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Em exposição, o acervo raro e singular da Biblioteca Nacional
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Centenas de obras guardadas na instituição são apresentadas pela primeira vez em mostra
Leonardo Cazes, em O Globo
RIO – O acervo de 9 milhões de itens da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) reúne tempos, assuntos e lugares diversos. A exposição âGabinete de obras máximas e singularesâ, em cartaz até o dia 31 de outubro, faz uma viagem a esse tesouro. Nas 18 vitrines espalhadas pelos corredores da biblioteca estão 507 itens que nunca tinham sido expostos ao público, conta a curadora Cláudia Fares, como um exemplar de 1529 de uma obra do viajante veneziano Marco Polo, em que relata as maravilhas vistas em suas peripécias no Oriente.

Uma das vitrines da exposição ‘Gabinete de obras máximas e singulares’ – Jaime Acioli / Divulgação
A mostra foi inspirada nos gabinetes de curiosidades que surgiram no século XVI. As grandes navegações expandiram o mundo conhecido pelos europeus até então. Toda a cultura dos povos recém-descobertos era registrada pelos viajantes e, depois, guardada nos gabinetes. A exposição foi dividida em múltiplos temas, como âTorre de Babelâ, âA invenção do Novo Mundoâ, âUtopia e distopiaâ, entre outros.
â Cada vitrine abre uma conversa com o visitante. Na hora que você se detém em cada uma delas, pode criar suas próprias associações. à como um caleidoscópio. Cada vez que você olha, vê de maneira diferente â explica Cláudia. â O gabinete de curiosidades era uma maneira barroca de ver o mundo, onde o real e o fabuloso estão juntos. A lógica da exposição tinha que ser livre assim.
A curadora conta que a pesquisa no acervo para a montagem da exposição envolveu muitas conversas com os chefes responsáveis por cada setor da biblioteca, âpessoas super capacitadas, de dedicação Ãmparâ. Entre as pepitas descobertas estão um exemplar em alemão de âMein Kampfâ, de Adolf Hitler, e a Segunda BÃblia Hebraica, do século XVI. Nesta edição, pela primeira vez, foram publicadas notas crÃticas feitas por doutores judeus nas margens do texto bÃblico, para preservar ortografia, pronúncia e acentuação exatas. A partir do que o acervo revelava para ela, Cláudia ia agrupando e montando as vitrines.

Uma das obras eróticas expostas é ‘Pinto renascido, empenado e desempenado’, de Thomaz Pinto Brandão, publicada em 1794. – Fotos de Divulgação
â A vitrine das âUtopias e distopiasâ foi a primeira que eu fiz. Eu tinha visto o manuscrito de âOs sertõesâ, de Euclides da Cunha, no setor de manuscritos. Depois, encontrei o âParaÃso perdidoâ, de John Milton. Aà caiu a ficha das utopias e distopias, Canudos, o paraÃso perdido. E ainda descobri que a biblioteca tinha a primeira edição do âMein Kampfâ â lembra a curadora.
Há, também, um âGabinete Secretoâ. Montado no Salão de Obras Raras, a vitrine reúne 90 obras relacionadas à pornografia e ao erotismo. O gabinete foi inspirado naquele criado por funcionários da Biblioteca Nacional de Paris, no século XIX, para salvar da destruição obras consideradas ilegais, eróticas, imorais ou de caráter ofensivo. Entre os exemplares à vista do público, maior de idade, estão uma ilustração do artista italiano Gino Boccasile para o âDecamerãoâ, de Biovanni Boccaccio.
SERVIÃO
Onde: Biblioteca Nacional â Av. Rio Branco 219 (2220-9484)
Quando: De terça a sexta, das 10h às 17h. Sábado, das 10h30m às 14h. Até 31/10.
Quanto: Gratuito.
Classificação: Livre.
Acervo com mais de mil obras e livros raros é aberto a crianças em SP
0Publicado em Folha de S.Paulo
São 10 mil itens, que formam a maior coleção de uma companhia privada na América Latina. O acervo engloba obras de arte, documentos, objetos e livros, que retratam vários momentos da história do Brasil. Parte de tudo isso estará à disposição de crianças em São Paulo.
Ao longo de todos os fins de semana de janeiro, o público pode viajar pela história no Espaço Olavo Setubal, no Itaú Cultural. O espaço, que existe desde 2014, receberá visitas guiadas e gratuitas para ver as 1.300 obras expostas, pertencentes às coleções Brasiliana e Numismática. Há obras de artistas como como Frans Post, Rugendas e Debret, além das primeiras edições de escritores como Machado de Assis e Castro Alves.
Há ainda ilustrações de indÃgenas feitas pelos primeiros portugueses que desembarcaram em nossa costa na época do Descobrimento e outros objetos colecionados por Setubal (1923-2008) desde 1969.
Há seis diferentes possibilidades temáticas para conhecer o espaço: os visitantes podem saber mais sobre as aves brasileiras, conhecer cenários da paisagem do paÃs, usar um mapa para colher pistas através dos elementos da coleção, brincar de jogo da memória com a história do Brasil ou explorar o desconhecido de forma investigativa, como se fossem navegadores europeus se lançando ao mar.
Cada atividade apresenta um recorte diferente, e todas buscam interagir com o público e seus sentidos, trazendo propostas dinâmicas que vão além da mera observação das peças. As visitas são guiadas e, por meio de uma conversa, as crianças e suas famÃlias decidem qual caminho querem seguir no acervo.
PARA CONFERIR
Espaço Olavo Setubal
ONDE Espaço Olavo Setubal – Itaú Cultural (av. Paulista, 149 – 4º e 5º andar)
QUANDO até 31/1; sáb. e dom., das 16h às 17h
QUANTO grátis
São Paulo inaugura a primeira biblioteca feminista do Brasil
0Acervo, que fica na Zona Leste da capital, é composto por mais de mil livros de autores como Simone de Beauvoir e Betty Friedan
Publicado em O Globo
Pouco mais de mil obras formam a primeira biblioteca feminista pública do Brasil, inaugurada em Guaianazes, na Zona Leste da capital paulista, no último sábado. Entre os livros disponÃveis para consulta ou empréstimo estão publicações consagradas, entre os quais “O Segundo Sexo”, de Simone de Beauvoir ou “A MÃstica Feminina”, de Betty Friedan e material de produção nacional, como a fotobiografia de Pagu. Demanda antiga do movimento de mulheres, o espaço foi inspirado na biblioteca feminista de Paris. Assim como na biblioteca francesa, aqui praticamente todo o acervo foi doado pelas próprias feministas – para sorte dos leitores, já que a maior parte das edições em português dos clássicos estão esgotadas ou fora de catálogo e não poderiam ser compradas.
– A história é sempre contada do ponto de vista dos homens. Queria que as mulheres pudessem ter referências de produção feminina em filosofia, ciências humanas, história – afirma a especialista em gênero Maria Lúcia da Silveira, idealizadora da ideia e funcionária da Secretaria Municipal de PolÃticas para Mulheres.
Segundo ela, o plano começou a ser gestado no inÃcio da gestão do prefeito Fernando Haddad, junto com o então secretário de cultura Juca Ferreira, que hoje é ministro. Como a Biblioteca Cora Coralina já dispunha de uma sala vazia, foi escolhida para abrigar o acervo feminista. A implantação pode ser feita a custos baixos. Maria Lúcia explica, no entanto, que a biblioteca feminista não é “só um conjunto de prateleiras com livros”. O espaço irá abrigar exibições de filmes e peças temáticos, saraus, exposições de artistas plásticas. E o plano é conseguir, pelo menos, triplicar o tamanho do acervo.
A própria ambientação da biblioteca foi o primeiro evento da biblioteca. Cerca de 20 mulheres da comunidade aprenderam xilogravura e pintura para produzir os autorretratos e desenhos que estampam as paredes do lugar. Há também um mural de fotos das lideranças femininas da zona leste da capital, conhecidas por serem aguerridas no movimento e fundamentais para as construções de alguns dos bairros da região.
A biblioteca fica aberta de domingo a domingo e os idealizadores garantem: os homens também são muito bem-vindos no espaço.
– O feminismo não é uma recusa ao homem, mas ao machismo – ressalva a artista plástica Biba Rigo, responsável pelas oficinas artÃsticas da biblioteca.
Bogotá lamenta que arquivo de GarcÃa Márquez vá para os EUA
0Publicado na Folha de S.Paulo
O governo da Colômbia se defendeu das crÃticas por não ter adquirido os arquivos do escritor Nobel da Literatura Gabriel GarcÃa Márquez informando que esta não se tratou de uma decisão de Bogotá, mas da famÃlia do autor. Os documentos irão para a Universidade do Texas, que possui uma das maiores coleções literárias dos EUA.
A ministra da Cultura, Mariana Garcés, disse que o paÃs considerava uma honra obter o acervo, mas que a decisão não dependeu do governo e que “nós respeitamos as decisões feitas” pela famÃlia de Gabo, como era conhecido.
A notÃcia da venda dos arquivos do escritor à Universidade do Texas surpreendeu não somente a ministra, como todo o paÃs, que acordou com a notÃcia de que 2 mil cartas, um livro inacabado e materiais de seus romances foram adquiridos pelo centro acadêmico.
Ainda segunda Garcés, o governo ofereceu à viúva do Nobel, Mercedes, a compra de, não somente o arquivo, mas todo o legado do escritor de “Cem Anos de Solidão”, mas sem fazer uma oferta formal.
O escritor colombiano morreu no dia 17 de abril aos 87 anos na Cidade do México, onde residia há anos.
Site do escritor Graciliano Ramos é atacado por hackers
1Ação provocou sumiço do acervo reunido ao longo de 14 anos
Isabel Filgueiras, no Estadão
O site oficial do escritor Graciliano Ramos (www.gracilano.com.br), autor de Vidas Secas, sofreu um ataque hacker e saiu do ar há dois dias. Segundo a equipe do portal, a ação ocasionou perda do acervo reunido ao longo de 14 anos de trabalho.
âNossa colaboradora Ieda Lebensztayn foi quem viu que a página estava com fundo preto e letras e imagens árabes. Se não foi o Estado Islâmico, foi algo parecidoâ, diz o administrador da página Albano Martins Ribeiro.
Graças a um backup feito em nuvem em maio, a maior parte do acervo foi recuperada. Os arquivos mais recentes, no entanto, foram perdidos. Outros quatro sites do mesmo servidor também foram invadidos e tiveram todo o conteúdo deletado. Segundo Albano, o portal deve voltar ao ar ainda esta semana.
âSempre admiramos a militância de hackers que, por todo o mundo, trabalham por uma sociedade melhor e mais justa. Continuamos torcendo por eles, deixando claro que sabemos diferenciá-los dos vândalos que destruÃram nosso acervoâ, diz mensagem na página.