Posts tagged história
5 tipos de livros que aumentam seu desempenho escolar
0Conheça também uma indicação de livro para cada um dos tipos de livros
Publicado no Universia Brasil
Ler é uma das milhares de formas de aumentar o aprendizado, além de potencializar a capacidade de interpretação de textos e de escrita. A leitura traz benefícios e também pode melhorar o desempenho escolar dos alunos. A seguir, conheça 5 tipos de livros que farão com que você melhore seu grau de inteligência, além de indicações de leitura:
1 – Filosofia
Ao se debruçar na leitura de livros de filosofia, você pode entender melhor sobre a existência humana e sobre si mesmo. São essenciais para entender as necessidades humanas e poder espalhar ideias e prever alguns comportamentos sociais. Um bom livro que você pode conhecer chama-se O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder.
2 – Poesia
Esse tipo de texto pode ser um grande diferencial para o aprimoramento do aprendizado dos estudantes. Ao ler poesias, o texto tem um forte poder de mexer com os sentimentos do leitor e fazer com que ele reflita sobre os amis diferentes temas. Assim, essa reflexão torna-se um diferencial muito importante, fazendo com que a pessoa consiga melhorar o senso crítico dos mais variados assuntos. Um grande poeta brasileiro que merecer ser lido, por exemplo, é Carlos Drummond de Andrade. Algumas de suas obras de maior relevância são A Rosa do Povo e Sentimento do Mundo.
3 – Ciência
É importante que pensar que essa categoria de livros não engloba os didáticos. Qualquer produção que tenha como objetivo entender o mundo a sua volta pode ser considerado de ciências. Sempre inspirados nas situações comprovadas e consideradas com verdades, são ótimos para aplicar os conhecimentos sobre determinados temas do interesse de cada um. Para os amantes de ciência, o livro Uma Breve História do Tempo, de Stephen Hawking é uma ótima opção de leitura.
4 – Ficção
Por mais que falem sobre uma história que não aconteceu de fato, os livros de ficção também são muito importantes para aumentar o aprendizado. Por exigirem um estudo histórico e social para escrever um bom texto, eles servem de base para entender diversos pensamentos sociais ou até mesmo para criticar determinadas posturas. Para refletir sobre a sociedade contemporânea, Aldous Huxley criou a obra Admirável Mundo Novo, cuja leitura simples faz com que o leitor se mantenha entretido e ainda pense muito sobre o mundo a sua volta.
5 – História
Tanto os livros didáticos como os paradidáticos que tem a história como assunto central são importantes para o desenvolvimento dos estudantes. Por meio da leitura você pode entender melhor determinados momentos históricos e, consequentemente, adquirir uma postura crítica sobre eles. O autor Laurentino Gomes, em seu livro 1808, fala sobre a chegada da corte portuguesa no Brasil e como isso impactou a vida no Brasil e em Portugal.
Esta é a melhor forma de ensinar história do Brasil para quem é viciado em internet
0Cabral fazendo checkin na Ilha de Vera Cruz e WhatsApp do Marechel Deodoro decidindo o futuro do país.
Raphael Evangelista, no BuzzFeed
A página do Facebook História nas Redes Sociais surgiu para mostrar pontos marcantes da história do Brasil e do mundo por meio de montagens de “prints” como este do descobrimento da América:
O bafafá intercontinental viraria bate-boca nos comentários de gente poderosa.
Gerando o primeiro Tratado assinado e publicado no Facebook.
E a belíssima de Pero Vaz Caminha poderia ser resumida em 140 caracteres:
Os livros de história teriam estes prints registrando o verdadeiro momento do Descobrimento do Brasil.
Ou mesmo a história da abolição da escravatura… (mais…)
28 leituras para enxergar a América
0
Da Argentina aos EUA, o EL PAÍS sugere uma seleção de obras que enriqueceram 2015 na região
Publicado no El País
Do diário de um escritor argentino ao de um preso mauritano em um presídio hediondo em um canto de Cuba. Do capitalismo do conhecimento da Costa Oeste dos Estados Unidos à memória chilena. Da infância prosaica e hilária em São Paulo à ditadura brasileira. De um massacre de chineses no México há um século a todas as formas possíveis de violência que a Colômbia desencadeou, e tenta deixar de desencadear. Não sabemos o que é exatamente a América. Mas uma maneira de procurar saber é lendo-a. As redações de EL PAÍS Brasil e América propõem uma seleção de obras que enriqueceram o ano na região. Da Argentina aos Estados Unidos.
Los Diarios de Emilio Renzi. Años de Formación (Os Diários de Emilio Renzi. Anos de formação)
Ricardo Piglia (Anagrama)
Ricardo Emilio Piglia Renzi nasceu há 74 anos na Grande Buenos Aires, e no processo de se transformar em um dos principais escritores argentinos dividiu seu nome em dois: o autor Ricardo Piglia e seu alterego, Emilio Renzi. Neste primeiro volume de seus diários, relata o começo como escritor, as primeiras leituras e os encontros com Borges e Walsh. ALEJANDRO REBOSSIO
La forma de las ruinas
Juan Gabriel Vásquez (Alfaguara)
Existem dois tipos de pessoas: as que acreditam no azar e as que transformam qualquer acontecimento em uma oportunidade para armar uma teoria da conspiração. Essas versões do ser humano se encontram no último romance de Juan Gabriel Vásquez (Bogotá, 1973) enredadas em dois momentos relevantes na história da Colômbia: os magnicídios do político Jorge Eliécer Gaitán e do senador liberal Rafael Uribe Uribe. ANA MARCOS
Desmonte
Gabriela Massuh (Adriana Hidalgo)
Gabriela Massuh (Tucumán, 1954) narra em seu terceiro romance a viagem de uma jornalista da área literária que prefere ocupar-se de histórias que “não interessam a ninguém”, segundo a recriminação de seu editor. Massuch, ex-professora, jornalista, tradutora e diretora do departamento cultural do Instituto Goethe de Buenos Aires, conta a desgraça dos indígenas deslocados. ALEJANDRO REBOSSIO
Historia Secreta de Chile (História Secreta do Chile)
Jorge Baradit (Editora Universitária)
O livro de Jorge Baradit (Valparaíso, 1969) foi um dos fenômenos editoriais no Chile. O escritor, que usa diferentes plataformas narrativas, como trilhas sonoras, peças audiovisuais, mockumentários, quadrinhos, ilustrações e livros-objetos, conquistou os leitores com 12 relatos de não ficção. ROCÍO MONTES
Qué Vergüenza (Que Vergonha)
Paulina Flores (Editorial Hueders)
Um livro que reflete o dinamismo das narradoras chilenas é esta estreia de Paulina Flores (Santiago, 1988), por meio de nove relatos de uma visão despojada da vida dos chilenos de hoje. Mulheres que moram em apartamentos de classe média, homens que perderam o emprego e que revelam os sustentos frágeis das famílias, jovens que trabalham em fast-foods, Uma visão dura, mas terna, da realidade chilena. ROCÍO MONTES
Nuevos Juguetes de la Guerra Fría (Novos Brinquedos da Guerra Fria)
Juan Manuel Robles (Seix Barral)
É a primeira obra do escritor peruano Juan Manuel Robles. Formado na escola de cronistas da revista limenha Etiqueta Negra, Robles se lança aqui a uma história que brinca com a essência da recordação, da memória, com o fato em si de voltar neuroniamente ao passado, seu significado, sua arquitetura química. Uma história de espionagem que transcorre entre Havana, Lima, Nova York e La Paz em um tempo que já se foi. PABLO FERRI
Zona de obras
Leila Guerriero (Anagrama)
Há quem se queixe de que nas relações de cronistas latino-americanos o único nome feminino seja Leila Guerriero (Junín, 1967), mas o certo é que este livro, que recompila artigos e conferências, e agora é editado no México, Argentina e Colômbia, transpira paixão pelo jornalismo. CECILIA BALLESTEROS
Niebla al Mediodía (Névoa ao Meio-Dia)
Tomás González (Alfaguara)
Apaixonar-se por alguém radicalmente diferente pode vir a ser um absurdo. E também uma viagem para entender a alma de uma pessoa. Por meio de uma história simples, Tomás Conzález (Medellín, 1950) volta a recriar um mundo complexo em Niebla al Mediodía, como já havia feito em La Luz Difícil (A Luz Difícil). Dizer que se trata de um romance sentimental seria reduzir à mínima expressão a complexidade que o leitor encontra ao longo de apenas 148 páginas. JAVIER LAFUENTE
La Oculta
Héctor Abad Faciolince
Em La Oculta, novo romance de Héctor Abad Faciolince (Medellín, 1958), a morte de Ana, a matriarca de uma família de classe média alta, desata a ação. Seus filhos, Antonio, Eva e Pilar, combinam o luto com os problemas cotidianos trazidos pela morte dos pais e o terror que se vive na zona rural colombiana. LUIS PABLO BEAUREGARD
La Ruidosa Marcha de los Mudos (A Ruidosa Marcha dos Mudos)
Juan Álvarez (Seix Barral)
Um romance histórico a partir de grandes épicos pode ser excelente, mas logo de início não será muito original. Aí reside o valor de La Ruidosa Marcha de los Mudos, onde Juan Álvarez (Neiva, 1978) dá voz a José María Caballero Llanos, um homem que não (mais…)
Livros prometem fazer crianças dormirem em pouco tempo
0Recém-lançadas no Brasil, publicações fazem sucesso
Publicado em O Globo
“Vou contar uma história que vai fazer você ficar com bastante sono. Pode ser que ele chegue logo no começo, ou no meio, ou mais para o fim. Mas que vai chegar, vai. Se você fechar os olhinhos, ouvirá melhor o que vou contar”. Este é o início de “O coelhinho que queria dormir” (Companhia das Letrinhas), do psicólogo sueco Carl-Johan Forssén Ehrlin, que promete fazer as crianças relaxarem naquele que é considerado o momento mais crítico para muitos pais e mães: a hora de dormir. Recém-lançado no Brasil, o título já havia sido publicado como e-book pelo próprio autor na Amazon, tornado-se um dos mais vendidos da plataforma e ganhando traduções para inglês, espanhol, italiano e português.

A história escrita por Ehrlin não tem mistério: o coelho Roger está cansado, mas não consegue dormir; sua mãe resolve levá-lo ao Senhor Pestana, que sabe exatamente como resolver o problema. Um dos segredos estaria na entonação. Antes de começar a leitura com as crianças, os pais se deparam com algumas regras básicas nas primeiras páginas. Uma delas é que as palavras em negrito devem ser enfatizadas, e as que estão em itálico precisam ser lidas de forma mais calma e lenta. Quem lê o livro também recebe indicações para bocejar ao longo do texto e usar o nome da criança durante a história. As construções de frases e palavras, de acordo com o autor, foram escolhidas por seu efeito terapêutico.
O livro do sueco não está sozinho no mercado brasileiro. O também recém-lançado “A caminhada” (Coquetel), do americano Grant Maxwell, conta a história de Mason, um garotinho bastante ativo, e seus dois cachorrinhos, Rex e Totó, durante uma longa jornada. Pelo caminho, florestas, morros, animais e até escadas fazem com que ele embarque num mundo de sonhos.
— Tudo começou quando passamos a ter problemas para colocar o meu filho, na época com 2 anos, para dormir. Não é só uma coincidência o fato de ele também se chamar Mason e nós morarmos perto de uma floresta — brinca o autor. — A sinopse é simples, trata-se de um menino que vai caminhar pela floresta. Só que ele acaba indo para o subterrâneo, entrando cada vez mais fundo naquele cenário. Esse movimento de descida é uma maneira de fazer a criança se voltar para o seu inconsciente, relaxar. É como induzir a um estado de sonho.
Maxwell, que tem Ph.D em Língua Inglesa, acredita que o livro funcione com crianças dos 2 aos 8 anos. As mesmas indicações dadas por Ehrlin — bocejar, falar o nome da criança, usar um tom suave para certas palavras — estão lá.
— Quando você diz o nome da criança durante a história, faz com que ela se imagine dentro daquele cenário. Já a maneira como se lê o livro, as mudanças de voz, por exemplo, são tão importantes quanto o livro em si — afirma o autor.

Com a nutricionista Letícia Terra, que leu “A caminhada” com o filho Pedro, de 2 anos, a estratégia funcionou.
— Acho que não é nem a história em si, mas a maneira como ela é lida. Você vai falando devagarzinho em algumas partes, lê com calma, a criança relaxa naturalmente. Acredito que se você pegar outro livro e usar as mesmas técnicas, a criança também vai ficar menos agitada e conseguir ter bons sonhos — afirma.
A empresária Vanessa Santos testou “O coelhinho que queria dormir” com o filho Vicente, também de 2 anos, e tem tido bons resultados:
— Ele mesmo pede para ouvir, acho que gostou dos personagens. E não demora para pegar no sono.
A editora da Companhia das Letrinhas, Julia Schwarcz, endossa as falas das mães.
— Quando comecei a pesquisar na internet sobre o livro, fiquei impressionada com os comentários dos leitores. Eram todos na base do: “Mudou minha vida” ou “Funciona mesmo, recomendo para quem passa por esses problemas” — conta Julia. — É impressionante como as pessoas realmente sofrem com essa questão.
O sucesso parece ser garantido, mas ele não vem sem uma certa dose de polêmica. Questionado pelo “New York Times’’ se havia criado uma história chata para que as crianças logo se cansassem, o autor de “O coelhinho que queria dormir” afirmou que haveria um certo nível programado de chatice no livro. “(A história) não poderia ser muito interessante, mas também deveria ser interessante o suficiente a fim de evitar que as crianças se distraíssem com outras coisas durante sua leitura”, afirmou Ehrlin.
Para a educadora e escritora Andrea Ramal, a preocupação com a maneira como se lê, presente nos dois livros, é um aspecto bastante positivo.
De certa forma, fazer vozes ou falar alto e baixo durante a leitura ensina as crianças a interpretarem o texto. E os pais precisam exercitar isso, a atividade fica mais interessante — ressalta Andrea. — Por outro lado, não gosto da ideia do bocejo programado, ele não é real. Fazendo isso, o adulto acaba enganando a criança.
Outra questão abordada por Andrea é o cuidado necessário na hora de se escolher uma publicação para ler à noite.
— A leitura antes de as crianças dormirem tem um grande valor, que é o de ensiná-las a gostar dos livros, a ter apreço por eles. Se você se propõe a ler uma publicação que acha chata, é isso que a criança vai pensar sobre os livros em geral. Vale sempre ler vários tipos de história, variar a cada noite, não ficar apenas com um tipo de publicação — afirma.
História da Leitura
0Publicado em História do Mundo
A história da leitura tornou-se um campo de estudos muito profícuo a partir dos anos 1970, sobretudo com a matriz da historiografia desenvolvida na França que ficou conhecida como nova história. Foi com essa “nova história”, ou nova história cultural, que se desenvolveu o interesse por novos objetos de estudo, novas abordagens e novos problemas para a História. Um desse novos “objetos” foi exatamente a “prática de leitura”, isto é, como nas várias épocas da história humana a prática da leitura foi transformando-se de acordo com a construção social de cada uma dessas épocas.
O enfoque da “nova história” tinha como objetivo abolir os velhos esquemas dos estudos históricos que se prendiam a análises esquematizadas e generalizantes do passado que não ofereciam elementos para apreender a atmosfera das várias situações em que se encontravam os vários grupos humanos. Para realizar a tentativa de tal apreensão, fez-se necessária a canalização das pesquisas para a “história das práticas.”
A história das práticas de leitura está intimamente associada à história dos suportes de acomodação da escrita. Esses suportes podem ser desde as tabuinhas com escrita cuneiforme da antiga Mesopotâmia até a escrita virtual dos monitores de computador, passando por rolos de papiros, códices, escritos em pedra, escritos em couro, entre outros. Esses suportes determinaram ou, no limite, contribuíram decisivamente para moldar a prática da leitura em cada época específica. Por exemplo, nas sociedades antigas, em que a escrita era um privilégio de sacerdotes, escribas e demais pessoas ligadas a funções hierárquicas, a leitura era, por definição, uma prática oral e coletiva. Lia-se em voz alta para uma grande quantidade de pessoas. Aprendia-se, com maior frequência, de cor vários textos literários, com era o caso da educação das crianças em Atenas, que decoravam e recitavam trechos das epopeias de Homero.
A prática da leitura silenciosa, isto é, o hábito de leitura individual e em silêncio, só nasceu com os monges copistas na Idade Média. E nasceu nesse contexto específico e com esses atores sociais em razão das circunstâncias nas quais eles estavam inseridos. Os monges que tinham por dever a cópia, isto é, a réplica de manuscritos, fossem clássicos (gregos e romanos) ou cristãos, e o ornamento dos códices (livros em que era inserida a cópia) com iluminuras (arte de ilustração dos códices), necessitavam de um ambiente silencioso que favorecesse a leitura atenta e a precisão para o trabalho. Desde então, essa prática de leitura silenciosa laicizou-se, tornou-se comum, sobretudo após a invenção da imprensa por Gutenberg no século XV.
No século XVIII, com o advento do romantismo literário e das feiras de livros em várias cidades europeias, a prática da leitura tornou-se um hábito realmente popular e com grande impacto na sociedade. Basta dizer que a leitura de panfletos políticos e escritos filosóficos dos iluministas mobilizou, em grande parte, os burgueses da França à ação revolucionária de 1789.
Um dos principais representantes dos estudos sobre a história da leitura, o historiador Roger Chartier, dedicou-se a perceber o impacto que as práticas de leitura exerceram naquelas que ele denominou “comunidades interpretativas” ao longo da história. A relação que temos hoje com a leitura, por exemplo, está associada intimamente às construções de hábitos sociais dependentes da tecnologia, como a tela de computador e a internet.