…
Abaixo, registro de uma cena do cotidiano com uma figura bem ilustre
Publicidade mostrando desde sempre o quão importante as bibliotecas são
Reconhecem este senhor simpático? Pois é, Cândido Portinari em Veneza
Ranking dos escritores
Registre sua vida em um diário ou morra
0Roberta Fraga, no Livros e Afins
Não sei ao certo se isso vale, na verdade, foi um ardil para atrair uma leitura de, quem sabe uns dois parágrafos deste post. O fato é que me martela na cabeça a ideia de escrever em diários e como eu nunca consegui estou aqui divagando. Parece assim uma visão tão romântica: posso até ver a moça abrindo, sorrateira, o diário que esconde num lugar bem secreto (que é embaixo do travesseiro), com aquela chave tão secreta (que seu irmão mais novo nem usa porque abre com um clipe), escrevendo com uma caneta tão discreta e sóbria (aquela prateada com brilhinhos e pompom rosa na ponta e que balança mais fortemente, quando no diário é lembrando o nome daquele garoto – ou garota – especial).
Pronto. Minha visão romântica disso! Romântica? Romântica nada, romântica uma ova (essa expressão é do tempo da minha avó), escrachada! Deve ser por isso que não consigo me imaginar escrevendo um diário. Olha que já tentei… Tá! Tentei duas vezes, mas quando vi, grandes dilemas pessoais (do tipo não estou mais aguentando a depilação a cera, gente isso é sério!) misturarem-se com lista de compras encabeçadas por cebolas, vi que a coisa não ia para frente.
Escrever diários é para os fortes. Ninguém quer ler seu diário para saber se você está com problemas financeiros ou dos roncos intermináveis do seu marido, das birras do seu filho e sua dificuldade com elas, do seu chefe exigente, dos conflitos modernos femininos, quando aquela maquiagem caríssima te deu alergia. E olha que esse último conflito pode dar ainda pano para a manga (outra expressão da grandma), se você ousou comprar (por sentimento de justiça digno e autocomplacente) a bendita maquiagem no cartão de crédito do seu solícito (ou desatento) marido, ou namorado, ou peguete, ou ficante, ou tico-tico no fubá, ou amigo colorido, ou sei lá o que você tenha (amante virtual, amante platônico, Gasparzinho ou cunhado ou cunhada mesmo – neste último caso já cheira a vingança… Pronto: outro dilema pessoal desinteressante).
As pessoas querem grandes dramas (reais ou não, razão pela qual, se for escrever um diário, minta bastante), querem grandes personagens, grandes fatos. As pessoas querem saber que você guarda dinossauros no banheiro ou se no seu armário (closet para aumentar a carga dramática) você guarda esqueletos, vampiros, zumbis, corpos ou cabeças encolhidas. É isso! Coisas fantásticas o bastante para fugir do lugar comum: a falta de vagas no estacionamento da escola do seu filho.
Seja gentil com os fatos, mas não exatamente fiel a eles. Certa vez, no antigo Programa Livre, comandado pelo Serginho Groisman, o entrevistado, nada menos que Fernando Sabino, disse que começou a escrever porque mentia demais. E fez isso por sugestão de seu pai. Viu que funciona?
Tenha muita seriedade com uma atividade como esta. Poker face é para o fracos, tenha um semblante translúciso, em se tratando de segredos pessoais. Faça com que as pessoas suponham que você é bem informado, ao tomar suas notas (usando aquela carinha). Leve a sua atividade a sério. Tem que parecer sério. Mas cuidado, para não parecer tão bem informado assim: sua vida pode correr riscos.
O fato é que toda essa abobrinha tem que ser impactante para o bem ou para o mal.
Eu sei, eu sei, este material seria para falar de grandes diários da história, mas o cotidiano me empurrou para cá: a vala comum dos desesperados! Então, vou ficar mesmo por aqui que é para não acabar revelando uma ou outra página daquele meu diário que vou começar hoje… Nem tem páginas o danando… Mas, aquele caderninho da Hello Kitty bem que é fofo, né?
Aí vem as preciosas dicas e lista, porque tenho mania de listar coisas
Se for escrever um diário:
* minta muito, minta bastante: minta datas (você não conseguirá escrever todos os dias e nem terá paciência para isso), minta fatos (aumente, reduza, invente, simplesmente de modo que você seja uma heróina, ou herói, desses sempre injustiçados, mas cobertos de razão), minta pessoas (se está faltando pessoas, invente-as em número e qualidade), melhore ou piore as pessoas que existem;
* faça daqueles segredos cabeludos ainda mais cabeludos, mas deixe claro no registro que é de outra pessoa e não seu;
* vitimize-se;
* use registros de grandes personagens de grandes histórias como sendo seus, claro, guardadas as devidas proporções, porque se você for enfrentar moinhos de vento na cozinha sua credibilidade pode cair um pouco e você poderá acabar sendo interpretado equivocadamente quanto a sua saúde mental;
* se a mentira for muito absurda, use-a como recurso de comparação, metáfora ou hipérbole;
* crie crises que não existiram de verdade, mas se certifique de encerrá-las em tempo hábil e de modo final e convincente;
* lembre-se de escrever ao final do diário, bem no finalzinho, que se trata de uma obra de ficção e que qualquer semelhança é mera coincidência;
* plante dúvidas atrozes na cabeça do leitor;
* finja que esconde o diário muito secretamente;
* finja que é sério;
* solte a criatividade.
* não leve necessariamente a sério tudo o que eu falei;
* em caso de incêndio, queime primeiro o seu manuscrito.
E a conversa era para ser séria…