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Flip 2017: escritora sul-africana Deborah Levy é mais uma confirmada

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A escritora sul-africana Deborah Levy, uma das convidadas da Flip 2017 - Sheila Burnett / Divulgação

A escritora sul-africana Deborah Levy, uma das convidadas da Flip 2017 – Sheila Burnett / Divulgação

 

Em ‘Coisas que não quero saber’, autora responde a Orwell e dialoga com Virginia Woolf

Publicado em O Globo

RIO – Deborah Levy, escritora sul-africana radicada na Inglaterra, será mais uma das convidadas da 15ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece entre os dias 26 e 30 de julho. O anúncio foi feito pela organização do evento na manhã desta quinta-feira.

Autora de romances, peças e poemas, Deborah já foi finalista do Man Booker Prize duas vezes e é apontada por Liz Calder, editora e uma das fundadoras da Flip, como “uma das vozes mais originais, astutas e surpreendentes que temos hoje”.

Na Flip, a autora lançará “Coisas que não quero saber” (Autêntica), ensaio memorialístico que responde aos ensaios “Por que escrevo”, de George Orwell, e mantém um diálogo com “Um teto todo seu”, de Virginia Woolf. Na obra, Deborah reflete sobre as razões que a levaram a escrever e fala de lugares que viveu, como a África do Sul em pleno apartheid e o subúrbio londrino de Finchley.

No Brasil, ela já publicou o romance “Nadando de volta para casa” pela editora Rocco, em 2014, com o qual foi finalista do Man Booker Prize pela primeira vez. A casa vai lançar, agora, “Hot milk”, obra com a qual foi finalista do mesmo prêmio pela segunda vez. Nos livros, Deborah explora questões sobre identidade, exílio e deslocamento.

Frederico Lourenço, escritor português e tradutor da Bíblia, virá para a Flip 2017

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Autor também traduziu do grego para o português clássicos como ‘Odisseia’ e ‘Ilíada’. Festa Literária Internacional de Paraty acontece de 26 a 30 de julho.

Publicado no G1

O escritor português Frederico Lourenço, autor de romances e de traduções de clássicos como “Odisseia” e “Ilíada”, de Homero, além da “Bíblia”, vai estar na 15ª Festa Liberária Internacional de Paraty (Flip), anunciou a organização nesta terça-feira (2).

No evento, que acontece de 26 a 30 de julho, Lourenço vai lançar o primeiro dos seis volumes de sua tradução da “Bíblia” direto do grego antigo. No Brasil, a obra sai pela Companhia das Letras.

O escritor e tradutor português Frederico Lourenço, autor de romances e de traduções da "Odisseia", da "Ilíada" e da "Bíblia", que vem para a Flip 2017 (Foto: André Nassife/Divulgação)

O escritor e tradutor português Frederico Lourenço, autor de romances e de traduções da “Odisseia”, da “Ilíada” e da “Bíblia”, que vem para a Flip 2017 (Foto: André Nassife/Divulgação)

Também ensaísta, o escritor “irá debater as possibilidades da tradução entre línguas separadas por séculos, a os dilemas da condição humana que atravessam a cultura ocidental desde a Grécia Clássica até os dias de hoje, além de outros temas que permeiam todo o universo literário”, informa a organização da Flip em nota.

Lourenço é o terceiro nome anunciado para a Flip 2017. Os outros dois são o premiado jamaicano Marlon James, ganhador o Man Booker Prize en 2015, e Diamela Eltit, conhecida pelo seu trabalho experimental e considerada uma das principais escritoras chilenas das últimas décadas.

“Frederico Lourenço é um destacadíssimo ensaísta e intelectual no campo dos estudos clássicos, tradutor da ‘Ilíada’, da ‘Odisseia’ e agora da ‘Bíblia’ em sua versão grega, um projeto de peso imenso”, afirmou em nota a curadora da Flip 2017, Joselia Aguiar.

“Foram poucos, e até agora todos padres, os que se dedicaram a essa tarefa, a de trazer para a língua portuguesa esse conjunto de livros que influencia toda a história do Ocidente, recuperando seu valor literário. Nesta Flip, será um daqueles momentos imperdíveis em que vamos fazer uma espécie de balanço da tradição ocidental a partir da literatura.”

Perfil de Frederico Lourenço

Nascido em Lisboa em 1963, Frederico Lourenço dá aula de Estudos Clássicos, Grego e Literatura Grega na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde é professor associado.

Além dos clássicos de Homero, traduziu duas tragédias de Eurípides, “Hipólito” e “Íon”. Pelo trabalho com a “Odisseia”, ganhou o prêmio de tradução do PEN Clube Português e da Associação Portuguesa de Tradutores.

Seu primeiro romance é “Pode um desejo imenso” (2002), volume inicial da trilogia de mesmo nome, que inclui “O curso das estrelas” (2002) e “À beira do muro” (2003). Lançou também a coletânea de contos “A formosa pintura do mundo” (2004).

Lançou ainda coletâneas de crônicas e poemas, além de ensaios sobre dança e cultura grega clássica. De seu trabalho de não ficção, destacam-se ainda dois livros autobiográficos: “Amar não acaba” (2004) e “A máquina do Arcanjo” (2006).

Mais sobre a Flip 2017

A 15ª Flip vai homenagear o escritor Lima Barreto. Nascido no Rio de Janeiro em 1881 e morto apenas 41 anos depois, o autor é conhecido pelo livro “Triste Fim de Policarpo Quaresma” e pelas críticas sociais e políticas ao Rio e ao Brasil.

A obra de Lima Barreto já vinha sendo cogitada como tema de discussões na Flip há alguns anos. E o evento, sobretudo em 2016, foi criticado pela ausência de autores e autoras negras em sua programação.

De acordo com a organização da Flip, “a edição resgatará a trajetória de um homem que estabeleceu-se como escritor no Rio de Janeiro, capital da Primeira República e da cultura literária do país. Em um meio marcado pela divisão de classes e pela influência das belas letras europeias, era difícil para um autor brasileiro com as suas origens afirmar seu valor”.

Joselia Aguiar, jornalista que é a curadora da Flip 2017, lembrou em nota que Lima Barreto por muito tempo “ficou na ‘aba’ de literatura social, e sua obra e trajetória possibilitaram muitos debates sobre a sociedade brasileira”.

“O que eu gostaria, mesmo, é que a Flip contribuísse para revelar o grande autor que ele é. Para além das questões importantíssimas sobre o país que ajuda a levantar, tem uma expressão literária inventiva e interessante, à frente de sua época em termos formais, capaz de inspirar toda uma linhagem da literatura em língua portuguesa.”

Lázaro Ramos e Lilia Schwarcz abrirão a Flip 2017

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Lázaro Ramos: leitura de trechos da obra de Lima Barreto - Bia Lefevre / Divulgação

Lázaro Ramos: leitura de trechos da obra de Lima Barreto – Bia Lefevre / Divulgação

 

Ator lançará livro sobre sua trajetória de ator e historiadora apresenta sua biografia de Lima Barreto

Publicado em O Globo

RIO – As atrações da abertura da 15ª Festa Literária de Paraty, que acontece entre os dias 26 e 30 de julho, foram anunciadas hoje pela organização do evento. Lima Barreto, o autor homenageado da festa, estará presente na voz do ator Lázaro Ramos, que lerá trechos de suas obras, durante uma apresentação ilustrada pela historiadora Lilia Schwarcz. A direção de cena ficará a cargo de Felipe Hirsch, responsável por espetáculos como “Puzzle” e “A tragédia latino-americana”.

Conhecido por interpretar personagens marcados por suas condições sociais e raciais, como Zumbi do Palmares e Madame Satã, Lázaro Ramos também lançará no festa o seu livro “Na minha pele”, no qual aborda a sua trajetória como ator negro.

Lilia Schwarcz levará a Paraty seu novo olhar sobre o autor homenageado, resultado de pesquisa de mais de uma década que gerou a biografia “Lima Barreto, triste visionário”, que será lançada em junho.

Homenageado da Flip 2017, Lima Barreto foi marginalizado e esquecido no passado

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Pesquisadores comentam escolha de escritor na Festa Literária de Paraty

Eduardo Miranda, no Jornal do Brasil

Elevado ao posto de homenageado da Flip 2017 (Festa Literária Internacional de Paraty de 2017), o escritor Lima Barreto nem sempre teve o prestígio de figurar no panteão dos grandes escritores da literatura brasileira. Negro que lutou contra o racismo, marginalizado, asilado em um manicômio e cronista de hábitos que a alta sociedade tentava varrer para debaixo do tapete, o escritor foi resgatado apenas nas últimas décadas por pesquisadores.

Autora do livro Literatura da urgência – Lima Barreto no domínio da loucura, a escritora e pesquisadora Luciana Hidalgo explica os motivos que levaram Lima Barreto a ser preterido durante décadas na história da literatura brasileira, até a publicação da biografia escrita por Francisco de Assis Barbosa, que levou o escritor à academia, onde passou a ser chancelado por teóricos e historiadores como Antonio Candido, Nicolau Sevcenko, Osman Lins, Alfredo Bosi, Antonio Arnoni Prado, Beatriz Resende e Lilia Schwarcz. Ela afirma que o escritor pagou um preço altíssimo devido ao “caráter socialmente inaceitável”.

“Lima Barreto criou uma literatura que transgrediu todos os códigos sociais, intelectuais e políticos de seu tempo, ampliando os limites entre pele branca e negra, pobres e ricos, literatura popular e erudita, lucidez e loucura. Fosse em romances, contos ou crônicas, o que interessava era ir contra o estabelecido, contra o ‘politicamente correto’. Ele dizia o indizível, aquilo que a princípio não se poderia dizer, devido ao caráter socialmente inaceitável de seu conteúdo. E por isso pagou um preço altíssimo em sua vida prática, sendo banido dos círculos literários mais importantes da época”, explica Luciana Hidalgo.

Negro, asilado e indesejado pela sociedade

Negro, asilado e indesejado pela sociedade

A professora de Literatura Brasileira da UERJ Giovanna Dealtry ressaltou as diversas facetas do escritor e sua importância na compreensão da cultura das ruas do Rio de Janeiro e da Primeira República no Brasil. “Acho importantíssima essa homenagem da Flip a Lima Barreto, autor de crônicas, contos e romances incontornáveis para entender a cultura das ruas do Rio de Janeiro e o próprio Brasil da Primeira República”, diz Dealtry, autora de livros como No Fio da Navalha: malandragem na literatura e no samba.

Dealtry lembra que só agora, mesmo com a homenagem a Machado de Assis na edição de 2008, a Flip terá a oportunidade de colocar em evidência um escritor negro que lutou contra “uma sociedade evidentemente racista”, como enfatiza a professora.

“Apesar de Machado de Assis já ter sido homenageado pela Flip, acho que agora estará mais em evidência a figura do autor negro lutando contra uma sociedade evidentemente racista. A biografia e a trajetória como escritor de Lima Barreto têm muitas faces: o escritor marginalizado, o combatente das políticas de Estado, o flâneur, o asilado etc, espero que a diversidade desses aspectos seja contemplada nessa mais do que justa homenagem”, analisa Dealtry.

Para a escritora Luciana Hidalgo, a homenagem a Lima Barreto vem em momento oportuno, já que, diante dos atuais retrocessos de políticas públicas em relação a importantes direitos sociais conquistados, a leitura da obra do autor nos deixa ver “como avançamos pouco no Brasil”.

“Infelizmente, todas as suas denúncias, feitas há mais de um século, continuam cada vez mais evidentes nos dias de hoje: os pistolões, os esquemas de corrupção e apadrinhamento político, o círculo vicioso dos poderes sempre nas mesmas famílias, o abismo entre casa-grande e senzala, a luta de classes, o racismo etc. Ler Lima Barreto é ver como avançamos pouco no Brasil, em todos os ‘nós’ da sociedade brasileira. Ler Lima Barreto hoje é fundamental para esse Brasil dividido, pois ele acreditava profundamente na literatura como ‘traço de união'”, explica Hidalgo.

A organização da Flip, ao justificar a escolha do homenageado na edição que acontece entre os dias 26 e 30 de julho de 2017, afirma que pretende resgatar a trajetória de um homem que viveu em um meio marcado pela divisão de classes e pela influência das belas letras europeias e que, por isso, teve dificuldade em afirmar com as suas origens o seu valor: “Foram necessárias várias gerações para que se consolidasse o nome do criador de uma das obras mais plurais e inovadoras da literatura brasileira, que permite tanto o apreço do leitor quanto reflexões nos campos da literatura, da história e das ciências sociais”.

Uma das maiores entusiastas do autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma como homenageado, a jornalista Joselia Aguiar, escolhida pela organizadora da Flip, a Associação Casa Azul, no encerramento da edição de 2016, como curadora responsável pela programação da 15ª Flip, defende que o evento contribua para revelar não apenas o Lima Barreto da literatura social, mas também o inventor que esteve à frente de sua época e inspirou “toda uma linhagem da literatura em língua portuguesa”.

“Por muito tempo Lima Barreto ficou na ‘aba’ de literatura social, e sua obra e trajetória possibilitaram muitos debates sobre a sociedade brasileira. O que eu gostaria, mesmo, é que a Flip contribuísse para revelar o grande autor que ele é. Para além das questões importantíssimas sobre o país que ajuda a levantar, tem uma expressão literária inventiva e interessante, à frente de sua época em termos formais, capaz de inspirar toda uma linhagem da literatura em língua portuguesa”, afirmou a curadora da Flip 2017.

Lima Barreto será o autor homenageado da Flip 2017

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Evento também divulgou a data da edição do ano que vem, entre 26 e 30 de julho

Publicado na Veja

O escritor carioca Lima Barreto (1881-1922) será o escritor homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, de 2017. A escolha, anunciada nesta sexta-feira, era uma das grandes defesas da nova curadora da festa, a jornalista Josélia Aguiar. O evento também teve sua data no próximo ano divulgada: vai acontecer entre 26 e 30 de julho.

Apontado por alguns, enquanto ainda vivo, como provinciano e recalcado, o autor carioca desfrutou de certo reconhecimento no fim da vida, mas foi a organização de seus romances, na década de 50, que ressaltou a importância de livros como Triste Fim de Policarpo Quaresma e Clara dos Anjos. Aos poucos, Barreto se impôs como um retratista do Rio de Janeiro, disposto a desvendar o estado de espírito de seus habitantes sob uma ótica crítica e acertada.

A Flip também anunciou a abertura do Programa de Patronos para 2017, voltado a pessoas físicas que desejem apoiar a realização da festa e suas ações educativas mantidas ao longo de todo o ano. Os benefícios exclusivos incluem ingressos para a programação principal da Flip, convites para o coquetel de boas-vindas com a participação dos autores, encontros com a curadora e com o diretor-presidente do evento, entre outras atividades.

(Com Estadão Conteúdo)

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