A História do Futuro de Glory O'brien

livros

Amazon faz lista com 90 livros que todo mundo deve ler antes de morrer

0

178446.326146-livros

Publicado no Canal Tech

Sabe aqueles livros que, além de clássicos, contribuem para com o nosso crescimento pessoal ou profissional? Pois a Amazon anualmente costuma listar nada menos do que 90 dessas obras que as pessoas simplesmente precisam ler ao longo de suas vidas.

A seleção foi meticulosamente elaborada pelos editores do site norte americano da Amazon, mas eles não se limitaram a escolher títulos escritos somente por autores estadunidenses, incluindo obras de autores de outros países na lista de “must read”.

A lista inclui clássicos como “O Diário de Anne Frank” e “Orgulho e Preconceito”, mas não deixa de fora títulos mais recentes que marcaram sua época, como, por exemplo, “A Menina que Roubava Livros”.

Confira a lista de livros indispensáveis que a Amazon enumerou para 2017:

1) “1984”, de George Orwell
2) “Uma breve história do tempo”, de Stephen Hawkin
3) “Uma comovente obra de espantoso talento”, de Dave Eggers
4) “Muito longe de casa: Memórias de um menino soldado”, de Ishmael Bea
5) “Desventuras em série: Um mau começo”, de Lemony Snicket
6) “Uma dobra no tempo”, de Madeleine L`engle
7) “As aventuras de Alice no País das Maravilhas & Por trás do espelho”, de Lewis Carroll
8) “Todos os homens do presidente”, de Bob Woodward e Carl Mernstein
9) “As cinzas de ngela”, de Frank McCourt
10) “Are You There, God? It’s Me, Margaret”, de Judy Blume
11) “Bel Canto”, de Ann Pachett
12) “Amada”, de Toni Morrison
13) “Breath, Eyes, Memory”, de Edwidge Dandicat
14) “Ardil 22”, de Joseph Heller
15) “Charlie e a Fábrica de Chocolate”, de Ronald Dahl
16) “A Teia de Charlotte”, de E. B. White
17) “O Décimo Primeiro Mandamento”, de Abraham Verghese
18) “A coragem de ser imperfeito”, de Brené Brown
19) “Diário de Um Banana – volume 1”, de Jeff Kinney
20) “Os filhos de Duna”, de Frank Herbert
21) “Fahrenheit 451”, de Ray Bradbury
22) “Fear and Loathing in Las Vegas”, de Ralph Steadman e Hunter S. Thompson
23) “Garota Exemplar”, de Gillian Flynn
24) “Goodnight Moon”, de Margaret Wise Brown
25) “Armas, Germes e Aço”, de Jared Diamond
26. “Harry Potter e a Câmara Secreta”, J. K. Rowling
27) “A Sangue Frio”, de Truman Capote
28) “Intérprete de Males”, de Jhumpa Lahiri
29) “Homem Invisível”, de Ralph Ellison
30) “The Smartest Kid on Earth”, de Chris Ware
31) “O fio da vida”, de Kate Atkinson
32) “Uma casa na campina”, de Laura Ingalls Wilder
33) “Lolita”, de Vladimir Nabokov
34) “Amor nos tempos de cólera”, de Gabriel García Márques
35) “Love Medicine”, de Louise Erdrich
36) “Em busca de sentido”, de Viktor E. Frankl
37) “Me Talk Pretty One Day”, de David Sedaris
38) “Middlesex”, de Jeffrey Eugenides
39) “Os filhos da meia-noite”, de Salman Rushdie
40) “Moneyball: O homem que mudou o jogo”, de Michael Lewis
41) “Servidão Humana”, de W. Somerset Maugham
42) “On the Road”, de Jack Kerouac
43) “Persepolis: The Story of a Childhood”, de Marjane Satrapi
44) “O Completo de Portnoy”, de Philip Roth
45) “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen
46) “Primavera silenciosa”, de Rachel Carson
47) “Slaughterhouse-Five”, de Kurt Vonnegut
48) “Team of Rivals: The Political Genious of Abraham Lincoln”, de Doris Kearns Goodwin
49) “The Amazing Adventures of Kavalier & Clay”, de Michael Chabon
50) “Malcolm X: Uma vida de reinvenções”, de Malcolm X
51) “A Menina que Roubava Livros”, de Markus Zusak
52) “A Fantástica vida breve de Oscar Wao”, de Junot Díaz
53) “Apanhador no Campo de Centeio’, de J. D. Salinger
54) “The Color of Water: A Black Man’s Tribute to His White Mother”, de James McBride
55) “As correções”, de Jonathan Franzen
56) “O demônio na cidade branca”, de Erik Larson
57) “O diário de Anne Frank”, de Anne Frank
58) “A culpa é das estrelas”, de John Green
59) “O doador de memórias”, de Lois Lowry
60) “A bússola de ouro”, de Philip Pullman
61) “The Handmaid’s Tale”, de Margaret Atwood
62) “The house at Pooh Corner”, de A. A. Milne e Ernest H. Shepard
63) “Jogos Vorazes “, de Suzanne Collins
64) “A vida imortal de Henrierra Lacks”, de Rebecca Skloot
65) “The Liars’ Club: A Memoir”, de Mary Karr
66) “Percy Jackson e o ladrão de Raios”, de Rick Riordan
67) “O sono eterno”, de Raymond Chandler
68) “O Vulto das Torres – A Al-Qaeda e o Caminho até o 11/9: A Al-Qaeda e o caminho até o 11/09”, de Lawrence Wright
69) “O senhor dos Anéis”, de J. R. R. Tolkien
70) “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu”, de Oliver Sacks
71) “O dilema do onívoro”, de Michael Pollan
72) “Tudo depende de como você vê as coisas”, de Norton Juster
73) “The poisonwood Bible”, Barbara Kingsolver
74. “The Power Broker: Robert Moses and the fall of New York”, de Robert A. Caro
75) “Os eleitos”, de Tom Wolfe
76) “A estrada”, de Cormac McCarthy
77) “A história secreta”, de Donna Tartt
78) “O iluminado”, de Stephen King
79) “O sol também se levanta”, de Ernest Hemingway
80) “The Things they Carried”, de Tim O’Brien
81) “The very hungry caterpillar”, de Eric Carle
82) “The wind in the windows”, de Kenneth Grahame
83) “The wind-up bird chronicle”, de Haruki Murakami
84) “O mundo Segundo Garp”, de John Irving
85) “O mundo se despedaça”, de Chinua Achebe
86) “O sol é para todos”, de Harper Lee
87) “Invencível”, de Laura Hillenbrand
88) “Valley of the Dolls”, de Jacqueline Susann
89) “Where the sidewalk ends”, de Shel Silverstein
90) “Onde vivem os monstros”, de Maurice Sendak

E você? Quais da lista já leu? Aproveite a ocasião para colocar suas leituras em dia e não deixe de conferir estas obras incríveis!

Via: Infomoney

Assassinato no Expresso Oriente | Divulgado o primeiro trailer oficial do filme

0

murder-poster4

João Marcos Lins, no Observatório do Cinema

Acaba de ser divulgado o primeiro trailer de Assassinato no Expresso Oriente, nova versão cinematográfica da obra de Agatha Christie, dirigido por Keneth Branagh.

Confira:

Os grandes nomes do elenco são destacados pelo cartaz: Johnny Depp, Penelope Cruz, Willem Dafoe, Judi Dench, Josh Gad, Michelle Pfeiffer, Derek Jacobi, Leslie Odom Jr., Daisy Ridley e Branagh, que além de dirigir também interpreta o famoso detetive Hercule Poirot.

Na trama, um assassinato ocorre dentro do famoso trem expresso do título. Todos os passageiros a bordo são suspeitos, o que já prenuncia o tipo de tensão claustrofóbica que pode ser trabalhada pelo filme. O novo roteiro adaptado foi escrito por Michael Green (Blade Runner 2)

Em filme de 1974 baseado no mesmo livro, Albert Finney viveu Poirot. Na época, o longa foi indicado a seis Oscars – Ingrid Bergman ganhou o de Melhor atriz Coadjuvante.

A história já havia se transformado também em programa de TV, em 2001, com Alfred Molina e Leslie Caron.

Ridley Scott, Simon Kinberg, Mark Gordon e Branagh produzem a nova versão.

Livro inédito de J.R.R. Tolkien é publicado cem anos após ser escrito

0
O escritor J.R.R. Tolkien - AP

O escritor J.R.R. Tolkien – AP

Obra foi editada por Christopher Tolkien, filho do autor de ‘Senhor dos anéis’

Publicado em O Globo

RIO — Um livro inédito do célebre J.R.R. Tolkien, autor de “Senhor dos anéis”, foi publicado nesta quinta-feira, cem anos depois de ser escrito. “Beren e Lúthien” é descrita como uma história de “conteúdo pessoal” que o então professor da Universidade de Oxford, no Reino Unido, criou ao retornar da Batalha do Somme, ocorrida na França, em julho de 1916, durante a Primeira Guerra Mundial.

Contando com ilustrações de Alan Lee, que venceu um Oscar por seu trabalho na trilogia cinematográfica de Peter Jackson, a publicação foi editada pelo filho do escritor, Christopher Tolkien, de 92 anos, e contém versões de um conto que tornou-se parte do “O Silmarillion”, lançado em 1977.

O “novo” livro é sobre o destino de dois amantes Beren e Lúthien, um homem mortal e uma elfa imortal que tentam roubar uma posse do maior de todos os seres do mal, Melkor, posteriormente chamado Morgoth, o inimigo negro. O pai dela, um lorde Elvish, não aprova o relacionamento e impôs para Beren uma tarefa impossível para que eles possam ficar juntos.

Capa do novo livro de Tolkien - Reprodução

Capa do novo livro de Tolkien – Reprodução

Os nomes Beren e Lúthien estão gravados na sepultura de Tolkien e de sua mulher, Edith, no cemitério em Wolvercote, na cidade de Oxford, no Reino Unido. Lúthien foi inspirada em Edith, que morreu dois anos antes do escritor.

Morto em 1973, boa parte dos títulos de Tolkien foram publicados postumamente, incluindo “O Silmarillion”, “Contos inacabados” e “The history of Middle Earth” (não publicado no Brasil), uma série em 12 volumes editada por Christopher. Suas obras mais conhecidas, entretanto, “O hobbit” e a trilogia “O senhor dos anéis”, renderam grande fama ao autor ainda em vida.

As Brumas de Avalon | Série de livros será relançada no Brasil

0
(As Brumas de Avalon | Filme de 2001)

(As Brumas de Avalon | Filme de 2001)

 

Série de livros As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley, chegará às livrarias muito em breve

Sol Marchan, noTrecobox

A editora Planeta de Livros Brasil divulgou, por meio de suas redes sociais, a informação sobre a aquisição dos direitos autorais da série de sucesso mundial As Brumas de Avalon. A editora comprou os direitos da série completa, intitulada Ciclo de Avalon, somando um total de sete livros.

No Brasil, o último lançamento de As Brumas de Avalon, ocorreu pela editora Imago, que lançou apenas o primeiro livro dividido em quatro partes. A editora Planeta informou que isso não acontecerá com o relançamento. O primeiro livro será lançado em uma única edição, com mais de 1.000 páginas, incluindo ilustrações.

(Capas dos quatro volumes correspondentes ao primeiro volume da saga Ciclo de Avalon | Editora Imago)

(Capas dos quatro volumes correspondentes ao primeiro volume da saga Ciclo de Avalon | Editora Imago)

 

O primeiro volume será lançando ainda este ano (sem data definida até o momento).

O clássico de Marion Zimmer Bradley, lançado originalmente em 1979, narra a lenda arturiana pela perspectiva feminina, com as mulheres como protagonistas da trama.

Vale ressaltar que a série Ciclo de Avalon inicia-se com os quatro tomos de As Brumas de Avalon. Sua sequência, após a morte da autora em 1999, ficou a cargo da escritora Diana L. Paxson.

Um filme baseado na série de livros foi produzido em 2001, feito especialmente para a televisão.

Por que este professor quer que você demita o seu coach

0
Svend Brinkmann (Foto/Divulgação)

Svend Brinkmann (Foto/Divulgação)

Para filósofo dinamarquês, ler autoajuda não traz sucesso e fazer coaching é mais perigoso do que parece. Veja a entrevista exclusiva

Claudia Gasparini, na Exame

São Paulo — Olhe bem para o espelho, respire fundo e repita para si mesmo em voz alta: o 1º passo para o sucesso é… esquecer a autoajuda. O 2º passo é demitir o seu coach. Pelo menos se você for convencido pelas ideias de Svend Brinkmann, professor na Universidade de Aalborg, na Dinamarca.

Autor do livro “Stand Firm: Resisting the Self-Improvement Craze” (em tradução livre, “Fique firme: Resistindo à mania do autodesenvolvimento”), ele é crítico ferrenho da psicologia positiva e da crença de que a felicidade é uma escolha.

Em entrevista por telefone a EXAME.com, o filósofo dinamarquês afirma que parte da indústria da autoajuda só contribui para reforçar o problema que ela própria diz combater: a infelicidade causada pelo individualismo e pelo desinteresse em soluções coletivas.

Brinkmann faz um diagnóstico parecido sobre o efeito do coaching para o mundo do trabalho. “O próprio conceito de coach [“treinador”, em inglês], que vem do mundo dos esportes, pressupõe que você está competindo com os demais para vencer o jogo. Há um perigo em enxergar a vida como uma partida em que há vencedores e perdedores”, explica. Caminho contrário: Abaixo a competição nas empresas

A seguir, confira os principais trechos da conversa com o professor, em que ele fala sobre as relações entre produtividade, sucesso e ética — e dá um conselho para os brasileiros enfrentarem a situação amarga do mercado de trabalho sem cair em “discursos motivacionais baratos”:

EXAME.com – O que há de errado com a autoajuda?

Svend Brinkmann – Na verdade, o problema não é a autoajuda em si. Não nego que livros desse tipo podem ajudar certas pessoas, até porque também há bons títulos dentro desse gênero. Ainda assim, no geral, essas obras só reforçam o problema que supostamente deu origem a elas.

Incutem a ideia de que felicidade é uma escolha individual, algo que “só depende de você”. E quando as pessoas fracassam — o que acontece com qualquer ser humano — elas se enxergam como as únicas responsáveis pela própria derrota. Elas se sentem culpadas por algo que não estava sob seu controle.

A autoajuda é um sintoma de um outro problema, subterrâneo, mais grave, que é o individualismo. As pessoas se sentem desligadas umas das outras, completamente sozinhas, quando acreditam que podem atingir seus objetivos de vida, por conta própria, se seguirem “7 passos para a felicidade” ou algo parecido.

Livros com “receitas” como essa frequentemente viram best-sellers. Por quê?

Todo mundo deseja ser feliz, fazer fortuna, ter muitos amigos, construir uma carreira incrível. Apresentar esse objetivo como algo que depende só de você, como indivíduo, é algo muito atraente. A ideia se popularizou tanto que podemos dizer que está presente em tudo, inclusive na forma como as pessoas entendem o desenvolvimento das suas competências no trabalho. Aprenda: Como construir uma carreira à prova de crise

Numa era de incertezas como esta que vivemos, as pessoas se viram cada vez mais para dentro de si mesmas para tentar ter sucesso. A indústria da autoajuda ofereceu ferramentas a elas nesse sentido. Antes, não havia essa ideia de que era sua responsabilidade ser feliz. Era algo mais diluído em práticas culturais. Agora virou uma questão individual.

Qual é a origem desse fenômeno?

Os primeiros livros de autoajuda foram lançados na metade do século 20. Um dos exemplos mais famosos é “O poder do pensamento positivo”, lançado em 1952 pelo [pastor norte-americano] Norman Vincent Peale.

Uma curiosidade é que Peale foi o sacerdote da família de Donald Trump desde quando ele era criança, em Manhattan, e chegou a conduzir sua cerimônia de casamento [com a primeira esposa, Ivana]. Trump já citou “O poder do pensamento positivo” como um livro bastante inspirador para ele.

O livro de Peale fala sobre como você pode conseguir o que quiser se tiver pensamentos positivos. E veja o que aconteceu com Donald Trump! É um perigo. Eu pessoalmente sou bastante cético com relação a Trump e, assim, temo que essas técnicas sejam usadas para fins problemáticos.

Como essas técnicas aparecem no mundo do trabalho?

O mundo do trabalho se tornou muito psicologizado. Não são apenas as minhas competências que preciso desenvolver, mas também a minha personalidade, os meus sentimentos mais íntimos. Para ser um bom profissional hoje, preciso fazer cursos de desenvolvimento pessoal, coaching e por aí vai.

O empregador não pede apenas para o funcionário vender o seu tempo por uma certa quantia de dinheiro, mas também vender a si mesmo, a sua personalidade. Se eu me entregar nesse sentido, eu realmente não tenho nada mais que é meu. Esse é o problema.

Que tipo de mentalidade deveria existir, então?

Deveríamos pensar em termos mais coletivos. Não sou contra os objetivos que os livros e cursos de autoajuda pregam. Eu também quero que as pessoas sejam felizes e conquistem seus sonhos! [risos] Mas nós precisamos pensar na forma como tentamos fazer isso. Precisamos lembrar que os nossos males e tristezas têm uma natureza política. Portanto, os desafios precisam ser resolvidos de forma social, e não só individual.

Quando seguem o discurso do autodesenvolvimento, as pessoas tentam ser versões melhores de si mesmas, mas esquecem que também são responsáveis pelas demais. Vivemos numa sociedade que não dirige a sua atenção às necessidades dos outros. A alternativa à autoajuda, a “antiautoajuda”, seria ajudar o outro em vez de ajudar a si mesmo.

O autodesenvolvimento – isto é, estar interessado no próprio aperfeiçoamento pessoal e profissional – exclui a possibilidade de cuidar das outras pessoas?

Não, em princípio não. Teoricamente é possível ter um foco no seu próprio desenvolvimento sem deixar de pensar nos demais. Mas, na prática, essa atenção que você dirige a si mesmo, por meio da autoajuda, dificulta o pensamento nos outros.

Muita gente diz que você precisa primeiro amar a si mesmo para então amar o outro. Elas citam aquela instrução que recebemos em viagens aéreas: em caso de despressurização, coloque a máscara de oxigênio antes em você, e só então ajude a pessoa ao seu lado. Para mim isso está completamente errado. Não no sentido literal do avião, claro! Mas, na vida, precisamos estar lá para o outro, incondicionalmente, e não pensar antes em nós mesmos.

Para aproveitar a metáfora, imagine que a humanidade é um avião em queda livre. Hoje, as pessoas só estão preocupadas em respirar nas suas máscaras de oxigênio. Estamos chamando isso de autoajuda, “mindfulness”, e por aí vai. Ocorre que ninguém se levanta para checar que se há algum piloto na cabine, tentando salvar o avião. Se fizessem isso, descobririam que a cabine está vazia.

O que deveríamos fazer? Assumir o controle da cabine e tentar salvar o avião da queda. O que estamos fazendo? Estamos concentrados em respirar nas nossas máscaras individuais. O que quero dizer com essa imagem é que estamos numa sociedade desestruturada, que está enfrentando muitas crises, como um avião caindo. E nós somos esses passageiros que ficam sentados em suas poltronas, concentrados na sua própria felicidade e no seu próprio sucesso, nas suas máscaras de oxigênio.

Deveríamos sair dos nossos lugares e buscar uma solução sistêmica se quisermos salvar o avião, ou o mundo, do desastre. Não vamos melhorar o mundo se apenas melhorarmos nós mesmos. Precisamos agir juntos.

O mundo de trabalho está cada vez mais competitivo. Não seremos menos produtivos se tirarmos o foco do autodesenvolvimento?

Todos nós queremos ter um emprego e contribuir para o progresso. Não há nenhum problema em ser produtivo, em adquirir novas competências para trabalhar melhor. O problema é que o discurso sobre maximizar a produtividade tem uma consequência paradoxal. Ele deixa as pessoas cansadas e tristes, o que as torna menos criativas e menos eficientes.

Seres humanos fazem um bom trabalho quando se sentem seguros, quando sentem que podem confiar nos seus chefes, nos seus colegas. A economia moderna, a economia do conhecimento, precisa de pessoas que tenham coragem de desenvolver novos produtos e novas ideias. Todo mundo sabe disso. Mas o sistema que temos não tem dado sustentação a esse fato.

Talvez seja uma herança da velha sociedade industrial, por exemplo, que os empregadores ainda falem de seus funcionários como “recursos humanos”. Como se pessoas fossem recursos comparáveis a carvão ou petróleo. Coisas que se deve explorar, usar, otimizar.

Em primeiro lugar, isso é antiético, pessoas não são recursos, são seres humanos, com dignidade e direitos, elas não são coisas. Em segundo lugar, não é produtivo. Na vida moderna, precisamos trabalhar em equipe, com autonomia, com horários flexíveis. O modelo de trabalho mudou, exige mais liberdade. As pessoas precisam ser tratadas como pessoas, não como recursos humanos.

Na Dinamarca e em muitos países, há estatísticas assustadoras sobre a quantidade de profissionais com depressão, ansiedade, estafa por causa dos seus empregos. Esse tipo de coisa não poderia existir em um mundo civilizado. Nós deveríamos conseguir trabalhar sem passar por esses problemas. Você se identifica? 8 sinais de que você pode estar com depressão

Qual é a sua definição de sucesso?

De forma simplificada, ter sucesso é ser capaz de cumprir as suas obrigações. Algumas delas são comuns a todos os seres humanos, algumas são específicas de cada um de nós. Não acho uma boa ideia falar sobre sucesso sem falar em compromissos e obrigações.

Se você perguntar para um coach como Tony Robbins, um dos mais famosos do mundo, ele dirá que sucesso é fazer o que você quer, quando você quer, onde você quer, com quem você quer. Eu questiono isso. E se o que eu quero não for digno? E se o que eu quero for prejudicial para os outros? Se esse for o caso, eu serei realmente bem-sucedido se conseguir o que quero?

Acho que não. Eu preciso ter um objetivo digno. Mas, para saber o que é um objetivo digno, preciso fazer uma avaliação ética da minha vida. Não posso definir sucesso sem ética. Ter sucesso é conseguir fazer muito bem o que eu preciso fazer.

O título de um dos capítulos do seu livro é “Demita o seu coach”. Por que o coaching é algo descartável na sua opinião?

O próprio conceito de coach [“treinador”, em inglês], que vem do mundo dos esportes, pressupõe que você está competindo com os demais para vencer o jogo. Há um perigo em enxergar a vida como uma partida em que há vencedores e perdedores. Talvez o coaching faça algumas pessoas pensarem nesses termos e por isso é potencialmente perigoso.

Além disso, o coach muitas vezes age como um mero espelho seu. Ele fará você olhar ainda mais para si mesmo. No fundo, ele só reforça o individualismo, só cria um ciclo de autorreflexão perpétuo. Não precisamos de mais insights sobre nós mesmos. Precisamos olhar para fora.

Qual é o seu conselho para os brasileiros, que atualmente estão sofrendo com a alta nos índices de desemprego e a escassez de oportunidades em meio à crise?

É importante estar atento para não cair em discursos motivacionais baratos. Quando a economia de um país vai mal, é quase constrangedor ouvir alguém dizendo frases como: “Basta que você esteja motivado para ter sucesso”.

O título original do meu livro, em inglês, é “Stand firm” [“Fique firme”, em português]. Mas para um país que está enfrentando múltiplas crises, como o Brasil, seria importante acrescentar a palavra “juntos” a essa mensagem: “fiquem firmes juntos”.

É importante não transformar a solução em mais um projeto individual. Pensar só em si mesmo é uma tentação muito grande em tempos de crise. Mas eu espero que as pessoas percebam que, a longo prazo, será melhor para todo mundo se buscarem soluções coletivas para os seus problemas.

Go to Top