Cristina Danuta
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Além dos livros, Amazon pode estar prestes a vender outros produtos no Brasil
0Publicado no Canal Tech
Desde que a Amazon anunciou sua chegada ao Brasil, houve um grande clima de expectativa. De um lado, os consumidores esperavam ansiosos os grandes descontos e a enorme variedade de produtos que a empresa oferece em outros paÃses. Do outro, os varejistas roÃam as unhas de nervoso temendo que a gigante devorasse a tudo e a todos. Não aconteceu. Há cinco anos no paÃs, a loja trouxe apenas livros e somente agora começa a ensaiar um movimento em direção a outros segmentos.
Segundo a revista Exame, a Amazon está planejando lançar no Brasil um sistema de marketplace semelhante ao que ela já oferece em outros territórios, permitindo que outros vendedores se utilizem de sua plataforma para oferecer praticamente qualquer tipo de produto. Até então, essa ferramenta estava disponÃvel apenas para livros, mas parece que a intenção é abrir o leque para outras categorias já nos próximos meses, ampliando consideravelmente o catálogo de produtos oferecidos.
E esse novo passo vem exatamente na sequência do bom resultado do marketplace para livros. De acordo com a Amazon, em menos de 24 horas após o lançamento do serviço no Brasil, o número de obras em português à venda dobrou, saltando de 150 mil para 300 mil. E esse salto absurdo é algo que vem sendo feito com uma base consideravelmente pequena de vendedores. Atualmente, são apenas mil deles cadastrados, indo desde pessoas fÃsicas querendo ganhar um dinheiro extra se livrando de coleções antigas até empresas se aproveitando da ferramenta para alcançar um público maior.
à exatamente esse segundo grupo que pode dar força ao marketplace de produtos da Amazon quando ela começar a aceitar tudo quanto é tipo de coisa. Ainda no caso dos livros, por exemplo, a Editora Martins Fontes revela ter tido um aumento no número de pedidos e que esse alto volume de vendas já justifica a estratégia, mesmo reduzindo um pouco a margem de lucros. Assim, não é difÃcil imaginar um resultado semelhante em outras áreas.
à claro que há outras variáveis nessa equação. Isso porque empresas como a B2W e a Via Varejo, por exemplo, também trabalham dentro dessa lógica de marketplace. Ainda assim, a simples sinalização de que a Amazon pretende ir além dos livros já é motivo para que grandes marcas do varejo voltem a temer o futuro, além de se prepararem para uma bela briga pelo interesse (e pelo bolso) do consumidor.
Via: Exame
Clube de livros dá dicas que auxiliam na alfabetização
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O clássico das atividades para alfabetização são as histórias infantis â Divulgação
Publicado no Em Tempo
A alfabetização é um perÃodo importante na vida das crianças, pois é o momento em que elas percebem como ler e escrever são duas atividades essenciais para se expressar, compreender o mundo e se relacionar com as pessoas ao seu redor. Muito além das salas de aula, todos aqueles que convivem com as crianças podem contribuir com esse processo de aprendizado, seja em casa, com a famÃlia ou com os amigos.
Pensando nesse momento da vida dos pequenos, o clube de assinatura de livros infantis Leiturinha (www.leiturinha.com.br) preparou algumas dicas de atividades que ajudam na alfabetização.
Roda de leitura
A roda de leitura é uma das técnicas mais tradicionais da alfabetização. Nesse momento, são abordados os mais diversos conteúdos infantis, desde contos e fábulas até as atividades de alfabetização que utilizam recortes, colagens, desenhos e pinturas. A atividade pode ser realizada com familiares ou com outros colegas de sala.
Explorar rótulos
Os rótulos e embalagens ajudam os adultos a compreender as informações e não seria diferente com as crianças. Com textos curtos e imagens que ajudam na compreensão, rótulos e embalagens de alimentos, por exemplo, podem ser explorados no café da manhã, no almoço, no jantar e outros diversos momentos.
Lista de compras
As listas têm um papel importante para quem está aprendendo a ler e escrever. As crianças querem a todo momento participar das atividades consideradas âadultasâ. A dica é montar a próxima lista junto com a criança e ajudá-la na compreensão e organização da estrutura dos itens.
Passeios
As crianças são verdadeiras curiosas, e essa caracterÃstica deve ser aproveitada durante os passeios em parques, shoppings ou até mesmo no caminho de casa para escola. Os outdoors e sinalizações são de grande interesse para os pequenos, e mesmo que contenham informações não tão relevantes assim, é um modo para exercitar a leitura.
Ler histórias
O clássico das atividades para alfabetização são as histórias infantis. Esse momento entre pais e filhos deixa a prática mais agradável e produtiva. Mas os pais devem lembrar que cada idade tem um gênero e um nÃvel de compreensão diferente, então é importante ficar atento aos indicativos de idade, imagens e também no gosto da criança.
Por que este professor quer que você demita o seu coach
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Svend Brinkmann (Foto/Divulgação)
Para filósofo dinamarquês, ler autoajuda não traz sucesso e fazer coaching é mais perigoso do que parece. Veja a entrevista exclusiva
Claudia Gasparini, na Exame
São Paulo â Olhe bem para o espelho, respire fundo e repita para si mesmo em voz alta: o 1º passo para o sucesso é⦠esquecer a autoajuda. O 2º passo é demitir o seu coach. Pelo menos se você for convencido pelas ideias de Svend Brinkmann, professor na Universidade de Aalborg, na Dinamarca.
Autor do livro âStand Firm: Resisting the Self-Improvement Crazeâ (em tradução livre, âFique firme: Resistindo à mania do autodesenvolvimentoâ), ele é crÃtico ferrenho da psicologia positiva e da crença de que a felicidade é uma escolha.
Em entrevista por telefone a EXAME.com, o filósofo dinamarquês afirma que parte da indústria da autoajuda só contribui para reforçar o problema que ela própria diz combater: a infelicidade causada pelo individualismo e pelo desinteresse em soluções coletivas.
Brinkmann faz um diagnóstico parecido sobre o efeito do coaching para o mundo do trabalho. âO próprio conceito de coach [âtreinadorâ, em inglês], que vem do mundo dos esportes, pressupõe que você está competindo com os demais para vencer o jogo. Há um perigo em enxergar a vida como uma partida em que há vencedores e perdedoresâ, explica. Caminho contrário: Abaixo a competição nas empresas
A seguir, confira os principais trechos da conversa com o professor, em que ele fala sobre as relações entre produtividade, sucesso e ética â e dá um conselho para os brasileiros enfrentarem a situação amarga do mercado de trabalho sem cair em âdiscursos motivacionais baratosâ:
EXAME.com â O que há de errado com a autoajuda?
Svend Brinkmann â Na verdade, o problema não é a autoajuda em si. Não nego que livros desse tipo podem ajudar certas pessoas, até porque também há bons tÃtulos dentro desse gênero. Ainda assim, no geral, essas obras só reforçam o problema que supostamente deu origem a elas.
Incutem a ideia de que felicidade é uma escolha individual, algo que âsó depende de vocêâ. E quando as pessoas fracassam â o que acontece com qualquer ser humano â elas se enxergam como as únicas responsáveis pela própria derrota. Elas se sentem culpadas por algo que não estava sob seu controle.
A autoajuda é um sintoma de um outro problema, subterrâneo, mais grave, que é o individualismo. As pessoas se sentem desligadas umas das outras, completamente sozinhas, quando acreditam que podem atingir seus objetivos de vida, por conta própria, se seguirem â7 passos para a felicidadeâ ou algo parecido.
Livros com âreceitasâ como essa frequentemente viram best-sellers. Por quê?
Todo mundo deseja ser feliz, fazer fortuna, ter muitos amigos, construir uma carreira incrÃvel. Apresentar esse objetivo como algo que depende só de você, como indivÃduo, é algo muito atraente. A ideia se popularizou tanto que podemos dizer que está presente em tudo, inclusive na forma como as pessoas entendem o desenvolvimento das suas competências no trabalho. Aprenda: Como construir uma carreira à prova de crise
Numa era de incertezas como esta que vivemos, as pessoas se viram cada vez mais para dentro de si mesmas para tentar ter sucesso. A indústria da autoajuda ofereceu ferramentas a elas nesse sentido. Antes, não havia essa ideia de que era sua responsabilidade ser feliz. Era algo mais diluÃdo em práticas culturais. Agora virou uma questão individual.
Qual é a origem desse fenômeno?
Os primeiros livros de autoajuda foram lançados na metade do século 20. Um dos exemplos mais famosos é âO poder do pensamento positivoâ, lançado em 1952 pelo [pastor norte-americano] Norman Vincent Peale.
Uma curiosidade é que Peale foi o sacerdote da famÃlia de Donald Trump desde quando ele era criança, em Manhattan, e chegou a conduzir sua cerimônia de casamento [com a primeira esposa, Ivana]. Trump já citou âO poder do pensamento positivoâ como um livro bastante inspirador para ele.
O livro de Peale fala sobre como você pode conseguir o que quiser se tiver pensamentos positivos. E veja o que aconteceu com Donald Trump! à um perigo. Eu pessoalmente sou bastante cético com relação a Trump e, assim, temo que essas técnicas sejam usadas para fins problemáticos.
Como essas técnicas aparecem no mundo do trabalho?
O mundo do trabalho se tornou muito psicologizado. Não são apenas as minhas competências que preciso desenvolver, mas também a minha personalidade, os meus sentimentos mais Ãntimos. Para ser um bom profissional hoje, preciso fazer cursos de desenvolvimento pessoal, coaching e por aà vai.
O empregador não pede apenas para o funcionário vender o seu tempo por uma certa quantia de dinheiro, mas também vender a si mesmo, a sua personalidade. Se eu me entregar nesse sentido, eu realmente não tenho nada mais que é meu. Esse é o problema.
Que tipo de mentalidade deveria existir, então?
DeverÃamos pensar em termos mais coletivos. Não sou contra os objetivos que os livros e cursos de autoajuda pregam. Eu também quero que as pessoas sejam felizes e conquistem seus sonhos! [risos] Mas nós precisamos pensar na forma como tentamos fazer isso. Precisamos lembrar que os nossos males e tristezas têm uma natureza polÃtica. Portanto, os desafios precisam ser resolvidos de forma social, e não só individual.
Quando seguem o discurso do autodesenvolvimento, as pessoas tentam ser versões melhores de si mesmas, mas esquecem que também são responsáveis pelas demais. Vivemos numa sociedade que não dirige a sua atenção à s necessidades dos outros. A alternativa à autoajuda, a âantiautoajudaâ, seria ajudar o outro em vez de ajudar a si mesmo.
O autodesenvolvimento â isto é, estar interessado no próprio aperfeiçoamento pessoal e profissional â exclui a possibilidade de cuidar das outras pessoas?
Não, em princÃpio não. Teoricamente é possÃvel ter um foco no seu próprio desenvolvimento sem deixar de pensar nos demais. Mas, na prática, essa atenção que você dirige a si mesmo, por meio da autoajuda, dificulta o pensamento nos outros.
Muita gente diz que você precisa primeiro amar a si mesmo para então amar o outro. Elas citam aquela instrução que recebemos em viagens aéreas: em caso de despressurização, coloque a máscara de oxigênio antes em você, e só então ajude a pessoa ao seu lado. Para mim isso está completamente errado. Não no sentido literal do avião, claro! Mas, na vida, precisamos estar lá para o outro, incondicionalmente, e não pensar antes em nós mesmos.
Para aproveitar a metáfora, imagine que a humanidade é um avião em queda livre. Hoje, as pessoas só estão preocupadas em respirar nas suas máscaras de oxigênio. Estamos chamando isso de autoajuda, âmindfulnessâ, e por aà vai. Ocorre que ninguém se levanta para checar que se há algum piloto na cabine, tentando salvar o avião. Se fizessem isso, descobririam que a cabine está vazia.
O que deverÃamos fazer? Assumir o controle da cabine e tentar salvar o avião da queda. O que estamos fazendo? Estamos concentrados em respirar nas nossas máscaras individuais. O que quero dizer com essa imagem é que estamos numa sociedade desestruturada, que está enfrentando muitas crises, como um avião caindo. E nós somos esses passageiros que ficam sentados em suas poltronas, concentrados na sua própria felicidade e no seu próprio sucesso, nas suas máscaras de oxigênio.
DeverÃamos sair dos nossos lugares e buscar uma solução sistêmica se quisermos salvar o avião, ou o mundo, do desastre. Não vamos melhorar o mundo se apenas melhorarmos nós mesmos. Precisamos agir juntos.
O mundo de trabalho está cada vez mais competitivo. Não seremos menos produtivos se tirarmos o foco do autodesenvolvimento?
Todos nós queremos ter um emprego e contribuir para o progresso. Não há nenhum problema em ser produtivo, em adquirir novas competências para trabalhar melhor. O problema é que o discurso sobre maximizar a produtividade tem uma consequência paradoxal. Ele deixa as pessoas cansadas e tristes, o que as torna menos criativas e menos eficientes.
Seres humanos fazem um bom trabalho quando se sentem seguros, quando sentem que podem confiar nos seus chefes, nos seus colegas. A economia moderna, a economia do conhecimento, precisa de pessoas que tenham coragem de desenvolver novos produtos e novas ideias. Todo mundo sabe disso. Mas o sistema que temos não tem dado sustentação a esse fato.
Talvez seja uma herança da velha sociedade industrial, por exemplo, que os empregadores ainda falem de seus funcionários como ârecursos humanosâ. Como se pessoas fossem recursos comparáveis a carvão ou petróleo. Coisas que se deve explorar, usar, otimizar.
Em primeiro lugar, isso é antiético, pessoas não são recursos, são seres humanos, com dignidade e direitos, elas não são coisas. Em segundo lugar, não é produtivo. Na vida moderna, precisamos trabalhar em equipe, com autonomia, com horários flexÃveis. O modelo de trabalho mudou, exige mais liberdade. As pessoas precisam ser tratadas como pessoas, não como recursos humanos.
Na Dinamarca e em muitos paÃses, há estatÃsticas assustadoras sobre a quantidade de profissionais com depressão, ansiedade, estafa por causa dos seus empregos. Esse tipo de coisa não poderia existir em um mundo civilizado. Nós deverÃamos conseguir trabalhar sem passar por esses problemas. Você se identifica? 8 sinais de que você pode estar com depressão
Qual é a sua definição de sucesso?
De forma simplificada, ter sucesso é ser capaz de cumprir as suas obrigações. Algumas delas são comuns a todos os seres humanos, algumas são especÃficas de cada um de nós. Não acho uma boa ideia falar sobre sucesso sem falar em compromissos e obrigações.
Se você perguntar para um coach como Tony Robbins, um dos mais famosos do mundo, ele dirá que sucesso é fazer o que você quer, quando você quer, onde você quer, com quem você quer. Eu questiono isso. E se o que eu quero não for digno? E se o que eu quero for prejudicial para os outros? Se esse for o caso, eu serei realmente bem-sucedido se conseguir o que quero?
Acho que não. Eu preciso ter um objetivo digno. Mas, para saber o que é um objetivo digno, preciso fazer uma avaliação ética da minha vida. Não posso definir sucesso sem ética. Ter sucesso é conseguir fazer muito bem o que eu preciso fazer.
O tÃtulo de um dos capÃtulos do seu livro é âDemita o seu coachâ. Por que o coaching é algo descartável na sua opinião?
O próprio conceito de coach [âtreinadorâ, em inglês], que vem do mundo dos esportes, pressupõe que você está competindo com os demais para vencer o jogo. Há um perigo em enxergar a vida como uma partida em que há vencedores e perdedores. Talvez o coaching faça algumas pessoas pensarem nesses termos e por isso é potencialmente perigoso.
Além disso, o coach muitas vezes age como um mero espelho seu. Ele fará você olhar ainda mais para si mesmo. No fundo, ele só reforça o individualismo, só cria um ciclo de autorreflexão perpétuo. Não precisamos de mais insights sobre nós mesmos. Precisamos olhar para fora.
Qual é o seu conselho para os brasileiros, que atualmente estão sofrendo com a alta nos Ãndices de desemprego e a escassez de oportunidades em meio à crise?
à importante estar atento para não cair em discursos motivacionais baratos. Quando a economia de um paÃs vai mal, é quase constrangedor ouvir alguém dizendo frases como: âBasta que você esteja motivado para ter sucessoâ.
O tÃtulo original do meu livro, em inglês, é âStand firmâ [âFique firmeâ, em português]. Mas para um paÃs que está enfrentando múltiplas crises, como o Brasil, seria importante acrescentar a palavra âjuntosâ a essa mensagem: âfiquem firmes juntosâ.
à importante não transformar a solução em mais um projeto individual. Pensar só em si mesmo é uma tentação muito grande em tempos de crise. Mas eu espero que as pessoas percebam que, a longo prazo, será melhor para todo mundo se buscarem soluções coletivas para os seus problemas.
Livro traduz 200 canções de Bob Dylan, prêmio Nobel de literatura de 2016
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Nascido em 1941, o americano Bob Dylan é poeta, compositor, músico e escritor. Um dos maiores artistas de nosso tempo, ele tem livros de poesia, de ficção e um de memórias (Foto: Divulgação)
Duzentas letras de Bob Dylan são apresentadas, em edição bilÃngue, no livro Letras (1961-1974), o primeiro volume das letras do vencedor do prêmio Nobel de literatura de 2016
Publicado no Correio 24Horas
Bob Dylan tornou-se figura célebre da música popular americana e da cultura mundial com canções como Blowin’ in the Wind, The Times They are A-Chagin’, A Hard Rain’s A-Gonna Fall, All Along the Watchtower, Mr. Tambourine Man e Like a Rolling Stone, compostas nos anos 1960, com conexões com os movimentos de protesto contra a Guerra do Vietnã, bem como os grupos de defesa dos direitos civis da comunidade negra dos Estados Unidos.
As letras foram escritas quando Dylan tinha pouco mais de 20 anos. O valor literário delas, algo que o Nobel percebeu muito além dos limites tradicionais, pode ser comprovado no livro Letras (1961-1974), que a Companhia das Letras edita no Brasil com tradução de Caetano W. Galindo, 640 páginas e preços de R$ 89,90 (papel) e R$ 44,90 (ebook). à o primeiro de dois volumes.
“A concessão do prêmio de Nobel de literatura a Bob Dylan certamente contribuirá bastante para as velhas discussões quanto ao estatuto literário da canção. Ou, no que mais nos interessa aqui, quanto ao estatuto literário da letra da canção, separada de melodia, harmonia, ritmo, produção, performance”, afirma Caetano Galindo na apresentação da sua tradução.
E prossegue: “Porque, traduzindo as letras, essa primeira grande distinção já vira o maior problema. O que temos aqui afinal é apenas parte do produto estético que deu fama, reconhecimento e prestÃgio a Bob Dylan. E em que medida essas letras, inclusive no original, sobreviveriam com o mesmo poder que tinham quando embaladas em música? à parte do que a tradução tem que responder”.

Em edição bilÃngue e com tradução de Caetano Galindo, livro traz as letras de Bob Dylan entre 1961 e 1974 (Foto: Divulgação)
Oralidade sofisticada
Galindo que, ao lado de Christian Schwartz, também traduziu as letras de Lou Reed (1942-2013) para o livro Atravessar o Fogo (Companhia das Letras/2010), explica que traduzir os poemas/letras de Dylan segundo os critérios normais da tradução de poesia (com atenção a metro e rima, por exemplo), geraria vários problemas.
“O primeiro deles advém do fato de que a métrica e até as rimas das canções são estabelecidas em função de como elas foram cantadas. Os critérios não são os mesmos âde papelâ, já que aqui o autor pode mostrar ao público como os textos devem ser escandidos, como devem soar. Está ao alcance de Dylan todo um mundo que notações rÃtmicas mais radicais de um poeta como Gerard Manley Hopkins apenas vislumbravam”, escreve.
Outro detalhe importante observado pelo tradutor é a oscilação de tom, do registro retórico das canções de Dylan reunidas no livro. O que Galindo chama de “oralidade sofisticada”.
“Dylan, ao longo das duas décadas aqui retratadas, não escreve apenas canções com vozes diferentes, com textos que vão do folk à retórica neopentencostal; ele mistura esses registros no mesmo texto, nos mesmos versos. Do inglês de rua à elevação bÃblica, dos poetas Beat a Dante Alighieri, da prosa ao verso mais evocativo, das cadências mais constantes ao discurso espraiado. Tudo, no entanto, imerso no que eu chamaria de uma oralidade sofisticada, que faz com que, mais que cantadas, suas letras pareçam sempre faladas, mesmo em livro”.
Dylan publicou também livros de poesia, letras de músicas e um de ficção, Tarântula (1971), além de suas memórias em Crônicas Vol. 1 (2004).
Harry Potter | Este filme feito por fã sobre a origem de Voldemort poderia ser oficial
0João Abbade, no Jovem Nerd
Alguns filmes feitos por fãs se destacam, mas a grande maioria não se aproxima das produções oficiais por diversas razões que vão desde orçamento, até os processos judiciais que chegam das distribuidoras. Dito isso, um grupo de fãs está produzindo sua própria prequel de Harry Potter, um filme de origem sobre aquele que não deve ser nomeado. O primeiro trailer de Voldemort: Origins of the Heir foi divulgado essa semana e o filme parece absolutamente incrÃvel para uma produção não-oficial.
A equipe de vinte pessoas da Tryangle Films está trabalhando no filme desde o inÃcio de 2016. O plano inicial era criar um Kickstarter para arrecadar fundos, e eles até chegaram a criar a página, mas a Warner enviou uma nota judicial pedindo a remoção da campanha. Com o lançamento do teaser, o time revelou na página do Facebook que chegaram a um acordo com a Warner e que o filme será lançado sem financiamento coletivo:
O filme estará disponÃvel de graça no Youtube no fim de 2017. E no que diz respeito a direitos autorais, nós conversamos com a Warner e chegamos a um acordo, sem preocupações.
Com o fechamento do Kickstarter e o lançamento gratuito, temos indÃcios que a Warner concordou com a produção do filme desde que não haja um lançamento ou campanha comercial.
Voldemort: Origins of the Heir originou-se de uma re-leitura de O Enigma do PrÃncipe, onde a equipe questionou que fez Tom Riddle virar Voldemort? O que aconteceu quando ele retornou a Hogwarts. Eles acharam algumas pistas nos livros e nos contos expandidos e decidiram juntar estes pedaços.
O filme segue Grisha Mac Laggen, a herdeira de Grifinória que investiga o assassinato de Hepzibah Smith, uma descendente da famÃlia lufa-lufa. Indo a fundo no caso, a bruxa descobre magia negra dentro de Hogwarts e um estudante envolvido com essa confusão.
Voldemort: Origins of the Heir será lançado no fim de 2017 no Youtube.