A Diferença Invisível

Mauricio de Sousa lança autobiografia em que relata sua infância até o sucesso como desenhista

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A estreia em grandes jornais do ‘pai da Mônica’ se deu no Estado de Minas

Ana Clara Brant, no UAI

No começo dos anos 1960, um desenhista de Santa Isabel, no interior de São Paulo, começava a dar os primeiros passos na profissão e decidiu enviar seu trabalho para os principais jornais do país. Seus quadrinhos contavam a história de três personagens: o cachorrinho Bidu; Cebolinha, um menino que falava errado; e Piteco, um homem da Idade da Pedra. O primeiro veículo de alcance nacional que decidiu publicar as tirinhas funcionava na Rua Goiás, no Centro de Belo Horizonte.

“O Estado de Minas foi o primeiro grande jornal a publicar as minhas historinhas. Já publicava em São Paulo e no interior, mas se quisesse mesmo multiplicar a clientela, o jeito era chegar a outros estados. Então, desenvolvi um método: enviava uma versão postal oferecendo meu trabalho. Lembro-me de que, 15 dias após o envio, o Estado de Minas aceitou minha proposta. Não me lembro das tiras que publicaram, mas foi uma parceria que durou muito tempo. Fiquei muito contente na época. A minha ligação com os mineiros vem de longa data, já que minha filha Magali mora em BH. Tenho netos e bisnetos aí. Aliás, estou precisando visitá-los”, afirma Mauricio de Sousa.

Mauricio de Sousa se orgulha de ajudar a alfabetizar milhões de brasileiros com suas HQs (foto: Fotos: Márcio Bruno/divulgação)

Mauricio de Sousa se orgulha de ajudar a alfabetizar milhões de brasileiros com suas HQs (foto: Fotos: Márcio Bruno/divulgação)

 

Essa e outras histórias estão na autobiografia que o gênio das HQs, de 81 anos, acaba de lançar pela Editora Sextante (selo Primeira Pessoa). Mauricio – A história que não está no gibi vem acompanhado de um caderno de fotos do arquivo pessoal do ilustrador. A primeira biografia completa do criador da Turma da Mônica, que chega às livrarias na segunda-feira, narra em primeira pessoa a trajetória pessoal e profissional do artista. “Queria fazer uma trilogia, mas não deixaram”, brinca ele.

Na verdade, Mauricio tem a intenção de fazer um livro contando causos de sua infância, sobretudo, da época em que morou em Mogi das Cruzes, perto de sua terra natal. “Foi um período muito rico da minha vida. Eu era o Chico Bento, com todas aquelas coisas maravilhosas que ele faz. O menino do interior que nada no rio, brinca na rua, pega fruta no pé. Na minha cabeça, tem a possibilidade de continuação.”

Durante um ano e quase sempre às segundas-feiras, Mauricio separava um momento para conversar com o jornalista e escritor Luís Colombini. Apesar de ter memória prodigiosa, o cartunista, ou melhor, o desenhista – ele gosta de frisar que “cartunista é coisa de norte-americano” – contava com a ajuda do repórter para recordar detalhes. “Ele preenchia os vazios com datas, nomes, referências. O livro foi focado no meu depoimento, mas tivemos conversas com pessoas ligadas a mim para ajudar”, diz.

O pai da Mônica e de Cebolinha revela que há muitos anos um grupo de jornalistas quis escrever sua biografia. No entanto, ele se adiantou. “Ameaçaram escrever e fiquei meio preocupado. Decidi fazer uma série de crônicas em um jornal contando vários casos da minha vida para deixar isso como legado. Queria dar a minha visão. Acabaram saindo dois livros com essas crônicas e os jornalistas esqueceram o assunto”, comenta.

A autobiografia traz detalhes, curiosidades e bastidores das mais de oito décadas de estrada de Mauricio de Sousa. Mostra como ele transformou seus desenhos em indústria de entretenimento, além de passear pelo universo de mais de 50 anos de realizações em meio a transformações sociais, políticas, econômicas e culturais.

(foto: Márcio Bruno/divulgação)

(foto: Márcio Bruno/divulgação)

 

PERSEVERANÇA Repórter policial com passagens pela vida artística como cantor e ator de radionovelas, foi entre os lápis e papéis que Mauricio encontrou sua vocação. “O que mais encanta nesse ofício é a capacidade de criar, de inventar, de trazer alguma coisa que não existe, de jogar no papel e disseminar isso para outras pessoas. E sempre com uma mensagem filosófica e comportamental”, observa.

A publicação revela a persistência de Mauricio, que, apesar das adversidades, não abriu mão de seus sonhos. “Nunca desisti, porque nunca duvidei daquilo que estava fazendo profissionalmente. Além disso, sempre fui conhecido na minha família como turrão, teimoso, que bota a coisa na cabeça e não desiste nunca”.

Uma das passagens mais interessantes é o relato de como ele conheceu a primeira mulher, Marilene, que viria a ser mãe de quatro de seus 10 filhos – Mariângela, Mônica, Magali e Maurício. “No início de 1958, uma criança desapareceu durante sua festa de aniversário. O caso foi parar na polícia, justamente na delegacia em que eu dava plantão. O principal suspeito do rapto era a fotógrafa contratada para registrar a comemoração. O caso seria esclarecido no dia seguinte. De fato, conforme as investigações apuraram, tinha sido ela mesma, que confessou que gostou tanto do aniversariante que quis levá-lo para casa. Mas, enquanto não se desvendava o mistério, a polícia intimou várias fotógrafas a comparecer à delegacia. São Paulo já era uma metrópole, mas não havia muitas mulheres especializadas em registros de festas infantis e retratos de crianças. Quando vi uma daquelas moças, fiquei embevecido, completamente bobo. Nem lembrei que era tímido. Decidi ali, naquele momento, que ia casar com ela. No dia seguinte, pedi ao escrivão da Deic (Divisão Especial de Investigação e Capturas), meu amigo, o endereço daquela fotógrafa alta e elegante, que, descobri então, se chamava Marilene Spada. ‘Vou conhecer minha futura esposa’, falei, para reforçar a importância do pedido”, conta ele no livro.

“Foi desse jeito mesmo. Voltei para a redação do jornal pulando de mesa em mesa, cantando e dançando de tanta felicidade”, relata. Hoje, ele é casado com Alice Takeda, diretora de arte da Mauricio de Sousa Produções.

ORGULHO Quando olha para trás, o que mais o deixa orgulhoso é ter conseguido alfabetizar milhões de brasileiros com seus quadrinhos. “Ver que as nossas revistinhas se transformaram em cartilha de formação e informação é algo que me deixa muito contente. Sempre me preocupei demais em ter um português correto, mesmo com o ‘caipirês’ do Chico Bento. Temos muito cuidado, vários revisores, mas o ser humano é suscetível ao erro”, diz.

Questionado se já se arrependeu de algo, Mauricio é taxativo: “Se me arrependesse de alguma coisa que fiz, não estaria agora aqui falando com você sobre a minha trajetória. Então, acredito que tudo deu certo”.

Cinema

No segundo semestre, começa a ser rodado Laços, filme que vai mostrar a Turma da Mônica clássica, com personagens ainda crianças. No momento, são realizados testes com atores mirins. Outro longa terá a Turma da Mônica jovem, que vai contar com elenco de adolescentes. Em 2018, a vida de Mauricio de Sousa vai ganhar as telas de cinema. Direitos da biografia lançada agora foram negociados para virar documentário. Um projeto em live-action também está em andamento.

Almanaque

Na semana passada, chegou às livrarias a edição nº 1 do SuperAlmanaque Turma da Mônica. Com o mesmo formato das revistinhas mensais, reúne em suas 300 páginas histórias lançadas nas últimas décadas. Há também quadrinhos de Penadinho, Horácio, Tina, Piteco, Jotalhão, Papa-Capim e Astronauta. A periodicidade será semestral. O preço de capa é R$ 15.

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Livro infantil que sugere casamento entre pai e filha é recolhido no ES

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Obra de autor capixaba é usada no programa de alfabetização por crianças de 6 a 8 anos

Carolina Samorano, no Metropoles

Um livro infantil usado na educação básica pública no Espírito Santo tem causado polêmica no estado ao sugerir, em um dos seus contos, um casamento entre pai e filha. As prefeituras das cidades onde ele é lido em sala já avisaram, na última semana, que vão recolher os exemplares.

“Enquanto o sono não vem”, do autor capixaba José Mario Brant é um livro de contos que faz parte do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), do Ministério da Educação. As obras do PNAIC passam por revisão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

No conto “A triste história de Eredegalda”, um dos personagens sugere se casar com uma das filhas, que acaba morrendo no fim da história.

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Ao site G1, o escritor, disse que conta a história publicada há mais de 25 anos e ficou surpreso pela reclamação dos professores.

“Há uma desinformação do que é o conto folclórico e o de fada, que são territórios que abordam assuntos delicados”, disse. “A gente está falando de um universo simbólico. É uma história que dá voz a uma vítima”.

A UFMG também saiu em defesa do livro e justificou que a polêmica é fruto de um “julgamento indevido construído por leitura equivocada”.

No projeto, o livro é destinado a alunos do primeiro ao terceiro ano, com entre 6 e 8 anos de idade. Brant, no entanto, diz que pensou a obra para “leitores jovens”, mas que ela poderia ser aplicada a crianças, desde que com bom trabalho pedagógico.

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Governo de Pernambuco anuncia distribuição de livros após exemplo da estudante Rivânia

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Foto de Rivânia tentando salvar os livros comoveu o País / Valter Rodrigues/Blog Tenório

Foto de Rivânia tentando salvar os livros comoveu o País / Valter Rodrigues/Blog Tenório

 

Todas as escolas municipais e estaduais dos municípios atingidos pelos alagamentos receberão livros

Publicado no Diário de Pernambuco

A estudante Rivânia Rogéria dos Ramos Silva, de 8 anos, moradora do Distrito de Várzea do Una, na Zona Rural do município de São José da Coroa Grande, a 114 quilômetros do Recife, na Zona da Mata Sul, vai receber a visita do governador Paulo Câmara nesta segunda-feira. Em meio à tragédia dos alagamentos que atingiram a residência da menina na semana passada, Rivânia surpreendeu e causou emoção ao priorizar sua bolsa com material escolar no momento em que ela e seus avós, Eraldo Luiz de Lima e Maria Ivane da Silva, eram resgatados.

Pouco antes do resgate, a avó recomendara que a menina que estuda na Escola Municipal Várzea do Una levasse apenas o mais importante. Rivânia escolheu seus livros e a história ganhou repercussão nacional.

O fato alcançou repercussão nacional e acabou sendo tomado como motivação para a distribuição de livros pelo Governo de Pernambuco para escolas municipais e estaduais da área atingida pelos alagamentos.

Para o governador Paulo Câmara, a estudante de São José da Coroa Grande é “um símbolo e um exemplo”. Segundo informe do Governo de Pernambuco também será visitada a escola da estudante. “Rivânia é um símbolo e um exemplo para todos nós. É uma história edificadora no meio de tanta dificuldade, de tanta tragédia”, ressaltou Paulo Câmara, acrescentando que ela inspirou a decisão da distribuição de livros a todas escolas municipais e estaduais dos municípios castigados pelas chuvas.

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5 novos livros para pensar sobre as condições do negro no Brasil

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Uma lista de títulos que acabaram de chegar às livrarias.

Amauri Terto, no HuffpostBrasil

Uma jovem cordelista recupera biografias de grandes mulheres negras desconhecida dos brasileiros. Uma renomada historiadora e antropóloga investiga a trajetória de um dos mais importantes (e desprezados) escritores negros do País.

Um africanista de 75 anos mergulha nos fatos e personagens que construíram o continente que está na base da formação do Brasil. Um famoso astro da TV revisa o curso de sua vida tomando como ponto de partida a identidade negra.

Para encerrar, um negro africano escravizado em Pernambuco narra os horrores que sofreu antes de fugir para os EUA.

Cinco livros que abordam de forma singular o significado de ser uma pessoa negra no Brasil – no passado e no presente – chegaram (ou chegam este mês) às livrarias.

Lima Barreto: Triste Visionário – Lilia Moritz Schwarcz
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A historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz passou mais de dez anos debruçada sobre obra e a vida de Afonso Henriques de Lima Barreto, escritor negro e marginal responsável por, pelo menos, duas obras singulares na literatura brasileira: Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915) e Clara dos Anjos (1922). O resultado dessa empreitada chega às livrarias no mês de junho sob forma de uma ousada biografia.

Catatau de mais de 600 páginas, Lima Barreto: Triste Visionário explora a trajetória do escritor carioca a partir da questão racial. “Ele achava que os negros só poderiam ser socialmente integrados através da luta e do constante incômodo. Por isso, denunciava que a escravidão não acabou com a abolição, mas ficou enraizada nos menores costumes mais simples”, disse a autora à Revista Cult.

Com escritos que criticavam o racismo, a corrupção e o feminismo vigente que, segundo a o escritor, excluías as mulheres negras, Barreto teve ainda uma dolorosa experiência uma dolorosa experiência manicomial, que também foi registrada em livro, Cemitério dos Vivos, publicado postumamente. “É um autor de muito alento para essa nossa agenda contemporânea neste momento em que a República vive uma crise tão forte, e que os nossos valores democráticos e direitos de cidadãos estão sendo colocados tão em questão”, afirma Lilia.

15 Heroínas Negras em Cordéis – Jarid Arraes

heroinasnegras+jaridarraes

Filha e neta de cordelistas do Ceará, a escritora Jardi Arraes pesquisou durante 4 anos a trajetórias de mulheres negras que defenderam seus direitos e batalharam por seus espaços em solo brasileiro. Até então estavam às margens da História oficial, quinze desses enredos de vida foram adaptados para a literatura de cordel – tipo de poesia popular escrita em folhetos geralmente na forma rimada.

Na lista de grandes mulheres negras estão princesas e rainhas africanas como Aqualtune, Zacimba Gaba e Na Agontimé, sequestradas como escravas para o Brasil, mas que por por aqui lideraram revoltas e mantiveram quilombos fortes e hoje são inspirações para a população negra invariavelmente oprimida do País.

“São mulheres de épocas diferentes, de estados diferentes e que lutaram batalhas diferentes. Entre escritoras, ativistas, líderes quilombolas e de revoltas contra a escravidão, escolhemos 15 heroínas negras que marcaram nossa história e nos deixaram um legado importantíssimo”, explicou a autora de 26 anos ao HuffPost Brasil.

Além dos perfis em cordéis, a edição traz todas as histórias também em formato de prosa. O projeto gráfico e as ilustrações de Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis são assinados pela designer e ilustradora negra Gabriela Pires.

Na Minha Pele – Lázaro Ramos
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Aos 38 anos de idade, Lázaro Ramos é hoje um dos artistas mais populares na defesa de uma maior representatividade negra na mídia. Além de atuar na televisão, teatro e cinema e escrever livros infantis, o astro soteropolitano também comanda o programa Espelho, na TV Brasil, que traz entrevistas com personalidades da cena cultural brasileira – abordando em geral assuntos ligados à questão racial no Brasil.

Em junho, o ator lançará pela editora editora Objetiva (do Grupo Companhia das Letras) seu primeiro livro destinado ao público adulto, Na Minha Pele. A obra não é uma autobiografia.

Segundo o ator, trata-se de uma seleção de textos que propões diferentes conversas com o leitor. “Ele tem uma seleção de depoimentos, opiniões e dúvidas sobre diversos temas: afetividade, política afirmativa, coragem, estética, estratégia de sobrevivência e inspirações”, explicou o artista em entrevista ao jornal O Globo.

Ao que parece, o livro contém todos os ingredientes para reverberar e provocar boas discussões na internet, ambiente que o ator e sua esposa, a atriz Taís Araújo, são ativos. “As redes sociais têm exercido um papel fundamental na difusão dessas vozes, propagando novos valores, questionando regras tidas como estabelecidas, oferecendo novas percepções estéticas (…) Destampou-se um número grande de desejos e vozes que não se calam e se expressam. E nós, enquanto nação, precisamos ter capacidade para lidar com isso”, afirmou o ator.

Dicionário de História da África: Séculos VII a XVI – Nei Lopes e José Rivair Macedo

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Pesquisador, romancista, cantor e compositor, Nei Lopes acaba de lançar seu Dicionário de História da África – Séculos VII a XVI, pela editora Autêntica, em parceria com José Rivair Macedo. Aos 75 anos de idade, o intelectual procura com seu novo trabalho ressaltar que os africanos foram os protagonistas na construção de sua própria História.

O livro explica as diferentes etapas de formação do continente, mostrando desde a organização social até a criação de Estados e Impérios. O leitor tem acesso também às informações referentes aos embates entre cristianismo, o Islã e religiões tradicionais no continente e também sobre as disputas em torno das rotas de comércio.

Africanista autodidata, Lopes tem formação em Direito e Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em recente entrevista ao jornal O Globo, ele revelou que começou a fazer pesquisas e escrever livros sobre a África “porque havia e ainda há um desconhecimento muito grande em relação à história e à cultura africanas e afro-brasileiras”.

Também autor de outros dois livros que abordam a diversidade e a riqueza do continente africano – Bantos, Malês e Identidade Negra (1988) e Novo Dicionário Banto do Brasil (2003) -, o autor propõe uma visão de africanidade para além do ponto vista da escravidão.

“Esse dicionário mostra o fundamento do continente. A África não era uma selva só, essa visão que Hollywood ajudou a moldar. Construir essa visão da África foi um projeto estudado. Aí nossos filhos e netos ficam com a autoestima no pé”, explicou.
Biografia de Mahommad Gardo Baquaqua – Mahommad Gardo Baquaqua
Baquaqua

Mahommah Gardo Baquaqua nasceu em uma família muçulmana no final dos anos 1820, no reino de Bergoo (atual Benin), na África Ocidental. Na juventude, se tornou escravo onde vivia. Em 1845, foi traficado para o Brasil, desembarcando em Pernambuco, onde serviu de escravo a um padeiro.

Dois anos depois, ele escapou numa embarcação comercial. Liberto por abolicionistas de Nova York, seguiu para o Haiti e depois para o Canadá, onde escreveu sua autobiografia.

Lançada em 1854 nos EUA, a Biografia de Mahommad Gardo Baquaqua estava restrita ao círculo acadêmica até maio deste ano, quando ganhou finalmente uma versão em português pela Editora Uirapuru. Relato da escravidão do Brasil em primeira pessoa, a obra traz detalhes do cotidiano da época, dos ambientes sociais e familiares e dos duros castigos que os negros escravizados sofriam no País.

Em entrevista à revista Trip, o tradutor e organizador do livro, Lucciani Furtado, falou sofre o destaque que Baquaqua dá à descrição da violência que sofria em solo brasileiro: “Há uma ênfase na violência sofrida por ele e por outras mulheres e homens escravizados. Somente a escrita pode dar importância a esses detalhes e, mesmo assim, por muito tempo as pessoas se recusaram a acabar com a escravidão. A brutalidade de um trauma violento pode ser mais fácil de suportar do que a brutalidade da insignificância”, explicou.

Furtado passou quase seis anos trabalhando no livro, que traz também retratos e registros de documentos inéditos da época. Segundo o tradutor, Baquaqua era uma pessoa especial que todos gostariam de ser. “Se ele sofreu foi porque teve que enfrentar contingências sobre-humanas. E ele foi um verdadeiro herói”, disse.

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Séries de Flash e Supergirl vão virar livros

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Cesar Gaglioni, no Jovem Nerd

O The CW anunciou que vai produzir livros baseados nas séries de Flash e Supergirl.

The Flash: Hocus Pocus chega em 3 de outubro e vai ser escrito por Barry Lyga e mostrará o Velocista Escarlate enfrentando um vilão controlador de mentes. Já Supergirl: Age of Atlantis será lançado em 7 de novembro e fica nas mãos de Jo Whittemore e traz a Filha de Krypton investigando a captura de uma estranha criatura que permitiu que cidadãos comuns desenvolvessem super-poderes.. Confira as capas:

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The Flash e Supergirl são exibidas no Brasil pelo Warner Channel.

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