Posts tagged Teria
Kroton e Anhanguera se unem e criam maior grupo de educação do mundo
0Juntas, empresas terão mais de 1 milhão de alunos e valor de mercado de R$ 12 bilhões
Pedro Carvalho, no IG

Greg Salibian/iG –
Rodrigo Galindo, presidente da empresa resultante da fusão: “possibilidade de sinergias relevantes”
A Kroton e a Anhanguera, os dois maiores grupos de educação do País, anunciaram uma fusão nesta segunda-feira (22), numa operação que cria o maior conglomerado do setor do mundo. A companhia resultante teria faturamento bruto de R$ 4,3 bilhões, mais de um milhão de alunos e valor de mercado próximo a R$ 12 bilhões.
A Kroton terá cerca de 57,5% da empresa combinada, enquanto os acionistas da Anhanguera ficarão com 42,5%. As ações da Anhanguera serão incorporadas pela Kroton. Os atuais acionistas da Anhanguera receberão 1,364 ação da Kroton após a aprovação da fusão, que depende de análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O presidente da empresa será Rodrigo Galindo, atual presidente da Kroton, e o conselho de administração passa a ser comandado por Gabriel Mário Rodrigues, que lidera o conselho da Anhanguera. “Será uma empresa maior e mais eficiente, os dois grupos têm complementaridade geográfica e possibilidade de sinergias relevantes”, disse Ricardo Scavazza, atual presidente da Anhanguera, que fará parte do conselho da empresa resultante, em teleconferência com o mercado financeiro nesta manhã.
A Anhanguera tem forte presença em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A Kroton está mais estabelecida no Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e Paraná. Na empresa resultante, 73% da receita virá do ensino superior em campus, 23% do ensino superior em polos associados e 4% de educação básica. O grupo terá cerca de 800 unidades de ensino superior e 810 escolas associadas.
Além de aumentar a área de atuação, a complementaridade geográfica faz os administradores acreditarem que não haverá maiores problemas no Cade. “Nosso market share [ participação de mercado ] nacional é baixo, e os múnicipios onde há sobreposição de atuação [ ou seja, onde essa participação subiria ] são muito poucos”, diz Galindo.
“Teremos valor de mercado próximo a US$ 5,9 bilhões (R$ 12 bilhões), o dobro da segunda maior empresa do setor [ a chinesa New Oriental, que vale cerca de US$ 3 bilhões ]. O ebitda [ lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ] será de cerca de US$ 1 bilhão, seremos uma empresa bastante relevante”, afirma Galindo.
As duas empresas são listadas no Novo Mercado da BM&F Bovespa e, segundo Galindo, existe expectativa de que agora o grupo passe a fazer parte do IBovespa, índice de referência da bolsa paulistana. O anúncio da fusão fez os papéis da companhias dispararem. A ação da Kroton saltou 8,14%, a R$ 27,19, enquanto o da Anhanguera fecharam com alta de 7,91%, a R$ 36,85. O Ibovespa subiu 0,68%.
Após a aprovação do negócio, serão emitidas 198,8 milhões de ações da Kroton. No dia 30, a empresa vota em assembleia um desdobramento de ações, que poderia alterar a relação de troca dos papéis – os acionistas da Anhanguera passariam a receber 0,45 ação da Kroton.
“Foi um negócio entre iguais, o espírito é de uma fusão”, disse Galindo. “Poderia haver emissões tanto de uma empresa quanto de outra, mas vimos vantagens jurídicas na emissão da Kroton”, afirmou.
Até a aprovação do Cade, as empresas se mantêm independentes. “Não haverá, por enquanto, troca de informações estratégicas e nenhuma integração”, afirma Galindo. “O time de integração terá representantes das duas companhias, que têm várias integrações e captações de sinergia em seus históricos”, lembra, uma vez que os grupos cresceram em parte com fusões e aquisições.
Livro de curso da Copa muda história de MT com deboche e xingamentos
0Apostila de curso chamou cidade de ‘porcaria’ e paulistas de ‘ignorantes’.
Capacitação em turismo começou há 15 dias e empresa alega sabotagem.

Cartilha traz informações irreais sobre história de cidades de Mato Grosso (Foto: Pollyana Araújo/G1)
Pollyana Araújo, no G1
A história dos municípios mato-grossenses foi completamente distorcida em um livro usado em um curso de capacitação gratuito oferecido pelo governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas), visando a Copa de 2014, em Cuiabá. A cidade de Cáceres, por exemplo, de acordo com o livro, teria sido fundada por “um grupo de excomungados gatos de botas que carregavam bandeiras, índios tabajaras, freiras lésbicas celibatárias e fugitivos de um circo de horrores holandês”. A apostila era usada por alunos do curso de qualificação para atendente em hotelaria e turismo.
Responsável pela ministração do curso e confecção dos livros, o Instituto Concluir, com sede em Cuiabá, informou ao G1 que acredita se tratar de uma ‘sabotagem’ supostamente cometida por uma ex-funcionária da instituição após ser demitida. “Todo material é revisado por uma equipe técnica do instituto antes da impressão. Acreditamos que por ter sido demitida essa funcionária fez isso”, alegou o diretor da instituição, Aroldo Portela. Ele disse que, após descobrir o erro, as apostilas foram recolhidas.
“Já estamos sanando os erros e encaminharemos outros livros aos alunos para que não sejam prejudicados”, afirmou. Ele disse ter instaurado um procedimento administrativo para apurar a irregularidade, assim como o responsável por cometê-la. “Não passou de um grande engano. Agora, nosso objetivo é corrigir o erro”, enfatizou. Foram identificadas distorções sobre as histórias de Cáceres, Barão de Melgaço, Santo Antônio de Leverger e Poconé, localizados na Baixada Cuiabana.
A Secretaria de Trabalho e Assistência Social do Estado informou, por meio de assessoria, que irá tomar todas as medidas necessárias em relação à empresa contratada para ministrar o curso, bem como evitar que esse tipo de falha possa ocorrer novamente.
Sobre Barão de Melgaço, o livro diz que se trata de um pântano, com apenas 2,5% de terra fime. “De acordo com lendas passadas de geração em geração, a primeira habitação naquele ‘c… de mundo’ foi feita por um tal de Lourenço Tomé em meados do século XIX, que cuidava de uma pequena roça produtora de sanguessugas medicinais”. O município também é chamado, no livro, de ‘atoleiro inóspito’ e de ‘porcaria’.
“Povoado tornou-se município em 1953, porque é tão longe de Cuiabá que nem se deram ao trabalho de tornar essa porcaria num distrito da capital. Atualmente é só mais um fétido brejo no oeste do Brasil”, diz outro trecho da apostila, com a qual os alunos vinham estudando há cerca de 15 dias. O curso visa capacitar profissionais para atuar no setor hoteleiro de Cuiabá e das cidades situadas no entorno da capital durante a Copa de 2014.
Na história de Santo Antônio de Leverger, o livro traz ofensas ao Pantanal e aos paulistas, chamados de ignorantes. “Povoado que surgiu lá pelo século XIX quando bandeirantes paulistas ali chegaram e se depararam com uma vasta beleza natural e diversidade ecológica, e então falaram ‘Que p… de Pantanal o quê? Nós viemos aqui para pegar ouro’ (…) A grande atração de Santo Antônio de Leverger são os paulistas ignorantes que erraram o caminho para ver o Pantanal de Barão de Melgaço e acabaram indo parar em Santo Antônio de Leverger”.
Além da suposta fundação por “índios e freiras lésbicas”, Cáceres teria em sua história, conforme o livro, supostamente a morte de 40% da população no século passado por conta de uma praga. “Todavia nem tudo são flores, pois em 1970 uma praga destruiu todos os pés de manga da região, o que resultou num período de fome que matou 40% da população da época”.
Entre os fundadores da cidade, localizada às margens do Rio Paraguai, também estariam ‘aventureiros, meretrizes e muambeiros’, que teriam sido seduzidos pela abundância em ouro e ficado presos para sempre’. “Turistas também vão conhecer Cáceres por esta ser nacionalmente conhecida como a capital universal da poeira”, diz outra parte do livro, distribuído para aproximadamente 40 alunos.
Na apresentação do livro, a secretária de Assistência Social de Mato Grosso, Roseli Barbosa, destacou que a intenção do curso era propiciar conhecimento aos alunos. “Sabendo que a qualificação profissional é um dos instrumentos para a inclusão e ascensão social, estamos oferecendo a você este curso, que propiciará novos conhecimentos, com o propósito de inseri-lo no processo produtivo de Mato Grosso”, consta em trecho na abertura do livro.
Estudante sofre bullying depois de estuprada por colegas e se mata
2Eles teriam distribuído foto da cena pela escola

Mãe quer que pessoas entendam como as mídias sociais permitiram que estudante fosse continuamente violada depois do estupro
Publicado por R7
Um caso de bullying virtual abalou o Canadá no último domingo (7). A canadense de 17 anos Rehtaeh Parsons cometeu suicídio ao não suportar o bullying virtual depois que quatro colegas distribuíram fotos do ataque no qual ela foi estuprada, de acordo com a mãe da garota, Leah Parsons.
Rehtaeh se enforcou no banheiro da família na quinta-feira (4) após meses de tormento e morreu no domingo, contou a mãe ao inglês Daily Mail nesta quarta-feira (10).
Segundo o jornal, nenhuma acusação foi feita aos supostos estupradores desde 2011, ano em que teria ocorrido o estupro. As autoridades entendem que não há provas o suficiente para acusá-los.
No entanto, a mãe de Rehtaeh alega que a garota mudou para sempre desde o ocorrido. A adolescente era “estudante nota A” e teria se tornado uma pessoa imprevisível e de mau humor.
— Ela foi com um amigo na casa de outro amigo. Nesta casa, ela foi estuprada por quatro garotos. Um deles tirou uma foto do estupro e achou que seria divertido distribuir pela escola e comunidade dela, onde rapidamente se espalhou. As pessoas mandavam mensagem para ela perguntando “você quer fazer sexo comigo?”.
Os pais se mudaram de cidade e matricularam Rehtaeh em outro colégio, mas em pouco tempo os colegas a antiga escola entraram em contato com os novos amigos da estudante por meio das redes sociais.
Leah Parsons disse ao site inglês que quer que as pessoas aprendam com a tragédia e vejam como as mídias sociais permitiram que ela fosse continuamente violada depois do estupro.
O antigo colégio de Rehtaeh, o Cole Harbour District High School, em Nova Scotia, no Canadá, disse que não poderia comentar o caso, uma vez que teria ocorrido há mais de um ano.
Grandes editoras do país apostam em revelações da cena literária de Minas Gerais
0Autores comemoram a chance de escrever para o Brasil

Carlos Herculano Lopes, no Uai
Ter o livro publicado por uma grande editora garante ao escritor duas certezas: o trabalho será bem distribuído, sobretudo num país de dimensões continentais como o Brasil, e atrairá o olhar mais generoso da mídia. Atualmente, três autores de BH comemoram a chance de ultrapassar as fronteiras de Minas Gerais: Carlos de Brito e Mello, Ana Martins Marques e Mário Alex Rosa. Os dois primeiros passaram a integrar o elenco da Editora Companhia das Letras. O “passe” de Rosa agora é da Cosac Naify.
Mineiro de São João del-Rei e há alguns anos morando na capital, Mário Alex lançou, no ano passado, o volume de poemas ‘Ouro Preto’ pela belo-horizontina Scriptum. “Minas tem editoras representativas e que estão crescendo muito, como a UFMG, a Autêntica e a própria Scriptum. Mas é muito bom publicar por uma empresa mais conhecida, sobretudo no caso de autores ainda pouco divulgados”, diz o poeta. Seu novo livro, ‘Via férrea’, acaba de ser lançado pela paulista Cosac Naify.
As estreias de Carlos de Brito e Mello e de Ana Martins Marques também se deram pela Scriptum. Em 2009, ela lançou ‘Vida submarina’, com poemas vencedores do Prêmio de Literatura Cidade de Belo Horizonte e saudado por nomes como Fabrício Carpinejar e Armando Freitas Filho. Ana revela que não sabe como foi parar na paulista Companhia das Letras, que publicou seu ‘Da arte das armadilhas’ no ano passado.
“De algum modo, ‘Vida submarina’ chegou às mãos do crítico paulista Davi Arrigucci Jr., que teria recomendado meu trabalho à editora. Em 2010, eles me convidaram para participar de uma coleção de poesia contemporânea e, no ano seguinte, saiu ‘Da arte das armadilhas’”, relembra Ana.
Embora reconheça que atualmente está mais fácil publicar, a escritora pondera que a distribuição continua sendo a “pedra no sapato” da maioria dos autores. “O livro chega mais facilmente às prateleiras, a imprensa tende a prestar mais atenção em nomes lançados por editoras maiores”, diz.
A experiência na Companhia das Letras vem sendo muito boa, afirma ela, contando que as editoras Marta Garcia e Heloisa Jahn, que hoje trabalham na Cosac Naify, foram importantes no processo de seleção de textos. A dupla a ajudou a chegar à forma final de ‘Da arte das armadilhas’. “Meu livro recebeu alguma atenção na imprensa. Ele jamais será best-seller, mas tem circulado razoavelmente entre as pessoas que se interessam por poesia”, comemora.
O belo-horizontino Carlos de Brito e Mello é saudado pela crítica como um dos nomes mais importantes da ficção surgidos ultimamente no estado. Seu primeiro livro, o volume de contos ‘O cadáver ri dos seus despojos’, foi lançado em 2007. Com o romance ‘A passagem tensa dos corpos’ – com o qual venceu o Prêmio Jovem Escritor, concedido pelo governo de Minas Gerais –, ele chegou à Companhia das Letras dois anos depois. Além de receber resenhas elogiosas nos jornais, o livro ficou entre os finalistas de prêmios respeitados como o São Paulo de Literatura, o Portugal Telecom e o Jabuti.
Este ano, a Companhia das Letras vai lançar o segundo romance de Carlos. Sob o título provisório de ‘A cidade, o inquisitor e os ordinários’, ele não traz a morte de forma tão marcante como ocorreu em ‘A passagem tensa dos corpos’. “Essa será sempre uma questão e voltará a aparecer em obras futuras. Em meu novo romance, a morte serve apenas como referência específica, mas não como acontecimento ou experiência”, antecipa Carlos. A “indesejada das gentes”cedeu lugar à discussão moral promovida pelo inquisitor, encarregado de investigar e julgar os modos de vida ordinários dos moradores de uma cidade.