A História do Futuro de Glory O'brien

Posts tagged Brasil

Além dos livros, Amazon pode estar prestes a vender outros produtos no Brasil

0

151807.270831-Amazon

Publicado no Canal Tech

Desde que a Amazon anunciou sua chegada ao Brasil, houve um grande clima de expectativa. De um lado, os consumidores esperavam ansiosos os grandes descontos e a enorme variedade de produtos que a empresa oferece em outros países. Do outro, os varejistas roíam as unhas de nervoso temendo que a gigante devorasse a tudo e a todos. Não aconteceu. Há cinco anos no país, a loja trouxe apenas livros e somente agora começa a ensaiar um movimento em direção a outros segmentos.

Segundo a revista Exame, a Amazon está planejando lançar no Brasil um sistema de marketplace semelhante ao que ela já oferece em outros territórios, permitindo que outros vendedores se utilizem de sua plataforma para oferecer praticamente qualquer tipo de produto. Até então, essa ferramenta estava disponível apenas para livros, mas parece que a intenção é abrir o leque para outras categorias já nos próximos meses, ampliando consideravelmente o catálogo de produtos oferecidos.

E esse novo passo vem exatamente na sequência do bom resultado do marketplace para livros. De acordo com a Amazon, em menos de 24 horas após o lançamento do serviço no Brasil, o número de obras em português à venda dobrou, saltando de 150 mil para 300 mil. E esse salto absurdo é algo que vem sendo feito com uma base consideravelmente pequena de vendedores. Atualmente, são apenas mil deles cadastrados, indo desde pessoas físicas querendo ganhar um dinheiro extra se livrando de coleções antigas até empresas se aproveitando da ferramenta para alcançar um público maior.

É exatamente esse segundo grupo que pode dar força ao marketplace de produtos da Amazon quando ela começar a aceitar tudo quanto é tipo de coisa. Ainda no caso dos livros, por exemplo, a Editora Martins Fontes revela ter tido um aumento no número de pedidos e que esse alto volume de vendas já justifica a estratégia, mesmo reduzindo um pouco a margem de lucros. Assim, não é difícil imaginar um resultado semelhante em outras áreas.

É claro que há outras variáveis nessa equação. Isso porque empresas como a B2W e a Via Varejo, por exemplo, também trabalham dentro dessa lógica de marketplace. Ainda assim, a simples sinalização de que a Amazon pretende ir além dos livros já é motivo para que grandes marcas do varejo voltem a temer o futuro, além de se prepararem para uma bela briga pelo interesse (e pelo bolso) do consumidor.

Via: Exame

Brasil afasta melhores alunos da docência, dizem especialistas

0
Segunda mesa do 2º Fórum Inovação Educativa, que aconteceu em São Paulo nesta quinta (25)

Segunda mesa do 2º Fórum Inovação Educativa, que aconteceu em São Paulo nesta quinta (25)

 

Luisa Leite, na Folha de S.Paulo

O Brasil não atrai seus melhores alunos para a carreira docente. A falta de valorização social, salários baixos, desrespeito dos próprios alunos e condições ruins de trabalho acabam afastando aqueles que cogitam escolher ser professor.

É a conclusão de especialistas que participaram da última mesa do 2º Fórum de Inovação Educativa, promovido pela Folha em parceria com a Fundação Telefônica Vivo e com apoio do movimento Todos Pela Educação, nas manhãs de quarta (24) e quinta-feira (25).

“Não queremos ficar ricos. O problema é o professor precisar vender perfume no intervalo, fazer pão e bolo para vender”, disse Juçara Vieira, ex-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. “Temos que conseguir nos dedicar exclusivamente à profissão, podendo viver com dignidade e conforto”.

Para Priscila Cruz, fundadora e presidente do movimento Todos Pela Educação, a sociedade precisa superar a ideia de que professores se equiparam a sacerdotes que devem trabalhar por amor. “Professor não é padre. Temos que tratá-los como profissionais, com progressão de carreira”.

“Dá pra dizer sem medo de errar que o professor é o principal profissional do país, mas não agimos como se fosse. Todo mundo sabe que ele não é valorizado”, disse.

Para José Carlos Rothen, pesquisador da UFSCar, um dos grandes problemas que afetam a qualidade da educação é que os poucos jovens que escolhem a carreira de magistério acabam evitando lecionar na educação básica por conta dos baixos salários, das condições de trabalho e da falta de progressão.

“A carreira só é digna se você puder fazer parte de uma minoria que dá aula em escola de grife ou universidade. Então a educação só é boa para uma minoria também.”

Para o pesquisador, o modelo de descentralização de gestão, que coloca Estados e municípios como responsáveis pela educação, precisa ser repensado.

“Um município com 20 mil pessoas não possui infraestrutura para trabalhar a formação de professores. Embora a escola seja responsável, ela não pode ser culpada por um sistema falho”, disse.

Luciana Caparro, professora da escola municipal Desembargador Amorim Lima, conhecida pelo seu modelo de qualidade de ensino, disse que no momento em que se formou, o professor trabalhava com “muito pouco, quase nada”.

“Era impensável desenvolver algum projeto ou trabalho diferente com os estudantes”, continuou. Para ela, o professor precisa encarar as limitações de carreira como um desafio para remontar a realidade de ensino.

Caparro acredita, porém, que esse modelo só pode ser reproduzido em larga escala com um alto investimento para reverter essas limitações.

Livros sobre o universo da série “Twin Peaks” chegam ao Brasil

0
Dale Cooper, personagem da série "Twin Peaks" Foto: Showtime / Divulgação

Dale Cooper, personagem da série “Twin Peaks” Foto: Showtime / Divulgação

 

Lançamentos trazem depoimentos, bastidores e curiosidades para os fãs

William Mansque, no Zero Hora

Aproveitando a volta de Twin Peaks, dois livros que exploram o universo da série chegam as prateleiras brasileiras este ano. O primeiro já saiu em fevereiro: Twin Peaks – Arquivos e Memórias (DarkSide Books, 320 páginas, R$ 42,90), de Brad Dukes, que reúne depoimentos dos produtores, dos atores e de membros da equipe sobre os bastidores da atração.

Apesar de trazer histórias curiosas sobre o auge e a decadência da série, além de expor algumas intrigas internas, a obra derrapa em sua edição: é como se o autor tivesse transcrito as entrevistas e as publicasse na íntegra. Consequentemente, muitas informações se repetem, e há falas que se estendem além do necessário. Uma ausência sentida no livro é David Lynch, que não quis participar do projeto. De qualquer maneira, o livro reúne uma material valoroso para o fã imergir no universo da atração.

Já A História Secreta de Twin Peaks (Companhia das Letras, 368 páginas, R$ 119,90 na pré-venda) será lançado no Brasil na próxima segunda-feira (22). Escrito por Mark Frost, cocriador da série, o livro apresenta um dossiê compilado por um arquivista desconhecido com recortes de jornal, trechos de diários, informações secretas e arquivos do FBI sobre histórias envolvendo os personagens da série e acontecimentos da cidade do noroeste americano. Na obra, há informações que podem servir de base para a trama da terceira temporada.

No ano passado, O Diário Secreto de Laura Palmer (Globo Livros, 272 páginas, R$ 39,90) foi relançado. Na obra escrita por Jennifer Lynch, filha de David, a personagem Laura Palmer relata seus anseios e pensamentos, além de seus dias derradeiros.

Fora de catálogo, Dale Cooper — Minha Vida, Minhas Gravações (Editora Globo, 208 páginas) foi lançado no Brasil em 1991. Escrito por Scott Frost, irmão do cocriador da série, o livro transcreve as gravações que o agente do FBI falava em seu gravador.

Jojo Moyes defende que suas histórias de amor são também políticas

0
Escritora britânica Jojo Moyes vem ao Brasil pela primeira vez para encontro com fãs - Leo Martins Leia mais: https://oglobo.globo.com/cultura/livros/jojo-moyes-defende-que-suas-historias-de-amor-sao-tambem-politicas-21312296#ixzz4gaPvoIFp stest

Escritora britânica Jojo Moyes vem ao Brasil pela primeira vez para encontro com fãs – Leo Martins

Escritora que mais vendeu no Brasil no ano passado vem ao país pela primeira vez

Leonardo Cazes, em O Globo

RIO – “O que aconteceu com a minha vida?” Essa é a pergunta que a escritora britânica Jojo Moyes se faz todos os dias ao acordar, desde que seu romance “Como eu era antes de você” (Intrínseca), de 2012, se tornou um best-seller mundial e foi adaptado para o cinema. Apesar de ter sido lançado no Brasil em 2014, o livro virou uma febre no país apenas no ano passado, na esteira do filme protagonizado por Sam Claflin e Emilia Clarke. Foram 352.330 exemplares vendidos — mais que o dobro de “Harry Potter e a criança amaldiçoada” (Rocco) —, garantindo o posto de campeão de vendas em 2016. “Depois de você” (Intrínseca), a continuação de “Como eu era…”, ficou em terceiro lugar, e Jojo foi a autora mais vendida no ano. Seus 11 livros publicados no país somam mais de 2 milhões de exemplares vendidos.

A autora repetiu mentalmente a mesma pergunta ao acordar, ontem, na suíte de um hotel cinco estrelas na Zona Sul. A vista da Praia de Ipanema nas primeiras horas da manhã deixou Jojo embasbacada e ela não conseguiu dormir mais. Na sua primeira visita à América do Sul, para dois encontros com fãs promovidos por sua editora no Rio e em São Paulo, a escritora, de 47 anos e mãe de três filhos, ainda se surpreende com a vida de autora popstar.

— Nas redações da imprensa inglesa, costuma-se dizer: seja legal com todo mundo quando você está subindo, porque você não sabe quem vai encontrar quando estiver descendo. É como eu me sinto em relação à vida — diz Jojo, que trabalhou durante dez anos como jornalista antes de se dedicar exclusivamente aos romances, em entrevista ao GLOBO, na tarde de ontem, na suíte onde está hospedada. — Esta é uma vida muito legal, as pessoas são muito legais com você. Mas, quando você é mais velho, sabe que teve muitas experiências antes de chegar ali e que isso pode acabar no dia seguinte.

SUCESSO TARDIO

A fala realista da autora não é à toa. O sucesso chegou na sua vida quando ela já não o esperava mais. Após oito livros lançados, seu editor não gostou da ideia para “Como eu era antes de você”: uma ex-garçonete consegue um emprego de cuidadora de um homem rico, inteligente e bonito que ficou tetraplégico após um acidente de moto, os dois se apaixonam, mas o mocinho não suporta a sua condição e decide pôr fim à própria vida por meio da eutanásia. A trama não tem um final feliz e aborda um assunto tabu em todo o Ocidente. Quem encorajou Jojo a seguir em frente foi seu marido, com uma frase exemplar do humor negro britânico: “Esse será o livro que finalmente vai acabar com a sua carreira”. Não só não acabou com a carreira dela como deu origem a duas continuações. Após “Depois de você”, Jojo está terminando de escrever o terceiro e último volume protagonizado pela ex-garçonete Louisa Clark.

— Eu não esperava ter nenhum leitor para “Como eu era antes de você”. Eu consigo entender por que meu editor não gostou muito da minha ideia. Eu não sabia se o livro seria publicado. Meu marido me encorajou a escrever o livro e depois pensar nisso. Eu falei que isso significava ficar um ano trabalhando sem ganhar nada. Ele respondeu que a decisão era minha. Eu escrevi “Como eu era antes de você” com a certeza de que, se ninguém quisesse publicar, eu ia colocá-lo na internet. Era uma história que eu precisava contar — diz Jojo.

A autora afirma ter ficado muito surpresa com a repercussão do livro no Brasil. Por ser um país bastante religioso, um romance que aborda a eutanásia poderia afugentar potenciais leitores. Mas não foi isso que aconteceu. Jojo afirma que foi muito cuidadosa ao escrever a história e arrisca uma explicação para tamanho sucesso:

— Eu nunca achei que o livro fosse se tornar popular num país como o Brasil. A primeira coisa que meu pai me disse quando escrevi o livro foi: “Você vai arrumar problemas”. Eu fui muito cuidadosa na escrita, busquei olhar a situação por todos os ângulos. Eu estava interessada em pensar sobre quem vive uma situação desse tipo, se você é alguém que decide colocar fim na própria vida pela eutanásia ou ama alguém que toma essa decisão. O que acontece com as pessoas que vivem uma situação dessas? Não se trata de certo ou errado.

HERANÇA JORNALÍSTICA

Jojo acredita que herdou do jornalismo esse interesse pelas experiências extraordinárias das pessoas comuns. A maioria de suas protagonistas são mulheres da classe trabalhadora. Cuidadoras, faxineiras, garçonetes, que, em geral, aparecem na literatura apenas como vítimas de assassinatos ou obcecadas por bolsas de marca, segundo ela. A autora conta que se identifica com as suas personagens.

— É muito importante para mim contar essas histórias porque eu fui essa mulher. Hoje não mais, mas eu já fui como elas — lembra Jojo. — Se você escreve ficção nos tempos atuais e ignora o fato de que, para muitas pessoas, ganhar dinheiro suficiente para viver é uma preocupação diária, então não acho que você esteja refletindo a vida. Eu tento narrar a vida comum, mas ao mesmo tempo introduzir alguns elementos dos contos de fada, da magia, do extraordinário. É nisso que eu estou interessada.

Bastante ativa nas redes sociais, não é difícil encontrar publicações da autora sobre temas quentes da política atual, como as eleições na França, anteontem, a disputa partidária inglesa e a saída do Reino Unido da União Europeia. Jojo recusa o rótulo de autora de “histórias de amor” e afirma que a política está sempre presente. A cada vez que começa a escrever um romance, ela pensa que tipo de mensagem aquela história vai passar:

— O pessoal é político. Se escrevo um livro de não ficção sobre como os ricos estão ficando mais ricos e os pobres, mais pobres, quem vai ler? E se eu escrevo um livro sobre uma mulher com um filho talentoso que merece uma chance melhor na vida, e um homem que teve todas as oportunidades, mas não conseguia ver isso? O que acontece quando essas duas visões de mundo se encontram? — questiona, referindo-se à trama de “Um mais um” (Intrínseca). — Na Europa, há uma enorme falta de empatia com a posição do outro. A ficção tem o papel de promover a empatia. Eu não consigo imaginar como ser um autor e não tocar na política.

De faxineira a juíza, a história de uma mulher pobre e negra no Brasil

0
 A juíza Adriana Queiroz. Aline Caetano

A juíza Adriana Queiroz. Aline Caetano

 

Adriana Queiroz pagou parte dos seus estudos como limpadora de um hospital e escreveu um livro

Maria Martin, no El País

A luz do quarto de Adriana Queiroz estava sempre acessa nas madrugadas. Ela trabalhava durante o dia, estudava às noites e rezava para que quem apenas a via como uma mulher negra, pobre e filha de analfabetos não quebrasse seu sonho. Adriana não queria ser o que os outros esperavam dela, ela queria ser juíza em um país onde a taxa de analfabetismo das mulheres negras (14%) mais que duplica a das brancas (5,8%), segundo o IBGE.

Adriana, com 38 anos, é hoje titular da 1ª Vara Cível e da Vara de Infância e da Juventude de Quirinópolis, em Goiás. Tem cinco pós-graduações, estuda Letras nas horas vagas, mas já foi faxineira. Ela teve que se esforçar muito mais que a maioria dos seus colegas de aula para vestir a toga. E conseguiu. Hoje conta suas conquistas em um livro que acabou de lançar, Dez passos para alcançar seus sonhos – A história real da ex-faxineira que se tornou juíza de direito.

Os pais de Adriana eram trabalhadores rurais no sertão da Bahia e se mudaram para Tupã, um município de 63.000 habitantes no interior de São Paulo, em busca de uma vida melhor. O orçamento familiar aumentou, o pai virou motorista de ônibus e a mãe vendedora ambulante, mas pagar uma faculdade era ainda um sonho de outra classe social. “A vida deles sempre foi muita dura. Meus pais sofreram muito, eles queriam me dar o que eles não alcançaram, mas não tinham condições. Ninguém na minha família tinha condições de me ajudar”, lembra a juíza em uma conversa por Skype.

A magistrada, que sempre estudou em escola pública, foi a terceira classificada no vestibular para cursar direito, mas a única faculdade de sua cidade era privada. Não tinha como pagar, muito menos como cogitar uma universidade pública em outra cidade. “Eu soube do resultado da prova numa sexta e, na segunda, já tinha que fazer a matricula ou perdia a vaga. Tive três dias para decidir o que fazer, ver se teria que abandonar”.

Ela resolveu, em seguida, pedir conselho e emprego a um professor da cidade. Ele, que trabalhava no corpo administrativo da Santa Casa, conseguiu uma vaga para ela na instituição. De faxineira. Adriana se orgulha daqueles seis meses que limpou o hospital, mas o salário mínimo que recebia não era suficiente para pagar a mensalidade da universidade e ainda ouvia chacota dos colegas. “Força nos braços, advogadinha!”, lhe gritavam. “Esse episódio é muito marcante para mim, justamente por esse preconceito de que alguém que exerce um cargo como eu exercia não possa sonhar alto”.

Faltavam horas para o prazo da matrícula expirar quando Adriana plantou-se na frente do diretor da faculdade. Compartilhou seu sonho de estudar. “Ele se sensibilizou e me concedeu uma bolsa de 50% e diluiu o valor da matrícula nas mensalidades. Assim, durante o dia trabalhava na limpeza e à noite ia estudar”.

Para espanto dos seus conhecidos e familiares, durante a faculdade, Adriana resolveu ser juíza. “Quando anunciei isso as pessoas ficaram espantadas. Não era comum no meu contexto almejar um cargo tão alto. É como se fosse algo inacreditável, faziam questão de frisar que eu era pobre e negra, como se não tivesse nenhuma chance”, lamenta. Decidida, em 2002, terminou os estudos, pediu demissão na Santa Casa, onde já tinha sido promovida ao corpo administrativo e guardou suas coisas em duas sacolas plásticas. Partia para a capital para se preparar. “Eu não tinha nem mala”, relata.

Após alugar um quartinho no bairro da Liberdade e se matricular no curso preparatório para o concurso da magistratura o dinheiro da conta dava para, no máximo, mais dois meses. “Foi um momento muito crítico, o dinheiro estava acabando e eu não tinha conseguido trabalho”, conta Adriana. “Eu me vi de novo nesse dilema de ter ou não que abandonar”. Não precisou. O diretor do curso, o procurador Damásio de Jesus, viu nela uma “pessoa incomum”.

“Logo à primeira vista, olhando nos olhos daquela jovem advogada de 24 anos, tive certeza de que estava diante uma lutadora, uma pessoa incomum, de alguém que, sem dúvida, estava fadada a um grande futuro”, destaca o jurista no prefácio do livro. Damásio ofereceu para ela uma bolsa de 100% do curso durante dois anos e a empregou na biblioteca da instituição. “Fiquei sete anos estudando, sábados, domingos e feriados. Quando as pessoas iam viajar, eu ficava na biblioteca. Depois de inúmeras reprovações, eu consegui. Em janeiro de 2011 passei o concurso e me tornei juíza em Goiânia”.

Caçula de seis irmãos, a única deles que tem ensino superior, Adriana quer motivar agora com o livro a todas as pessoas que, assim como ela, “sonham, mas estão desacreditadas”. “É possível romper os paradigmas sociais”, encoraja. “Eu, particularmente, não sofro racismo hoje. Mas sim vivencio a grande surpresa das pessoas quando me veem. Porque quando o advogado vai procurar o juiz, ele não espera encontrar alguém como eu. Eu não me importo. Eu fico feliz de ter quebrado esse paradigma”.

Go to Top