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Entrevista inédita de Ariano Suassuna será exibida no Canal Brasil
0Episódio do programa ‘Sangue latino’ vai ao ar na quarta-feira

Jornalista Eric Nepomuceno conversou com o escritor em abril deste ano: “Era muito moleque, muito doce”
Fernanda Guerra, no Divirta-se
âUma vocação inescusável. Eu nunca quis ser outra coisa, senão escritor. Comecei a escrever aos 12 anos. Todo dia, eu leio e escrevo. E não é por obrigação, não. à por paixãoâ. O depoimento de Ariano Suassuna é em resposta à pergunta feita pelo jornalista e apresentador Eric Nepomuceno sobre âo que é ser escritorâ. O diálogo inicia a entrevista ainda inédita do programa ‘Sangue latino’ – uma das últimas concedidas pelo escritor paraibano. Uma semana após o falecimento do poeta e dramaturgo, a gravação será exibida nesta quarta-feira, no Canal Brasil, em homenagem programada à s 21h.
A filmagem durou 40 minutos e foi registrada no dia 29 de abril deste ano, na casa do escritor em Casa Forte, Zona Norte do Recife. Nos primeiros momentos do episódio, Ariano declama o ‘Sermão da quarta-feira de cinzas’, do padre Antônio Vieira, um dos primeiros textos recitados por ele para o público em aulas-espetáculo. Também discorre sobre destino, utopia, solidão e Deus. âEu acredito (em Deus). Eu não conseguiria conviver com essa visão amarga, dura, atormentada e sangrenta do mundoâ, revela Ariano, sobre a crença.
A vida e a obra no especial Auto de Ariano
Como o episódio possui 25 minutos, algumas boas respostas ficaram de fora da edição final. Uma delas o questionava sobre medo. âEu sou um homem de poucos medos. Não por valentia, mas talvez por irresponsabilidadeâ. Em outra indagação sobre a vida, disse: âSe ela acha que me deve algo, passo o recibo agora mesmo. Eu tive privilégios extraordináriosâ.
Para Eric, o momento foi precioso. âA entrevista é uma conversa subjetiva. Foi formidável. Muito legal. Achei ele mais magro, a voz mais fraca, em comparação à última vez que o vi. Bem… o tempo passa sua fatura, tem seu preço. Mas ele estava com uma memória prodigiosa, humor tão pÃcaro, tão juvenil e de uma erudição assombrosaâ, contou o apresentador.
Após a conversa, Eric saiu comovido do local. âEle fez uma comparação incrÃvel. Misturou Albert Camus e Leandro Gomes de Barros, um poeta da ParaÃba. à uma coisa fascinante combinar o erudito e o popularâ, descreveu. Eric prometeu retornar ao Recife para conversar mais. Lamentou não ter dado tempo. Mas valoriza o significado do último encontro. âAriano era muito moleque, muito doce. A entrevista é muito pertinente. Rendia para mais de um programaâ.
Trechos de entrevista >> Ariano Suassuna para Eric Nepomuceno
Qual é a importância do humor na vida?
Enorme. à outra coisa que ajuda a temperar o choro: a gente rir do mundo, rir até de si mesmo. Ajuda muito a viver. Não sei se você sabe disso, mas a morte no Sertão se chama Caetana⦠Pois bem, eu tinha um tio que estava muito mal. Ele teve um calafrio e disse: âisso é bem a quenga da Caetana que vem por aÃâ. Isso é o camarada que na hora da morte tem humor para rir de si mesmo. Dá muita força a gente. E é também um instrumento de luta.
Como você lida com a solidão?
Eu não sou solitário, não. Gilberto Freyre chamava a si mesmo âo solitário de Apipucosâ. Ele fazia isso a partir do nome que dava a âNietzsche Solitárioâ. Vieram perguntar a mim se podiam me chamar de âo solitário de Casa Forteâ. Eu disse que não, porque tenho mulher, seis filhos e 15 netos. Só a famÃlia é uma bênção de Deus. Só essa quantidade aÃ, que não me deixa ser solitário, não. Eu sou uma pessoa muito ligada à famÃlia, dos meus irmãos, da minha mãe. Meu pai, convivi muito pouco – três anos somente. Mas, mesmo assim, sempre me fez companhia e ainda faz. Porque fiquei com a biblioteca dele. As primeiras vezes que li livros fundamentais foram na biblioteca dele.
Nesse mundo de hoje, você acha que ainda existe espaço para utopia?
A utopia é algo sem ao qual o homem não pode passar. Acho que o sonho é importantÃssimo na vida de todos nós. A gente sonha com uma coisa melhor, não é? E acho que em qualquer tempo, enquanto existir injustiça, falta de liberdade, haverá espaço para o sonho e a utopia.
Ruy Castro conta para crianças como se faz uma biografia
0Publicado na Folha de S.Paulo
Desde garoto, sempre gostei de ler biografias.
Sei bem que ler romances -de aventuras, terror, mistério, ciência- é uma experiência fabulosa e, ainda de calças curtas, também mergulhei neles: “Ela, a Feiticeira”, “Os Três Mosqueteiros”, “A Ilha do Tesouro”, “Drácula”, “As Aventuras de Sherlock Holmes”, “A Máquina do Tempo”, muitos mais. Mas as biografias são diferentes.
O romancista não tem limites ao escrever. Pode (e deve) inventar o que quiser -o que significa que o seu personagem irá realizar as façanhas mais difÃceis, heroicas e maravilhosas.
Mas o biógrafo não tem essa liberdade. Não pode inventar nada. Tem de respeitar os fatos. Se ele se propõe a contar a vida de alguém, é obrigatório que só conte o que aconteceu.
Então, como tornar esse personagem interessante? -perguntará você. Bem, aà é que está. De cara, o biografado já tem de ser interessante. E o biógrafo precisa se esforçar para descobrir coisas ainda mais interessantes sobre ele.
Como descobrir essas coisas interessantes? No caso de o biografado ser um personagem da história, como Cleópatra, Da Vinci, Cristóvão Colombo, Mozart ou Picasso, que viveram há dezenas ou centenas de anos, já existe muito material sobre eles.
Compete ao biógrafo mergulhar nesse material e tentar aprender coisas novas ou menos conhecidas. Esses grandes homens e mulheres tiveram vidas tão ricas que sempre rendem boas biografias.
Mas, e se o biografado ainda estiver vivo ou tiver morrido há pouco? Nesse caso, o biógrafo não deve ficar em casa. Tem de sair para entrevistar o maior número possÃvel de pessoas que conviveram com o biografado. à dessas dezenas, centenas de entrevistas que ele aprenderá tudo sobre o biografado.
E este é o desafio: fazer com que um personagem da vida real seja tão incrÃvel quanto um da ficção -e, para isso, usando apenas as informações.
à o trabalho mais fascinante que pode existir. Durante algum tempo, o biógrafo se muda para dentro da vida do biografado, já pensou?
Não sei se você sabe, mas eu sou um biógrafo. Esta é a minha profissão. E eu não queria ter nenhuma outra.
RUY CASTRO escreveu, entre outras, a biografia do escritor Nelson Rodrigues, do jogador Garrincha e da cantora Carmen Miranda.
Todos os livros de Michel Foucault para download gratuito
0Michele Marques Baptista, no Sistema de Bibliotecas UCS – Blog
Nesse site do grupo de estudos foucaultianos, todos os livros do filósofo francês estão disponibilizados para download gratuito, assim como livros de comentadores e leituras introdutórias.
http://geffoucault.blogspot.com.br/p/livros-para-download.html
dica do Fabio Martelozzo Mendes
Primavera árabe
0Vivian Masutti, no Agora São Paulo
Autor dos best-sellers “O Caçador de Pipas” e “O Silêncio das Montanhas”, o escritor afegão Khaled Hosseini não demorou a elogiar “Filhos do Jacarandá” (R$ 34,90, 232 págs.), livro da escritora iraniana Sahar Delijani (foto) recém-lançado no Brasil pela Globo Livros.
O estilo dos dois escritores se assemelha bastante, já que suas obras estão ambientadas na chamada primavera árabe, onda revolucionária que eclodiu no Oriente Médio e no norte da Ãfrica.
E as histórias de Hosseini e Sahar também são bem parecidas: ambos retornam décadas no tempo para contar o inÃcio dos conflitos em seus respectivos paÃses e o impacto da revolução na vida da população.
Assim como o afegão, a autora iraniana de “Filhos do Jacarandá” não vive mais em sua terra natal e se valeu das histórias contadas por amigos e familiares para narrar as diferentes tramas que se alternam e se complementam no livro.
No caso de Sahar, elas começam com a revolução de 1979, depois que o paÃs passou de monarquia à república e foi submetido ao comando de aiatolá Khomeini.
Nesse perÃodo, o tio de Sahar foi executado e seus pais, contrários a ambos os regimes, encarcerados. Como muitas jovens revolucionárias, a mãe de Sahar estava grávida quando foi presa.
à justamente a dor de uma mulher que dá à luz na prisão, sem higiene nem cuidados médicos, que a autora narra no começo do livro, quando a personagem Neda entra em trabalho de parto enquanto é arremessada de um lado para o outro dentro do porta-malas de uma van, com os olhos vendados.
Assim como a menina que nasce na história, Sahar passou seus primeiros 45 dias de vida na penitenciária de Evin, na capital iraniana.
“Tenho uma ligação especial com cada personagem. Cada um deles representa uma parte de mim”, disse a escritora, em entrevista concedida à coluna por e-mail, de Turim.
Ela visitou o Irã há dois anos e confessou que o que viu foi um paÃs repleto de tristeza. “Mas vi também que as pessoas não perderam a esperança.”
7 dicas rápidas para se tornar um escritor melhor
1Se você quer se tornar um escritor de qualidade, melhor investir nas suas estratégias antes de imaginar a história perfeita. Confira 7 dicas rápidas que vão ajudá-lo nesse processo
Publicado no Universia Brasil

Crédito: Shutterstock.com
Quando a sua intenção é enfatizar ideias, use frases curtas. Já se a sua intenção é definir ou ilustrar ideias, frases mais longas podem ajudar. Mescle os dois formatos
Ser um escritor de qualidade depende mais das práticas que você emprega do que da história que você tem em mente. à claro que uma boa prática combinada a uma boa ideia vai gerar o texto perfeito, por isso, é essencial que você esteja confiante nas duas áreas. Se você confia na história que está produzindo, invista em estratégias de qualidade para ser um escritor melhor. Veja:
1. Comece com a ideia principal
Como regra geral, afirme a ideia principal de um parágrafo logo em sua primeira frase. Não espere que seus leitores se sintam incentivados a ir além para descobrir do que se trata aquele texto.
2. Varie o comprimento das sentenças
Quando a sua intenção é enfatizar ideias, use frases curtas. Já se a sua intenção é definir ou ilustrar ideias, frases mais longas podem ajudar. Mescle os dois formatos.
3. Inclua palavras-chave no inÃcio ou fim da frase
Não deixe que as palavras-chave se percam no meio de uma frase longa demais. Para enfatizá-las, uma boa ideia é posicioná-las no inÃcio ou fim da frase.
4. Varie tipos de frases e estruturas
Para que seu texto seja mais articulado, varie os tipos de frases utilizadas, incluindo questões pontuais e comandos. Da mesma maneira, procure variar as estruturas das frases, misturando frases complexas, sujeitos simples e compostos.
5. Use verbos ativos
Evite abusar da voz passiva ou as formas variadas do verbo ser. Ao invés disso procure incluir vermos dinâmicos e na voz ativa.
6. Use pronomes e verbos especÃficos
Para transmitir sua mensagem de maneira clara e manter a atenção de seus leitores, procure utilizar palavras concretas e especÃficas, que dão uma ideia geral daquilo que você está tentando dizer. Evite ser vago.
7. Leia em voz alta
Quando for revisar o seu texto, leia-o em voz alta. Isso vai fazer com que você encontre problemas de entonação, ênfase, escolha de palavras e sintaxe.
Fonte: Universia Brasil