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Martinho da Vila faz faculdade de Relações Internacionais no Rio, aos 79 anos
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Cantor assiste à aula numa faculdade privada do Rio Foto: Rennan Medeiros Pimentel
Michael Sá, no Extra
Devagar, devagarinho, Martinho da Vila vai chegando lá. Cantor, compositor, poeta e escritor, o músico de 79 anos mostra que nunca é tarde para aprender e voltou à s salas de aula. Ele é aluno do 5º perÃodo do curso de Relações Internacionais de uma universidade particular na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Bastante aplicado, Martinho se destaca nas aulas por ser extremamente inteligente e dedicado. Esse é o primeiro curso universitário do cantor, que é autor de 14 livros com temas que variam sobre Brasil, polÃtica, samba e escravidão.
Procurado pelo EXTRA, o sambista contou que escolheu o curso de RI por causa do seu trabalho como embaixador da Comunidade dos PaÃses de LÃngua Portuguesa (CPLP).
“Já pratico relações internacionais há muito tempo, mas eu queria pegar um pouco de conhecimento mais teórico”, explica. “Na faculdade, eu sou um aluno de conhecimento, um ouvinte. Faço os trabalhos que todos fazem, cumpro uma carga horário, mantenho a frequência nas aulas, mas não preciso fazer prova”.
Ele releva ainda que sua atitude de voltar a estudar tem servido de exemplo para muita gente retornar às salas de aula.
“Várias pessoas de uma certa idade, até de 50 anos, que tinham vontade de fazer um curso superior, mas que não tinham muita coragem, chegam e falam que foram incentivados por mim a estudar. E isso é bacana. Conhecimento nunca é demais”.

Martinho da Vila volta à s salas de aula Foto: Martinho da Vila fez sucesso pelo paÃs com “Xica da Silva” / AGência O Globo

Aluno aplicado! Martinho da Vila assiste a uma aula numa faculdade do Rio Foto: Rennan Medeiros Pimentel
Confira os lançamentos de livros que complementam as aulas na faculdade
0Juliana Alcantara, no Extra
Ler, ler e ler. O começo da faculdade é, muitas vezes, de muita leitura antes de começar as disciplinas práticas. Para alguns cursos, o ato é constante. De qualquer forma, se manter atualizado e âcorrer por foraâ com atividades extracurriculares só aumentam a cultura e as boas chances no mercado de trabalho.
âEstranhos à nossa portaâ é a última obra lançada de Zygmunt Bauman, que faleceu no dia 9 de janeiro. O sociólogo polonês dedicou sua escrita à modernidade e discutiu os pensamentos de amor, capitalismo e medo sob a ótica moderna. Juliana Freire, coordenadora editorial da Zahar, indica para os alunos e professores de ciências humanas:
-Zygmunt Bauman comenta fatos atualÃssimos do atual estado de crise mundial e faz uma reflexão mais que necessária, diante do reacionarismo que a chegada dos estrangeiros provoca não só na Europa como no mundo todo. Para ele, precisamos construir pontes em vez de muros.
Especializado em Recursos Humanos, Lúcio Lampreia conta em âMudeâ sua própria experiência quando criou sua empresa com o objetivo de reformular a forma de se trabalhar. Paula Cajaty, editora da Jaguatirica, fala sobre o que o leitor pode esperar:
– O livro aborda técnicas, soluções e insights para mudar, impor sua presença online, pensar globalmente e apresentar formas de como se viver em rede, mostrando o que o leitor pode fazer com seus talentos.
Para os amantes e estudantes da sétima arte, a Globo Livros lança no próximo dia 27 mais um tÃtulo da Coleção Grandes Ideias: O Livro do Cinema. A obra revela detalhes dos principais filmes já produzidos desde o começo do século XX, como âViagem à Luaâ, do francês Méliès. Essa edição explora mais de 100 filmes, incluindo obras atuais, como âGravidadeâ e âBoyhoodâ, e nacionais, como âDeus e o Diabo na Terra do Solâ, âCentral do Brasilâ e âCidade de Deusâ.
– Escrito por especialistas em cinema, o livro constrói uma narrativa histórica do cinema e conta com informações sobres personagens, diretores, roteiros, temas- chave e indicação de filmes relacionados. Cada capÃtulo mostra como um filme surgiu, quais foram suas inspirações e como foi realizado. Com linguagem simples e projeto gráfico sofisticado, a publicação é recheada de imagens icônicas, pôsteres e infográficos, conta Lucas de Sena Lima, editor assistente da Globo Livros.
Não só os estudantes de humanas têm vez. Os alunos de fÃsica vão se beneficiar com âBuracos Negrosâ. A obra de Stephen Hawking encontra as livrarias brasileiras no fim do mês. O tÃtulo reúne as transcrições de duas palestras do cientista para a rádio BBC4, de Londres, no inÃcio de 2016. A edição conta com notas de David Shukman, editor de ciências da BBC News. Mariana Rimoli, editora de livros estrangeiros na IntrÃnseca, incentiva a leitura:.
– O perÃodo de entrada na Universidade é um momento muito importante na formação do jovem, uma oportunidade de ampliar horizontes e perspectivas e desenvolver o pensamento crÃtico. A universidade também é o lugar da troca de ideias, do debate, do novo. Nesse sentido, a leitura dos mais variados gêneros e assuntos é essencial.
Escola deveria incorporar ‘conversa de boteco’, diz educadora
0Publicado na BBC Brasil
Em vez de replicar bons sistemas de ensino de outros paÃses, o Brasil deveria se inspirar neles e criar um modelo aproveitando traços da cultura nacional, como o gosto pela música e pela conversa, diz Cláudia Costin, ex-diretora do Banco Mundial para Educação e professora visitante na Universidade Havard (EUA).
“A dinâmica das aulas deveria lembrar mais nossas rodas de conversa do que uma palestra. Nada é mais contrário à nossa cultura fora dos muros da escola do que a forma como damos aula hoje”, afirma.
Em entrevista à BBC Brasil, Costin diz ainda que as centenas de escolas brasileiras ocupadas por estudantes ao longo do ano jamais serão como antes, já que os alunos não aceitarão mais assistir às aulas passivamente.
Formada em administração pública na FGV-SP, Costin passou os dois últimos anos no Banco Mundial, após chefiar entre 2009 e 2014 a secretaria de Educação do Rio de Janeiro na gestão Eduardo Paes (PMDB). Antes, foi secretária de Cultura do Estado de São Paulo (2003-2005) e ministra da Administração e Reforma do Estado do governo FHC (1995-2002).
Ela deixou o banco neste ano para lecionar em Harvard, trabalho que conciliará com a direção do Centro de Excelência e Inovação em PolÃticas Educacionais (Ceipe). Instalado na FGV-Rio há pouco mais de um mês, o órgão terá entre seus objetivos melhorar a formação de professores. Confira os principais trechos da entrevista.
BBC Brasil – No Brasil, em que medida o sucesso profissional de alguém se deve à qualidade de sua formação escolar, e em que medida se deve a fatores como cÃrculo social, gênero e raça?
Claudia Costin – Há uma pesquisa mostrando que 68% do sucesso escolar de um aluno depende dos anos de escolaridade dos pais. A criança da escola pública na média já sai perdendo por aÃ, e depois na vida profissional a desigualdade continua se agravando, porque as que vêm de um meio mais favorecido têm pais com bons contatos e colegas que vão se colocar bem no mercado.
Existe uma promessa na sociedade de igualdade de oportunidade que não está sendo cumprida. Para que seja, a escola pública tem que ser muito melhor.
BBC Brasil – Há estudos que relacionam sistemas de ensino bem sucedidos, como o finlandês e o sul-coreano, a traços culturais dos paÃses que os adotaram. Que caracterÃsticas culturais brasileiras poderiam embasar um sistema de ensino que explore todo o nosso potencial?
Costin – Se fosse pensar num traço cultural que pudesse orientar a nossa maneira de dar aula e repensar o ensino é a conversa de boteco. à curioso: somos um povo que gosta muito de conversar, mas a conversa é reprimida na escola, é vista como algo errado.
A conversa deveria ser coletiva na escola: em grupos e, depois, de maneira centralizada. A dinâmica da aulas deveria lembrar mais nossas rodas de conversa do que uma palestra. Nada é mais contrário à nossa cultura fora dos muros da escola do que a forma como damos aula hoje.
BBC Brasil – Há outros elementos que poderiam ser melhor aproveitados?
Costin – Na nossa cultura, a música também tem um papel extremanente importante. No Rio, criamos escolas vocacionais (focadas em temas especÃficos). Uma delas fica ao lado do bloco carnavelesco Cacique de Ramos.
Os alunos têm um currÃculo normal com sete horas de aula por dia, mas todos os textos em português e em matemática são relacionados à musica e ao samba. Eles passam três horas por dia aprendendo a ler partitura, a tocar instrumentos, a compor samba enredo.
Essa escola é hoje uma das melhores do Rio – um exemplo de como podemos usar a música para dar uma formação integral e com a nossa cara.
BBC Brasil – Algo mudou no debate sobre a educação no Brasil desde que você deixou o paÃs, em 2014?
Costin – Ampliou-se a percepção de que as crianças não estão aprendendo. O Brasil viveu um momento de celebração em 2012 pelo fato de termos sido o paÃs que mais avançou em matemática no Pisa (principal teste internacional que mede a qualidade do ensino) entre 2003 e 2012.
Por certo tempo podÃamos pensar que, como fomos um dos últimos paÃses a universalizar o ensino primário, a qualidade da educação estava ruim, mas ia melhorar. Mas hoje estamos estagnados num patamar muito baixo.
BBC Brasil – Por que o resultado deixou de melhorar?
Costin – Porque as transformações mais importantes demandam uma alteração na forma como formamos professores.
Devemos tornar a formação mais profissionalizante, assim como medicina e engenharia fazem.
A universidade no Brasil forma professores nos cursos de licenciatura e pedagogia focando demasiadamente nos fundamentos da educação, como filosofia da educação, sociologia da educação, e quase nada na prática do professor nas aulas.
Além disso, dada a baixa atratividade da carreira, hoje os 25% piores alunos do ensino médio se tornam professores. Na Finlândia e Coreia do Sul é o oposto: os 25% melhores viram professores.
BBC Brasil – Como mudar a formação do professor? à algo que deve ser feito pelo governo ou pela universidade?
Costin – As duas coisas. Tem muita gente fazendo mestrado e doutorado em educação no exterior. Minha esperança é que voltem para as universidades brasileiras para transformá-las por dentro.
Por outro lado, o Estado de São Paulo passou a repassar recursos adicionais para universidades formarem professores com base num determinado currÃculo. Na gestão do Fernando Haddad no Ministério de Educação, havia a discussão de criar uma prova nacional de certificação, que daria ao indivÃduo o direito de ser professor. à algo que existe no mundo todo e, dependendo de como fizerem a prova, há como influenciar a universidade.
Outra coisa que pode ser feita é exigir uma prova prática nos concursos para seleção de professores. Que eu saiba, só Rio de Janeiro e Curitiba fazem isso hoje.
BBC Brasil – Como gastar melhor o dinheiro com o treinamento de professores?
Costin – Fazendo com que trabalhem de forma colaborativa dentro da escola e estimulando que professores tenham mentores e tutores quando entram na carreira. Grande parte do que se gasta hoje com formação de professores é desperdiçada.
Há pesquisas mostrando que não há nenhuma relação entre o desempenho do aluno e o fato de o professor ter feito mestrado ou doutorado, por exemplo. No Rio, fizemos uma avaliação externa e descobrimos que a professora primária da melhor turma da rede não tinha nem feito faculdade.
BBC Brasil – Qual era o segredo dela?
Costin – Era uma professora mais velha, que entrou na rede numa época em que não se exigia faculdade, e que dava aula numa região muito violenta. Ela começava a aula acalmando as crianças, num processo de catarse em que cada uma contava o que tinha acontecido na noite anterior. Instintivamente e sem ser psicóloga, ela trouxe serenidade para o grupo, e aà o conteúdo podia ser trabalhado.
Parecia que ela tinha estudado como desenvolver competências socioemocionais: persistência, resiliência, autocontrole. Esse é o grande debate da educação hoje: como, além das competências cognitivas, trabalhar competências para viver em sociedade, como empatia e respeito ao outro – coisas de que nós, adultos, estamos precisando muito nesses tempos de ódio.
BBC Brasil – Como acompanhou o movimento de ocupação de escolas pelo Brasil neste ano?
Costin – Senti que ele começou de um jeito e virou uma coisa bem diferente. Em alguns casos, tenho a impressão de que, movidos por interesses corporativistas, professores falaram de suas frustrações para os alunos e os encorajaram a ir à luta. Mas, quando se libera um movimento social, ele não fica sob o controle de quem o iniciou.
Acho que os alunos aprenderam muito com esse processo e agora ningém mais vai conseguir ter uma escola igual a antes, com o professor no comando escrevendo no quadro e o aluno anotando. Guardadas as proporções, vai se assemelhar ao que aconteceu em 1968 em alguns paÃses europeus. As escolas vão mudar, e isso vai ser positivo porque
vai ser centrado no protagonismo do aluno.
O aluno tem que ser protagonista da sua vida escolar. Na Finlândia, quando um aluno do ensino médio tem problemas de disciplina, a escola não chama os pais, ela discute com ele mesmo. No Brasil, muitas vezes famÃlias e escolas infantilizam o aluno de ensino médio.
BBC Brasil – Qual sua posição sobre o movimento Escola sem Partido (proposta de lei que, segundo os autores, busca coibir a doutrinação ideológica nas escolas e proteger a educação moral que os alunos recebem em casa)?
Costin – Sou contra a proposta, não concordo com censura em educação. Mas, ao mesmo tempo, quando acontece uma coisa dessas, é bom parar para pensar por que estão falando disso.
Há muito professor que, seja de direita ou esquerda, relata sua visão de mundo para o aluno como se fosse a verdade, em vez de ensiná-lo a pensar. Isso é preocupante. Então acho que a proposta da lei estava errada, mas temos de ter um mecanismo para que as pessoas nem pensem nessa possibilidade.
BBC Brasil – Alguns analistas dizem que, embora tenha havido uma forte expansão do ensino superior no Brasil na última década, não se deu a mesma atenção ao desenvolvimento de centros de excelência voltados à formação de uma elite. A cÃtica faz sentido?
Costin – Acho que o Brasil fez exatamente o oposto. Só 18% da população entre 24 e 34 anos terminou a universidade. à uma elite. PaÃses com o mesmo grau de desenvolvimento que o nosso têm Ãndices maiores.
O número de vagas aumentou, mas acho que a universidade está ressentida, ela não queria ser ampliada. Há segmentos que desejam que houvesse menos médicos, menos engenheiros, para ter uma reserva de mercado.
BBC Brasil – Que achou da proposta de reforma do ensino médio e da forma como foi submetida ao Congresso, por meio de medida provisória?
Costin – O conteúdo não foi feito pelo governo Temer, ele foi feito pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação e respaldado por sucessivos ministros da Educação.
O que está no conteúdo vai dar um trabalho louco, mas está correto. O erro foi tentar fazer por medida provisória. Não se transforma a educação sem muita discussão.
BBC Brasil – Como melhorar a educação após a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que congela por até 20 anos os gastos federais no setor?
Costin – Não concordei com inclusão de educação na PEC e acho que deverÃamos brigar para rever essa questão. Quando há uma crise fiscal, é natural que se queira cortar gastos. Mas mesmo os paÃses com atuação fiscal importante tratam a educação como prioridade.
Com o congelamento, estamos condenados a ter a profissão de professor com baixos salários e, portanto, pouco atraente por muitos e muitos anos. Isso prejudica a educação. Nenhum sistema é melhor que a qualidade de seus professores.
BBC Brasil – As crÃticas que você recebe desde que chefiou a secretaria de Educação no Rio, que a associam à defesa do ensino privado e a uma postura autoritária na negociação com sindicatos, a incomodam?
Costin – Dediquei a vida inteira à escola pública e acho que não se constrói equidade sem focar escola pública. O que esse grupo criticava é termos feito parcerias com instituições de formação de professores que eram privadas.
Isso não me perturba. Eles acham que não deverÃamos contratar ninguém para formar professores, ou que só deveria haver universidades públicas ou a própria rede formando professores.
Mas, se não temos determinado conhecimento, é importante que alguém prepare o professor. Se forem fundações sem fins lucrativos, não tem problema. à isso o que o mundo faz.
Filho de diarista e de vendedor é aprovado na Universidade Yale
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André apresentou pesquisa em Yale sobre aquecimento global. (Foto: Arquivo pessoal)
Luiza Tenente, no G1
André Garcia, de 18 anos, de Embu das Artes (SP), foi aprovado na Universidade Yale, nos Estados Unidos, e ainda aguarda o resultado de outros processos seletivos em instituições no exterior. Filho de diarista e de vendedor de produtos de limpeza, o jovem estudou em escola pública até o nono ano. No ensino médio, conseguiu uma bolsa em um colégio particular â e precisou se esforçar para acompanhar o novo ritmo de aulas.
O menino foi beneficiado pelo Ismart, programa que possibilita a alunos de baixa renda e desempenho de destaque estudarem em colégios particulares. Depois de enfrentar o processo seletivo e ser aprovado para entrar no Colégio Lourenço Castanho, em São Paulo, passou a sonhar em conseguir também uma chance fora do paÃs. âSempre quis ter educação de excelência. Comecei a pesquisar mais sobre essas oportunidades e fiquei inspiradoâ, conta.
A principal dificuldade para conquistar seu sonho era o domÃnio da lÃngua inglesa. âEu tinha uma defasagem muito grande em relação aos meus novos colegas. Só sabia os cumprimentos, enquanto o pessoal fazia viagens e cursos de idiomasâ, diz. âEntão estudei muito sozinho, mandei e-mail para editoras e algumas me enviaram livros didáticos.â

Morador de Embu das Artes, André demorava 2h30 para chegar à escola. (Foto: Arquivo pessoal)
Todos os dias, ele levava 2 horas e meia para sair de Embu das Artes e chegar ao colégio, na zona sul de São Paulo. Mas afirma que o cansaço do deslocamento se justificava. âMudar de escola foi um salto. Eu era bom na escola pública, mas descobri que isso não era suficiente para ser aprovado na particularâ, diz. âPassei a ter ajuda dos meus amigos, aulas boas, laboratórios, Datashow na sala â coisa que não existia no ensino públicoâ, completa.
André aproveitou para desenvolver atividades optativas no colégio. Dentre elas, escolheu fazer uma pesquisa sobre como o aquecimento global poderia interferir na incidência da dengue em Embu das Artes, sua cidade. âCom o apoio da minha professora de biologia, dei uma palestra em Embu sobre meu estudo. E fui para Yale falar a 500 pessoas sobre o assuntoâ, conta.
Sua visita a Yale fez parte do Programa Young Yale Global Scholars, realizado no meio de 2016. André pôde conhecer outros pesquisadores e explorar a universidade. âMe apaixonei, porque além de tudo, incentivam as artes. Eu toco violino, aprendi sozinho, e canto na igreja. Gostei muito de ver que a universidade tem espaços para música, teatro e museus lá dentro. Se encaixa ao meu perfilâ, diz.

André brinca e diz que Yale parece ‘escola do Harry Potter’. (Foto: Arquivo pessoal)
Saber que foi aprovado justamente em Yale para fazer a graduação foi motivo de alegria para André. Ele ainda terá tempo para escolher a carreira que quer seguir, já que a universidade americana oferece primeiramente matérias básicas de todos os assuntos.
âEstou me preparando há três anos e faço parte de uma famÃlia de baixa renda, que vive em uma comunidade de cidade pequenaâ, afirma. âPessoal fica receoso de me deixar ir sozinho para fora do paÃs, mas minha mãe sempre me apoiou. Vai ser uma mistura de chororô e alegriaâ, diz.
Adriana Calcanhotto será professora convidada na Universidade de Coimbra
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Adriana Calcanhotto foi em 2014 directora por um dia do Público, no 24º aniversário do jornal JOANA BOURGARD
A cantora e compositora brasileira exercerá a sua docência entre Fevereiro e Junho de 2017, perÃodo no qual escreverá também um livro para crianças sobre a Universidade.
Publicado no Publico
Durante o primeiro semestre do próximo ano, Adriana Calcanhotto vai ser professora convidada da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (UC), anunciou esta quinta-feira a instituição. Entre Fevereiro e Junho de 2017, a cantora brasileira vai escrever um livro para crianças sobre a UC e “desenvolver um plano de atividades intenso” na Faculdade de Letras.
Entre essas atividades estão “aulas abertas em articulação com as áreas de Português e de Estudos ArtÃsticos, ateliers sobre escrita e produção artÃstica, palestras e exposições”, avança a UC. A cantora e compositora brasileira estará em Coimbra a convite da reitoria e do Instituto de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras da UC.
O coordenador do Instituto de Estudos Brasileiros, Osvaldo Manuel Silvestre, destacou o “perfil raro” de Adriana Calcanhotto, que “tanto devora o legado de Caetano Veloso como a poesia de Mário de Sá-Carneiro ou a prática performativa de Hélio Oiticica, sem esquecer o vasto acervo da música popular brasileira, de Dorival Caymmi à bossa nova e a Roberto Carlos”.
Na sua opinião, “faz, pois, todo o sentido que Adriana seja, por um semestre, professora convidada” na faculdade, para que todos possam aprender com ela.
“à com entusiasmo que receberemos Adriana Calcanhotto como professora convidada”, afirmou o diretcor da Faculdade de Letras, José Pedro Paiva. Para o responsável, “o prestÃgio do seu percurso artÃstico e a sua densa dimensão humana, cultural e cÃvica, facetas que motivaram o convite, contribuirão para ajudar a faculdade a revivificar os Estudos Brasileiros e permitirão robustecer a formação” que é proporcionada aos estudantes, sobretudo aos que frequentam a área de Estudos ArtÃsticos.
“A troca de experiências que esta estadia vai oferecer enriquecerá o corpo docente que tem mais convÃvio com os campos de saber que Adriana Calcanhotto percorre e também contribuirá para marcar a produção artÃstico-cultural futura desta magistral cantautora brasileira”, frisou.
Desde o primeiro álbum de Adriana Calcanhotto, lançado em 1990, “a sua obra tem reflectido vários géneros da música popular brasileira, assim como a própria poesia modernista de Portugal e do Brasil ou a poesia concreta”, refere a UC. “Desde 2004, Adriana tem sido também Adriana Partimpim, um bem sucedido projecto musical para crianças que tem já três discos editados, um deles premiado com um Emmy Latino”, acrescenta.
O reitor da Universidade de Coimbra (UC), João Gabriel Silva, anunciou em Dezembro de 2015 que a cantora e compositora brasileira Adriana Calcanhotto será embaixadora da Universidade de Coimbra durante o evento Tudo LÃngua, organizado pelo PÃBLICO e pela UC.