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Mangá ‘Akira’ ganhará nova edição brasileira adaptada do original japonês
0Obra de Katsuhiro Otomo será publicada em seis volumes e em preto-e-branco
Publicado em O Globo
SÃO PAULO – Trinta e cinco anos depois de ser lançado no Japão, o mangá “Akira” ganhará uma nova edição no Brasil, onde foi publicado pela primeira vez nos anos 1990 pela Editora Globo. A ficção distópica de Katsuhiro Otomo será reeditada pela JBC no formato original japonês, com leitura da direita para a esquerda e desenhos em preto-e-branco, além de tradução direta do idioma original. O primeiro dos seis volumes, que terão formato um pouco maior do que o dos quadrinhos americanos e cerca de 350 páginas por edição, está programado para sair na primeira semana de junho. O preço vai girar em torno de R$ 70, por volume.

Detalhe da capa do primeiro volume da nova edição brasileira do mangá âAkiraâ – Divulgação
Lançado originalmente em 1982, “Akira” propõe um futuro distópico não muito distante de onde estamos hoje. Nas primeiras páginas, uma explosão atômica destrói Tóquio. Trinta e oito anos depois, uma nova capital, Neo-Tóquio, se ergue dos entulhos, com a população à mercê de gangues de motociclistas e facções anti-governo consideradas terroristas. O paÃs planeja fazer as OlimpÃadas no local onde caiu a bomba. Uma nova geração também ganha vida, com capacidade de gerar energia usando poderes da mente — com consequências terrÃveis.
Kaneda e Tetsuo, que fazem parte de uma gangue, são envolvidos em uma trama que esconde o desenvolvimento de um projeto para potencializar os poderes extrassensoriais das pessoas. Em seus passeios por Neo-Tóquio, os amigos topam com o Número 26, uma criança que é produto dessas experiências, e Tetsuo acaba sendo ferido e desaparece.
Segundo Cassius Medauar, editor-chefe da JBC, a versão brasileira terá uma periodicidade semestral:
â Quando o Otomo aprovou o relançamento, ele disse que queria que fosse relançado do jeito dele. Então, todo o material foi digitalizado e retocado. à um processo que demora muito tempo. E os japoneses são muito exigentes, querem aprovação para tudo. Por isso, estamos prevendo uma demora nos lançamentos âdisse ele.
A EDIÃÃO BRASILEIRA
A primeira edição de “Akira” começou a ser publicada no Brasil em dezembro de 1990. A Editora Globo baseava-se na versão americana da Epic Comics, selo alternativo da Marvel, completamente ocidentalizada, com inversão do sentido original de leitura, colorização dos desenhos e a tradução de um elemento fundamental dos mangás, as onomatopeias.
Em setembro de 1993, a publicação das revistas, que vinham sendo lançadas todos os meses regularmente, sofreu uma interrupção no número 33. E só seriam retomadas em dezembro de 1997, quando foi lançado o número 34, e encerradas com a publicação do número 38, em abril de 1998.
Com o sucesso da versão em longa-metragem de animação de “Akira” e dos brinquedos e outros produtos no Japão, a produção de quadrinhos passou a ter atrasos, chegando ao ponto de os americanos não terem mais material trabalhar e, por consequência o Brasil, já que tudo vinha de lá. A Marvel decidiu, então, interromper a publicação e retomá-la só quando a série tivesse terminado.
HQs para aprender a lidar com a vida adulta
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(Julia Wertz/Reprodução)
Pâmela Carbonari, na Superinteressante
Se você acha que HQs são apenas narrativas para crianças ou falam só sobre grandes aventuras históricas, este post é para você.
Crescer não é fácil e ter que lidar com as responsabilidades e questionamentos da vida adulta é inevitável mesmo que você assuma que vai seguir vivendo na casa da sua mãe para sempre.
Mas não é por ser doloroso que amadurecer precisa ser sacal: conheça 4 quadrinhos lançados recentemente que podem te ajudar a encarar os dilemas da vida adulta.
Descoberta da sexualidade
(Editora Nemo/Divulgação)
O enterro das minhas ex, Gauthier
Já disse que crescer não é mole? Pois bem, muito menos se você for lésbica e estiver cheia de dúvidas, testando os limites da própria sexualidade. Nesta grafic novel, Charlotte relembra os relacionamentos decisivos de sua adolescência desde a inocência do ensino fundamental em que não sabia quais eram as distâncias entre as amizades e paixonites até as primeiras experiências sexuais da vida adulta. à como visitar o passado em perspectiva, se perceber em relação às outras meninas, a um mundo repleto de intolerâncias, ser rejeitada e enxergar a adolescência como um rito de passagem rumo à própria identidade.
R$ 39,80 â 160 páginas
Pagar as próprias contas
(Editora Nemo/Divulgação)
Entre Umas e Outras, Julia Wertz
A famosa autora de HQ The Fart Party narra com muito humor negro, sinceridade e autodepreciação o ano em que decidiu deixar São Francisco, sua cidade natal, para viver em Nova York. Mas é bastante simplista e romântico dizer que Entre Umas e Outras é a história de uma jovem que decide ganhar a vida na cidade mais cosmopolita do mundo. A narrativa é sobre entrar de cabeça na vida adulta â e batê-la várias vezes. Um quadrinho divertidÃssimo sobre as dores e as benesses de ganhar responsabilidades, entrar e sair de péssimos empregos, morar mal e tomar muito (muito!) uÃsque.
R$ 44,90 â 208 páginas
Ter filhos
(Editora Nemo/Divulgação)
Não era você que eu esperava, Fabien Toulmé
Essa HQ autobiográfica poderia ser descrita como a história de uma famÃlia que acaba de ter uma filha com SÃndrome de Down. Mas é mais que isso: é uma narrativa honesta tão ácida quanto bem-humorada sobre aprender a aceitar o diferente e o inesperado. Quando Fabien descobre que sua filha Julia é deficiente, ele não consegue pegá-la no colo ou tratá-la igual à primogênita. Aos poucos, o medo e a rejeição dão lugar à desconstrução dos clichês que orbitam a deficiência e ao amor que parecia tão distante â tudo isso com ironia tipicamente francesa. Fabien também triunfa ao transformar conceitos biológicos sonolentos em metáforas hilárias. De quebra, o livro começa no Brasil e é repleto de comparações entre Brasil e França.
R$ 59,80 â 256 páginas
Envelhecer
(Editora Nemo/Divulgação)
Deslocamento, Lucy Knisley
A quadrinista Lucy está sem inspiração no gélido inverno de Nova York quando decide acompanhar os avós em um cruzeiro pelo Caribe. Se, à princÃpio, a viagem parece a fuga perfeita para sanar seu bloqueio criativo, logo ao chegar ao navio ela percebe que os sete dias em alto-mar serão bem diferente da sombra e água fresca imaginada: seus avós têm mais de 90 anos e precisam de cuidados especiais pela saúde frágil e as limitações da idade. Enquanto se desdobra como babá deles, Lucy viaja com os dois em reflexões sobre a existência, a solidão e a morte. Uma história terna e engraçada sobre a velhice e o que mais importa na vida: as boas relações.
A importância dos gibis na alfabetização
0Publicado na Só Escola
As histórias em quadrinhos contribuem para despertar o interesse pela leitura e pela escrita nas crianças e para sistematizar a alfabetização. Como as HQs em geral unem palavra e imagem, elas contemplam tanto alunos que já leem fluentemente quanto os que estão iniciando, pois conseguem deduzir o significado da história observando os desenhos. A curiosidade em saber o que está escrito dentro dos balões cria o gosto pela leitura e, assim, os gibis podem ter grande eficácia nas aulas de alfabetização.
Se hoje essa visão é consagrada entre professores e pesquisadores, nem sempre foi assim. Os quadrinhos usados atualmente em sala de aula eram vistos como concorrentes dos livros de alfabetização, entendidos, portanto, como uma distração prejudicial ao aprendizado. âOs quadrinhos apareceram com mais frequência dentro da escola a partir da metade do século passado. Primeiro, porque quase não existiam. Segundo, porque havia esse preconceito contra elesâ, diz Maria Angela Barbato Carneiro, professora titular do Departamento de Fundamentos da Educação e coordenadora do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da Faculdade de Educação da PUC-SP.
Falta de hábito
Maria Angela acredita que, dentro da escola, os professores ainda usam predominantemente muitos materiais mais tradicionais, como é o caso do livro didático, em detrimento de outros recursos. âPenso que o professor não está habituado com outros procedimentos â como um jornal, uma revista â, e o fato de não estar habituado não lhe traz segurançaâ, diz. Outro ponto que pode inibir a presença das HQs na alfabetização é o entendimento de que os gibis são meros passatempos e, por isso, serem deixados de lado por conta da crença de que eles serão lidos pelas crianças em casa de todo modo.
Lucinea Rezende, professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR), que desenvolve e orienta trabalhos na área de formação de leitores, concorda que ainda que se tenha avançado bastante na direção de usar múltiplas formas de leitura em sala de aula, fugindo do monopólio do livro didático, ainda se está voltado predominantemente para o texto escrito. âTodos os gêneros que empregam outras linguagens entram devagarinho nas salas de aulaâ, diz.
Os benefÃcios da história em quadrinhos para a educação, em particular no ensino fundamental e na alfabetização, são oficialmente reconhecidos. As HQs fazem parte do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), que possibilita a professores e alunos o acesso a obras distribuÃdas em escolas públicas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) também incentivam o uso de quadrinhos e indicam que nas bibliotecas é necessário que estejam à disposição dos alunos textos dos mais variados gêneros (livros de contos, romances, jornais, quadrinhos, entre outros). O PCN lista ainda a HQ como um gênero adequado para o trabalho com a linguagem escrita.
âAlguns professores olham para a HQ e veem algo distante. Assim não têm entusiasmo, não conseguem comentar sobre aquilo com os alunosâ, acredita José Felipe da Silva, professor de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) â a disciplina é oferecida a diversos cursos de graduação na Universidade. Ex-professor do ensino fundamental e colecionador de HQs, Felipe da Silva afirma que os quadrinhos foram um impulso para ele mesmo se alfabetizar quando criança. Na escola em que dava aula, na rede municipal de Natal, costumava fazer exposições com revistas e bonecos dos personagens das HQs para atrair a atenção dos alunos.
Imaginação e fantasia
Luciana Begatini Silvério, professora de pós-graduação na área de educação, lembra ainda que o PCN pede que o leitor seja formado como alguém capaz de ler, compreender e interagir com a leitura â entendida não só por meio de palavras e frases, mas, também, por diferentes tipos de linguagem. Com os quadrinhos, a criança em fase de alfabetização que ainda não domina a leitura e a escrita do alfabeto consegue fazer uma leitura competente com o recurso das imagens. âAlém disso, a criança precisa muito ser formada no concreto. E nas HQs, os recursos de imagens, expressões dos personagens, letras, metáforas visuais ajudam a ter maior compreensão do que ela está lendoâ, afirma.
Entre os elementos que se reconhecem como mais atrativos para as crianças nas histórias em quadrinhos estão aspectos lúdicos, como cores, onomatopeias, personagens e traços. Na dissertação de mestrado de Luciana Begatini Silvério, defendida em 2012 â orientada por Lucinea Rezende, na UEL â, ela fez uma pesquisa de campo com professores e alunos da rede municipal da cidade Primeiro de Maio, no Paraná. A pesquisa não foi feita com alunos em alfabetização e, sim, com estudantes do segundo ciclo do EF. Dos 58 alunos participantes, 30 listaram as HQs entre seus gêneros de leitura preferidos. E três, apenas, afirmaram não gostar de HQs (dois deles alegaram que os quadrinhos são para serem lidos em casa).
Luciana Novello, professora do 1o ano do EF no Colégio Ofélia Fonseca, em São Paulo, destaca justamente o caráter lúdico como um dos elementos de atratividade dos quadrinhos. âAs histórias em geral são divertidas, somadas ao colorido das imagens. E temos gibis com histórias bem curtas, de uma página, e para a criança ler fica uma leitura mais prazerosaâ, diz. Além disso, a professora afirma que, entre seus alunos, o gibi já faz parte do cotidiano fora da escola: por isso, a familiaridade com os personagens por si só já desperta o interesse das crianças.
Os quadrinhos podem, ainda, ser trabalhados com as crianças em idade de alfabetização em relação com o brincar â como, por exemplo, uma forma de trabalhar a imaginação, o âfaz de contaâ. âAlguns quadrinhos fazem parte da literatura infantil, e a literatura infantil se alia à brincadeira justamente através do simbólico, da fantasia. Quando você permite que atuem a imaginação e a fantasia da criança é possÃvel que isso faça parte das atividades lúdicasâ, diz Maria Angela Barbato Carneiro.
Corrigindo a Mônica
Professor da Escola Polo Municipal Venita Ribeiro Marques, em Aral Moreira (MS), Gilson Matoso considera a HQ uma das melhores maneiras para chamar a atenção das crianças. Pós-graduado em MÃdias na Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), ele costuma aliar o trabalho com os quadrinhos a datas especiais â como as festas juninas. E, no segundo ano do EF, trabalha também a gramática. Personagens conhecidos das HQs da Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa, o Cebolinha troca o âRâ pelo âLâ e o Chico Bento tem o registro da sua fala acaipirada, com erros ortográficos. âFazemos exercÃcios em que corrigimos algumas palavras dos personagens, passando para a norma cultaâ, diz Matoso.
Antes de o aluno desenvolver a leitura das palavras e dos desenhos em si â como personagens e cenários â há outros elementos tÃpicos das HQs que as crianças aprendem a ler e a interpretar. âO texto está ali, não podemos ignorá-lo, mas mesmo que as palavras escritas sejam estranhas para o aluno, ele vai fazer a leitura visual da narrativa e vai entender que aquilo pode ser uma fala, um gritoâ, diz José Felipe da Silva.
A leitura do texto em si é facilitada ainda por conta do tipo de letra normalmente grafada dentro dos balões, que é a letra em bastão. Como na maior parte das escolas, a professora Luciana Novello explica que no Colégio Ofélia Fonseca a letra bastão é usada desde o ensino infantil até o primeiro ano, quando é introduzida então a letra cursiva, entre o final do primeiro ano e o segundo ano do EF.
Lucinea Rezende, da UEL, afirma que é importante ainda ter como premissa o tratamento da leitura como algo a ser construÃdo continuamente. Ela ressalta que isso é válido não somente na alfabetização e no ensino fundamental, mas até mesmo na universidade. âAlguns estudantes gostam de ler, outros, não â ou porque não puderam ou porque não se interessaram suficientemente. Nesse caso, a gente precisa usar todos os recursos possÃveis: se a criança já lê HQ, o que a escola pode fazer para a criança ler melhor, explorar outras possibilidades?â, questiona. A professora e pesquisadora defende que a escola deve trabalhar, sempre, com uma boa multiplicidade de textos, incluindo as HQs.
Além disso, Lucinea lembra que os alunos acabam desenvolvendo gostos por diferentes tipos de leitura. Por isso, a escola precisa se apropriar de todos os recursos possÃveis. âPrecisamos pensar ainda o que o professor está almejando quando trabalha a leitura. Quanto à HQ, por exemplo, o que se consegue ver nesse gênero literário? Pensamos na palavra, na imagem, nos personagens?â. A reflexão sobre os materiais usados pelos educadores deve levar em conta, afirma Lucinea, não somente questões da linguagem, mas também, de fundo social das narrativas. âà a partir dessa compreensão que se devem usar as HQs na alfabetização. Alfabetizar é trazer para o mundo da escrita, dos números, para que o aluno possa dialogar e interagir com o mundoâ, explica.
Produção do texto
Com as HQs pode-se ainda propor a construção de histórias. âPara a produção de texto os alunos em geral gostam muito dos quadrinhos, por conta do desenho. à uma boa ferramenta para a sequência didática, em que é preciso ter um resultado final da produção delesâ, diz Gilson Matoso.
Além de desenhar, pode-se traÂbalhar com o texto produzido sobre histórias já feitas, com os baÂlões em branco. âNesse caso o objetivo não é pensar em inventar a história, mas na escrita, na lÃnguaâ, diz Luciana Novello, do Ofélia Fonseca. âNo 1o ano, a principal ideia do uso do gibi é a aquisição de leitura e escrita. E, eventualmente, um trabalho com arte e ilustraçõesâ, completa.
A professora afirma que os gibis são trabalhados em aula como um gênero textual. Em momentos de leitura planejada, cada aluno escolhe um exemplar para ler â seja ela leitura convencional (fluente) ou não. âTambém se lê em dupla, um leitor mais fluente com outro menos fluenteâ, explica.
Gêneros e interdisciplinaridade
O quadrinho é um gênero em si mesmo, mas, dentro dele, há subgêneros â como romances adaptados e até reportagens em forma de HQ, o que se torna uma vantagem para apresentar outros gêneros de narrativa. âClaro que é preferÃvel ampliar a leitura dos gêneros para outros textos, não somente os quadrinhos. Mas é importante que o professor apresente uma diversidade de gêneros de HQâ, diz José Felipe da Silva, da UFRN.
Além dos gêneros, as diferentes temáticas dos quadrinhos também são um elemento importante em sala de aula â e podem ser trabalhadas tanto com crianças em idade de alfabetização quanto com as maiores. âO foco de minha pesquisa foi buscar a interface entre HQ e a literatura, mas há outros aspectos transversais também, como noções de higiene, temas culturais e históricosâ, diz Luciana Begatini Silvério.
Se na alfabetização os quadrinhos podem atrair a atenção das crianças para ler e escrever, nessa mesma fase as HQs podem servir como suporte ou tema para desenvolver outras habilidades â como adivinhas. âExistem também várias atividades que podem ser feitas com a linguagem dos quadrinhos, como noções abstratas de quÃmica. Pensamos no Asterix e na sua poção mágica, por exemplo, à qual podemos relacionar uma receita â um suco de laranja â e fazer essa brincadeiraâ, diz Maria Angela Barbato Carneiro, da PUC-SP.
Fonte: Revista Educação
Turma da Mônica homenageia uma das mais influentes escritoras negras do Brasil
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Foto: Facebook/Turma da Mônica / Reprodução
Carolina de Jesus foi a mulher escolhida para representar o projeto #DonasdaRua, em parceria com a ONU Mulheres
Publicado no Zero Hora
Uma postagem feita nesta segunda-feira na página da Turma da Mônica no Facebook movimentou as redes em torno de uma figura ainda pouco lembrada na história nacional. Os personagens de Mauricio de Sousa homenagearam Carolina de Jesus (1914-1977), uma das primeiras e mais relevantes escritoras negras do Brasil.
Moradora da favela do Canindé, em São Paulo, Carolina trabalhava como catadora e registrava o cotidiano de sua comunidade em cadernos encontrados no lixo. No final da década de 1950, foram descobertos mais de 20 diários da escritora, que mais tarde deram origem ao livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada. A publicação foi recusada por diferentes editoras na época, e acabou sendo impressa apenas em 1960.
A iniciativa faz parte do projeto Donas da Rua, lançado pela Turma da Mônica ainda no ano passado em parceria com a ONU Mulheres. A ideia é reforçar a autoestima de meninas de todo o Brasil e a defesa de seus direitos. A iniciativa já destacou outras brasileiras importantes, como a professora Dorina Nowill (1919-2010), pedagoga cega e uma das maiores ativistas pela inclusão de pessoas com deficiência visual no Brasil.
“Conhecer e honrar as guerreiras do passado é uma das formas de cultivar um futuro mais justo para as meninas. E nesse quesito, não temos nem o que dizer sobre Carolina de Jesus. Dona da Rua nata!”, destaca a publicação que já foi compartilhada quase 5 mil vezes, e movimentou as redes sociais no começo da semana.
Para acompanhar as homenagens do projeto, basta seguir a hashtag #DonasdaRua ou acessar o site da Turma.
Netflix quer levar seus sucessos para os quadrinhos
0Samir Naliato, no Universo HQ
A Netflix rapidamente se tornou uma gigante da indústria de entretenimento. Agora, o maior serviço de streaming de filmes e séries do mundo quer expandir seus negócios para outras áreas.
A empresa busca um executivo para gerenciar a concessão de licenças de suas séries e filmes originais para serem criados produtos como livros, brinquedos e, claro, quadrinhos.
âEstamos apostando em produtos de consumo e em promoção associada, porque acreditamos que isso gerará uma exposição significativa para nossos programas, com formas mais tangÃveis de interagir com os nossos conteúdos mais populares. Queremos fazer licenciamentos para ajudar a promover nossos tÃtulos, para que eles se tornem parte cultural por longos perÃodos de tempoâ, afirmou a Netflix.
Recentemente, uma parceria com a Hot Topic gerou produtos como camisetas, bonés, canecas e joias baseados em Stranger Things. A ação serve de teste para a expansão em novos segmentos.
Isso significa que, em breve, poderemos ter (pelo menos em teoria) revistas em quadrinhos de Stranger Things, Black Mirror, Orange is the New Black, House of Cards, Marco Polo, Sense8, Narcos, The OA e vários outros.
As informações são do site Bloomberg, especializado em informações do mercado financeiro.