Um Sorriso ou Dois

8 dicas para aprender em tempos de pressa

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Foto: Reprodução/Tumblr/pianoandstudy)

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Mauricio Peixoto, na Galileu

Vivemos em um mundo cheio de questões e problemas científicos. Do aquecimento global, passando pelos alimentos que você come ou por como você vai pagar por algo que comprou, todos são, de alguma forma, problemas que envolvem algum tipo de conhecimento. Estamos imersos em uma explosão de informação. O problema é que, apesar de o cérebro ter evoluído muito nesses milhões de anos, a quantidade de coisas que precisamos saber aumentou bem mais que a sua capacidade de processamento. Então, o que fazer? A resposta está em usar a inteligência. Inventamos maneiras de usar o cérebro com mais eficiência.

Veja estas dicas de como usá-lo melhor e boa viagem na trajetória para se tornar uma pessoa maior e melhor!

1 – Não tema, seja curioso

Use a curiosidade para se orientar: ela torna o aprendizado mais pessoal e prazeroso. Não tente assimilar tudo, você decide o que aprender! Leia livros, veja vídeos, converse com quem sabe mais e construa uma reserva de informação.

2 – Pratique o ceticismo
Não é porque está escrito ou passou na TV que é verdade: as pessoas podem se enganar ou mentir. Pergunte-se as razões para acreditar no que você ouve. Confira com o que você já sabe, busque outras fontes. Isso se chama Pensamento Crítico.

3 – Aprenda a pensar
Refletir sobre sua linha de pensamento e otimizá-la é importante. O preconceito, por exemplo, é uma forma errada de pensar, e esses erros podem levar a escolhas ruins. Psicólogos, coachs e filósofos podem ajudar nesse aprendizado. Procure-os!

4 – Faça planos de aprendizado
Na sobrecarga de informação, você se sente perdido, não consegue decidir nada. E o estresse é ruim para muita coisa, inclusive para o pensamento. Planejar faz com que você foque no que interessa. Mas também não é para planificar tudo e todos.

5 – Nunca deixe de perguntar
Questionar é uma excelente estratégia: revela o que você sabe, o que não sabe e permite escolher o que aprender. Use a curiosidade para decidir o que perguntar. Quê? Quem? Quando? Por quê? Para quê? Perguntas o dirigem ao que é importante.

6 – Aprenda a ler com eficiência
Todo bom texto tem estrutura e ideia central. Saber disso permite apreender informações de um jeito mais rápido e preciso. Aprenda a ler ideias com técnicas como Leitura Inspecional, Analítica e Sintópica. Busque auxílio de profissionais!

7 – Aproveite a tecnologia
Celulares permitem fazer anotações, fotografar informações, gravar palestras, ler e-books. Mas é preciso saber usar a tecnologia a seu favor. A internet é território livre: releia o que escrevi sobre curiosidade, ceticismo saudável e pensamento crítico.

8 – Registre, memorize e use
Sua memória tem limites. Qual a melhor forma de registrar? Depende. Pessoas visuais beneficiam-se com Mapas Mentais — são uma boa forma de organizar o conhecimento. Use seus registros e resgate–os sempre que possível, como nas eleições.

 

*Maurício Peixoto é Doutor em Medicina, Professor associado da UFRJ, líder do GEAC-UFRJ e membro do Laboratório de Currículo e Ensino Núcleo de Tecnologia para a Saúde (Nutes).

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Empresa oferece solução para livros que estão acumulados em casa

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shutterstock Doação: se você deseja se desfazer de mais de 30 volumes e é da Grande São Paulo a empresa vai até a sua casa buscar

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Doação: se você deseja se desfazer de mais de 30 volumes e é da Grande São Paulo a empresa vai até a sua casa buscar

Eh Aqui Doações promete fazer trâmite entre doador e entidades. Objetivo é democratizar o acesso à cultura aos locais socialmente vulneráveis, veja

 

Denise Kanda, no IG

Para muita gente o semestre de aulas já acabou, e com ele vem o acúmulo de livros que serviram para fazer provas e trabalhos de literatura, sociologia, filosofia, etc. Vamos concordar que é impossível gostar de todas as obras demandadas pelos professores, não é mesmo? Para que sua estante se renove e tenha espaço para novos livros, que tal separar alguns para doação? Conheça o Eh Aqui Doações que pode te ajudar nessa hora.

Dar o primeiro passo e decidir que vai doar livros pode ser para alguns uma tarefa difícil, mas depois desta etapa vem a pergunta: para quem? E é para responder a esse questionamento que foi criada a Eh Aqui Doações. A empresa tem como objetivo facilitar esse trâmite da doação e ligar os doadores às bibliotecas de Organizações Não Governamentais (ONGs) e outras instituições com papel de ajuda sócio assistencial.

À domicílio

Para quem realmente está a fim de desapegar, fique sabendo que a Eh Aqui Doações se propõe ir à casa de doadores dispostos a oferecer mais de 30 volumes, basta que a pessoa ou empresa fique localizada na Grande São Paulo.

Em relação aos gêneros, não precisa se preocupar, a companhia, visando à democratização do acesso à leitura, aceita todos e sem distinção de faixa etária. Além disso, não existe nenhum custo aos doadores, a empresa ao lado de seus parceiros promete elaborar a triagem, para selecionar o que está em boas condições de uso e a distribuição.

Caso o doador tenha a intenção de disponibilizar acervos didáticos, a única recomendação da entidade é que sejam livros publicados até 2015.

A presidente da Eh Aqui Doações, Lucia Junqueira, aponta que por enquanto não estão sendo agendadas coletas quando a doação é apenas de livros didáticos. “Isso para incentivar a doação de outros tipos de materiais de literatura, que são mais defasados em bibliotecas e projetos sociais”.

Embora parte da doação seja de livros não tão queridos assim, há também aqueles que já nos passaram todos os conhecimentos e companhia necessária, e independente da razão pela qual estamos nos desfazendo deles, é essencial que o doador apenas entregue livros em boas condições de leitura. Nesse trâmite, a empresa já foi responsável por levar mais de 22 mil livros.

No site da entidade também é possível ver o registro de alguns deles, como a doação de 1 mil de livros na Biblioteca Jardim Irene, na cidade de Embu das Artes e em uma instituição de Paraisópolis – Zona Sul de São Paulo – que recebeu 60 kits com 14 livros.

Se você se interessou pelo projeto vá até o ehaquidoacoes.com.br , preencha os campos necessários e aguarde por uma resposta da empresa para que a doação seja feita com sucesso ou vá até a Rua Deputado Lacerda Franco, 145, em Pinheiros, na cidade de São Paulo.

E para aqueles que têm grande apego aos livros, Lucia Junqueira diz que: “As histórias nos tocam e marcam de maneira eterna. Acreditamos que para a construção de uma sociedade mais fortalecida é imprescindível o acesso à educação, cultura e informação. Pense que diariamente escritores incríveis estão trabalhando para criarem novos mundos e compartilhem conhecimento. Esse livro que foi tão importante pode mudar o mundo de alguém em outra parte do País, a lembrança com carinho dessa leitura é o que fica”.

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20 anos de Harry Potter: amigas fantasiam cães com a temática do bruxinho

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Pets também não poderiam deixar de comemorar os 20 anos de lançamento da saga Harry Potter

Pets também não poderiam deixar de comemorar os 20 anos de lançamento da saga Harry Potter

A Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB), com seus tijolinhos expostos, virou cenário para um desfile de magos e magas de patas e focinhos

Paloma Oliveto no Correio Braziliense

Eles chegaram apressados à Plataforma 9 ¾. Afinal, não podiam perder o trem para Hogwarts. Mas, antes de embarcar rumo à mais famosa escola de magia do planeta, uma paradinha para a foto. Levados por seus trouxas — humanos desprovidos de poderes —, bruxinhos e bruxinhas arrasaram no visual. Tirando um rosnado ou outro, uma tentativa de fuga, e alguns xixis fora do lugar, tudo correu perfeitamente bem, e todos conseguiram se transportar para o mundo que, há 20 anos, encanta crianças, adultos e, por que não, cachorros.

Para comemorar as duas décadas do lançamento do primeiro livro da série Harry Potter, um grupo de “pottermaníacas” e “cachorreiras” teve ideia de fazer um ensaio diferente do bruxinho. No lugar de se vestirem como os personagens, elas resolveram que os cães encarnariam esse papel. Assim, na tarde de domingo, a Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB), com seus tijolinhos expostos, virou cenário para um desfile de magos e magas de patas e focinhos.

Esse não foi o primeiro ensaio temático de um grupo que se conheceu graças às contas do Instagram de seus pets, e que se autointitula “Cachorrada de Brasília”. “Sempre gostei muito de brincar, tive uma infância muito lúdica. Dentro dos meus pacotes profissionais, principalmente para crianças, coloco sempre um ensaio temático, onde os pais escolhem um tema e eu vou atrás de cenário, fantasia… É um dos que mais gosto de fazer”, conta a fotógrafa Paula León, que clicou o ensaio de Harry Potter. No Natal passado, ela teve a ideia de levar esse mundo de faz-de-conta para outro público, o canino. “Tínhamos esse grupo de amigos, e resolvemos fazer um ensaio temático com os cachorros”, diz.

26/06/2017. Crédito: Paulinha Leon Fotografia/Divulgação. Fãs de Harry Potter fizeram ensaio temático, homenageando a série com fotos dos cães vestidos do personagem.

26/06/2017. Crédito: Paulinha Leon Fotografia/Divulgação. Fãs de Harry Potter fizeram ensaio temático, homenageando a série com fotos dos cães vestidos do personagem.

 

Desde então, a cachorrada já posou de rena, Papai Noel, coelho de Páscoa, caipira; fez ensaio de dia das mães e namorados… O próximo já está sendo animadamente discutido pelas integrantes da turma. Provavelmente, labradores, goldens, salsichas, vira-latas, pugs e shihtzus, entre outros, vão protagonizar cenas em uma galáxia muito distante… “Estamos pensando em fazer Star Wars”, conta Paula. Apesar de destacar que é um desafio manter os cães não adestrados quietinhos no cenário, quando segura a câmera, a fotógrafa parece incorporar o Harry Potter, fazendo mágica. As poses não duram mais que um minuto, e a cachorrada está liberdada para se desfazer dos personagens.

Grife de roupas

A consultora de órgão internacional Gerlânia Moraes, 31 anos, diz ter realizado um sonho, fazendo o ensaio com o labrador Vitão. Ela gosta tanto dos filmes e livros de Harry Potter, que fez questão de encomendar a roupa do bruxinho sob medida na grife de roupas pets Oh Dog. “Toda a história do Harry Potter me encanta. A questão da amizade, das diferenças, a questão paterna do Harry, que é tratada mais amplamente nos livros, sendo que as figuras paternas dele morrem. Mas, em especial, me encantam as criaturas mágicas, os feitiços, os fantasmas, os objetos mágicos… Eu queria todos eles em casa”, brinca. “O próximo sonho é um ensaio temático também do universo Harry Potter, mas com o meu filho e o Vitão. Aí, sim, será a realização completa do sonho”, revela Gerlânia, que espera engravidar em breve.

Também “fã número 1” do bruxinho, a militar Thayná Barbosa, 27 anos, vestiu, com orgulho, a shihtzu Mel e a spitz Cloé para o ensaio. “Conheci a série Harry Potter quando tinha uns 12 anos. Vi o primeiro filme, me apaixonei pela história, fiquei curiosa com o que viria depois, e aí comecei a ler os livros. Acredito que o que mais me faz gostar da série é o fato da maior parte da história se passar numa realidade paralela. Fora que os próprios personagens nos ensinam várias coisas ao longo dos livros. O próprio Harry, que cresceu sem receber nenhum tipo de amor ou afeto, mas ainda assim se tornou uma pessoa boa e honesta”, explica.
Pontos turísticos
Já a médica Thereza Racquel Mello Nogueira, 30 anos, começou a gostar da série graças aos livros, ainda na infância. Esse amor nunca se desfez. Na lua de mel, fez questão de conhecer dois pontos turísticos do bruxinho, no Reino Unido: a plataforma 9 ¾, em King’s Cross, e o passeio de trem pelo viaduto de Glenfinnan.

No ensaio, levou a SRD Sushi vestida da personagem Hermonie Granger. Acostumada aos cliques, a cachorrinha, que já participou de diversas sessões de fotos, não economizou nas poses. Enquanto isso, a pug Mafalda fazia sua estreia à frente das câmeras. “Quando soube que o tema da vez seria Harry Potter, não pude perder. Tenho uma irmã louca pelo tema, meu marido também ama, e, embora tenha resistido, hoje já virei fã também. A experiência de ver minha filha de quatro patas toda vestida foi muito divertida, adorei e já quero participar de todas as próximas”, derrete-se a psicóloga e empresária Júlia Hueb Perez, 29 anos.

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Facebook faz “feitiço” quando você publica sobre Harry Potter

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Publicado na Exame

O Facebook criou uma maneira divertida para os fãs de Harry Potter celebrarem os 20 anos da série de livros na rede social.

Ao escrever o nome do bruxo ou de uma das casas de Hogwarts, a escola de magia onde Harry estudou, no Facebook, um feitiço será feito por uma varinha, que aparecerá na tela. Para ver o truque mágico novamente, basta clicar na palavra.

Além disso, o nome da casa será exibido em sua cor tradicional – Sonserina ficará verde, Grifinória ficará vermelho, Lufa-Lufa ficará amarelo e Corvinal ficará azul. Vale lembrar que é preciso comentar os nomes da casas em inglês (Slytherin, Gryffindor, Hufflepuff e Ravenclaw) para que o “feitiço” funcione.

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No dia 26 de junho de 1997, a escritora inglesa J.K. Rowling publicou o primeiro livro da série, Harry Potter e a Pedra Filosofal. Os sete volumes da saga foram traduzidos para 79 idiomas em 200 países e venderam um total de 450 milhões de exemplares desde o seu lançamento, segundo a editora britânica Bloombury.

Hoje, a autora escreveu um agradecimento aos fãs do mundo mágico em sua conta no Twitter. “Há 20 anos, um mundo em que vivi sozinha foi subitamente aberto aos outros. Tem sido maravilhoso. Obrigada.”

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Conheça oito palavras que moldaram nosso modo de pensar

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Publicado na BBC Brasil

Cada palavra carrega uma história, um segredo. Atrás das sílabas que usamos todos os dias se escondem várias narrativas esquecidas.

“Se você sabe a origem de uma palavra”, insistia o acadêmico do século 6 Isidore de Sevilha, “tudo pode ser compreendido mais claramente”. Enquanto a maioria das palavras entra em uso discretamente e sem deixar rastro de suas jornadas, há uma “elite” de invenções verbais cuja origem foi cuidadosamente registrada.

Algumas dessas palavras são criações únicas de pessoas esquecidas pela história. Outras são invenções de pioneiros culturais que deliberadamente queriam determinar como gerações futuras pensariam e falariam.
Em cada caso, investigar a biografia da palavra nos ajuda a conhecer a trajetória da pessoa que a criou, além da época em que ele ou ela viveu. A seguir, oito criações que mudaram a forma como pensamos, ouvimos, descobrimos e existimos no mundo:

Twitter

As redes sociais certamente seriam um lugar menos animado sem o logotipo do Twitter: aquele perfil azul de um pássaro voando. Mas quem teve a imaginação para criar uma onomatopeia que combina a linguagem dos homens com a dos pássaros? ‘Twitter’ (ou ‘twiterith’, como era o termo original na metade do século 14), tirado da pena de Geoffrey Chaucer em sua tradução do livro A Consolação da Filosofia, do filósofo do século 6 Boethius, significa “gorjear” em inglês.

Ao lado de “chilrar”, “twitter” é uma das mais de 2,2 mil palavras que o poeta medieval leva o crédito por ter criado. É o mesmo autor que escreveu o poema O Parlamento das Aves, o que parece muito apropriado.

Serendipidade

Antes de 1754, se alguém quisesse expressar “a descoberta fortuita de algo por acaso”, ele ou ela teriam que se esforçar para dar vida a um sentimento tão complexo. Até que, ao escrever uma carta em uma terça-feira de janeiro, o escritor inglês Horace Walpole presenteou o mundo com a animada união de sílabas “serendipity”.

Walpole disse que criou sua invenção lírica inspirado no conto de fadas persa As Três Princesas de Serendip, cujas protagonistas “estavam sempre fazendo descobertas, por acidente e sagacidade”, disse ele.

Pouca importa o fato de Walpole ter lembrado incorretamente da verdadeira essência do conto – na verdade, as princesas não conseguem encontrar o que procuram, apesar de dolorosas tentativas. “Serendipidade” veio para ficar.
E não é a única criação de Walpole. “Betweenity” (“entremeio”), uma palavra mais charmosa do que seu sinônimo mais conhecido, “intermédio”, merece a mesma afeição que sua irmã “serendipidade” recebe.

Panorama

Algumas palavras parecem vibrar com o mesmo espírito que seu significado denota. “Panorama” é uma delas – seu ritmo próprio parece estar em harmonia com vistas amplas de topos de montanhas e horizontes infinitos.

Parece apropriado, portanto, que a palavra que literalmente significa “vista total” tenha entrado no léxico mundial em 1789, um ano lembrado pela queda da Bastilha em Paris.

Que irônico, então, descobrir que a palavra inicialmente estava ligada a uma experiência de confinamento: uma pintura cilíndrica que prende sua audiência, um mecanismo visual criado pelo artista irlandês Robert Barker.

Visualizar

É difícil acreditar que ninguém jamais havia “visualizado” algo antes de 1817, mas esse foi o ano em que o poeta romântico e crítico Samuel Taylor Coleridge criou a palavra em sua confissão filosófica Biographia Literaria – um século depois que a palavra “envision” (“vislumbrar”) foi criada.

Em retrospectiva, parece oportuno que um escritor cuja mente foi assombrada por visões fantasmagóricas como o navio fantasma de seu poema A Balada do Velho Marinheiro e pelos “olhos brilhantes” e “cabelo flutuante” que marcam o final de sua poesia lírica profética Kubla Khan, tenha dado o nome à ação de ver algo que não se vê.

Torturado ao longo de sua vida por substâncias materiais e imateriais, Coleridge é responsável por introduzir ao inglês outras palavras para descrever aspectos mais sombrios da experiência humana, como “psicossomático” e “pessimismo”.

Intelectualizar

Coleridge frequentemente ganha o crédito por ter concebido um verbo relacionado: “intelectualise”
(“intelectualizar” em português), que significa transformar um objeto físico em uma propriedade da mente.

Enquanto ele certamente merece o crédito por criar um verbo que sugere justamente o contrário – o “thingify”
(“coisificar”, em tradução livre”), que significa transformar um pensamento em um objeto.

Na verdade, “intelectualizar” provavelmente pertence a um poeta contemporâneo que serviu de inspiração ao poeta romântico: um viajante misterioso do século 18 conhecido pelo curioso apelido de “Stewart ambulante” por ter perambulado por boa parte do que se conhecia do mundo até então.

Em décadas viajando por Índia, África e Europa, Stewart desenvolveu uma filosofia excêntrica centrada na ideia de que corpo e mente estavam em fluxo constante entre um mundo que é o tempo todo intelectualizado e um espírito eternamente “coisificado”.

Burocracia

O narrador da música Big Rock Candy Mountain, de 1928 e de autoria do cantor americano Harry McClintock, sonha com um paraíso sem preocupações onde “eles enforcam o desgraçado que inventou o trabalho”.

Enquanto a história não menciona o nome do “desgraçado” em questão, conhecemos a identidade do economista francês que inventou o nome de algo quase tão cansativo quanto: “burocracia”.

Em 1818, Jean Claude Marie Vincent de Gournay uniu a palavra francesa para mesa (bureau) ao sufixo grego que significa “o poder de” (cracia) e deu um nome àquilo que começava a sufocar a sociedade.

Por ter criado a palavra para processos governamentais que impõem regras entediantes no comportamento das pessoas, Gournay pode parecer a última pessoa que teria dado o nome ao termo que significa “deixe as pessoas fazerem o que acham melhor”: laissez-faire.

Fotografia

É estranho pensar que um dos nomes aparentemente mais estáveis que damos aos objetos em nossa volta foram adotados gradualmente e em um processo de eliminação.

O inventor e astrônomo inglês Sir John Herschel propôs a palavra “fotografia” em 1839 e enfrentou uma competição intensa até que seu termo fosse adotado permanentemente no vocabulário mundial.

Se a história tivesse acontecido de outra maneira, sua avó poderia estar cobrando as suas “impressões de sol” ou “fotógenos”. Um termo rival, heliográfico, que competiu com “fotografia” por uma geração inteira, urgiu Herschel a ir atrás de seu dinheiro.

Trouxa

Não é preciso dizer que os homens, como um gênero, não são os únicos bem-sucedidos na criação de palavras atraentes, apesar da pouca celebração de neologistas mulheres.

Com suas contribuições à cultura frequentemente marginalizadas, não é surpresa que o dicionário Oxford atribua a escritoras o primeiro uso da palavra “outsider” (“excluído”, em tradução livre), pela britânica Jane Austen em 1800, e “angst” (“raiva”) pela alemã George Eliot em 1849.

Na nossa época, mais uma vez foi uma escritora que definiu aqueles que se admiram com os poderes dos iniciados e ficam na vontade como se por feitiçaria.

A britânica J. K. Rowling criou a palavra “muggle” (“trouxa”, em português”) em seu livro Harry Potter e a Pedra Filosofal em 1997 para descrever os mortais que não têm um dom sobrenatural, o que nos lembra da magia perene das palavras: alguns as têm, outros não.

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