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âQuero ser advogada e mudar vidasâ, diz interna da Fundação Casa que fará Enem
0Neste ano, serão 30 mil participantes; exame em unidades prisionais e socioeducativas será realizado em dezembro
Julia Carolina, no Ãltimo Segundo
âUma coisa que comecei a me interessar aqui dentro foi por ser advogada. Tem muita coisa errada e eu queria poder ajudar. Fazer diferença para as pessoasâ. O âaquiâ a que LuÃza, 18 anos, se refere é a Fundação Casa, onde a jovem cumpre medida socioeducativa há dez meses. No fim do ano, para conseguir o certificado de conclusão do ensino médio e tentar a sonhada vaga fará a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para pessoas privadas de liberdade, que acontece nos dias 3 e 4 de dezembro.

iG São Paulo
LuÃza quer fazer o Enem para conseguir o certificado de conclusão de curso e pensa em prestar Direito
LuÃza é de Charqueada, a 185 km de São Paulo, e parou de estudar no 1º ano do Ensino Médio após repetir por causa de faltas. âEu não estava interessada em continuar a estudar, estava envolvida com algumas coisas erradas. Foi uma fase de adolescenteâ, resume sobre a época em que deixou os estudos e sobre o envolvimento com o crime. Foram as professoras que dão aula dentro da Fundação que a alertaram sobre a possibilidade de fazer o Enem para conseguir o certificado de conclusão de ensino. A menina se animou e resolveu tentar.
E ela não é uma exceção. Apenas na unidade da Fundação Casa Chiquinha Gonzaga, na Mooca (uma das quatro unidades femininas do Estado), 14 jovens farão a prova. No PaÃs, neste ano, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais AnÃsio Teixeira (Inep), serão 30 mil participantes.
O chamado âEnem dos presÃdios” segue o mesmo formato da prova regular â são 45 itens de ciências humanas, 45 de ciências da natureza, 45 de linguagens e 45 de matemática, além da redação. A diferença para a prova que aconteceu no final de outubro é o conteúdo das questões.
Assim como as demais meninas, LuÃza acorda por volta das 5h, toma banho, café da manhã e começa a participar das atividades. Na parte da manhã, tem aula normal e depois ocupa o tempo com outras atividades, como esportes, teatro, música e também as profissionalizantes, como telemarketing e informática básica. Fora da sala de aula, sobra pouco tempo para o estudo. Neste mês, farão um simulado para se acostumar com o Enem.
A coordenadora pedagógica da unidade, Rosana Maria Roza, explica que LuÃza estuda em uma sala de aula com cerca de oito meninas. A classe é multisseriada, isto é, atende a estudantes do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio. Assim que chegam por ali, as adolescentes fazem uma prova para saber em qual nÃvel estão.
Nos fins de semana, a biblioteca fica aberta para que as meninas emprestem livros. LuÃza aproveita o tempo livre para ler com a amiga Juliana, que há seis meses também está cumprindo medida socioeducativa no local.
Juliana tem 17 anos e está no 3º ano do Ensino Médio. Quando foi detida estava estudando e agora deve terminar o ano letivo dentro da Fundação Casa. Ela, que sempre quis fazer uma faculdade, conta que vai prestar para Turismo. “Eu achava que ia fazer Biologia, mas mudei de ideia aqui. Gosto muito de eventos e minha irmã, que é fotógrafa, disse que vai me ajudar”, afirmou.
Diferentemente da famÃlia de muitas meninas, que recebem poucas visitas dos parentes (as coordenadoras da Fundação avaliam que cerca de um terço das meninas recebam visitas regularmente), a irmã e a mãe de Juliana costumam visitá-la todos os domingos.
Outra interna, Rafaela, 18 anos, não consegue ver a mãe e a avó com tanta regularidade. Isso porque, explica, a avó mora em Campinas, a 93 km de São Paulo, e a mãe atualmente vive em Goiânia. âMinha mãe vem sempre que pode, uma vez por mês me visita, são 13 horas de viagem. Ela e minha avó estão muito animadas que decidi prestar a prova. Depois de tanto desgosto, quero dar coisas boas para elas.”
Quando foi detida, Rafaela morava com a avó e os dois filhos â gêmeos, de três anos. Após “se perder”, Rafaela deixou a escola na metade do 3º ano do Ensino Médio, pouco antes de ser detida. Lá descobriu que não tem dúvida do que quer fazer quando deixar a Fundação: cursar pedagogia.
âA minha maior esperança é poder mudar de vida mesmo. Ninguém merece ficar em uma Fundação Casa ou em um CDP [Centro de Detenção Provisória]. O mundo no crime não compensa. Além disso, tenho meus filhos. Quero montar um futuro para eles, quero dar alegria. Dizem que o pai é o espelho do filho. Quero ser um bom exemplo”.
Carioca coordena 2 mil voluntários que gravam livros para cegos
1Atriz Analu Palma é personagem do quadro ‘Os Cariocas’ do RJTV. Veja como se tornar voluntário do projeto Acessibilize-se.
Publicado no
O quadro “Os Cariocas” do RJTV mostra semanalmente gente do bem que contribui para fazer do Rio uma cidade solidária, boa de se viver. Neste sábado (28), a série mostra o trabalho da atriz Analu Palma, que coordena o projeto Acessibilize-se e, com 2 mil voluntários, grava livros para levar cultura aos deficientes visuais. Analu e os amigos dos cegos são os “ledores” dos livros falados.
A voz da atriz são os olhos de muita gente. Carioca de Inhaúma, ela decidiu partilhar o prazer da leitura com quem não consegue ler, por gosto ou necessidade. O estudante Júlio César Careira, por exemplo, faz faculdade de psicologia. Estuda graças à iniciativa de Analu. De tanto ler no ônibus, ele sofreu um deslocamento de retina e perdeu a visão. As publicações em braile não são suficientes.
“As pessoas que são voluntárias não fazem ideia do quanto nos ajudam”, diz Júlio. “Aqui encontramos todo o necessário para ter um futuro melhor”
A programadora de computador Rita também tem deficiência visual. Para ela, é mais fácil entender de linguagens complicadas e números quase indecifráveis do que simplesmente ter acesso a um livro.
Analu começou o projeto por conta própria. Gravava os livros e publicava na internet. Depois, percebeu que, sozinha. seria difÃcil ajudar o tanto de gente que precisava.Criou uma metodologia e formou voluntários. “Ledores”, como ela chama. Ao todo, 2 mil já fizeram o curso pelo paÃs todo e mais de 600 tÃtulos já foram gravados.
Os alunos aprendem as partes do livro, a lidar com um programa de computador para gravar a narração e têm aulas de colocação da voz. A psicóloga Monique Leal, é voluntária do projeto há três meses e pretende ficar ainda por muito tempo. Cada minuto livre é usado para gravar os livros. “A gravação faz parte do meu dia a dia”, conta.
A voz e o gesto de Analu vêm corrigindo injustiças. Discreta e serenamente, Analu e sua turma vão espalhando palavras preciosas para quem está ansioso por ouvi-las.
Veja como se tornar voluntário do projeto no site http://www.livrofalado.pro.br. Se você conhece alguém que ajuda a melhorar a vida de quem mora no rio, conte para a gente. Envie sua sugestão para o quadro âOs Cariocasâ.
Grande amigo de GarcÃa Márquez, escritor Ãlvaro Mutis morre aos 90 anos
0Publicado no Terra

Mutis era um dos melhores amigos de Gabriel GarcÃa Márquez Foto: AFP
Considerado um dos maiores escritores latino-americanos da atualidade, o colombiano Ãlvaro Mutis morreu neste sábado na Cidade do México, onde vivia há décadas, segundo informações da agência EFE.
Ele estava hospitalizado desde o último domingo e morreu por conta de uma “longa doença”, não especificada pela famÃlia.
Entre as obras poéticas de Mutis, destacam-se Los elementos del desastre (1953), e Memoria de los hospitales de ultramar (1959). Como romancista, escreveu La mansión de AraucaÃma (1973).
Em 1997, ganhou o Prêmio PrÃncipe de Astúrias das Letras e, em 2001, o Cervantes, a distinção máxima dada aos escritores em lÃngua espanhola.
O Nobel de Literatura Gabriel GarcÃa Márquez, também colombiano e vivendo no México, era um dos melhores amigos de Mutis e lamentou a morte em sua conta no Twitter.
No último ano, quando completou 90 anos, o autor recebeu diversas homenagens na Colômbia e teve uma série de seus romances reproduzidos em pequenos filmes.
MEC dará bolsa para aluno do ensino médio estudar exatas e biológicas
0Mercadante anunciou novo programa de incentivo nesta terça-feira.
Portaria com as regras para adesão das redes públicas sairá neste mês.
Publicado por G1

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, falou
na abertura do Congresso Todos pela Educação,
em BrasÃlia, nesta terça-feira (10) (Foto: Elza Fiúza/
Agência Brasil)
O anúncio do ministro foi feito na abertura do congresso do Movimento Todos pela Educação, que teve inÃcio nesta terça em BrasÃlia. Mercadante afirmou que 30 mil alunos devem ser beneficiados na primeira etapa do programa.
“Temos de fazer bolsa de assistência”, defendeu o ministro, afirmando que muitos dos alunos de escolas públicas são pobres e precisam de tutoria e acompanhamento pedagógico. “O topo da escola pública é de excelente qualidade e concorre com o setor privado”, disse ele.
Segundo o Ministério da Educação, ainda não há detalhes especÃficos sobre o “Quero ser cientista, quero ser professor”, como a partir de que ano do ensino médio os estudantes poderão participar, e se haverá alguma contrapartida, como a obrigatoriedade de seguir nestas áreas no ensino superior. O objetivo é estimular que mais jovens cursem a licenciatura em fÃsica, quÃmica, matemática e biologia, áreas consideradas pelo governo como prioritárias nos investimentos educacionais.
O MEC afirmou que a portaria que especificará as regras da primeira edição do programa deve ser publicada no “Diário Oficial da União” até a próxima semana. Então, o programa abrirá um prazo para que os governos estaduais e municipais que ofereçam vagas no ensino médio se inscrevam para participar do programa.