A História do Futuro de Glory O'brien

Posts tagged internet

Líderes em livros migram para a web

0
Livraria Cultura em Curitiba (Foto: Fernando Brandão)

Livraria Cultura em Curitiba (Foto: Fernando Brandão)

Na Livraria Cultura, a migração para o online é um processo em curso desde 2014

Publicado na Época Negócios

Impulsionadas pela proliferação dos shoppings no país, as livrarias passaram a última década ampliando suas redes de lojas físicas. Agora, diante dos custos elevados de manutenção das unidades e da mudança do comportamento do consumidor, as líderes do setor querem se voltar para o mercado online, que permite às redes atender não só as áreas onde já estão presentes como também os mais de 4 mil municípios brasileiros que não têm uma livraria.

Na Livraria Cultura, a migração para o online é um processo em curso desde 2014. Hoje, o e-commerce representa 30% das vendas, e a meta é chegar a 70% em até cinco anos. Trata-se de uma clara inversão de estratégia.

Desde o início dos anos 2000, e de forma mais acelerada após 2008, a Cultura vinha ampliando sua rede. Para abrir novas unidades, chegou a conseguir a aprovação de dois financiamentos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que somavam R$ 60 milhões, e a vender 25% de seu capital para um fundo de investimentos, o Neo. Com o avanço dos custos e a falta de atualização dos preços dos livros, as margens da rede começaram a ficar apertadas.

Segundo o presidente da Livraria Cultura, Sergio Herz, os gastos da empresa com energia aumentaram, só no ano passado, 40% e com IPTU, 35%. \’A loja virtual tem um pouco menos de pressão de custos. (O centro de distribuição) está em um lugar mais barato. Na energia, você tem condições de usar um gerador”, compara.

Essa aposta no e-commerce não significa, segundo Herz, uma redução no número de lojas físicas, que continuarão como local de engajamento da marca. Recentemente, no entanto, a companhia fechou duas lojas no Conjunto Nacional, em São Paulo. Herz explica que o encerramento das unidades ocorreu porque a maior loja do Conjunto Nacional será ampliada um espaço de 400 metros quadrados, onde hoje há uma rampa de acesso, vai virar área de venda.

No mundo físico, a loja do Conjunto Nacional é um \’oásis\’. \’É um dos maiores pontos de venda da América Latina”, diz uma fonte do setor. Essa mudança de curso veio acompanhada de cortes de custos. Desde 2014, a Cultura reduziu seus escritórios de três andares para um e demitiu 800 funcionários hoje, são 1.300 colaboradores. \’A gente fez a lição de casa, reduzimos custos e ganhamos eficiência”, diz Herz.

Apesar de todo o esforço de gestão, os problemas da rede ainda são graves. As vendas caíram 17% nos últimos dois anos. Herz credita o desempenho à retração econômica brasileira, sobretudo à do varejo.

A Cultura não foi a única rede a crescer no online nos últimos anos.

Na Saraiva, o canal também corresponde a 30% das vendas. Nos nove primeiros meses de 2016, a receita bruta da varejista no e-commerce avançou 10,5%, enquanto a das lojas caiu 4,7%. Na fluminense Livraria da Travessa, só duas lojas vendem mais do que o site. Entre as principais redes do país, apenas a Livraria da Vila e a Nobel não focam no e-commerce. \’Não fizemos investimento nessa área, mas provavelmente teremos de trabalhar com isso no futuro”, diz o dono da Livraria da Vila, Samuel Seibel. A empresa, entretanto, também está com aberturas suspensas no varejo tradicional. \’Neste momento, nada está sendo negociado. Vamos aguardar a reação do mercado.”
Franquias

A Nobel continua a expandir sua rede, mas no sistema de franquias e focada em cidades de médio porte. Hoje, são 160 unidades no Brasil e 32 na Espanha. \’Não temos online porque acreditamos que é um negócio completamente diferente”, afirma Sérgio Milano Benclowicz, responsável pela área comercial da empresa.

A Nobel aposta na comercialização de títulos mais populares, e não de livros técnicos ou para gostos específicos. \’O futuro do varejo físico do segmento é a compra por prazer, do mais vendido ou do infantil. O técnico é comprado pela internet”, acrescenta Benclowicz.

Leitura on-line estimula o hábito em crianças

0

A princípio, pode parecer uma tarefa difícil, mas o suporte dos pais é fundamental

Publicado em A Tribuna

Internet deve ser aliada para incentivar os pequenos a lerem (Foto: Divulgação)

Internet deve ser aliada para incentivar os
pequenos a lerem (Foto: Divulgação)

Com a chegada da internet à vida das crianças, torna-se cada vez mais difícil tirá-las da rede e fazer com que foquem nas atividades que as tiram da frente da tela do computador.

Trata-se de uma realidade que pode impactar de forma negativa uma série de atividades saudáveis para o desenvolvimento e aprendizagem dos pequenos, como a prática da leitura.

Diante desse cenário, como fazer com que as crianças não percam o interesse pelos livros? Bem, a saída está em mesclar aquilo que elas gostam de manipular com o que elas devem ter presente no dia a dia.

Faça da internet uma aliada

A princípio, pode parecer uma tarefa difícil, mas o suporte dos pais nessa transição é fundamental. Os mesmos podem começar demonstrando como a internet se torna uma ferramenta de busca para leituras interessantes e dinâmicas.

Tablets e laptops permitem que milhares de títulos sejam carregados para onde quer que se vá, tornando-se uma opção portátil que acompanha a criança em diversos ambientes. Sites como a Leiturinha oferecem uma biblioteca online para assinantes, com livros selecionados para cada faixa etária.

O fato de estar conectada à internet permite que a criança realize pesquisas sobre o tema abordado no livro conforme a mesma progride com a leitura, estimulando mais ainda a curiosidade e o interesse pela busca de informações. O fato de ler livros online já faz com que a criança:

● Comece a se interessar por tecnologia e assunto correlatos;

● Exercite outras habilidades motoras ao manusear tablets e iPads;

● Conheça sempre novas tecnologias e esteja mais preparada para inovações.

É importante salientar que cabe aos pais o controle ao acesso que elas têm ao conteúdo disponibilizado na internet, limitando-o apenas a livros que correspondam à idade das crianças. É preciso ter cuidado com a exposição dos pequenos ao conteúdo impróprio que permeia a rede.

No mundo virtual

O segredo, assim como na leitura tradicional de livros físicos, está no estímulo. Os pais podem iniciar com medidas simples, porém, eficazes:

● Convidar a criança a manusear os dispositivos para despertar o interesse pela leitura dinâmica, deixando com que ela descubra os recursos que a internet proporciona;

● Demonstrar que a leitura é para todos, fazendo-se mostrar adepto do hábito;

● Fazer leitura em voz alta e deixar que a criança observe o computador, tablet ou laptop em uso;

● Participar da leitura, tornando esse momento uma atividade familiar em que cada um incorpora um personagem da história;

● Deixar que a criança convide os amigos para ler livros dentro de casa, criando um ambiente divertido e propício ao aprendizado.

Professor de Harvard revela os preceitos para a ‘boa escrita’

0
Rose Lincoln/Harvard University

Rose Lincoln/Harvard University

 

Professor de Harvard e especialista em linguagem fala sobre as razões por trás da proliferação de textos ruins e aponta preceitos para a boa escrita

Thais Paiva, no Carta Educação

A ideia de que as novas mídias estão deteriorando o uso da língua não é só falsa como nociva. Quem diz é o cientista canadense Steven Pinker, professor do Departamento de Psicologia da Universidade de Harvard e especialista em linguagem. Para ele, hoje as pessoas estão escrevendo mais e a oferta de boa escrita é cada vez mais vasta. “Quando foi a última vez que você ouviu alguém reclamar ‘não há nada de bom para ler na internet?’”, provoca.

No entanto, ainda são muitos os que apresentam dificuldade para escrever textos claros e coesos. Segundo Pinker, o texto mal escrito não é necessariamente resultado da falta de conhecimento. Pelo contrário, pode ser fruto do que ele chama de “maldição do conhecimento”, isto é, especialistas que pressupõem que seus leitores já sabem o que eles sabem e não se preocupam em explicar.

Em entrevista ao Carta Educação, o professor falou sobre seu livro Guia de Escrita: como conceber um texto com clareza, precisão e elegância (Ed. Contexto), no qual elenca princípios que devem nortear o autor para uma produção textual de qualidade e esclarece as relações entre as ciências da mente e o funcionamento da linguagem.

Por que as pessoas têm tanta dificuldade para escrever?

Primeiramente, escrever é uma tarefa artificial, que nós não nascemos para fazer. Como escreveu Charles Darwin, “o homem tem uma tendência instintiva para falar, como podemos ver no balbuciar das crianças pequenas, enquanto que nenhuma criança mostra uma tendência instintiva para assar, fermentar ou escrever”. Quando você fala, você conhece o ouvinte pessoalmente e pode prever o que ele já sabe. Quando escreve, o leitor é um estranho; você tem que adivinhar o que ele sabe e o que não sabe. Além disso, com o discurso, você pode monitorar a reação do ouvinte – vê-lo concordando com a cabeça ou franzindo a testa em perplexidade. Quando escreve, você tem que adivinhar – e provavelmente estará errado.

Em seu livro, o sr. diz que a ideia de que o uso da língua está se deteriorando é falsa. As pessoas estão escrevendo mais do que nunca por conta das novas mídias. Mas estão escrevendo com qualidade?

Há bilhões de pessoas escrevendo! Alguns textos são ruins – e sempre foram. É um erro apontar a escrita de má qualidade que vemos hoje e alegar que ela é consequência do fato da escrita estar piorando. As pessoas se esquecem de todos os textos ruins do passado. E há uma vasta oferta de bons textos atualmente. Quando foi a última vez que você ouviu alguém reclamar “não há nada de bom para ler na internet?”.

O sr. também diz que o texto mal escrito não é necessariamente resultado da falta de conhecimento. Pelo contrário, quanto mais especializada uma pessoa for em um tema, maiores as chances desse autor usar uma linguagem hermética e distante e se comunicar mal. Por que isso acontece?

A razão pela qual os especialistas têm dificuldade para se comunicar é que eles estão sujeitos à “maldição do conhecimento” – a dificuldade de entender como é não saber algo que eles sabem. Como resultado disso, autores usam abreviações e jargões ou falham em descrever o concreto, detalhes visuais de uma cena; eles pressupõem que seus leitores já sabem o que eles sabem e não se preocupam em explicar. Há inúmeras maneiras de evitar a maldição do conhecimento. A primeira é estar ciente dela, perguntar a si mesmo “o que meu leitor já sabe sobre o que eu estou escrevendo?”. Boa escrita requer empatia. A segunda coisa é colocar o texto de lado por um tempo e voltar para ele depois quando ele já não é familiar para você. Você se verá dizendo “o que eu quis dizer com isso?”. A melhor estratégia de todas é mostrar um rascunho para um leitor representativo e ver o que ele entende. Você se surpreenderá ao ver que o óbvio para você não é óbvio para todo mundo.

Podemos falar em “erro” quando se trata de língua, algo que sabemos estar em constante mudança? Se sim, deveríamos dar tanta importância para eles?

O erro é definido em relação às expectativas de determinado conjunto de leitores – um grupo de pessoas alfabetizadas que se importam com a escrita e esperam que determinadas convenções sejam seguidas. As línguas mudam, mas isso não acontece de terça para quarta-feira. Se sim, ninguém poderia compreender o outro e se você pegasse um jornal do ano anterior não entenderia nada.

O sr. diz que a boa escrita é aquela que faz com que o leitor se sinta um gênio. No entanto, a escrita ruim é aquela que faz com que o leitor se sinta um estúpido. Parte do problema que vemos hoje com a proliferação de textos ruins não está ligada ao fato de que muitos autores querem se sentir superiores aos seus leitores?

Isso pode ser parte do problema, mas um maior está no fato dos autores se preocuparem que seus colegas de profissão/área pensem que são inferiores, então eles tentam antecipar todas as objeções e críticas possíveis e evitam a linguagem simples porque isso talvez revele que são ignorantes. Em outras palavras, um autor ruim não está tentando ser superior aos seus leitores, está tentando não ser inferior às pessoas que ele acredita que estão julgando-o, isto é, os experts em seu campo de atuação. Mas escrever de forma defensiva e tentando provar que não é ignorante só irá fazer sua prosa difícil e hesitante para a grande maioria dos leitores.

A ordem com que os pensamentos surgem na nossa mente é diferente daquela em que os argumentos são mais facilmente entendidos pelo leitor? Como alinhar essas duas dimensões?

Os pensamentos ocorrem ao autor por meio de associações – uma ideia te lembra outra que te leva a uma terceira ideia. Em seguida, você se lembra que você quis dizer três coisas diferentes e que acabou omitindo-as. Aí você antecipa uma objeção e responde à essa objeção e assim por diante. Mas o fluxo da consciência de um autor não corresponde ao modo como o leitor consegue absorver uma informação. O mais importante princípio na hora de apresentar ideias é “dado, agora algo novo” – comece cada sentença com aquilo que o leitor já está pensando, então apresente a informação nova para o leitor no final da frase.

7 cursos online para quem gosta de literatura

0
Na web, você também pode aprender sobre literatura (Foto: Ginny/Flicker/Creative Commons)

Na web, você também pode aprender sobre literatura (Foto: Ginny/Flicker/Creative Commons)

 

Edson Caldas na Galileu

Você nem precisa estar em época de vestibular: se curte literatura, estudá-la é o máximo. E que tal fazer isso sem sair de casa? Diversas instituições e até professores independentes disponibilizam vídeos gratuitos na web. Selecionamos sete alternativas para você:

Literatura, AulaDe.com.br
Material disponibilizado por um projeto educacional de professores brasileiros que querem democratizar o conhecimento por meio de aulas gratuitas.

Professor Wallace
O canal apresenta comentários e reflexões sobre língua portuguesa, literatura brasileira e redação para vestibulares.

Literatura, Aulalivre.net
Ministradas por Greice Cunha, as oito aulas ajudam a fixar e compreender conteúdos básicos da área.

Introdução à Teoria Literária, Yale
As 26 aulas ministradas por Paul H. Fry ajudam a dar o pontapé inicial para quem quer se aventurar por Teoria Literária. O curso aborda temas como semiótica, linguística e a construção institucional do estudo literário. Legendado em português.

Dante Alighieri e a Divina Comédia, Yale
Quer saber tudo sobre o poema épico de Dante Alighieri? Assista as 23 aulas de Giuseppe Mazzotta. O conteúdo é legendado em português.

Palavras, palavras, palavras!, TED
Uma seleção de palestras bem interessantes envolvendo literatura. Tem “Como a linguagem transformou a humanidade”, de Mark Pagel, “tc mata a linguagem. OMG!!!”, de John McWhorter, e muitas outras. Legendado em português.

Cervantes’ Don Quixote, Yale
As aulas comandadas por Roberto González Echevarría facilitam uma leitura aprofundada de Don Quixote, situando seu contexto artístico e histórico. Em inglês.

Pesquisa: 63% dos brasileiros leem livros online

0
Foto: Fabio Lima/O POVO

Foto: Fabio Lima/O POVO

Isabel Costa, no Leituras da Bel

O dado é resultado da pesquisa Conecta, que investigou diversos hábitos de consumo dos brasileiros. A maioria prefere ler no computador

Por Camila Holanda

Os hábitos de consumo modificam-se à medida em que as tecnologias vão sendo aprimoradas. Reflexo disto está na forma de ler. Segundo pesquisa realizada pela Conecta, uma plataforma web do instituto Ibope Inteligência, 63% dos internautas brasileiros leem livros online e 38% realizam essa atividade nas telas de computadores (PCs/notebooks).

Outros aparelhos usados para leitura online são smartphone (31%), tablet (17%) e smart TV (1%). Na Região Nordeste, 46% dos entrevistados optam por PCs/notebooks. A pesquisa, contudo, não especifica se os leitores têm o hábito de comprar estes livros ou se baixam os arquivos em PDF de forma gratuita.

Para a escritora e entusiasta das plataformas digitais, Socorro Acioli, a caminhada do livro digital no Brasil tem sido mais lenta se comparada com outros países. “Mas é um caminho natural”, acredita. Ela puxa o exemplo recente de polêmica protagonizada pela editora Cosac Naif, que, após fechar as portas, anunciou que os livros remanescentes em estoque serão destruídos no dia 31 de dezembro deste ano.

“As editoras têm um custo muito alto com o depósito e isto é algo meio escondido, mas começou a ser discutido com o caso da Cosac. O livro digital vem, justamente, para fazer uma espécie de teste, que antecede a publicação física”, acredita a escritora. Para ela, o ponto negativo nessa mudança de hábito é que o livro digital não permite que o escritor autografe a obra. “Mas tenho uma amiga que leva é o Kobo para a Flip e os autores autografam na parte de trás”, brinca.

O professor Leite Jr., do Departamento de Literatura da Universidade Federal do Ceará (UFC), acredita que existe um afunilamento progressivo dos usuários da rede que vão realmente se adaptando aos suportes novos de veiculação da informação. O preço, contudo, continua sendo um entrave.

Por vezes, o valor de um e-book é semelhante ao do mesmo livro sendo de papel, o que não se torna atrativo. “Acredito que a tendência mais inteligente é que se mantenham o suporte de papel, mas já preparando no meio eletrônico, que pede um barateamento”, explica o docente.

Editor das editoras Moinhos e Substânsia, Nathan Matos observa que há ainda um desconhecimento profundo do mercado, em que editoras e profissionais do livro parecem ainda não ver o e-book como um aliado, mas como um rival. “O que é um problema. Deveríamos nos atentar para as inúmeras possibilidades que o e-book, lado do livro impresso, é um aliado importantíssimo para a leitura, para a divulgação de novas obras e, certamente, para as vendas dos livros”, aposta.

Outros dados
A pesquisa Conecta também investigou outros hábitos de consumo dos brasileiros. Um dos resultados mostra que 80% dos internautas fazem downloads de filmes, séries e shows, sendo que a maioria (70%) utilizam PCs/notebooks. O smartphone vem em seguida, com 20% de utilização, acompanhado por tablet (7%) e smart tv (3%).

Além disto, 69% dos internautas brasileiros jogam games eletrônicos. Os de classe A são os que mais jogam (78%). Já as pessoas com 55 anos ou mais são as que menos jogam (53%), enquanto quase metade da população mais velha já aderiu aos jogos eletrônicos.

Go to Top