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Veja dicas para incentivar a leitura em crianças pequenas
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Letícia de Oliveira Nogueira lê para o filho Cayke, de dois anos, por uma hora todas as tardes Foto: Luiz Armando Vaz / Agencia RBS
Estabelecer um momento do dia para ler ajuda na criação de novos leitores
Roberta Schuler, no Diario Gaúcho
Mesmo as crianças que ainda não são alfabetizadas podem e devem ser estimuladas a entrar no mundo da fantasia por meio do contato com os livros infantis. Há pesquisas que recomendam o manuseio de livros já na primeira infância, no período entre os 15 meses e três anos de vida. Uma criança que convive com os livros desde pequena tem mais facilidade no decorrer do processo de alfabetização, entre outras competências que vão sendo desenvolvidas. O Diário Gaúcho traz dicas para os pais tornarem os livros itens de destaque na rotina da criançada.
Um momento de aconchego
— A narrativa faz parte da vida da criança desde a voz da mãe, das canções de ninar — explica Maria Aparecida Laginestra, pedagoga da equipe do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) e coordenadora da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro.
Nesta faixa etária, é importante os pais disponibilizarem os conhecidos livros de brincar: livros de tecido, emborrachados, de plástico, que possam ser usados no banho, com muitas imagens, texturas. Esta é a fase do toque, na qual a criança precisa sentir o livro nas mãos. Portanto, os pais precisam permitir o manuseio do livro, sem a preocupação com o risco de estragá-lo. O contato com os livros é uma experiência. Outra dica importante aos pais é tornar o contato com os livros um momento de aconchego, de contato afetivo com a criança, mostrar o livro, ler o título, o nome dos autores.
Dicas para os pais
— Os livros para crianças na faixa a partir dos 15 meses geralmente são coloridos, só têm ilustrações, sem texto. Alguns têm texturas, emitem sons, outros têm recursos como pop-up (dobraduras que parecem saltar das páginas quando abrimos o livro). Os materiais podem ser tecido, emborrachado, plástico — devem ser macios, para evitar que a criança se machuque. É importante que fiquem numa estante baixa, ao alcance da criança.
— É bacana escolher um momento do dia para explorar os livros. Há famílias que fazem isso antes do horário da criança dormir. Os pais devem entrar na fantasia e conversar com os filhos sobre as histórias.
— Para familiarizar a criança com o mundo da literatura, uma boa dica é começar a frequentar livrarias. A maioria realiza eventos infantis, oficinas e contações de histórias. Os pais também podem apresentar as bibliotecas públicas da cidade.
— A criança terá a curiosidade pelos livros despertada se tiver leitores em casa. Vendo os pais manusearem livros e jornais, a criança se sentirá instigada. Essa aproximação que começa com os livros é continuada posteriormente na escola.
— Para crianças a partir dos três anos, os livros já podem ter frases simples — o texto em caixa-alta é mais apropriado para quem está para ser alfabetizado.
— Entre os três e quatro anos, as crianças costumam querer repetir as histórias de que mais gostam. Isso é comum, porém é importante os pais oferecerem outras histórias para diversificar.
— Livros de poesia são interessantes porque a sonoridade vai ajudar posteriormente na alfabetização.
— Os pais devem observar os interesses da criança na hora de escolher a temática dos livros para identificar aquilo que desperta a curiosidade.
— Independentemente da idade, é possível contar histórias para todas as crianças. Os pais devem optar por histórias curtas, nas quais os pequenos prendam a atenção. O gosto é algo que pode ser educado, lapidado, por isso é importante proporcionar a experiência à criança.
Apaixonado pelo livro
Cayke, de dois anos, não solta o livro nem na hora do banho. A mãe, a dona de casa Letícia de Oliveira Nogueira, 22 anos, do Bairro Restinga, na Capital, separa uma hora todas as tardes para que ele e o irmão mais novo, Lucas, de dois meses, tenham contato com as figuras e palavras. Com a demora no desenvolvimento da fala do filho mais velho, que não formava sílabas até um ano e meio, uma tia lhe recomendou que lesse para eles e improvisou um livro, com colagens de figuras de bebês e animais, para que Cayke fizesse associações entre o que era familiar do cotidiano dele. Logo, surgiram os primeiros “nenê” e “au-au”, reconhecendo a si mesmo e aos cachorros da família nas páginas.
— Ele começou a ler do jeito dele. Por mais que não entenda, ele lê pra mim todo dia, aponta as figuras, interage. Percebi que ele começou a diferenciar fotos de animais e vi que o livro fez muita diferença no início da fala — relembra Letícia.
Onde vão, carregam consigo a sacola cheia de livrinhos. Ao ver o livro “Papai!”, de Philippe Corentin (Cosac Naify), não tinha espaço para mais ninguém. “Sauro, sauro!” apontava para a mãe, reconhecendo o dinossauro no exemplar que carregava. Outro livro, emborrachado e colorido, também é o xodó do menino. Aperta, passa a mão, vira de cabeça pra baixo, sente o livro mesmo sem saber as palavras. Lê do jeito que sabe por enquanto, com as mãos.
* colaborou Camilla Pereira
O desafio de educar meninas
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“O fato é que hoje as meninas aprendem que seu papel é ter uma boa aparência e se comportar educadamente”, diz a educadora britânica Sue Palmer (Foto: Ragnvid Magnus/Getty Images)
Você, que é pai ou mãe de menina, já se deu conta do desafio que é educar sua filha. Comportada, linda, inteligente, meiga… Cuidado com as prescrições! É o que alerta a educadora britânica Sue Palmer em seu novo livro sobre como criar garotas em uma sociedade consumista e desigual. Confira o que ela disse para a CRESCER
Naíma Saleh, na revista Crescer
Meninas usam rosa e vestem saias e vestidos – que, aliás, sempre atrapalham na hora de brincar. Além disso, têm o dever de se comportar bem e estar com o visual impecável para causar boa impressão. De que século estamos falando mesmo? A educadora britânica Sue Palmer, em sua obra mais recente, 21st Century Girls (Meninas do Século 21, em tradução livre), investiga como a educação e o desenvolvimento das garotas vêm sendo transformados pelos adventos da modernidade – desde a cobrança para alcançar padrões estéticos inatingíveis até a desvalorização das características tipicamente femininas, como a empatia e o cuidado. E aponta caminhos para os pais não deixarem isso acontecer.
Especializada em alfabetização, Sue já escreveu mais de 250 publicações e há 15 anos dá palestras sobre o assunto no Reino Unido. O contato com diferentes centros de ensino, educadores e especialistas serviu de matéria-prima para seus livros, além, é claro, de sua experiência como mãe – hoje, sua filha, Beth, tem 28 anos. Confira a seguir os principais pontos do bate-papo exclusivo que CRESCER teve com a autora.
Meninos x Meninas
“A diferença essencial é que garotas têm mais facilidade para se socializar. O que pode ser bom para adquirir habilidades sociais, mas ruim se levar ao excesso de complacência – uma tendência a agradar as pessoas ou uma ansiedade constante a respeito da impressão que causa nos outros. Isso também mostra que as meninas, normalmente, são mais conscientes dos sentimentos alheios, o que é positivo pela empatia e pelo cuidado, mas ruim se a habilidade for usada para a manipulação. Em contrapartida, os meninos, sendo menos sociáveis, em geral, são mais diretos.”
“Alpha girls”
“O mundo está cheio de garotas que eu chamo de ‘alpha girls’. Elas pertencem a famílias razoavelmente ricas, vivem sob tremenda pressão para serem impecáveis, vestem-se na moda, são magras, tiram boas notas na escola, fazem uma porção de atividades extracurriculares e têm vida social fervilhante. A pressão para manter esse personagem é exaustiva. Segundo a feminista Courtney Martin, elas ouvem ‘você pode fazer qualquer coisa’ e traduzem como ‘eu preciso ser tudo’. A maneira de evitar isso é tratar
a filha desde bem cedo como um ser individual com personalidade única e dar a ela a certeza de que é amada por ser ela mesma e não pelo que ela parece ser, por suas conquistas ou por suas notas na escola. Isso ajudaria os pais na educação.”
Como criar garotas
“A função de um adulto, na educação de qualquer criança – menino ou menina– é ensinar a capacidade que o ser humano tem de amar. Isso se traduz na empatia e no cuidado, que são tão vitais para a sobrevivência humana quanto o potencial intelectual. No entanto, o maior desafio de pais de garotas é aproveitarem juntos, relaxarem, explorarem a natureza, passarem experiências de vida interessantes e serem modelos inspiradores. Frequentemente, os adultos não têm esse tempo e as crianças começam a cultivar a publicidade e o marketing como referência. O papel da mãe, diretamente em contato com a filha, também é essencial para transmitir o conhecimento acumulado durante gerações.”
Consumismo, tecnologia e sexualidade
“A infância passa por uma ‘tempestade perfeita’, causada pela convergência do consumismo competitivo, da inovação tecnológica e da revolução sexual. Tudo isso tem afetado as meninas. No fim do século 20, acreditávamos avançar na igualdade de gênero, no fato de que as mulheres seriam (mais…)
A menina que sonha criar uma biblioteca
0Raul Marques, no Diário da Região

Kaciane Marques já conseguiu a doação de 40 livros, mas precisa outros exemplares para concretizar seu sonho – Hamilton Pavam
No alto de seus dez anos de vida, Kaciane Caroline Marques é movida por um grande sonho. Diferentemente de muitas meninas de sua idade, essa pequena rio-pretense não quer ganhar celular da moda, visitar a praia ou fazer compras no shopping. Sozinha, começou a desenvolver campanha para arrecadar livros usados, abandonados ou que estão esquecidos. Sua motivação é nobre: criar uma biblioteca no Lealdade, bairro de Rio Preto onde mora há cinco meses. Apaixonada por leitura desde que foi alfabetizada, Kaciane notou que a localidade tem essa lacuna na cultura, o que, em sua concepção, não pode acontecer. Assim, arrecada exemplares com amigos e nas redes sociais.
A pouca idade não impediu a menina de descobrir a transformação que a leitura é capaz de proporcionar. Por esse motivo, quer oferecer essa experiência revolucionária para o maior número possível de pessoas. “Quando você lê, aumenta a criatividade e melhora o vocabulário. A gente viaja sem sair do lugar”, diz a garotinha, toda orgulhosa. Mesmo sem divulgação, já arrecadou 40 unidades. Nem parou para pensar como vai guardar os livros. Nem como receberá os leitores. Mora em uma casa de 41 metros quadrados, com a família composta por cinco pessoas. Os parcos espaços vazios serão preenchidos com as obras literárias. “Meu sonho é construir um quartinho no quintal para abrir a biblioteca.” Por enquanto, prefere pensar em conseguir títulos variados para iniciar o importante projeto.
Os pais ficam orgulhosos. Mas, por enquanto, não há dinheiro disponível para ampliar a casa. A mãe é diarista e o pai, autônomo. “Não temos condição financeira, mas vamos tentar”, afirma o pai Sílvio César Marques, 43 anos. “Minha filha está empenhada. Quer fazer alguma coisa para as crianças. É bonito isso”, conta Adriana. A família tem vida simples, mas digna. Não sobra dinheiro para luxos ou compra de obras. Isso não impede Kaciane de fazer o que gosta. Ela pega os exemplares emprestados na escola e na Biblioteca Municipal. Nas datas especiais pede o mesmo presente: livros.
É uma leitora compulsiva e, ao mesmo tempo, organizada. Mantém um diário para registrar os 397 títulos, sobretudo de literatura. Sempre gostou de leitura, mas sua paixão se intensificou há três anos. Tudo começou quando pegou na biblioteca da escola ‘As Aventuras de Pedro, o Coelho’, de Beatrix Potter. Foi sua pedra fundamental. O encantamento com as histórias não passou. Nem enfraqueceu. Pelo contrário. Ganha cada vez mais espaço em sua rotina. Quer ser escritora e jornalista quando crescer. Em 2015, vai cursar o quinto ano do ensino fundamental. Estudiosa, pretende aproveitar o tempo livre para cuidar da biblioteca e atender os leitores. “Vou incentivar crianças e adultos a gostar de ler.”
Kaciane leva a sério tudo a que se propõe. Chega da escola, almoça e faz o dever de casa. Depois, fecha a porta do quarto e abre um mundo particular, repleto de lindas princesas, heróis fantásticos, monstros medonhos, extraterrestres engraçados e seres horripilantes. Exigente, não fica apenas nos temas indicados para sua faixa etária. Viaja muito mais longe. É desinibida, alegre e mostra vocabulário acima da média. A garota fala com autoridade sobre autores e estilos literários. Tanto que já se arrisca a escrever os primeiros contos e crônicas. Seu texto é correto, sem erros de português. O projeto é publicar o próprio livro. Mas isso faz parte de um outro capítulo de sua história. Os interessados em ajudar a pequena Kaciane a montar a biblioteca podem entrar em contato com o Diário, pelo telefone (17) 2139-2046.
Coletivo usa literatura de cordel como ferramenta de combate ao preconceito sexual.
0Projeto Lampioa reuniu mais de 40 artistas, escritores e ilustradores em torno da criação de folhetos, que podem ser acessados pela internet
Fellipe Torres, no Diário de Pernambuco
Quando o escritor pernambucano Liêdo Maranhão lançou a primeira edição de Classificação popular da literatura de cordel, em 1976, machismo e preconceito eram elementos comuns na cartilha da maioria dos cordelistas. Sem constrangimento, eles próprios indicavam tais características ao pesquisador, grande conhecedor desse universo. “Enquanto todos nós conhecemos os folhetos como um bando de eruditos de gabinete, Liêdo vive e convive com todo o seu estranho, pobre, fascinante, mágico e duro mundo”, apontava, no prefácio, Ariano Suassuna.
Uma das categorias identificadas no livro – reeditado ano passado, pela Cepe – é a dos “folhetos de cachorrada ou descaração”, da qual fazem parte O rapaz que casou-se com um cabeludo pensando ser uma moça, de Minelvino Francisco Silva, e A mulher que casou-se com outra em Casa Amarela, de H. Rufino. Este último narra a união entre mulheres como algo obsceno, de causar espanto: “Hoje até homem dá luz/ Rapaz se pinta à carmim/ Uma moça esposa outra,/Fica outra achando ruim/Irmã pare de irmão/Nessa grande corrupção/O mundo vai levar fim”.
H. Rufino morreu na década de 1960. Ariano e Liêdo, este ano. Não viveram o suficiente para ver o formato e a estética do cordel serem usados para combater a homofobia de maneira incisiva. Não viram o “cabra macho” Lampião se tornar fêmea para dar nome a um projeto de celebração da diversidade sexual. Organizado pelo jornalista Bruno Castro e pelo designer João Zambom, o projeto Lampioa reune mais de 40 artistas, escritores e ilustradores em torno da criação de quatro fanzines com cara de cordel.
“São poesias, palavras rimadas, imagens gravadas e o desejo de unir novos olhares e diferentes formas de expressão sobre gêneros e sexualidade. Os fanzines colecionáveis são produzidos sob a dura e lúdica estética cordelista, originados a partir da fantasia crítica e criativa de artistas da nossa geração”, define Zambom. Os folhetos podem ser acessados em www.lampioa.com.
Cearense radicado no Recife, o poeta Allan Sales, autor de mais de 200 cordéis, considera natural a resistência de algumas visões preconceituosas de mundo. “É um espaço literário totalmente machista, pesado, mesmo, fundamentado na exaltação da figura masculina. Também vejo traços de homofobia, mas é normal, pois reflete o imaginário popular”. A temática preferida do escritor é a política social, com crítica à corrupção e ao populismo.
Editor do site Interpoética, o pernambucano Sennor Ramos acredita em uma mudança gradual no conteúdo dos folhetos tradicionais. Para ele, a literatura de cordel já foi muito mais machista e preconceituosa. “Hoje em dia está mais consciente, embora fale sobre os mesmos temas. Ainda é comum encontrar cordelista homofóbico. Quem costuma fazer diferente são as mulheres escritoras”.
Já o cantador Clécio Rimas, autor de cordéis como Sustentabilidade, destaca o preconceito sofrido pelo próprio cordel, geralmente classificado como literatura menor, por tratar de assuntos populares e utilizar impressão de baixa qualidade. “Há preconceito por toda a parte. Cabe às pessoas mudar isso. Usar o cordel para combater a homofobia é algo muito válido, porque cada ser humano precisa ter liberdade de escolhas. Vale mais o amor”.
TRECHOS>>>>>>>>>>>>>
ONTEM >>>>>
“Maria da Penha Fernandes
E Maria Madalena
Foram as protagonistas
De tão hedionda cena!
Sendo o marido a primeira
E a segunda a companheira,
Oh! Que para obscena!…
(Trecho de A mulher que casou-se com outra em Casa Amarela, de H. Rufino)
HOJE>>>>>
Era menino ou menina
Que mexia com seu coração
Era menino ou menino
Que dava mais tesão?
(…)
Ela fez de tudo um pouco
Com menina e com rapaz
Se proibir parecia bobo
Ela queria sempre mais
Escolher porque mandaram
Não mostrava sua razão
Ela queria liberdade
Para andar na contramão
(Trecho de Lampioa, vários autores)
Criado em lixões, mendigo entra na melhor universidade do mundo
0Ex-mendigo que foi criado em lixões e aterros sanitários conquista vaga em Harvard. Justus passou 13 anos estudando e aprendeu inglês, francês, suaíli e lingala

Justus viveu como mendigo nas ruas de Ruanda, pequeno país da África Central, e morou dentro de um carro incendiado em um depósito de lixo (Pragmatismo/The New York Times)
Publicado por Pragmatismo Político
Durante boa parte da sua infância, Justus Uwayesu, viveu como mendigo nas ruas de Ruanda, pequeno país da África Central, e morou dentro de um carro incendiado em um depósito de lixo. “Não havia chuveiro, e eu não tomava banho”, contou. Ele já chegou a ficar um ano sem tomar banho. As informações são do The New York Times.
Justus nasceu na zona rural do leste de Ruanda e quando tinha 3 anos perdeu seus pais, vítimas de um combate motivado por questões políticas, onde mais de 800.00 pessoas morreram em apenas 100 dias. A Cruz Vermelha conseguiu resgatar um irmão e duas irmãs.
Um casal começou a cuidar das crianças, mas a quantidade de órfãos na região foi crescendo e a família abandonou os quatro.”Foi um momento muito escuro, porque eu não podia ver um futuro. Eu não podia ver como a vida poderia ser melhor ou como eu poderia sair daquela situação de vida”, contou.
Certo dia, a criança viu sua vida mudar completamente. Clare Effiong, fundadora de uma ONG em New Rochelle, Nova York, decidiu no ano 2000, através de viagens pelo país, conhecer histórias de vida para ajudar crianças que se encontravam pelo mundo. Ao encontrar com Justus, perguntou qual seria seu maior desejo. “Eu quero muito ir para a escola”, contou.
Após completar seus estudos, ele conseguiu muito mais. Hoje, Justus Uwayesu, faz parte da maior universidade do mundo, Harvard. Justus passou 13 anos estudando e aprendeu inglês, francês, suaíli (uma das línguas oficiais do Quénia) e lingala (idioma materno na região noroeste da República Democrática do Congo).
Ele começou a estudar e conseguiu vaga em uma escola especializada em ciência. Durante os estudos, trabalhou na caridade e abriu uma escola de culinária para garotas, no campus do próprio orfanato. Em Harvad ele estudou através de uma bolsa integral, matemática, economia e direitos humanos. Atualmente, ele diz ter 22 anos (ainda não se sabe a data exata do seu aniversário) e faz parte de 1.667 alunos da sua área.
dica da Luciana Leitão