Portal de sebos começa a vender livros novos
Alguns tÃtulos oferecidos são mais baratos do que nos concorrentes e chegam a custar quase o mesmo que os usados
Maria Fernanda Rodrigues, no Estadão
Com um acervo de 12 milhões de livros provenientes de 1.300 sebos e pequenos livreiros espalhados por mais de 300 cidades brasileiras, a Estante Virtual quer ir além da venda de tÃtulos usados e fora de catálogo e entra, agora, na briga pelo mercado de livros novos. Não que esse tipo de comercialização não fosse feito antes. âHá muitos anos os sebos não vendem apenas livros raros e esgotados, como está no imaginário das pessoas. Vendem livros seminovos e, mais recentemente, novos â que compram de ponta de estoque das editoras ou numa transação normalâ, explica André Garcia, fundador da Estante Virtual. A abertura para o novo negócio, acredita, vem do fato de as livrarias estarem cada vez mais restritas, até por limitação de espaço, a obras comerciais.
No entanto, os best-sellers não serão ignorados pelos sebos. Muito pelo contrário. Ontem, um exemplar de A Culpa à das Estrelas, o livro mais vendido no PaÃs em 2014, estava sendo oferecido no portal pelo Sebovero por R$ 16,99. Na Amazon, que costuma ter os preços mais baixos â e é criticada no mercado por isso â ele custava R$ 20,61. O preço de capa é R$ 29,90. Uma curiosidade: a edição usada mais barata era vendida por R$ 15.
âOu ele está com preço promocional ou esse livro já está sendo vendido na ponta de estoque porque ele não é o último best-sellerâ, avalia Garcia, que afirma não haver uma orientação de sua empresa quanto aos preços praticados, ou seja, não há intenção de concorrer de igual com as grandes redes. âNão regulamos. No caso dos usados e seminovos, o preço é muito importante e recomendamos um desconto de 40% ou mais em relação ao preço de capa. No caso dos novos, não pedimos nenhum desconto e eles dão se quiserem. Mas no nosso entendimento, o preço não é o foco no caso dos livros novos. Ele está na diversidade de tÃtulos e na sustentabilidade do mercado.â
O que a Estante Virtual está iniciando agora, a Amazon já faz, por exemplo, nos Estados Unidos â mas não aqui, por ora. Sebos consultados pelo Estado disseram que ainda não foram procurados pela empresa.
Até o fim de janeiro, pequenas livrarias também vão poder vender seus livros pelo portal. âUm dos pilares da Estante Virtual é a sustentabilidade, sempre privilegiando os pequenos e médios players. Queremos democratizar o acesso dos leitores ao livro estejam eles onde estiverem. Queremos inverter a lógica da hiperconcentraçãoâ, diz.
Principal portal do gênero, a Estante Virtual entrou em conflito com os fornecedores este ano ao aumentar suas tarifas â sua comissão varia hoje entre 8% e 12% e ela recebe R$ 42 de mensalidade. âFoi uma tensão gerada por uma movimentação que envolveu um aumento do patamar de serviços. Muito do que fizemos foi pedido dos livreiros, e não havia como viabilizar sem uma revisão da tarifa.â Alguns ameaçaram tirar o acervo do ar. âMas a saÃda foi infinitesimal, não chegou a 10.â
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This entry was posted by Cristina Danuta on 10 de dezembro de 2014 at 10:00, and is filed under livros, notÃcias. Follow any responses to this post through RSS 2.0.You can leave a response or trackback from your own site.
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