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USP cai 20 posições entre os ‘top 100’ de ranking de reputação universitária
0Lista da Times Higher Education é feita a partir da opinião de acadêmicos. Única instituição brasileira na lista, a USP aparece na faixa 81º-90º lugar.
Publicado por G1
A Universidade de São Paulo (USP) caiu 20 posições, mas segue entre as 100 melhores instituições de ensino superior do mundo em reputação no meio acadêmico, segundo o ranking divulgado nesta quarta-feira (5) pela instituição londrina Times Higher Education (THE).
O ranking foi montado a partir de uma pesquisa com mais de 10,5 mil professores convidados de 150 países. Única universidade brasileira entre o “top 100” do ranking, a USP aparece na faixa entre o 81º e o 90º lugar. No ano passado, a USP estava na faixa de 61º ao 70º lugar.
A lista que leva em conta a reputação da universidade entre os pesquisadores do meio acadêmico. A pesquisa pediu aos acadêmicos experientes para destacar o que eles acreditavam ser o mais forte das universidades para o ensino e a pesquisa em seus próprios campos.
O diretor da THE, Phil Baty, considera que a queda de posição da USP no ranking serve de alerta para a universidade brasileira. “A reputação acadêmica é muito importante para atrair talentos internacionais e obter colaborações de pesquisa globais”, avalia.
“No entanto, a reputação de São Paulo diminuiu este ano e certamente deve haver a preocupação de que, sem uma ação significativa, pode entrar em uma tendência para baixo. Parece ser o caso de que a sua comprovada excelência em áreas-chave, simplesmente não é reconhecida em importantes partes do mundo. Na Ásia, por exemplo, onde há muito investimento no ensino superior, a USP parece não ser conhecida. A verdadeira internacionalização poderia ajudar a instituição a realizar o seu potencial.”
Entre as dez primeiras colocadas estão oito universidades dos Estados Unidos e duas do Reino Unido. A Universidade Harvard segue em primeiro lugar com a maior reputação acadêmica, segundo o ranking. Em seguia está o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), seguido pela Universidade Stanford, ambos dos Estados Unidos. Na quarta e quinta posições aparecem duas instituições britânicas, Cambridge e Oxford. Depois são mais cinco americanas: Berkeley, Princeton, Yale, Caltech e UCLA.
‘Inseparáveis’, gêmeos de SP vão estudar na Universidade de Michigan
0Augusto e Henrique Labella, de 17 anos, já haviam passado na USP.
Irmãos visitaram a universidade nos EUA e se encantaram com a estrutura.

Augusto (jaqueta clara) e Henrique Labella (jaqueta escura) foram visitar a Universidade de Michigan; aulas começam em agosto (Foto: Arquivo pessoal)
Vanessa Fajardo, no G1
Nem a faculdade os separa. Depois de passar a vida toda estudando na mesma escola, de vez em quando até na mesma sala, os irmãos gêmeos Augusto e Henrique Labella, de 17 anos, moradores da Zona Oeste de São Paulo, vão juntos para o Estados Unidos estudar na Universidade de Michigan. O campus, no entanto, não será o mesmo. Augusto quer cursar economia e seguir carreira na área financeira do sistema bancário. Henrique pretende se dedicar à engenharia biomédica e pesquisar a área de desenvolvimento de próteses, entre outras.
Ambos já tinham passado no vestibular da Fuvest, mas sonhavam mesmo com uma vaga em uma instituição americana. A Universidade de Michigan está em 12º lugar no ranking mundial de reputação acadêmica divulgado no início do mês de março pela instituição londrina Times Higher Education (THE). No ano passado, a universidade também aceitou um brasileiro, o estudante Cauê Sciascia Borlina que cursa engenharia aeroespacial.
Os irmãos visitaram a universidade e se encantaram com a estrutura dos campi. “Adorei tudo o que eu vi até agora, tenho certeza que serão os melhores anos da minha vida. As estruturas são todas lindas, parece cena de filme, lembra Hogwarts. Além disso, a universidade toma a cidade inteira, é basicamente uma cidade universitária”, diz Henrique.
Augusto compartilha a empolgação. “É um paraíso acadêmico. São infinitas oportunidades e mais recursos do que eu preciso para me tornar um profissional de sucesso. É de deixar qualquer um boquiaberto e qualquer faculdade brasileira com inveja. Estou com a sensação de que fiz a escolha certa.”
Augusto foi o primeiro a receber a carta de admissão de Michigan no mês de fevereiro. A notícia sobre a admissão de Henrique chegou quase um mês depois, mas ele estava tranquilo. “Sabia que quando um irmão gêmeo passa, o outro também consegue. Mas também sabia que existe um delay [atraso] até porque são escolas diferentes.”
Semelhanças
Apesar de não serem univitelinos, os gêmeos são muito parecidos fisicamente e sempre causaram confusão entre amigos e professores por conta das semelhanças. Atualmente ambos estão com cabeça raspada por conta do trote da Universidade de São Paulo (USP), por isso pelo menos o cabelo não tem nenhuma diferença.
Os irmãos contam que além de confundi-los, as pessoas costumam fazer sempre as mesmas piadas, coisas do tipo: “você é você ou seu irmão?”, “um já fez prova pelo outro?”, “um já ficou com a namorada do outro?”. Para ajudar a diferencia-los, há três anos eles tiveram uma ideia simples, engraçada e eficaz: Henrique passou a usar só camisetas da cor preta, e Augusto da cor branca. “Eu casualmente já usava bastante roupa preta, aí o Augusto passou a adotar o branco”, diz Henrique. “Mas de modo geral é divertido ser gêmeo, eu aprovo e recomendo”, brinca Augusto.

Augusto e Henrique Labella foram aprovados na
Universidade de Michigan, nos EUA
(Foto: Vanessa Fajardo/ G1)
Gosto de estudar, mas ser chamado de ‘nerd’ não é legal. Eu sou não ‘nerd’, faço muitas coisas além de estudar. Jogo mais videogame do que me orgulho, por exemplo”
Augusto Labella, de 17 anos, aceito pela Universidade de Michigan
Livros e música
A vontade de se graduar fora do país é antiga, foi fomentada por viagens que começaram ainda na infância. No ensino fundamental, aos 13 anos, os irmãos fizeram intercâmbio de um mês nos Estados Unidos. No ensino médio, aos 15, foram para o Canadá. “Achei interessante eles terem essa vivência, apesar da pouca idade”, diz a mãe dos meninos, a psicóloga Claerte Martins, de 54 anos.
Desde criança os meninos gostam de estudar. Todos os dias, após a escola – eles concluíram o ensino médio no Colégio Etapa – eles voltavam para casa e pegavam nos cadernos. As notas sempre foram acima da média da sala. Augusto diz que era melhor aluno que o irmão até o 3° ano do ensino médio. “Mas ele [Henrique] começou a estudar mais, até porque o curso que ele quer [engenharia] é mais difícil, e fiquei para trás.” Apesar da afinidade, eles nunca estudavam juntos para as provas.
Os irmãos são bons amigos, os pais dizem que nunca brigaram. Também dividem a paixão por instrumentos musicais e boa música. Ouvem de bossa nova a rock, mas dispensam as modinhas de axé e música sertaneja e eletrônica. Chegaram a tocar juntos em uma banda para um concurso de talentos na escola. Henrique toca guitarra e saxofone, e Augusto, contrabaixo, teclado e gaita. Os instrumentos ficam pendurados em seus quartos, onde também costumar ensaiar.
Augusto toca contrabaixo em uma banda de rock progressivo que fez cover de Pink Floyd. Além de estudar, ler e tocar, os irmãos também gostam de esportes: Augusto faz natação e Henrique joga basquete, e é bom no xadrez. Os dois falam inglês e espanhol, e Henrique ainda tem domínio básico de mandarim.
Quando questionados se são bons em tudo, Augusto se adianta. “Sou péssimo no futebol, um verdadeiro cone no gol. Também não sei dançar.” Os irmãos não gostam de balada, “porque é barulhenta, apertada e tem muita gente” e preferem, por exemplo, se divertir no cinema com os amigos.

Quarto do Henrique e sua preferência pela cor preta; do lado Augusto e a cor branca (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)
Maioridade
Na próxima quarta-feira (17), quando completam 18 anos, Augusto e Henrique não vão comemorar a possibilidade de dirigir e outros ‘privilégios’ da maioridade. Neste momento eles não pensam em adquirir a carteira de habilitação, muito menos um carro, pois vão se mudar para os Estados Unidos no próximo semestre. As aulas em Michigan começam em agosto.
Apesar das peculiaridades que os diferem de muitos adolescentes da mesma idade, os dois não se consideram ‘nerds’, aliás, têm pânico desse tipo de estereótipo. “Gosto de estudar, mas ser chamado de ‘nerd’ não é legal. Eu sou não ‘nerd’, faço muitas coisas além de estudar. Jogo mais videogame do que me orgulho, por exemplo.”
Para os pais dos meninos, a sensação agora é antagônica. “Estou muito orgulhosa pela conquista, mas triste em pensar na partida deles”, diz a mãe. “Os meninos estão realizando um grande sonho que tive, o de estudar fora. Estou feliz, mas aos mesmo tempo preocupado”, afirma o pai, o consultor Antonio Labella, de 57 anos.