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Flip 2017: número de autoras mulheres será superior ao dos homens pela primeira vez
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Natalia Borges Polesso, autora da obra Amora, que recebeu o Prêmio Jabuti na categoria Contos e Crônicas em 2016 (Foto: Acervo pessoal / Divulgação )
Incrível, né? Confira a escala de mentes femininas que participarão das mesas redondas entre os dias 26 e 30 de julho
Publicado na Revista Glamour
A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) terá sua primeira edição em que o número de autoras mulheres é superior ao dos homens. O evento existe desde 2003, mas nunca conquistou esse marco. Em 2017, serão 24 mulheres e 22 homens.
Entre as autoras confirmadas, a historiadora e antropóloga Lília Schwarcz; Carol Rodrigues, autora de “Sem Vista para o Mar” (2014), que recebeu o Prêmio Jabuti e o da Fundação Biblioteca Nacional; Adelaide Ivánova, editora do zine anarcofeminista MAIS PORNÔ PVFR; Leila Guerriero, escritora e jornalista, colunista do “El País”; Natalia Borges Polesso, que ganhou o Prêmio Jabuti com “Amora” (2016); e muito mais. Confira os nomes aqui.
O número de autores negros aumentou em 30% comparado ao ano anterior. Outro dado importante é que a primeira vez em uma década que a curadoria do festival conta com a expertise de uma mulher, a jornalista baiana Joselia Aguiar.
Em tempo: o tema da Flip 2017 será o autor e escritor Lima Barreto (1881-1922). O romance “Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915)” é uma de suas melhores obras.
Esta é a 1ª vez em 15 anos que a Flip será mais negra e feminina
0Evento literário acontece entre os dias 26 e 30 de julho, em Paraty (RJ).
Andréa Martinelli, no HuffpostBrasil
Conceição Evaristo, Djaimilia Pereira de Almeida, Scholastique Mukasonga, Ana Maria Gonçalves.
Estes são alguns dos nomes de mulheres escritoras que estarão em destaque na programação da Flip 2017. Com a jornalista e especialista em literatura Josélia Aguiar no comando, o evento deste ano terá, em sua programação, um número de autoras supera o de autores.

Divulgação
A escritora mineira Conceição Evaristo é uma das convidadas da Flip 2017.
Esta é a primeira vez em 15 anos que o evento consegue trazer um número maior de mulheres do que homens entre seus convidados e também a primeira vez em dez anos que a feira tem uma mulher como curadora. Neste ano, serão 22 mesas com 46 autores, dos quais 22 são homens e 24 são mulheres.
Segundo o UOL, em conversa com jornalistas nesta terça (30), Josélia disse que procurou um diálogo com os movimentos sociais para buscar diversidade e representatividade nesta edição.
“Foram dois movimentos paralelos de ativismo. Precisamos repensar a representatividade nestes eventos. Não dá mais para ter uma programação toda de homens brancos, com uma mesa de mulheres, uma de negros, uma de indígenas”
E parece que deu certo.
Mesmo com ainda pouca representatividade, segundo a organização, além do homenageado Lima Barreto, autor de livros icônicos da literatura nacional como O Triste Fim de Policarpo Quaresma e O Homem Que Sabia Javanês, o evento deste ano terá 30% de autores negros na programação entre homens e mulheres.

Reprodução Lima Barreto aos 33 anos em sua primeira internação no Hospício Nacional.
A escolha de Barreto cumpre um desejo antigo de Joselia Aguiar – que há três anos promoveu uma campanha para que ele fosse escolhido. E também atende a uma demanda que chegou a seu ápice na edição de 2016 Flip. À época, o então curador do evento, Paulo Werneck, mesmo homenageando a poeta Ana Cristina Cesar, foi amplamente criticado pela a ausência de mulheres e negros.
Segundo a Revista CULT, Josélia disse:
“Estamos trazendo autores que há muito tempo já poderiam ter vindo, mas que talvez por fugirem do padrão e por trabalharem com editoras independentes não vieram. São autores que estão aí já presentes, e que a gente pode redescobrir. É como entrar numa livraria e ir ali para baixo na prateleira, ou então em cima – e não apenas ver o que está só ali na frente como proposta”
Ainda de acordo com o UOL, a curadora ainda conseguiu firmar uma parceria com o Grupo Intelectuais Negras da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) para o lançamento do projeto Intelectuais Negras, um catálogo de informações biográficas e profissionais de mulheres.
Os ingressos custarão R$ 55 e começam a ser vendidos no dia 13 de junho.
Você pode ver a programação completa clicando aqui.
Pessoas que leem são melhores amantes, diz estudo
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Cena do filme “Um lugar chamado Notting Hill”: a atriz Anna Scott (Julia Roberts) apaixona-se pelo livreiro William Thacker (Hugh Grant) – Divulgação
Mulheres se interessam por homens empreendedores; eles preferem leitoras de ficção
Publicado em O Globo
RIO — Há uma razão pela qual tantos filmes e programas de TV retratam os primeiros encontros de um casal em livrarias ou enquanto leem no parque. De acordo com um estudo do site de relacionamentos eHarmony, este cenário não é apenas sonhador e romântico. Quem menciona a leitura como um hobby em seu perfil na rede chama mais atenção do sexo oposto.
Os homens que se interessam por leitura recebem 19% mais mensagens; entre as mulheres, o crescimento é de 3%.
Os usuários acostumados com livros são considerados “mais curiosos intelectuamente do que a maioria e têm mais facilidade para estabelecer relacionamentos abertos e de confiança”.
Há, no entanto, uma ressalva: nem todos os livros têm o mesmo efeito.
A leitura mais indicada para os homens é de dois livros do empresário Richard Branson, fundador do grupo Virgin: “Acredite em você e vá em frente” e “Like a Virgin – os segredos do empresário mais excêntrico do mundo”. Quem se debruça sobre estas obras atraem 74% mais atenção do que os outros usuários.
Outros livros indicados para os homens são “A garota com tatuagem de dragão” (que rende 36% mais mensagens do que os outros internautas), de Stieg Larsson, “1984”, de George Orwell (21%) e “O Código da Vinci”, de Dan Brown (5%).
Entre as mulheres, o número de mensagens é maior para quem lista, entre seus livros preferidos, “Jogos Vorazes”, de Suzanne Collins (44%), “A garota com tatuagem de dragão” (31%) e “Game of Thrones”, de George R. R. Martin (30%).
Mas alguns livros servem como verdadeiros repelentes. Homens que dizem gostar da série “Harry Potter” recebem 55% menos mensagens do que outros usuários. E as mulheres devem esconder a série “Cinquenta tons de cinza”, que diminui a cobiça masculina em 16%. A Bíblia faz usuários de ambos os sexos perderem interesse.
Nélida Piñon: ‘Detesto o termo literatura feminina’
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Autora, que abre debates sobre escrita das mulheres, fala sobre desafio do feminismo atual
Leo Martins, em O Globo
RIO — Primeira mulher presidente da Academia Brasileira de Letras (entre 1996 e 1997), Nélida Piñon, que completa 80 anos nesta quarta-feira, abre nesta terça-feira (2) o ciclo de debates “Língua afiada: escritoras tomam a palavra”, na Caixa Cultural, às 18h30m, com mediação da professora da PUC-Rio Clarisse Fukelman. Até o dia 12, o evento convida diversas personalidades para discutir a trajetória de escritoras libertárias, perseguidas e aguerridas. A autora de “A república dos sonhos” desafiou as convenções ao longo de quase 60 anos de carreira literária, acompanhando diversas etapas do movimento feminista. Ao GLOBO, por telefone, ela comenta os novos desafios para as mulheres.
Podemos começar?
Você está gravando né?
Sim, gravando.
Ah, eu adoro que gravem! Qual é a pergunta inicial?
Vamos falar sobre o termo “literatura feminina”. Há um velho debate sobre esse termo ser adequado…
Eu detesto esse termo.
Eu sei. Seria melhor falar “literatura escrita por mulheres”?
Já sei como começar… Está gravando?
Gravando.
A escrita é, por natureza, ambígua. Portanto, ela circula pelos sexos do mundo. A escrita reflete o que nós somos. E ela não aprisiona pelos gêneros. Escrever é obrigatoriamente visitar o coração do pensamento. A mulher, embora recente no mundo canônico da cultura, é herdeira de todos os saberes humanos. Ela tem um coração tão polissêmico quanto o coração masculino. Você não fala em literatura masculina; você fala em literatura, e de preferência boa literatura. Eu acho que a literatura da mulher ocupa todos os espaços da humanidade. Isto dito, o que há são características, não de mulher e de homem, mas de escritor. Se fosse assim, como Flaubert teria podido escrever “Madame Bovary” (1856) e ter dito com todo orgulho: “Eu sou Emma”. Se ele tinha coragem de dizer que era Emma, eu tenho coragem de dizer que sou o quê? Um personagem masculino. O grande escritor que abarca os mistérios da arte narrativa é proteico, ele enverga. Ele tem que ser do sexo do homem, da mulher, ele tem que ser pedra, tem que ser mineral, animal, tem que ser coisas vivas… Ele é tudo que existe. Não existe essa história de literatura feminina.
Mas existe uma escrita de mulher?
Eu aceito que se fale em escrita de mulher. Mas eu vou sempre me opor porque há embutido nessa designação um preconceito restritivo (risos).
Qual será o seu tema no ciclo de debates?
Ah, isso eu ainda não sei. Não é por irresponsabilidade. É que eu falo há anos, eu penso desde que nasci. Se eu, a esta altura da vida, não estou equipada para falar de modo que expresse quem eu sou e o que penso do mundo, ah, é uma falência! Eu vou saber o que eu vou dizer, em torno do tema, na hora que eu subir ao púlpito com o microfone.
Mas com certeza estará relacionado com as mulheres e a literatura…
Ah sim, eu não vou inventar. Se o tema é esse, eu vou me ater a esse tema. Com todo o respeito e toda a seriedade. E tentando, enquanto falo, aprender. Quando você fala você se surpreende. Eu vou dizer uma frase: eu sou uma mulher que reservo novidades para mim. Eu gostei da frase (risos).
Ela está gravada!
Ok. Siga.
Há um movimento muito forte atualmente em relação à produção literárias das mulheres…
Acho ótimo, chegou a hora! Não é que não existisse, é que não era reconhecida.
É um movimento que pede mais presença das mulheres em todos os setores da indústria do livro.
Isso tem a ver com pequenas conquistas dessa última etapa do movimento feminista. Houve a etapa de 1920; a de 1960, que foi fundamental, o fundamento dessa leva dos últimos sete, oito anos. Tinha havido um declínio do feminismo, sobretudo no Brasil, e houve essa reviravolta graças a essas jovens que estão demonstrando uma preocupação da mulher, penso eu por conta da violência doméstica, da institucionalização do estupro. Você vê poucas vozes masculinas tomando partido forte, contundente, em defesa da mulher. Acho que quem teria que estar à frente do movimento em relação a essa violência não é a mulher, que é vítima. É a sociedade masculina que deve isso à mulher. Ela está em falta com a mulher.
Outra coisa que se nota nesta nova etapa do feminismo são campanhas, a partir de grupos organizados, para se ler mais mulheres. Esses grupos acreditam que os livros das mulheres aparecem menos, e querem corrigir essa distorção.
Bom, eu entendo dessa matéria porque sou escritora e sou mulher. Havia uma certa técnica, no passado, quando se perguntava a um intelectual “leu fulana?”, ele respondia: “Não li”. Na verdade, ele tinha lido, mas o fato de ter lido e ter percebido que a mulher tinha talento, fazia com que ele se estribasse, usasse como escudo não ter lido para neutralizá-la, apagá-la. Quando você diz que não leu, você apaga a mulher. Só existe quem você lê, aplaude.
E sua participação na visibilidade da escritora mulher é enorme. Primeira mulher presidente da Academia Brasileira de Letras…
Vou te contar uma coisa que nunca saiu publicada. Há mais de 20 anos, fui presidente da ABL no ano do primeiro centenário. Anos antes, há uma crônica do Carlos Drummond de Andrade falando sobre o preconceito contra as mulheres e sobre a Academia. Aí ele diz: quem sabe há de chegar um momento na Academia Brasileira de Letras em que não só as mulheres vão entrar na casa de Machado de Assis como, quem sabe, quando ocorrer o primeiro centenário, a presidente seja mulher E era eu. Foi uma mulher. Esse milagre se deu graças ao entendimento histórico dos acadêmicos naquele momento.
Como vê sua contribuição para as novas gerações de feministas?
Eu me lembro que, no primeiro 8 de março, jovens foram à minha casa me perguntar se eu iria participar desse movimento, que foi na ABI (Associação Brasileira de Imprensa). Eu fui. Fui falar na ABI em defesa do 8 de março, que acabou se tornando importantíssimo. Em vários momentos, participei desse movimento, nunca me esquivei. De modo que estou muito contente que essas jovens mulheres, gente de talento em diversas áreas, estão tomando à frente. Porque a hora é delas. E eu estou aqui para apoiar (risos). Apoiar e dar subsídios – caso me solicitem.
Sleeping Beauties | Livro de Stephen King ganha série antes mesmo de sua publicação
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Stephen King
Luis Esteves, no Observatório do Cinema
Os livros de Stephen King têm ganhado inúmeras adaptações como filmes e séries ao longo dos anos. A mais recente diz respeito a Sleeping Beauties, um trabalho em parceria com seu filho Owen King, que ainda nem mesmo foi publicado, mas já ganhou série.
Em Sleeping Beauties, as mulheres são envolvidas em uma espécie de casulo enquanto dormem. Se forem despertadas ou se tiverem as gazes que envolvem seu corpo violadas, elas se tornam feras violentas. E, enquanto dormem, as mulheres vão para outro lugar.
“Os homens de nosso mundo estão abandonados, à mercê de seus dispositivos mais primitivos. Uma mulher, entretanto, a misteriosa Evie, é imune à benção ou maldição da doença do sono. Evie seria uma anomalia médica a ser estudada ou um demônio que deve ser destruído?”, disse King ao Deadline.